Resenhas - Eu Sou a Lenda

Ogaiht 02/08/2022

Apocalipse Vampírico
Acabei me interessando neste livro muito tempo depois depois de ter assistido à adaptação cinematográfica, uma boa e divertida produção estrelada por Will Smith. A narrativa gira em torno de Robert Neville, aparentemente, o único humano sobrevivente de uma pandemia que matou a maior parte da humanidade e transformou a outra parte em vampiros, um detalhe diferente do filme, já que neste os infectados se transformaram em zumbis. A estória foca na solidão de Neville, vivendo uma vida vazia, matando vampiros dia após dia e tentando achar um motivo para seguir em frente. O livro tem uma narrativa ágil e a leitura é extremamente rápida e agradável. Também gostei que o foco da narrativa seja na solidão do personagem e nem tanto na ação. O final é muito mais interessante que a conclusão boba do filme, justificando o título da obra. O único problema que me incomodou é a diferença vampiros-zumbis. Fiquei intrigado sobre como o livro explicaria os vampiros sob a perspectiva da ficção científica, afinal vampiros sempre foram criaturas rodeadas de misticismo e magia. A narrativa até chega a brincar com essa ideia, ao mostrar o personagem principal se questionando se os infectados judeus ou muçulmanos teriam medo da cruz. Mas, infelizmente a explicação do livro não me satisfez nem um pouco. De qualquer forma, é uma estória divertida e uma leitura muito agradável e muito superior ao filme.

Fernando 10/02/2023

Surpreendente!
Nunca tinha lido e sempre tive um certo receio de ler por causa do filme. No fim, é outra história, muito mais profunda e psicológica, você está o tempo todo dentro da mente do personagem completamente perturbado? além de transformar histórias de vampiros ?clichês? numa ficção científica! Super recomendo!

Daniel Miguel 28/05/2020

Eu sou a Lenda
"O mundo ficou louco, pensou. Os mortos andam por aí e eu acho isso normal."

Uma praga fez com que todas as pessoas do mundo se transformassem em criaturas horripilantes sugadores de sangue, porém no meio disso tudo restou apenas um carinha humano que passa a tentar sobreviver...

Um romance de ficção científica/terror escrito por um autor que inspirou o mestre King não teria como dar errado. História incrível, escrita muito rapidinha de ler e a narrativa nem se fala. Acompanhar o Robert Neville nesse contexto pós-apocalíptico foi surreal, eu literalmente senti empatia por ele, todas as descobertas que o Neville fez eu gritava daqui de alegria, toda vez que ele ficava mal eu ficava mal com ele, não tem como não se envolver com a trama.

Se você gosta desse tipo de história com certeza vai gostar desse livro, e se caso estiver a fim de sair da zona de conforto e ler algo diferente pode ficar a vontade que você não vai se arrepender, no mínimo vai querer mais quando a história acabar, foi isso que eu senti quando acabou.

Vini 22/03/2021

Vitória ou adaptação da derrota?
Richard Matheson criou uma obra incrível à cerca do medo, depressão e solidão.
Robert Neville foi um árduo lutador que, como diz o nome do livro, foi uma lenda. Ele teve de lutar contra a depressão ao perder a família, lutar com o medo ao perder a rotina e lutar com a solidão ao perder a própria vida para se tornar alguém totalmente diferente, apenas para sobreviver.
Toda a narrativa se difere completamente do filme. O texto é muito mais profundo e reflexivo, comparado ao que foi apresentado nos telões (que teve muita ação e um 'pé' para um futuro esperançoso).

Recomendo o livro, porém ele é muito 'desumano' em relação à esperanças e ao famoso "o bem sempre vence o mal", então pode desagradar muitos leitores.

Lucca 06/01/2021

Eu sou a lenda
Pqp, simplesmente. Que livro fantástico, me pegou desde o começo e eu nunca li algo que retratasse a solidão, e esse livro fez isso muito bem.

RenanTavares 09/03/2022

Que livro sensacional!!!!
"Naquele momento, pensou: eu sou o anormal aqui. Normalidade era um conceito de maioria, um padrão de muitos e não o padrão de apenas um homem"

Que livro sensacional... O jeito de contar a história, o modo como ele passar os temores e as angústias dele e incrível. Você consegue sentir a solidão. Tudo nesse livro é muito bom. Com certeza vai ser um dos melhores do meu ano.

Gabriel1994 22/05/2023

Neville... Você é a Lenda!
Comecei a ler Eu Sou a Lenda com grandes expectativas e termino a leitura com as expectativas atendidas e com um dos personagens mais emblemáticos que considero.

Em Eu Sou a Lenda vamos acompanhar a história de Robert Neville. Neville é um homem que vive um holocausto pós apocalíptico vampiresco como o único sobrevivente. Ele se vê isolado, sozinho e solitário. Levantando questões e buscando respostas que tragam algum significado para os vampiros, ele próprio como sobrevivente, o vírus, os infectados, uma cura, um porquê... Neville mergulha na solidão e nas reflexões e pensamentos derradeiros e melancólicos que um mundo vasto e ao mesmo tempo diminuto pode oferecer. As dores que esse apocalipse lhe causou, ele tenta refletir em refúgios que trazem mais tristeza. A bebida e a raiva revelam o lado ignóbil e bestial de Neville.


Sinto que li um excelente livro, mas que conheci um baita personagem. Por mais estranho que pareça ser, gostei bem mais de Neville do que a história em sí... É verdade! Todas as emoções e sentimentos que tornam Neville um ermitão (como ele mesmo se denomina) na realidade revelam o quão humano ele é. Não é atoa que depois de muito tempo quando o personagem principal tem contato com uma vida animal que não seja a dele ou dos grotescos vampiros que passeiam a noite pelo lado de fora da casa, Neville vira uma outra pessoa. Um cachorro e uma esperança de sentir algo como humano se tornam viáveis aos olhos de Robert Neville e isso faz ele rever algumas coisas, alguns conceitos e atitudes. Quando Neville se depara, depois de 3 anos com uma vida humana então, ele se torna um tipo de Frankenstein. Agindo instintivamente de certa maneira selvagem.

Neville é de fato um personagem diferenciado! Já li livros nessa pegada pós apocalíptico em que a trama envolve o ambiente ou a narrativa dita o clima do ambiente pós apocalíptico, mas em Eu Sou a Lenda quem faz essa conexão do cenário apocalíptico e o leitor é o personagem principal. Impossivel não simpatizar com Neville, não se colocar no lugar dele e se imaginar em uma situação dessa. O quão desumanos podemos ser isolados na solidão?

Talvez a tentativa que o autor teve em explicar de forma técnica algumas questões biológicas que justificassem os vampiros não me desceu redondo. Senti que foi um pouco forçado e isso me deixou meio que boiando e tendo que pesquisar alguns termos ou palavras, mas isso são detalhes que são passageiros e não atrapalham a leitura no conjunto da obra. É só mais um detalhe mesmo.

Foi uma leitura sensacional! Recomendo muito a leitura desse clássico do terror que fez a ponte para a mudança do gênero na literatura de terror/horror moderno. Richard Matheson amassou nesse livro!

Livraço! Digníssimo de 4.5 estrelas!!!



"Volta completa, ele pensou enquanto a letargia final rastejava por seus membros. Um novo terror nascido na morte, uma nova superstição entrando na fortaleza inexpugnável da eternidade

EU SOU A LENDA."

Livia1405 15/04/2020

Somos todos loucos aqui
Ler um livro na quarentena sobre um cara que está sozinho no mundo traz uma empatia única pelo personagem. Mesmo que não sejamos as únicas pessoas do planeta. A história de Robert é sofrida demais, o livro não tem nenhum alívio cômico, a sensação de melancolia é grande, mas a história flui tão bem e a curiosidade em saber o que acontece é tão grande que não queremos largar. Os pensamentos e comportamentos gerados pela solidão são sensacionais e o final é de tirar o chão. É triste, mas amei!

Gustavo Kamenach 14/09/2022

Uma reflexão sobre a barbárie
"Tais pensamentos eram um testemunho hediondo do mundo que ele havia aceitado; um mundo no qual assassinar era mais fácil que ter esperanças."

A ficção especulativa é definitivamente meu gênero favorito e Eu sou a Lenda está aí para me confirmar isso. Richard Matheson criou os alicerces para tudo que veio de 1954 a frente em se tratando de tramas pós-apocalípticas, lendo esse livro fica claro o quão importante ele foi e continuará sendo para a cultura pop no geral. Foi ali que ele determinou regras a partir de grandes clássicos da literatura, moldando o gênero em questão.

Dito isso, a história em si é interessante demais, causa arrepios em diversos momentos, promevendo discussões sociológicas pertinentes até hoje: o embate ciência X crendices/pseudociência, o comportamento humano frente a barbárie e a queda das instituições que domam a sociedade. O protagonista Robert Neville é praticamente um estudo psicológico do homem em privação da segurança, do isolamento social e da persistência do instinto de sobrevivência frente à adversidades.

Quanto à adaptação mais recente de 2007, esqueçam o que viram e leiam o livro, é outra história completamente diferente e evitei ler todo esse tempo em vão.

Alan.Nina 09/04/2022

Leitura fluida e aberta
Richard Matheson tem um alto poder de falar pouco e dizer muito. A linguagem é fluida, a leitura de fato prende, e cheia de simbolismos, tornando uma história simples enriquecedora.
O enredo é sobre um humano sobrevivente tendo que conviver com um mundo onde o restante da humanidade se tornou vampira, aparentemente por conta de um vírus. Qualquer semelhança com a atual pandemia do coronavirus não é mera coincidência, mesmo porque uma estratégia adotada pelo autor é justamente o fato de se virar isoladamente na sua residência, recorrendo não apenas a livros científicos (dado às técnicas que precisa aprender para sobreviver, como o funcionamento de um gerador) mas também de cunho artístico (o personagem ouve Mozart, por exemplo).
O medo, o terror psicológico, a bebedeira, até mesmo o olhar diferente às vampiras, conferem um ar de humanidade e fragilidade ao personagem, até mesmo o seu passado familiar meio obscuro. Nem dá pra dizer se ele era um bom pai ou um bom marido, o fato é que ele, naquelas condições, mostra suas fraquezas e virtudes, e Matherson consegue nos fazer criar empatia.
No limite, a obra discute o que é normal e patológico em uma sociedade, tal qual Durkheim em seus estudos sociologicos, e até que ponto a violência e o poder do mito não apenas são justificáveis, mas consequências naturais do nosso ser social.
Um grande livro, um clássico indiscutível, de leitura agradável e que poderia até ser mais profunda, já que as discussões ali inseridas são universais. Recomendadíssimo.

Rian gomes 20/02/2023

A lenda vive
Acabava de ler este livro espetacular e não parava de pensar no final dele e o significado, muito melhor que o filme.

Raul Limma 14/06/2021

Belo final
A história e a sacada são ótimas, muito espertas e espirituosas. Condução segura e com um final brilhante, mas me incomodou bastante a escrita seca, dura do autor. Sei que era contista e roteirista de TV e isso explica muito, mas ao meu paladar faltou um pouco de maciez no texto kkk

Mas vale a pena ser lido. Bem legal.

Rafilds 12/12/2021

Trama pós-apocalíptica das melhores
?Normalidade é um conceito de maioria??.
Uma ficção bem elaborada, infinitamente melhor que o filme (Will S.).

Luisa Jordana 04/06/2020

Eu sou a lenda
Robert Neville mora em Los Angeles e ele está sozinho, de certa forma. O país e muito provavelmente o mundo inteiro foi assolado pela pandemia dos "vampiros", mas Robert, de alguma forma, é imune à doença e sobrevive sozinho em meio ao caos e com a convicção de que talvez seja a última pessoa viva que ainda resta no planeta.

O impacto que essa leitura me causou foi muito maior do que eu esperava. Fui sem muitas expectativas devido à algumas resenhas que li e opiniões que ouvi a respeito do livro, confesso que também tinha o filme em mente, pois gostei muito da adaptação com Will Smith e havia sido avisada de que esta divergia muito da obra de origem. Devo dizer que cada um é bom a sua maneira, tanto o filme quanto o livro, pelo menos em minha opinião.

O enredo é focado na solidão de Robert, pois passamos a narrativa inteira enterrados em sua mente cada vez mais desesperada e errática. Os vampiros em si não representam tanto uma ameaça, já que o protagonista é imune à tal doença, de forma que o estrago com relação à pandemia já foi feito. A leitura me trouxe, na maior parte do tempo, uma sensação claustrofóbica e o autor obteve sucesso em me despertar os medos que Robert sentia, suas fases mentais, à medida que se resignava com sua realidade. Richard Matheson realmente entende a natureza humana e sabe que, mais do que o medo de predadores ferozes, o medo do vazio e da morte solitária é o que realmente assombra a maioria.

O final me deixou muda, não foi nada do que eu esperava! Não vou dizer se gostei ou não da conclusão, porque tiraria um pouco do clima de tensão que é a cereja do bolo aqui, mas com certeza me surpreendeu e não me arrependo de ter finalmente criado coragem para ler essa obra prima.