Thaisa 20/04/2022
Quando a gente acha que o Light não pode piorar...
Hora de falar sobre mais um volume de "Death Note"; no quarto volume (capítulos 26-34), o jogo mental entre Light Yagami (o serial killer Kira) e L (junto dos policiais) fica ainda mais intenso!
Após os últimos acontecimentos do terceiro volume, em que um segundo Kira surge, surpreendendo a todos, finalmente conheceremos mais sobre a dona de um outro caderno mortal: Misa Amane, uma jovem belíssima, modelo em ascensão, e que tem não apenas a companhia de Rem, um shinigami, mas também trocou parte de sua vida para adquirir o poder que permite que ela veja o nome de qualquer pessoa e seus anos restantes.
É claro que Light precisa dela para tentar descobrir a verdadeira identidade de L e matá-lo; só que ele terá que lidar com essa garota que está completamente apaixonada por Kira, e faria de tudo para ter o seu amor.
Por outro lado, L ainda está observando e analisando tudo, e talvez novas evidências possam colocar o "casal" em uma grande enrascada...
Entre todas as edições que li de "Death Note" até agora, a que eu menos gostei foi essa; ainda assim, é um ótimo volume: a tensão entre os protagonistas continua palpável e de tirar o fôlego, a introdução de novos personagens é orgânica e eles são figuras interessantes, a genialidade de Ohba é incrível e cada capítulo da trama é muito bem amarrado, e as artes de Obata continuam impactantes, trazendo um fluxo muito bom para o enredo.
No entanto, sei que o motivo de eu não ter amado tanto esse volume quanto os outros foi por algo que é, de fato, a intenção do autor: mostrar como Light é terrível até com quem está ao seu redor; no caso, usando Misa para atingir seus objetivos.
É claro que o protagonista sempre foi o vilão da história, com uma ideologia de "justiça" que é, na verdade, assassinato. Mas quando o vi sendo extremamente abusivo com Misa, me deu mais do que repulsa por Kira: me deu horror.
Apesar desse gatilho e meu desconforto pessoal com essa parte da história, entendo que é aqui que Ohba brilha, reforçando o necessário: Light é o maior vilão da trama, e seu contraponto, L, precisa pará-lo a todo e qualquer custo.
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