O Evangelho segundo Jesus Cristo

O Evangelho segundo Jesus Cristo José Saramago




Resenhas - O Evangelho Segundo Jesus Cristo


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Fernanda.Despirto 09/10/2022

Saramago nunca decepciona.
Livro fantástico, principalmente do meio para o final.
Não tem como não se apaixonar e se identificar com os personagens.
Vale super a leitura ?
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Selma 17/08/2022

Gostei da experiência
Não sou muito fã de Saramago, mas estava bem curiosa para ler este livro dele. Li e gostei da maneira que o autor utilizou pra contar a história de Jesus, mesmo achando estranho ela não ser contada em primeira pessoa, sendo o esperado se tratando de um evangelho "segundo" Jesus Cristo, então ter um narrador onisciente foi uma grande surpresa pra mim.
O que mais chamou minha atenção, fazendo com que lesse a história toda, foi o primeiro capítulo, com descrições bem detalhadas da cena do Calvário, nos dando a impressão que a história estava saindo de dentro de um quadro.
Queria muito saber onde tudo isto ia dar e gostei muito do resultado, mesmo com as estranhezas causadas pela falta de marcação dos diálogos e outras pontuações.
Com certeza Saramago não é um livro pra qualquer um ler, pois exige um leitor experiente, principalmente pela falta das pontuações que dificultam o entendimento, fazendo com que um leitor iniciante desista logo nas primeiras páginas.
cpreviatti 17/08/2022minha estante
Uiaaaaa 4 estrelas!!!!!!




Procyon 16/08/2022

O Evangelho Segundo Jesus Cristo ? Resenha
?O filho de José e de Maria nasceu como todos os filhos dos homens, sujo de sangue de sua mãe, viscoso das suas mucosidades e sofrendo em silêncio. Chorou porque o fizeram chorar, e chorará por esse mesmo e único motivo.?

Na literatura, a imitação, a contradição e a ironia dos textos pós-modernos muitas vezes transformam-se na paródia. Esse movimento, o pós-modernismo, posta-se quase sempre em direção a um passado, de forma alguma numa perspectiva nostálgica, mas sim crítica e contestadora. A ironia, então, passa ser um elemento retórico fundamental na medida em que, incorporado à paródia, instiga o leitor a questionar os pressupostos discursivos daquele passado. O escritor português José Saramago projetou em seus romances essa dimensão irônica sem tornar a narrativa ? ainda que escrachada ? uma causa de riso ridicularizador por parte do leitor.

De família humilde, José de Sousa Saramago nasceu em 16 de novembro de 1922 em Azinhaga, uma aldeia do Ribatejo, em Portugal. Tornara-se um escritor prolífico, sendo, portanto, autor de romances, contos, peças, crônicas e poemas. Referência na narrativa portuguesa contemporânea, Saramago carrega, em suas obras, críticas a diversos temas, como a religião cristã, o abuso de poder, a misoginia, e afins.

Dado o contexto no qual o declínio do prestígio à religião se manifesta nas criações artísticas e literárias, Saramago elabora sua crítica à religião cristã e à figura de Deus fazendo uso da ironia, escrevendo ?O Evangelho Segundo Jesus Cristo? (1991), paródia da Bíblia Sagrada que, configurada como romances de formação, recria o imaginário judaico-cristão com o intuito de ressignificá-lo, recontando, com uma visão moderna, a história dos textos sacros de maneira irônica e humanizada, o que resulta numa dessacralização das personagens do texto canônico. Tal dessacralização possui uma verve crítico-irônica como o elemento fundamental da paródia.

Talvez como uma maneira de afrontar o catolicismo arraigado na identidade lusitana ao longo de sua história, Saramago busca realizar uma análise semiológica dos ícones religiosos. Sustentando uma trama repleta de intensos debates retóricos, o autor, livre de dogmas, examina os fundamentos do cristianismo com uma desenvoltura e humor que soariam desrespeitosos não estivesse ele fascinado com a trajetória humana de Cristo.

Saramago reconstrói a vida de Cristo expondo a fragilidade do ser humano. Autor de múltiplos gêneros, o português parece preserva um historicismo fantástico, algo que se pode traduzir como uma narrativa de argumento/premissa fantástica, mas como um estilo que preserva seu realismo ? de praxe do modernismo.

?Não existe pontuação quando se fala. Falamos em um fluxo modulado por nossos pensamentos e emoções.?

Seu estilo oral parece captar uma certa coloquialidade, na medida em que remete ao ritmo da língua falada e preserva uma vivacidade da comunicação em cima da correção ortográfica da linguagem escrita. Todas os aspectos de uma linguagem oral predominantemente usada na oratória, na dialéctica, na retórica e que servem sobremaneira o seu estilo interventivo e persuasivo estão presentes no livro. Para tanto, também abole o uso tradicional da pontuação, de modo que os diálogos das personagens são inseridos nos próprios parágrafos que os antecedem, de forma que não existem travessões nos seus livros. Isso propicia uma forte sensação de fluxo de consciência, a ponto do leitor chegar a confundir-se se um certo diálogo foi real ou apenas um pensamento do narrador onisciente e satírico.

O texto enfatiza a valorização da humanidade em detrimento do divino, contestando o discurso religioso e rebaixando a figura do deus hebraico a um nível dessacralizado, a fim de que acusá-lo dos males do mundo, expondo todos os seus feitos contidos nas Escrituras e provocando um pensamento mais racional e crítico ao leitor. Dessa forma, o autor une uma postura política afiada à experimentação formal com o elemento fantástico. Existe uma reflexão maior da condição humana, captando personagens diante de situações de crise existencial, indivíduos em constante autorreflexão e embates socioculturais com o estado de coisas.

Na narrativa, Saramago desenvolve as características de suas personagens, salientando aquilo que tais possuem de realmente humano ou, em determinados momentos, apontando aspectos negativos no que seria sagrado e, logo, ?perfeito?. A história tem como enfoque principal as personagens do carpinteiro José e de Jesus, trilhando um caminho de humanidade, no qual são realçados seus defeitos que os tornam verdadeiramente comuns e mortais. Assim, a ateísta narrativa saramaguiana adquire seu caráter transgressor na porque coloca o nazareno como fruto de um ato sexual praticado por José e Maria e o envolverá, na maturidade, com a lasciva prostituta Maria de Magdala.

A narrativa se estende por vinte e cinco capítulos, nos quais se vê a elocução de uma voz em terceira pessoa, que não se restringe a contar os episódios e que constantemente lança juízos sobre os fatos, as personagens, a religião e a própria enunciação narrados. Seguindo um prólogo no qual o narrador descreve a crucificação de Cristo de acordo com uma gravura de Albrecht Düher, a trama trata em ordem linear da vida do seu protagonista.

Além de questionar a imagem do deus dos hebreus, Saramago ainda subverte a figura de Cristo bem como seus signatários. O Messias é descrito como um homem de carne e osso, que sente medo e remorso, e ainda se entrega aos prazeres da carne ? isto é, profundamente humano. O autor também estabelece uma equiparação entre Deus e o Diabo, o que acaba rebaixando um e engrandecendo outro. O texto confere uma feição profanadora no tocante a representação de Deus como um soberano autoritário e interesseiro.

Um dos elementos do estilo saramaguiana é o erotismo, que se insere na mitologia religiosa e que causa implicações estéticas e ideológicas que conferem um aspecto ainda mais acentuado de profanação. Personagens como a lasciva prostituta Maria de Magdala secularizam os ícones e os pressupostos, pondo-os no bojo na carnalidade humana. Nesse sentido, em meio à sofrida paixão de Cristo, cria-se um espaço para a sensualidade de Maria ? em passagens que carregam certa lubricidade ao expor um decote ousado, dada a época histórica recriada, com o qual valoriza a anatomia dos seios, que atrai a danação dos homens. A voluptuosidade corriqueira na narrativa busca quebrar o pressuposto ideal ascético de imaculabilidade da concepção bíblica.

Maria de Magdala parece incorporar um instrumento de resistência de um Salvador casto. É por intermédio de uma sexualidade florente que o protagonista deixa fluir suas pulsões reprimidas, entregando-se aos braços libertinos da meretriz. Curiosamente, é no episódio de primeiro encontro entre os dois que Jesus, ao ver-se diante da libertina, evoca a moral religiosa, numa tentativa de reprimir suas próprias pulsões ? não outrem, mas ele mesmo ?, citando versículos de Eclesiastes, que tratam especificamente da devassidão encarnada na figura da mulher. Assim, Saramago, restituindo seu caráter profano e contestador, metaforiza através da voz onisciente as manifestações físicas do nazareno de maneira quase escatológica. Sobrepõe-se, então, a carnalidade humana erotizada aos referendos moralistas da espiritualidade judaico-cristã.

Em última instância, Evangelho segundo Jesus Cristo excepcional no qual o romancista usa de ferramentas retóricas para ressignificar o mito, bem como quebrar pressupostos. Com a publicação deste livro, o autor rompe com o governo português, após vetos de censura. Como resultado da manobra política, Saramago e a mulher transferiram a residência para o arquipélago de Canárias, permanecendo na ilha de Lanzarote. A partir de seu ?Ensaio Sobre a Cegueira? (1995), Saramago apresentaria uma narrativa cada vez mais contemporânea, todavia mantendo a crítica aos costumes, ao capitalismo e à religião.

Se Fernando Pessoa criara persona que produziam independentemente, Saramago cria um narrador ciente de desse passado religioso, por meio do qual entretém o leitor ao opor personagens entre si, santificando os renegados e diminuindo os santificados. O narrador saramaguiano põe em xeque dilemas insolúveis na tradição judaico-cristã, e, ao mesmo tempo em que tenta questionar a figura divina, restitui-a em si próprio na medida em que manipula a história com um rigor onisciente.
Andre.Trovello 28/09/2022minha estante
Adorei a resenha!
Ansioso pra ler esse livro


Procyon 28/09/2022minha estante
Obrigado, boa leitura.




jonathanrausch 16/08/2022

Perfeito, um Jesus humano, e, por isso, mais divino
Obra fantástica, em que algumas passagens são alteradas para expressar o lado humano de Jesus que sempre existiu. Há uma questão cronológica a ser seguida aqui, diferentemente do que é feito com o evangelho de Jesus na Bíblia, e isso torna a leitura mais gostosa, ainda mais por ter a escrita diferenciada de Saramago, que de início é um balde de água fria, mas que com o costume sinto que fará falta ela ao ler qualquer outra obra.
Há polêmicas por se fazer Jesus humano e alterar algumas passagens para mostrar que as profecias não foram cumpridas de fato, mas sim adulteradas, o que aconteceu de fato, mas utilizando nessa obra de falsas alterações para ir de acordo com as ideias que Saramago tem da religião que a igreja católica jura de pés juntos ser a verdadeira.
Para mim, esse é o Jesus histórico, um homem bom que esteve com Deus e com o Diabo do lado e não deixou de ser humano em nenhum momento, o que é, pelo que vemos em diversas passagens, como a do barco, que é uma virtude e tanta.
Saramago, tá aí outro escritor que irei ler todos os livros. Recomendo a leitura e releitura.
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@adriana_ lerlivros 10/08/2022

"Que essas minúcias prosaicas não escandalizam quem com elas tenha que perder o seu tempo. A história de Deus não é toda divina."

Se acaso você é um reliogioso e/ou um conservador intolerante, te previno que não te agradará esta leitura, por favor leia!

Dito isto, venho brevemente relatar uma modesta resenha deste livro extraordinário! José Saramago, ateu e estudioso das escrituras antigas que compõe a bíblia, vem com o seu modo nada convencional de escrever, fazer uma reeleitura metaficcional historiográfica de Jesus.

Aqui há uma camada grossa de provocação, uma crítica ácida e grandes desafios para o leitor. O evangelho segundo Jesus Cristo, conta o mesmo cronograma da história da vida de Jesus, o autor apenas humaniza os personagens.

Nada de anjos com asas, nada de Maria crente no filho, de José extremamente bom, nada de Jesus celibato e resignado.
Aqui Jesus é um SER cheio de amor sim e de culpa, muita culpa, de remorso, de revolta... E como todos sabem a história de Jesus é uma história intensa, mas aqui caro leitor você mergulha nas águas abissais da emoção humana.
Eu sempre cri em um Jesus que veio nos ensinar a SER divinos mesmo sendo de carne e osso.
?Esquecer que sou carne e agir como um SER divino. Apesar de tudo EU SOU!

Ps: Existe um momento esplêndido neste livro, que é o diálogo de Deus, Jesus e o diabo que é arrebatador.
Por favor leia este livro!
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rafael.venancio 24/07/2022

"Deus fez o sexo, mas não entende nada de sexo"
O Evangelho segundo Jesus Cristo de Saramago é uma sútil satirização do pensamento religioso cristão e das hipocrisias e barbaridades cometidas em nome desse mesmo pensamento.
O protagonista, Jesus Cristo, filho de Maria e (supostamente) de José, é um homem como qualquer outro, mas, ainda sim, se vê enredado na teia de um deus maquiavélico - que se compraz com sacríficos de cordeiros.
Entretanto, é possível notar um protagonista que aprofunda a personalidade do Cristo Salvador: taciturno, assertivo, enigmático, piedoso e pouco afeito a seus familiares. É quase como se estivéssemos lendo os evangelhos sinóticos, mas adentrando o ser de um homem complexo e cheio de conflitos.
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Deric Lisboa 17/07/2022

MANO
esse livro é com ctz um dos maiores feitos da humanidade. a releitura feita pelo saramago de toda a vida de jesus é ácida, intrigante e gera reflexões morais que revelam outra face de conceitos do que seria uma conduta adequada diante da visão de um Deus egocêntrico que ama carnificina.

saramago pratica uma grande inversão de valores em todos os sentidos no seu livro. o diabo tem comportamentos misericordiosos, deus se mostra sempre em busca de poder e glória, jesus é uma figura que em alguns momentos rejeita e abomina os comportamentos do próprio pai celestial, etc etc etc...

além disso é muito mais interessante de ler esse livro quando se pertence ou já pertenceu a qualquer instituição cristã e conheça o mínimo da bíblia, pois as referências, críticas, precisão das leis, alterações de alguns acontecimentos, tudo se torna mais interessante e sagaz.

no geral, o livro também não se mostra tão complicado, apesar da linguagem e técnicas controvérsias de pontuações usadas pelo autor para indicar os diálogos, pensamentos, fluxos de consciência e narração. com um tempo e um pouco de persistência, a leitura se mostra fluída e muitooo envolvente.

josé saramago é, talvez, o maior escritor de língua portuguesa que já existiu e vai existir.
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Alemão 16/07/2022

O evangelho segundo Jesus Cristo
Com certeza um livro controverso!!! Más José Saramago o escreve muito bem, mostrando sua visão particular, porém está visão tbem é compartilhada por muitos!! Considero uma leitura significativa e importante para todos!!! Indico a todos que desejam ver os fatos de um outro ângulo, por uma visão menos religiosa e mais cética!!! Indico a todos!!!
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Natali 14/07/2022

O Evangelho segundo Jesus Cristo
O autor conta a história do nascimento de Jesus até a sua morte. Fiquei impressionada com a riqueza de detalhes vindo de um autor declarado ateu. Há na história vários momentos engraçados. Saramago escreve de forma muito fluída e divertida. É um excelente livro.
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Tatá 11/07/2022

“Se o diabo não vive como um diabo, Deus não vive como um Deus”
Jesus Cristo de um modo acessível, no sentido de conseguir ver a sua humanidade, os seus defeitos, os seus questionamentos quanto às vontades de deus. É um livro de pura filosofia, ao meu ver, sendo Jesus um homem muito questionador. Estou encantada com a fluidez de pensamento de Saramago, a ousadia corajosa em escrever esse livro num contexto político de tanta violência.
Uma das partes que mais me marcou nesse livro foi o trecho de Jesus com Maria Madalena. Ele falando dela tão apaixonado, com tanto respeito e carinho é de arrepiar.
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Carol 06/07/2022

“Saramago é para leitores fortes.”
No texto, assim como nos outros livros de Saramago, é comum tropeçar em parágrafos densos que incluem diálogos separados apenas por vírgulas quando duas ou mais pessoas falam, todos amontoados em grossos blocos de páginas que se prolongam para sempre. Esse é um traço de Saramago, algo que o separa de todos os outros autores. Entretanto, com o desenrolar da trama, o leitor vai se acostumando com a escrita.
Além da dificuldade de acompanhar a escrita, este livro provavelmente será um grande desafio para quem mantém - e não quer abrir mão - uma leitura muito tradicional e ortodoxa dos evangelhos tradicionais. De fato, não é para qualquer leitor. Ateu, Saramago foi criticado, perseguido e proibido pelo governo português de concorrer ao Prêmio Europeu. Com extrema perspicácia e um profundo conhecimento acerca das escrituras, Saramago brilhantemente faz uma releitura a história mais famosa do mundo em uma outra perspectiva, em que Jesus Cristo é humano, feito de carne e osso. Assim como nós, está sujeito a falhar, “pecar”, ter relação carnal e sentir tudo o que é possível.
A reviravolta por trás da morte final de Jesus foi um gancho engenhoso que me deu arrepios por horas. Li em dois dias, não conseguia parar de ler e, quando terminei, fiquei tentando absorver tamanha complexidade durante toda a semana. É uma obra-prima excepcional, arrisco dizer que o melhor romance que já li.
Livro colossal e visceral, cheio de significados, simbolismos e inversões de arquétipos GENIAIS ao longo da obra. Na releitura de Saramago, é a desumanidade de Deus que precisa do perdão da humanidade. Metáforas e críticas camufladas ao machismo e religião.
Não é uma leitura que recomendo a todos, mas acredito ser fundamental para questionar algumas “verdades absolutas”. Duvidar, questionar, pensar por si próprio, é o primeiro passo para abrir o caminho da verdade.
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HonorLu 26/06/2022

O Evangelho segundo um Ateu
Até a presente leitura, toda cultura que tive até então com o autor se localizava entre suas obras publicadas após o Ensaio Sobre a Cegueira. Com exceção dos livros de poesia, ainda não tinha lido nada anterior à obra que lhe garantiu o Nobel. Saramago deixou um legado de delicada coesão, certamente, mas a um olhar acostumado com sua literatura a partir de 1995, é possível perceber como o desenvolvimento aqui é mais prolongado, principalmente na primeira metade do livro. Demorei um pouco mais do que costumava dentro de uma obra do autor. O que não a faz enfadonha ou menos prazerosa, mas me parece digno de nota.

Quanto ao romance, eu preciso dizer que não há nada mais perspicaz e irônico do que a subversão de uma religião por meio da humanização. O que aqui Saramago faz, ao inundar de sensibilidade a narrativa do Nazareno e reapresentar as figuras de Deus e o Diabo, nada mais é do que uma forma sutil e genial de traçar uma tapeçaria que encanta, frustra, indigna e transmite a mensagem crítica à instituição religiosa.

Chorei em diversas passagens, chocado em como algumas frases possuíam uma força que tocava a alma no ponto em que a humanidade dói. Dói-me o mundo, dizia o autor. Pois é doloroso admitir quão banhada em sangue é nossa humanidade.

Por fim, fica essa narrativa belíssima, humana e sensível.
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Cris609 07/06/2022

A concepção desse romance é de extrema genialidade. Perfeito em diversos pontos. Contudo, em certas partes é um pouco enfadonho. De qualquer forma, vale a pena ler até o fim.
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Lucas 05/06/2022

Leitura obrigatória(para agnósticos e religiosos igualmente)
Maravilhoso livro no qual José Saramago visita a figura mais famosa de todos os tempos, não para contradizer as centenas de versões existentes da Bíblia, ou estudiosos da história que procuram separar fato e crença, mas para pintar a história com sua visão de mundo e com reflexões muito interessantes e intrigantes sobre a humanidade, sobre a história, a religião (em especial o cristianismo) e até sobre a natureza do bem e do mal.
laralia 05/06/2022minha estante
falou tudo ?????




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