Steve Jobs

Steve Jobs Walter Isaacson




Resenhas - Steve Jobs


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Ju Furtado 14/12/2011

Gênio
Difícil transcrever em palavras as emoções que este livro me causou. Não sou consumidora voraz dos produtos da Apple, e sou totalmente leiga nos assuntos técnicos.

Mas a liderança que Steve Jobs exercia definitivamente ficou marcada. Não que seja necessário copiá-la em todos os aspectos, mas pensar proativamente, apaixonar-se pelo trabalho e julgar sempre ser possível fazer o impossível deveriam ser tarefas domésticas, principalmente para governantes.

Difícil é aceitar que gênios como ele partam tão cedo.
Giovane.Carneiro 03/03/2023minha estante
Concordo @jullys


Jonas.CAsar 14/12/2023minha estante
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Jonas.CAsar 14/12/2023minha estante
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Fenrir 30/08/2021

Separem a obra do artista ?
Caso clássico que vc deve olhar a obra e maioria das vezes esquecer o artista, alguns vão entender o lado pessoal do Jobs e outros não ? uns ficarão enojados com sua arrogância e falta de empatia ? outro vão conseguir compreender ? nesse livro você o conhece um pouco mais e fica livre para suas conclusões , eu tenho as minhas e decidi guarda-las comigo mesmo ao invés de influenciar qualquer pessoa nessa minha avaliação pessoal.
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Lodir 08/11/2011

EXCELENTE BIOGRAFIA!
A morte de mitos costuma causar um alvoroço no mercado. Logo após o anúncio oficial, produtos relacionados disparam em vendas e geram lucros exorbitantes. Músicas lideram as paradas de downloads pagos, discos disparam para o primeiro lugar e livros aparecem na lista dos mais vendidos. Os casos recentes de Michael Jackson e Amy Winehouse comprovam essa teoria. O artista vira moda, até que as notícias sobre ele param de repercutir e a euforia passa.


O caso de Steve Jobs, no entanto, é incomum. Jobs não é um artista. Não é músico ou ator. Na verdade, ele não passa de um empresário. Ainda assim, sua imagem, a empresa que ele fundou e os produtos que criou, de alguma forma, causam certa mágica sobre os consumidos e a população em geral. Mesmo após ler sua história, fica difícil entender o motivo dessa força. O lançamento de sua biografia autorizada – que está atualmente em primeiro lugar na lista dos mais vendidos do país – é um exemplo disso. Com o lançamento poucos dias após a morte de Jobs (a publicação chegou às livrarias em 24/10), o livro, escrito pelo respeitado biógrafo Walter Isaacson, parece um mero produto oportuno. Sim, ele teve o lançamento mundial antecipado – era previsto apenas para novembro. Mas a verdade é que essa biografia estava sendo escrita há mais de dois anos, desde que Jobs começou a apresentar sinais de que sua doença não o deixaria viver por muito tempo. Segundo o autor, ele sabia que as pessoas iam destroçar sua história quando ele não estivesse mais aqui, então quis deixar sua versão oficial. O momento não poderia ser mais adequado.

Sempre desconfio de biografias autorizadas. O motivo é óbvio. Se o personagem central autorizou o livro, a versão contada é a que melhor favorece a ele, não? É aquela em que ele aparece como um herói, uma pessoa boazinha e admirável, certo? Não necessariamente. No caso no presente livro, fica evidente que o autor foi o mais fiel e sincero possível. Primeiro: Isaacson afirma que Jobs não leu nenhuma página do livro, e não o fez porque assim o quis. Ele sabia que não gostaria de muitas coisas que estavam escritas, então preferia ler apenas quando fosse publicado, para não influenciar o conteúdo e não deixar a impressão que foi feito sob encomenda. Jobs também incentivou o escritor a entrevistas seus “inimigos”: concorrentes e funcionários que foram demitidos das empresas que ele comandou, entre outras pessoas. Dessa forma, além de ter entrevistado dezenas de pessoas envolvidas com ele, Isaacson fez mais de 40 entrevistas com o próprio Steve Jobs, expandindo ao máximo cada fato e dando atenção aos mais delicados detalhes de sua história, proporcionando-nos uma bela biografia.

Detalhes que envolvem todas as fases de sua vida. Desde o abandono pela mãe na infância até a adoção por um casal de universitários. Descobrimos como Jobs e Steve Wozniak começaram a montar placas de computador em sua garagem. Os dois fundaram então a Apple e criaram o primeiro computador, o Apple I, até lançar depois o Macintosh, o primeiro computador pessoal. A biografia segue com destaque, claro, à sua carreira e a cada produto lançado a partir daí. Cada nova versão de um computador é descrita em ricos detalhes, desde a elaboração do design até a engenharia, passando pelo Ipod, Iphone e chegando ao Ipad. Jobs acabou expulso da empresa que criou, começando do zero novamente e criando outra, a NeXT, assim como o estudo de animação Pixar (a concepção de cada filme também é relatada). A biografia, claro, revela outros aspectos de sua vida, como seus romances, seu casamento, a criação ausente dos filhos, o reencontro com a irmã perdida, a procura pela mãe biológica e, obviamente, a descoberta e o tratamento ineficaz do câncer, que acabou levando-o a morte. Como é recente, a biografia mostra sua vida até agosto de 2011, quando renunciou ao cargo de executivo da Apple, momentos antes de falecer.

Algumas vezes o relato de Isaacson é tão fiel que chega a chocar. Para quem está acostumado com a imagem mágica em torno da figura pública de Steve, a leitura pode ser bem reveladora. Todos concordavam, desde a esposa até os colegas de trabalho, que Jobs era uma pessoa intragável, daquelas difíceis de sobreviver à convivência. Para ele, era tudo ou nada. Ou uma pessoa era genial ou era babaca. Os depoimentos dos funcionários da Apple mostram a tensão que eles sentiam no momento de mostrar seus projetos. Era comum Jobs dizer que o trabalho era uma merda e chamar o autor de idiota. Quando alguém apresentava uma nova idéia, ele descartava em seguida, e voltava uma semana depois apresentando a mesma proposta, mas como se fosse sua. Era extremamente exigente com os detalhes e passava horas decidindo coisas aparentemente banais, como o tom de cinza que seria usado em uma peça ou a placa que seria colocada do banheiro das Lojas Apple. Quem não concordava com a importância dessas coisas irrelevantes não era digno de criar os produtos da Apple. A biografia mostra ainda que Jobs enganou sócios no começo de sua carreira, não tinha nenhum interesse em filantropia e até renegou seu primeiro filho, quando tinha vinte anos, mesmo sabendo que era mesmo dele. Revela que era usuário freqüente de LSD e quase não tomava banho quando jovem. Mais que tudo, o livro mostra que ele era um homem controverso, ainda que considerado um gênio contemporâneo.

Ainda assim, a obra não apenas indica, mas explica como Jobs revolucionou a tecnologia e ajudou a criar o mundo como o vemos hoje. Ele pode ser considerado, antes de tudo, o criador do computador doméstico, da animação digital e do tocador de músicas em mp3. Seus produtos não entregavam aos consumidores apenas o que eles queriam, mas sim o que eles precisariam no futuro. As apresentações de cada produto, sempre comandadas por Jobs, eram espetáculos onde ele era o grande showman. Foi capaz de criar a empresa mais valiosa do mundo em poucos anos, ser demitido dela e voltar dez anos depois para resgatá-la da falência, devolvendo a áurea em torno dela assim que anunciou seu retorno.

“Steve Jobs” é, certamente, uma das melhores biografias que já li, graças ao seu relato rico e sincero sobre um personagem complexo e recluso. É algo que levará o leitor noite adentro, sem parar, para acompanhar a vida de Jobs e saciar sua curiosidade por ele. A leitura é muito recomendada para seus fãs, para os fãs de tecnologia, para estudantes de administração, mas também para o público em geral. O livro satisfaz em todos os sentidos, desde o texto em si até a edição, que ganhou uma capa que emita as embalagens dos produtos da Apple, além de um papel macil e agradável. A Companhia das Letras está de parabéns.

Assim como Jobs era apenas um empresário, mas não qualquer empresário, a sua recente biografia autorizada não é apenas um livro, mas sim uma grande biografia.

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www.lodirnegrini.com
Ryllder 10/11/2011minha estante
Jobs não foi adotado por um casal de universitários.Na verdade seus pais adotivos não possuíam formação acadêmica.No mais,boa resenha.


Roseli Camargo 04/01/2012minha estante
O papel da capa realmente é MACIO. Gostei bastante.


Isaac Ramon 06/02/2013minha estante
A biografia realmente não traz a imagem de Jobs como mocinho. Muito pelo contrário. O autor deixa bastante claro ao longo do livro - Fato que chega a tornar a leitura enfadonha - que Steve possuía um temperamento bastante instável, ás vezes, cruel. Da mesma forma, destaca que foi o estilo explosivo de Jobs que fez com que sua empresa desse certo.
Você fez uma ótima resenha. Retrato fiel do livro e excelentes colocações pessoais.




Zé Matida 18/04/2021

Excelente vendedor e storietelling
Ele foi um show-man de lançamento de novos produtos. Sabia se comunicar, bater na concorrência e um gênio na arte de agregar valor a marca.
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Flá 19/04/2021

Eu realmente sou um pouco suspeita pra falar de Biografias, por tratar-se de um gênero muito agradável pra mim. Mas esta obra me transportou pra um lugar muito especial. Às vezes de raiva, pelo comportamento hostil de Jobs e sua recorrente "falta" de empatia. Mas também de admiração por ter sido um sujeito tão obstinado, tão persistente na criação, na inovação. Devemos muito à ele e ao modo como ele "cutucou" seus "concorrentes", pois sem isso, não estaríamos onde estamos hoje, principalmente, em termos de tecnologia. Uma pessoa necessária e seu legado ficará para história, com absoluta certeza.
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Jamile.Almeida 05/07/2020

Genialidade
A rejeição pelos seus pais biológico, o amor dos seus pais adotivos, a oficina de seu pai, o curso de caligrafia, LSD... essas bases construíram uma mente criativa, perfeccionista, com um senso de estética apuradíssimo e genial. Obviamente que nem tudo eram flores... arrogância e o seu ?campo distorcido de realidade? fez com que poucos soubessem lidar com ele. Mas, se tratando de Steve Jobs e de como ele transformou positivamente nossa era digital, a gente permite e aceita! Biografia incrível, finamente produzida Walter Isaacson, que mergulhou em sua vida, num trabalho primoroso, com a sensibilidade em expor o lado difícil sem confetes, mas com respeito ao mito que ele era!
Minha admiração pela Apple, Steve e sua esposa (que teve a inteligência emocional de lidar com o gênio e apoia-lo) só triplicaram depois desse livro! E me fez ter mais vontade de ler outras biografias produzidas pelo W. Isaacson.
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Rodrigo.Rodrigo 18/03/2021

A vida e contradições de um gênio, mas não da tecnologia, e sim do empreendimento e da busca pela perfeição de um produto.
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Renata Yamazaki 24/04/2021

Biografia imensa e detalhada do pai da maçã.
A mente brilhante de um homem arrogante, persuasivo e meio biruta das idéias. Nenhuma pessoa revolucionária como ele deve ser fácil de conviver. Foi muito gostoso ler apesar de ser bem extenso. Conta a infância com seus pais adotivos a adolescente hippie que começou na garagem de casa, a entrada na Atari, a reviravolta de ser demitido e conseguir voltar e transformar a Apple. Gostei de ler mais sobre a vida do que os feitos, a relação dele com a filha e o pai e como ele levou a doença. Uma vida extraordinária, vale a leitura.
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Tiago Fachiano 08/06/2021

Um gênio...
Já li a biografia do Isaacson do Leonardo da Vinci e agora do Jobs. É impressionante a forma que ele consegue contar o contexto histórico em uma linha de tempo. Ele vai a cada capítulo explicando o momento atual e suas ligações com o futuro, assim, não deixando brechas para serem completadas.

Essa biografia vale muito a pena ler, pois mostra a evolução do profissional que foi Jobs e sua insistência nos produtos que a Apple precisava desenvolver. Design e engenharia sempre conectados. União de toda a cadeia do produto. Esses valores, que Jobs tanto insistiu, fez a empresa ser o que é hoje.

Quero continuar lendo biografias desse escritor. Ele sempre é fantástico!!!!
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Fernando1054 21/02/2024

Um gênio que teve a audácia de ser ele mesmo...
Na biografia "Jobs", Walter Isaacson nos apresenta Steve Jobs não apenas como o visionário fundador da Apple, mas como um homem que ousou seguir sua própria bússola interna em um mundo que frequentemente valoriza a conformidade acima da originalidade. Este livro é um mergulho profundo na vida de um indivíduo cuja personalidade complexa, paixões intensas e capacidade inigualável de inovar transformaram não apenas a indústria da tecnologia, mas a maneira como vivemos nossas vidas no século XXI.

Isaacson, com acesso sem precedentes ao próprio Jobs, aos seus colegas, amigos e familiares, compõe um retrato multifacetado de um homem que, em sua busca incessante pela perfeição, mudou o mundo de formas que poucos ousaram imaginar. Através de uma narrativa cativante, o leitor é transportado para os momentos mais cruciais da vida de Jobs, desde a fundação da Apple em uma garagem em Los Altos, Califórnia, até o lançamento do iPhone, que revolucionou a comunicação móvel.

O que torna "Jobs" uma leitura indispensável é a habilidade de Isaacson em mostrar que a genialidade de Jobs não residia apenas em suas inovações tecnológicas, mas em sua capacidade de permanecer fiel a si mesmo. Jobs era conhecido tanto por seu temperamento difícil quanto por sua visão estética singular, e Isaacson não se esquiva de explorar as contradições e conflitos que fizeram parte da jornada de Jobs.

Este livro vai além da tecnologia e do negócio; é uma exploração da alma de um homem que acreditava profundamente que o trabalho da sua vida não era apenas inventar novos gadgets, mas criar experiências que enriquecessem a vida humana. Jobs é retratado como alguém que, apesar de seus defeitos e falhas, nunca se desviou de sua autêntica missão de trazer beleza e funcionalidade para o mundo.

"Um Gênio que Teve a Audácia de Ser Ele Mesmo" não é apenas um título; é uma declaração poderosa sobre o que significa viver uma vida que é verdadeiramente sua. Walter Isaacson nos oferece uma janela para a mente de Steve Jobs, revelando como sua vontade de desafiar o status quo e sua recusa em aceitar menos do que o extraordinário podem servir de inspiração para todos nós.

Para qualquer pessoa interessada em tecnologia, inovação, design ou simplesmente na história de um homem que transformou sua paixão e audácia em um legado duradouro, "Jobs" é uma leitura obrigatória que captura a essência de um verdadeiro pioneiro.
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Rafael Pravitz 28/12/2020

Nunca tive um apple
Porém a história de Steve transcende qualquer produto tecnológico, inspirador e tremendamente humano, uma história de vida que merece ser conhecida.
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Jaqueline 01/12/2020

Tem que gostar muito da apple para se interessar
Um homem com personalidade difícil demais. Gostava de trabalhar com profissionais de melhor qualidade e que chamava de A.
Quem não se enquadrava nesse quesito era babaca. Seu perfeccionismo e habilidade em focar no que realmente importa, simplificar as coisas fez com que construisse uma empresa brilhante.
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Wendell.Carvalho 21/03/2021

Recomendo!
Uma pessoa, a frente do seu tempo, ele tinha o dom de pegar uma idéia comum existente e modifica-la, para torná-la uma idéia magnífica. Um visionário.
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Felipe Soares 13/01/2013

O campo de distorção da realidade - www.sincopedigital.com.br
Steve Jobs por Walter Isaacson

O campo de distorção da realidade
Confesso que biografias sempre me atiçaram a curiosidade, mas nunca tive coragem de me aventurar por nenhuma delas. Prefiro histórias descaradamente fictícias. Mas tive que abrir uma exceção. Pela capa, confesso. Embora eu não tenha tido acesso ao original, acredito que a edição brasileira é tão atraente quanto um produto da própria Apple, pois ela encarna a filosofia da empresa, com um design branco, simples e com um material resistente, sem resumos da obra ou comentários exaltando o livro. Apenas duas fotos com o personagem principal: Steve Jobs.

Walter Isaacson, que já trabalhou na Time e BBC, é autor de biografias de outras grandes personalidade, como Franklin e Einstein, e foi convidado pelo próprio Jobs para escrever o livro. O jornalista teve liberdade para acompanhar Steve e entrevista-lo, bem como para conversar com todas as pessoas, importantes ou não, com as quais ele conviveu. E acredito que esse seja um dos seus diferenciais: o biógrafo teve contato direito com o biografado, com aqueles que viveram com o personagem principal da obra e teve liberdade para escrever o que quisesse, acrescentando grande realismo aos eventos e opiniões mostrados. É uma leitura robusta, longa, algumas vezes cansativa, mas graças ao toque jornalístico dado pelo biógrafo (e à própria história) se torna muito atrativa.

“ Este é um livro sobre a vida de altos e baixos e a personalidade intensa e abrasadora de um empreendedor criativo, cuja paixão pela perfeição e cujo ímpeto feroz revolucionaram seis industrias: computadores pessoais, filmes de animação, música, telefones, tablets e publicação digital. Pode-se até acrescentar uma sétima: lojas de varejo, que Jobs não chegou bem a revolucionar, mas que repensou”.

O livro acompanha Jobs até seus últimos dias de vida. O autor se debruça sobre os mais variados momentos de sua caminhada, apresentando dramas pessoais, suas derrotas, vitórias, criações e ideias, sua filosofia, prendendo-se aos menores detalhes. É uma obra muito bem construída, cronologicamente traçada, com alguns poucos avanços e recuos que não chegam a confundir o leitor, mas tem caráter estritamente explicativo. Fica evidente, desde o inicio, que, embora Steve Jobs seja lembrado por tudo o que fez na Apple, sua trajetória vai muito além disso.

A primeira parte é um pouco maçante, pois se concentra nos acontecimentos dos seus primeiros anos de vida, com personagens e temas que não nos são familiares, mas servem para explicar muito do que contribuiu para formar sua personalidade, como o abandono que sofreu dos pais biológicos, pelos quais nunca demostrou grande interesse, mas também contra os quais não se revoltou. Talvez seja graças a isso que o levou a abandonar a primeira filha, o que acabou por gerar entre os dois, um difícil relacionamento marcado por infindáveis brigas.

“Fiz um monte de coisa de que não me orgulho, como engravidar minha namorada quando tinha 23 anos e o jeito como lidei com isso. Mas não tenho nenhum esqueleto no armário que não possa ser autorizado a sair”

Esses primeiros momentos não são melhores porque apresentam seus primeiros contatos com a tecnologia e termos técnicos muitas vezes difíceis de entender, certamente estranhos à maioria dos leitores. Mas ela vai ficando mais atraente à medida que figuras conhecidas aparecem e eventos importantes começam a se delinear, como a própria criação da Apple, explicando a origem do nome, como foram elaborados seus primeiros computadores, de onde vinham as ideias, os responsáveis pela elaboração dos projetos e o papel de Steve Jobs no meio disso tudo.
Nesse momento é que realmente entendemos o que significa o chamado campo de distorção da realidade, expressão criada por um de seus amigos que serve perfeitamente bem para defini-lo. Jobs era um sujeito extremamente arrogante e prepotente, apesar de toda sua inteligência e brilhantismo, o que chega a irritar várias vezes. Isso o biógrafo se esforça por deixar claro desde o começo. Suas supostas grandes criações não foram resultados unicamente do trabalho de sua mente brilhante. Na maioria das vezes, quando uma ideia lhe era apresentada pela primeira vez, ele sempre a considerava como uma grande porcaria, mas dias depois aparecia apresentando a mesma ideia como se fosse totalmente sua e absolutamente brilhante. Porque para Steve Jobs, as coisas se resumiam ou a grandes merdas (palavras suas) ou a coisas extraordinárias, e em geral se enquadravam na primeira categoria, principalmente quando não eram suas criações. O que Jobs queria eram produtos fáceis de manusear, que fossem usados sem precisar de manual. Ele normalmente apontava o fim que queria atingir e deixava aos funcionários da empresa de desdobrarem, às vezes com prazos curtíssimos e noites sem dormir, para criar a máquina perfeita idealizada por ele. O que Jobs vende não é só um produto, é um culto, uma marca, uma verdadeira filosofia de vida adotada por ele. Sua “loucura” chega ao ápice quando ele exige que as máquinas que fabricam os produtos sejam desmontadas para serem pintadas em cores adequadas, mas também em suas dietas vegetarianas, extremamente restritivas
Steve Jobs, no entanto, não deixa de ser humano, embora demonstre isso menos frequentemente, quando, por exemplo, vai atrás de sua mãe biológica, ajuda a irmã, sonha em ver seu filho Reed se formar antes de morrer. Mas sua vida girava em torno do trabalho, levado mais em consideração do que sua vida pessoal (sempre bem preservada).
A biografia (ou sua história) ainda guarda algumas surpresas, quando o leitor vê Jobs encarando situações inimagináveis, como sendo expulso da empresa que ajudou a criar e por alguém em quem confiou e ajudou a colocar no cargo mais alto. Steve Jobs é a verdadeira marca da empresa. Ele ajudou a cria-la e reerguê-la, quando tudo parecia perdido, não sem antes ter passado por maus bocados, mas que contribuíram para fazê-lo crescer como pessoa.

Durante esse período de afastamento, Jobs ajudou a criar a Pixar, se não a maior, mas um a das maiores empresas de animação da atualidade, responsável pela criação de verdadeiras obras de arte do cinema. É preciso ressaltar, entretanto, que as histórias não vinham de sua cabeça, mas do também brilhante John Lasseter.

A trajetória de Jobs também foi recheada de experiências variadas, como os retiros espirituais que fazia no Japão e o próprio uso que fez de ácido, o qual ele incentivou alguns jovens a usar em uma de suas palestras mais lembradas.

Uma das passagens mais marcantes são aquelas que abordam as eternas batalhas que Steve Jobs travou ao longo de toda a vida foi com o outro garoto-gênio (e bilionário) Bill Gates. Uma guerra marcada também por alguns traços de amizade, mas principalmente por ataques diretos de um contra o outro, principalmente da parte do presidente da Apple. Mas não somente a ele, como também ao Google e ao próprio Barack Obama, que teve sua política de governo fortemente criticada por Jobs, o qual ousou afirmar que a forma como ele estava se guiando não o levaria a um segundo mandato presidencial.

Jobs, no entanto, acabou sendo vencido pela sua própria teimosia e filosofia. Foi vencido pelo câncer, contra o qual batalhou por vários anos e resistiu a iniciar o tratamento indicado pelos médicos, pois ia contra suas crenças espirituais e principalmente alimentares. Aceitou fazer uma cirurgia quando já era tarde demais, o que certamente contribuiu para fragilizar seu estado e agilizar sua morte.

“Quando garoto, sempre pensei em mim como alguém ligado em humanidades, mas eu gostava de eletrônica. Então li algo que um dos meus heróis, Edwin Land, da Polaroid, disse sobre a importância de pessoas capazes de estar na interseção entre humanidades e as ciências, e decidi que era isso o que eu queria fazer”.

Não me arrependo de ter me aventurado pela biografia de Jobs. De ter me permitido experimentar essa leitura tão diferente, que nos proporciona sensações semelhantes a outros livros de ficção, mas com um diferencial muito peculiar, o leitor sabe que o que está li aconteceu de verdade. Jobs é exemplo de vida, de persistência, determinação no que acredita que certamente merece ficar na história como um grande gênio por ter deixado sua marca no mundo.
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Lucas 12/02/2020

As múltiplas faces de uma das mentes mais brilhantes de todos os tempos: O "think outside the box" é mais antigo do que se imagina...
Steven Paul Jobs (1955-2011) é o maior símbolo da alvorada tecnológica que marcou a virada do terceiro milênio. Seu rosto, familiar até para quem não é do meio "digital" traz consigo a marca da inovação, da criatividade e da excelência, detalhes que permearam a sua vida e suas atitudes.

Não é à toa, portanto, que inúmeras tentativas de biografá-lo tenham surgido ao longo da última década, em geral incentivadas pela comoção em torno de sua morte em 2011, inesperada para o grande público, mas já previsível em termos de proximidade familiar e de rumores sobre a sua saúde (desde 2003 Jobs vinha lutando contra, inicialmente, um câncer no pâncreas). A biografia que abriu esse "boom" foi o livro de 2011 do jornalista norte-americano Walter Isaacson, ex-diretor executivo da CNN e editor da revista Time. Ele também biografou Leonardo Da Vinci, sua obra mais recente e reconhecida no Brasil, lançada em 2017.

A história oculta por trás da biografia é interessante e acaba por explicar a abrangência e qualidade da obra. Jobs procurou Isaacson em 2004 pedindo para ser biografado, pois o fundador da Apple pressentia que não viveria muito (ele tinha acabado de ser diagnosticado com o câncer que acabou por levá-lo à morte). Ignorando isso, o jornalista disse que ainda era cedo, havia muita coisa para Jobs ainda fazer (e de fato, houve). Mas em 2009 foi inevitável, Isaacson tinha que fazer a biografia antes que fosse tarde.

Aproveitando esse pedido e recebendo total liberdade de ação, sob a escrita de Isaacson, desnuda-se toda a vida de Steve, desde o seu nascimento e posterior doação a uma família da Califórnia, passando pelo seu primeiro emprego, seu apego ao zen/budismo e explosão como gênio e visionário, que via no computador não uma máquina industrial, mas um aparelho transformador que poderia estar na casa de qualquer um. Inúmeras personalidades importantes e hoje familiares no mundo da tecnologia e entretenimento foram ouvidas e seus relatos constroem as complexidades inerentes ao biografado.

Isso porque, assim como a sua veia empreendedora, o seu lado mais "sombrio" foi livremente representado, o que confere ao texto de Isaacson uma autenticidade que garante a qualidade da narrativa. Jobs, ao mesmo tempo em que era um visionário e um excelente vendedor de produtos em boa parte ainda desconhecidos do grande público, sabia ser cruel como poucos. Exigente, perfeccionista, com relevantes capacidades de humilhar alguém (desde o mais alto funcionário ou amigo até o mais subalterno candidato a emprego), sua personalidade é difícil de ser descrita de forma isenta sem que se mencione esta faceta mais cruel e imprevisível de Jobs. Mas por mais que se conheçam estas nuances, o leitor ainda se surpreenderá e se questionará a respeito do real caráter do biografado, especialmente na sua primeira passagem pela Apple. Aquele cara "descolado", que usava tênis e jeans para apresentar produtos revolucionários, escondia alguns dilemas discutíveis, como o conturbado relacionamento com Lisa, sua filha mais velha.

Mas é ele quem moldou o futuro. Por mais que a importância de Steve Wozniak (1950-) seja enorme (a Apple nasceu da união entre eles), Jobs era a "alma" da empresa, alguém com uma capacidade inigualável de humilhar, mas proporcional a de animar e motivar. Wozniak era um engenheiro brilhante, mas a biografia deixa nítido que esta sua personalidade não chegaria nem perto de transformar a Apple no que ela é hoje. Não só a Apple, mas toda a cadeia de computadores, sejam os hardwares ou softwares, não seria a mesma sem a originalidade de Steve Jobs (não só em termos de computadores, como também filmes, telefones e músicas)

A Apple não foi resultado de esforço apenas de Wozniak e Jobs, e Isaacson ilustra isso de forma ampla. Há todo um "folclore" envolvido no nascimento da empresa, cujas revelações não precisam ser aqui ilustradas. Num meio quase monopolista (a gigante IBM dominava o que seria o hoje mercado de computadores), a Apple se inseriu e se solidificou neste ambiente com enfoque na inovação e criatividade. O que a biografia ilustra bem, até como um ponto definidor da figura de Jobs, é a rebeldia dos anos 60, a chamada contracultura, a crença de que os jovens da época tinham que lutar contra as forças do mal. Não só Jobs, mas toda a geração da década 60 é responsável pelo futuro que se tem hoje, que, se não é perfeito, é muito mais libertário do que há pouco mais de cinco décadas. Fato é que Steve usou toda essa atmosfera de não-pertencimento, de quebra de regras, para a construção da marca, e este processo é descrito de forma genial.

Em termos corporativos e de gestão, o livro fornece pontuais aulas de administração em suas complexidades. Atuar em diversos segmentos ou descontinuar alguns deles para direcionar esforços naquilo que realmente importa? O produto precisa nascer com um preço ou este valor vai sendo definido com o processo de criação? Qual o papel do consumidor e do produto dentro de programas de marketing? A forma com que a empresa se apresenta em termos de imagem ao mercado é compatível com a sua proposta? O que fazer com a concorrência? Estes são todos dogmas comuns a qualquer administrador, de qualquer empreendimento e dão uma noção do quanto esta ciência social é injustamente subestimada. Isso sem falar na política intrínseca aos grandes empreendimentos, com conselhos de administração e outros órgãos diretivos, cuja opinião é fundamental para que a entidade seja gerida (a ora turbulenta, ora amistosa relação com o fundador da Microsoft, Bill Gates e a forma com que Jobs volta à Apple em 1996 são pontos geniais nesse aspecto). E se forem levados em conta os mercados em que a Apple atua, com a dependência de centenas de autorizações legais, patentes e acordos com outras companhias, essa esfera administrativa fica ainda mais complexa.

Empreendedor, visionário, incompreendido, idiossincrático, pai de família deficiente, autoritário e/ou intransigente, Isaacson é certeiro ao descrever Jobs em todas as suas faces de forma precisa e totalmente informacional. O biografado foi uma das personalidades mais importantes para a construção do século XXI e nessa obra, extensa sem ser cansativa, há uma merecida biografia para o homem que viu grande parte do que se entende por "hoje" já há quase cinco décadas atrás.
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