Clarissa 01/05/2024
Ainda me vejo imersa nessa história. Inesquecível!
A autora Harper Lee, de o "O sol é para todos" (Será que é para todos? Ou deveria assim ser?) ou originalmente o título "To kill a mockingbird" (bem metafórico para as diversas histórias que se cruzam nesse livro), tem um tipo de escrita que me cativa muito quando me deparo com ela, que é pela simplicidade com que consegue falar de assuntos tão complexos, pela honestidade e sensibilidade ao abordar a nossa humanidade e suas múltiplas faces, pela forma afetiva que narra os detalhes, lugares, personagens... E pela potência que tem em nos tirar de lugares cômodos e nos fazer pensar, refletir, questionar. Uma leitura que me fez ficar imersa, como se tivesse sido transportada para as ruas onde as três crianças iniciam as suas histórias. Um livro que fez com que eu me sentisse íntima dele em alguns momentos, me emocionou, me incomodou... Uma leitura que apesar do peso, trouxe também certo respiro, que não veio através de um romantismo descabido, até pq uma das características fortes desse livro, pra mim, foi a honestidade intelectual que é apresentada na construção das histórias, que são inclusive várias e se entrelaçam. O respiro vem da empatia de um personagem chamado Atticus, na qual a sonoridade do nome faz jus ao personagem. Achei bem significativo tal personagem, principalmente nesse momento de tamanha ignorância e intolerância no qual o mundo se encontra. Uma empatia presente nesse personagem, que além de ter achado importante pelo que falei acima, também me fez refletir sobre o perigo da mesma quando essa impede de enfrentarmos a realidade que diz de adoecimentos e monstruosidades que também compõem a nossa humanidade. Como cantou Renato Russo: " A humanidade é desumana, mas ainda temos chance. O sol nasce pra todos...". Então... Dizer da história em si, não quero, nem sei por onde começar... É tanto que ela nos conta!
Como um espelho, que veio de 1930 (época na qual a história se passa) e de 1960 (data da publicação), é um livro que reflete uma sociedade atual, tanto em repetições quanto em projeções. É um daqueles livros que eu diria que tendo a chance, não saiam desse planeta sem essa experiência.
Precioso!
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