La Caverna

La Caverna José Saramago




Resenhas - A Caverna


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JaneMary 09/01/2012

A caverna
Não li muitos livros de José Saramago, mas de todos os que li, apaixonei-em em cada um. É uma experiencia diferente, a leitura das palavras escritas por este senhor. Sem duvida que se encontra, para mim, entre os melhores do mundo.
Gostei da história desta humilde familia. Humilde mas inteligente no que toca à sabedoria da vida. Como já foi dito, o autor apresenta grandes lições de vida, por vezes numa simples frase.
Apaixonei-me pela personagem do Achado, que me fez lembrar alguém que em tempos me fazia companhia,a mim e aos meus. Impressionante como os cães conseguem persentir acontecimentos, situações e sentimentos.
Gostei bastante.
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ABurgan 06/12/2011

Gênio
Prepare-se para não respirar durante a leitura! Dá para contar quantos pontos e quantas vírgulas tem no livro todo! A metáfora pode ser interpretada de diversas formas, basta abrir a sua mente!
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Jpg 13/09/2011

Cavernismo

O tema não é nada novo: distopia da modernidade, crítica ao consumismo e ao capitalismo em geral, em forma de alegoria. O discurso retórico, muitas vezes recorrendo a pausas para explicações em parágrafos que chegam a durar um capítulo inteiro, é de desanimar.

Mesmo assim, não deixa de ser um ótimo livro pra quem nunca ouviu falar no assunto, e talvez interesse os que gostam do tema e procuram novos pontos de vista.

A crítica é certeira e pode se adequar a qualquer sistema-caverna-sócio-econômico do mundo, onde o que não gera mais riqueza material - seja isto um produto ou mesmo um ser humano - é empurrado para a margem da sociedade, ou pra fora da "caverna", no caso.

A sorte de Cipriano Algor e companhia, é não ter crescido dentro da caverna, de modo que podem prescindir dela a qualquer hora. E então uma questão paira no ar: e aqueles que cresceram dentro da caverna e estão acostumados com as sombras, conseguirão em algum momento escapar dela caso vejam a verdade?
Mari 28/05/2013minha estante
De fato, o tema não é novo. Pode-se, até, colocá-lo numa tríade com o que sempre chama-se de dupla inseparável, o Admirável Mundo Novo e o 1984, em suas contradições e concordâncias. No entanto, o que mais me faz cair de amores pelos romances do Saramago são esses parágrafos gigantescos, enigmáticos, por vezes auto-explicados, metalinguísticos e - a minha característica preferida: que sempre colocam em cheque a autoridade do autor, a honestidade do narrador e a realidade do livro ser só um livro, dispensando a falsa noção de que a sua narração pode conter todas as verdades e os acontecimentos.
Achei o livro bom PORQUE me interesso pelo assunto (e pelo autor, como ficou claro). Ele passa longe do julgamento seco de "capitalismo não presta" e, embora o diga, quer mesmo é nos contar essa história, do oleiro, da filha, do genro, dessa gente simples.

Mas uma opinião é sempre uma opinião, haha :)




Fran Kotipelto 28/03/2011

"Não tenhamos pressa, mas não percamos tempo." José Saramago

"Quando digo que as pessoas que estão na caverna somos todos nós é porque damos muito mais atenção às imagens do que àquilo que a realidade é. Estamos lá dentro olhando uma parede, vendo sombras e acreditando que elas são reais."

Mais uma vez executo uma tarefa árdua,de extrema reponsabilidade,e consequentemente quando se tem uma "missão" desse nível, é impossível não pensar várias e várias vezes afim de escolher as palavras certas,assim como Saramago escolhe uma a uma as palavras que vão compor suas obras magistrais.

Em "A Caverna",José Saramago disseca, através da história de pessoas comuns,um oleiro, um guarda, duas mulheres e um vira-lata chamado "Achado",o impacto destruidor da nova economia sobre as economias tradicionais e locais. Esses personagens circulam pelo Centro, um gigantesco monumento do consumo onde os moradores usam crachá, são vigiados por câmeras de vídeo e não podem abrir as janelas de casa.

E é muito fácil identificar o capitalismo,representado pelo 'O Centro Comercial (a caverna),que engole, desfaz, destrói e passa por cima das relações humanas em nome do dinheiro. Esse processo atravessa esterilizando a vida das pessoas comuns que exercem uma profissão e se reconhecem nela.

Todos nós de certa maneira, em diferentes graus somos vítimas desse processo,mas em "A Caverna" o oleiro Cipriano é a principal vítima,já que vendia a louça de barro que fabricava artesanalmente na aldeota em que vive - agora, os clientes do Centro preferem pratos e jarros de plástico. Sem outro ofício na vida, Cipriano perde a razão de viver. E a convite do genro,o guarda Marçal, muda-se para o Centro, essa verdadeira gruta onde milhares de pessoas se divertem, comem e trabalham sem verem a luz do sol e da lua.

Enquanto isso, embaixo dos diversos subsolos, os funcionários do Centro descobrem uma estranha caverna. Driblando a vigilância, Cipriano consegue entrar lá. O que descobre é aterrador.

Usando mais uma vez alegorias tão bem abordadas, José Saramago nos presenteia com um romance muito bem construído que nos faz ponderar sobre questões que poucos são capazes de reconhecer, não estaremos vivendo sobre as muitas sombras criadas por uma caverna chamada capitalismo? Quem somos senão aquilo que consumimos? O "ter" é mais importante que o "ser"? Quais os nossos vínculos afetivos que ficam isentos das diretrizes econômicas? Por que a profissão que eu tenho importa mais do que meu caráter? Por que ver apenas "sombras" materialistas,quando podemos vislumbrar com nitidez a felicidade que de maneira nenhuma está direcionada ao consumismo desvairado imposto pelos "senhores das sombras"?



Jow 28/03/2011minha estante
Otima resenha, de um livro que aborda um assunto atualíssimo já profetizado pelo grande Platão, em seu livro "A República", que foi escrito com a finalidade de jogar uma fagulha de luz na mente dos homens... Homens que vivem na mais completa condição de ignorância.
Parabens Fran!


Luh Costa 28/03/2011minha estante
Suas resenhas são maravilhosas.
Adoraria ler esse livro. Saramago é leitura obrigatória.


Gláucia 31/03/2011minha estante
Esse foi meu primeiro Saramago. Sua resenha me fez reviver sua leitura.


Alan Ventura 01/04/2011minha estante
Ótima resenha, maravilhosos questionamentos abordados.




raquellruiz 10/01/2011

É um contemporâneo!
Bom, não tem como fugir da constatação de Pilar del Rio ao ler Saramago: é um contemporâneo!
Este livro não traz nada de novo, ele apenas relata tudo aquilo que estamos cansados de ver, e por isso mesmo, não paramos mais para analisar. Filosófico porque nos dá novamente a oportunidade de refletir! Se o objetivo de Saramago era desassossegar os seus leitores, ele consegue.
Consciência de si, quem sabe um dia teremos!
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Nica 20/12/2010


Esta foi a segunda vez que li o livro de José Saramago, A Caverna. A primeira leitura foi emocionante, chorei e ri com seus personagens, tive pena ao terminar a leitura e me prontifiquei de lê-lo de novo. Durante a segunda leitura, alguns anos depois, me encantei seguidamente com o personagem Cipriano Algor, um homem idoso, simples bucólico, viúvo, solitário, discretamente romântico e sonhador.
A Caverna é um romance que trás em si o tema da Caverna de Platão, muito se tem a discutir sobre isso, porém não será agora, já que esta abordagem vai nos levar muito tempo de leitura e discussões profundas em torno de logos, mundo sensível e supra-sensível, verdades e mentiras e muitos outros temas que a filosofia nos induz a pensar. O que vou abordar nesta resenha é simplesmente a verdade que atinge a sua narrativa num jogo de claro e escuro, de sol e sombra, de velho e novo, de morte e vida, de sabedoria e ignorância, de ordem e obediência, ilusão e realidade. Mas principalmente, a ditadura capitalista imposta à nossa sociedade alienada.
Saramago é cruel, não tem dó de seus personagens, sempre me irrito com ele quando o estou lendo, pois ele normalmente destrói os seus mundos, colocando-os em níveis mais insignificantes. Com Algor não foi diferente, aos sessenta anos com uma filha, um genro, um neto a caminho, um cão achado, um amor encoberto e um trabalho digno. Tudo normal, com direção certa e convicção de sua estabilidade no meio em que vivia. Porém vem o Centro e extingue seu mundo, esmaga seus sonhos, tira-lhe a dignidade. Já o Centro é tratado na trama como um personagem,tem características divinas e como um Deus, constrói e destrói seus súditos, todos vivendo sob sua função e determinação, ele representa a força capitalista,
Dois momentos me emocionaram muito na trama:
A destruição das louças por Algor - é muito triste vê-lo destruir seu trabalho, sua vida, seus sonhos;A criação dos bonecos - é marcante, uma beleza suprema, descrição divina da criação - a narrativa nós emociona pela doçura da descrição da criação do homem que veio do barro.E Algor, um oleiro, como Deus, sopra nas narinas e faz-se a vida:
Então, como se estivesse a um nascimento,segurou entre o polegar e os dedos indicador e médio a cabeça ainda oculta de um boneco e puxou para cima. Calhou ser a enfermeira. Sacudiu-lhe as cinzas do corpo, soprou-lhe na cara, parecia que estava a dar-lhe uma espécie de vida, a passar para ela o hausto dos seus pulmões, o pulsar de seu próprio coração. Pg 202
Para Agor, oleiro, criador, o ser é puro e digno de respeito e direitos, diferente do Centro que do homem só lhe extrai trabalho e obrigações.Pessoas e coisas são colocadas em um só plano, Algor é tratado como objeto.
Como mesmo afirma Saramago, A Caverna forma uma trilogia com as obras Ensaio sobre a cegueira e Todos os Nomes. As três obras abordam temas filosóficos e sociais, confrontos estabelecidos entre uma ordem social, política e econômica e o homem numa comunidade fundamentada na família, no trabalho, dignidade, amor, humanidade. As três abordam temas do mundo contemporâneo e a hegemonia do capitalismo atual.
Para seguir esta trilogia, o próximo livro que farei a resenha será Todos os Nomes, o qual fazei uma leitura rápida, pois já faz algum tempo que o li.
Espero que esta resenha influencie você que não leu ainda, A Caverna, a lê-lo, pois é um livro belíssimo, emocionante.

http://lereomelhorlazer.blogspot.com/
Carla Macedo 27/12/2010minha estante
Só faço um adendo à sua resenha: apesar de Saramago destruir seus personagens ele também dá oportunidade de salvá-los! Afinal, apesar de tudo, nós escolhemos o nosso rumo. Parabéns pela resenha e boas leituras.




Rachel 15/10/2010

A saída é a não-saída
O que fazer quando se é inútil para a sociedade? Quando tudo o que se é é considerado defasado? Entregar-se? Mudar o jeito de ser, deixar de ser? Morrer? Saramago constrói com sua pena de mágico uma estória comovente, pouco a pouco o leitor se apaixona por suas personagens e seus conflitos internos, suas angústias, suas pequenas alegrias...
A vida é simples, o ar é puro e o homem é cruel...
A única saída é não se entregar.

"Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou,
Sei que não vou por aí."
José Régio
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Carla Macedo 06/10/2010

O destino de nossas vidas... nós escolhemos!?!?!?!
Estou precisando mesmo ler outro autor urgentemente senão ficarei viciada em Saramago! (Já providenciei isso!rs)
Eis que se apresenta uma reflexão de comportamento, fantástica e singela, dessa nossa vida contemporânea.
A Caverna. Este livro lhe conduz acompanhar a transição de vida de uma família cujo o sustento por muitos anos veio da confecção de utensílios de barro no tradicional forno-à-lenha e se vê falida por não mais poder vender seus objetos pelo fato da indústria poder oferecer os mesmos utensílios com maior rapidez, qualidade, diversidade aos consumidores e ter que morar no Centro (um lugar sedutor aos olhos dos práticos) onde se pode morar, trabalhar, consumir sem sair de lá. Uma cidade de pedra, com regras sólidas, tudo muito bem feito e perfeito! Uma vida que todos querem ter!?!? O Centro tem o trabalho e você tem o prazer, o descanso sem preocupações! O paraíso! A Caverna!
Cipriano Algor, viúvo, um Senhor de meia-idade, inteligente, sadio, já não têm mais idade para aprender um novo ofício e se vê diante da angústia de não poder ser útil a ele mesmo, à sua família e à sociedade. Sem escolha, após a promoção do genro a guarda residente, terá que acompanhá-lo junto com a sua filha grávida a morar no Centro, deixando para trás uma vida bucólica, simples, um singelo amor por uma vizinha e um cão (este merece um comentário à parte: Saramago, sempre que pode, provoca situações e convoca a reflexão sobre a nossa racionalidade, nossa inteligência).
Certo de não ter outra coisa a fazer, resolve conhecer e desfrutar do que o Centro pode oferecer: subir e descer escadas rolantes, poder ter um dia com neve, tempestade, um dia na Amazônia, um dia ensolarado na praia, um dia em qualquer lugar turístico do mundo! Tudo isso sem precisar sair de lá! Mas tudo isso afronta sua inteligência. Ele é um ser pensante e se diverte em anotar frases que estimulam o consumo e enaltecem o Centro como a solução dos seus problemas (lembra alguma coisa? É mera coincidência! rs). E isso foge ao comportamento comum, a ponto de sua curiosidade chamar a atenção do segurança do Centro.
Mas algo acontece de inusitado em uma da obras de expansão do Centro. Manter a aparente normalidade é prioridade e isto deve ser resolvido de forma sigilosa. Isto provoca a curiosidade aguçada de Cipriano Algor. Então, resolve descobrir do que se trata no dia de plantão de seu genro. Com a sua descoberta, revela-se ali um espelho de sua vida. Neste momento, como o acordar de um sonho, resolver assumir sua vida, da maneira que puder e der. Sair do Centro, sair da Caverna, foi o primeiro passo.
Fragmentos da leitura me vêm à mente. As questões psicológicas, sociais, a crítica explícita do autor sobre o capitalismo... Falar mais perde o encanto da leitura do livro e a instigação à reflexão.
Bom, espero que outros leiam para que possa apreciar outras impressões sobre este livro.
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Raquel Lima 14/07/2010

A caverna do Saramago, Platão e nossa
A sua interpretação do mito da Caverna de Platão nos levando a analisar a nossa "Caverna". Um oleiro, sua filha, seu marido e o cão Achado, nos levam a pensar o quanto ficamos presos aos nossos custumes, as regras, o medo.
Uma interpretação encantadora do mito apesar de tão estudado em nossas primeiras aulas de Filosofia que o encanto da realidade-fantasia do Romance de Saramago nos surpreende com romance, questões filosóficas e grandes pensamentos...Três deles gostaria de destacar:

“Na vida tudo são fardas, o corpo só é civil verdadeiramente quando está despido.”

“…os jovens não sabem o que podem enquanto os velhos não podem o que sabem.”

” A necessidade também legisla.”
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Jonara 23/04/2010

Eu tinha uma professora de história da arte que era fascinada por este livro. Louca mesmo, sempre falava dele, que era maravilhoso e fantástico, que a gente deveria ler... pois... lá fui eu, cheia de expectativa ler, e achei uma decepção. Não que o livro seja ruim. É que o Saramago se dedicou demais à falar da olaria, e criou uma imagem gigante do Centro. Só que quando chega na hora de falar do Centro, ele fala muito pouco e já encerra o livro! Tanta espera, tanto preparo pra ir, pra ele falar tão pouquinho? Foi isso. Me decepcionei porque esperei demais. Talvez eu leia de novo em outro momento.
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Samir 08/03/2011minha estante
Eu também queria que ele falasse mais do centro rsrsrs




valdir1 19/04/2010

Literatura...
Um excelente livro... Apesar do tempo, ainda lembro da sensação de saborear as palavras bem postas como se um artesão milenar tivesse em cada frase gasto uma eternidade em sua elaboração.
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Gláucia 01/04/2010

Triste realidade
Esse foi meu primeiro Saramago e foi amor à primeira leitura, levou-me a querer ler todos os outros. Cipriano perde seu lugar no mundo capitalista e o livro retrata a difícil tarefa de um "idoso"( para os padrões do Centro) se readaptar. Lindo, triste, maravilhoso!
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Rosa Santana 16/12/2009

"A Caverna"

É aqui que se inicia o processo de cegueira humana porque mostra um mundo que se abre à produção e ao consumo, massificando o sujeito e levando-o na correnteza. É daqui que vem a alegoria da barbárie que Saramago oferece ao leitor em Ensaio Sobre a Cegueira, porque o mundo se resultou em um grande, colorido e chamativo "Vende-se!!"

(Só para não me esquecer. Depois complemento...

Louco, sim, louco, porque quis grandeza
Qual a Sorte a não dá.
Não coube em mim minha certeza;
Por isso onde o areal está
Ficou meu ser que houve, não o que há.

Minha loucura, outros que me a tomem
Com o que nela ia.
Sem a loucura que é o homem
Mais que a besta sadia,
Cadáver adiado que procria?)
Biel 29/10/2014minha estante
complemente por favor *-*




Douglas 01/10/2009

Incrível!!
A Caverna é uma história incrível. Uma crítica ao capitalismo que tu comercializa, a visão condicionada do mundo, a realidade que nos é imposta, em resumo, uma crítica à sociedade atual. Quanto ao modo "saramaguiano" de escrever, confeço que muito me agrada. Quem nunca leu Saramago, de fato, estranhará um pouco, mas vale o esforço.
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RAVAGNANI 01/03/2009

Apenas...
Neste livro, Saramago apenas conseguiu ajustar uma parábola a um romance. Nada além disto!
Jorge 26/12/2014minha estante
Como assim nada além disso? kkkk




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