ka mcd 06/03/2013
O Verão Que Mudou Minha Vida
Hoje é a primeira vez que não vou fazer uma resenha positiva. E provavelmente serei uma das poucas pessoas que vocês verão falando mal desse livro. Já que todo mundo, aparentemente, está apaixonado por ele.
Em primeiro lugar: a estória não é lá muito interessante. Quase nada acontece no decorrer do livro. Nada mesmo. Nós vemos apenas Belly fazendo seus biquinhos, tentando causar ciúme no Conrad, brigando com sua mãe e reclamando da vida. Tudo em uma casa de que ela, sua mãe e seu irmão dividem, todo verão, com uma amiga de sua mãe e seus dois filhos – Jeremiah e Conrad. E, ao mesmo tempo, vemos o passado. Como eles chegaram a tal ponto, como foram os outros verões, o que faz esses verões serem tão importantes para eles.
Fora algumas poucas situações engraçadas e boas filosofadas da autora, não há nada que tenha me interessado no livro. Exceto Conrad. Quer dizer, só por um tempo. Por que, sabe aquele tipo de livro no qual você não consegue gostar de nenhuma personagem? Pois é, esse é um desses livros.
Vamos começar por Belly. A pior. Ela é a personagem mais infantil e mimada que eu já vi na minha vida. Ela literalmente faz bico quando as pessoas não fazem o que ela quer, ameaça o irmão com ‘vou contar para a mamãe’, consegue ser mais volúvel do que a Zoey de HoN, vive fazendo brincadeiras realmente infantis, não sabe argumentar – ou seja; só sabe gritar ‘cala a boca’ quando discute com alguém – e age como se soubesse o segredo da humanidade só por que, de repente, ficou bonita. E ela tem quase 16 anos de idade! Ela me irritou tão, tão profundamente que eu não sei como não joguei o livro na parede e o rasguei inteiro. E o pior: parece que ninguém liga para essa personalidade extremamente fútil dela.
Acho que não é exatamente que ninguém liga, é mais por que todos eles são tão superficiais quanto ela. Eu gostei muito do Conrad logo que ele apareceu, é impossível não se interessar por um cara como ele: meio sombrio, calado e com algum segredo que o torna um garoto-problema, mas que tem um lado sensível. Foi uma pena a estória mostrar como ele é completamente egoísta e até imaturo.
O irmão dele, Jeremiah, foi o único que não mudou no meu conceito ao longo do livro. Ele é bem-humorado, fofo, infantil, meio bobão, sem-vergonha e nada muito extraordinário. Então, sim, eu terminei o livro gostando muito mais do Jeremiah do que do Conrad.
Fora eles ainda têm as mães. Susannah foi a única personagem que me pareceu madura de verdade na estória. Ela teve e ainda tem sérios problemas, está sempre tentando ajudar os outros, raramente se irrita, é quem faz tudo na casa e sabe como controlar as pessoas ali dentro. Diferente de sua melhor amiga - mãe de Belly e Steven - que não sabe nem como cuidar dos filhos direito. Isso já é o suficiente para eu não gostar da mulher. Mas ainda tem o fato de ela agir como se ainda fosse uma adolescente (não que eu ache que pessoas mais velhas não merecem diversão, o problema é que ela extrapola).
Muita gente diz que essa estória é sobre um verão lindo, um verão onde Belly amadurece, onde ela começa a entender as coisas e em que tudo se resolve. Não. Não para mim. Eu não acho que Belly tenha realmente mudado no final do livro, ela agiu mais responsavelmente? Sim, mas só por que aquele exato momento pediu isso dela. E... ‘o verão perfeito’? Nem um pouco! É um drama disfarçado de romance, por que não tem nada de lindo.
"Às vezes é como se as pessoas fossem um milhão de vezes mais belas na nossa cabeça, como se as víssemos através de uma lente especial. Mas, por outro lado, se é assim que as vemos, talvez seja assim que elas realmente são."
Mas preciso elogiar a autora pela forma como conduz a estória. Intercalando capítulos que se passam no presente, com capítulos que se passam nos verões anteriores de Belly, Conrad, Jeremiah e Steven. É muito mais fácil entender as personagens e as situações assim. E o modo como ela os intercalou foi bastante inteligente também, deixando-nos curiosos para saber o que aconteceria nas duas estórias – a presente e a passada.
O livro tem várias idéias, filosofias e ambições muito boas, mas, por seus personagens não seguirem nenhum de seus ideais, perde a força que deveria ter e se torna algo superficial, levemente irritante e nem um pouco distrativo.
http://blogminha-bagunca.blogspot.com.br/2012/01/resenha-o-verao-que-mudou-minha-vida.html