Jaqueline 30/11/2012“O Escolhido” é o quarto livro da série Wherlocke, da autora Hannah Howell.
Antes de tudo, deixe-me ressaltar que não sou uma fã de Hannah Howell. Pessoalmente, não gostei do primeiro livro da série - achei a trama arrastada e pouco cativante, além de muito previsível. Abandonei o segundo livro na metade e não li o terceiro livro, mas quando vi que o protagonista deste quarto (e possivelmente último) livro era um homem, não resisti e decidi dar mais uma chance a autora.
Argus Wherlocke pertence à mesma família de Chloe, Penelope e Alethea, as personagens principais dos livros que antecedem “O Escolhido”. Mesmo acorrentado e mantido em cativeiro por Charles Cornick, um homem perverso e ambicioso que pretende roubar seus dons sobrenaturais, nosso protagonista consegue projetar sua alma para fora do corpo para pedir ajuda aos seus familiares. O que ele não contava era que sua forma nua – uma bela forma, por sinal, com suas partes íntimas protegidas apenas por uma rosa branca – aparecesse diante de uma atraente jovem. Ela é Lorelei Sundu, a sétima filha do oitavo duque de Sundunmoor, que logo se compadece do estranho homem nu que desaparece como fumaça no ar levando seu xale como proteção para seu olhar atrevido e curioso.
Lolly (o apelido de infância de Lorelei) logo tenta buscar mais informações sobre a família Wherlocke com seu pai, um estudioso dos poderes do clã há longa data. Ela envia cartas à família de Argus pedindo ajuda, mas como ninguém responde, ela parte ao lado dos primos para o resgate. Nesse momento do livro, eu já havia me tornado uma fã da personagem. Ela é corajosa, ousada, curiosa e muito espirituosa, sem as frescuras características de uma lady.
Argus pode usar sua voz e seus olhos para fazer com que as pessoas lhe contem a verdade, e até mesmo para que façam o que ele quer. Seu poder de manipulação é o que torna tão valioso para os inimigos, e se esconder torna-se um imperativo. Terrivelmente ferido, Argus é levado para a casa de guarda da propriedade do Duque para se recuperar. É a partir daí que a trama esquenta para valer, com trechos bem sensuais.
Por mais “quente” que a história seja em alguns momentos, eu ainda senti falta de uma conexão maior entre os personagens. Argus é um mocinho complicado, que procura se afastar de qualquer envolvimento profundo com uma mulher por conta das complicações matrimoniais da família. Isso, porém, não justifica seu comportamento com Lorelei: ora ele a seduz, ora a afasta. Esse comportamento “quente X frio” se dá deste o primeiro beijo dos dois, quando ele se sente irresistivelmente atraído pela mocinha, mas logo muda de ideia e tenta fazê-la esquecer desse momento. A imunidade da mocinha aos poderes dele me pareceu um toque bastante previsível, mas resolvi relevar este detalhe e continuar a minha leitura.
No fim das contas, este não é o melhor romance adulto e histórico do pedaço, mas tem lá o seu valor como entretenimento. Há bons momentos de humor no livro, principalmente os protagonizados pelo Duque e seu mordomo, que são personagens realmente divertidos, no fim de tudo. A mistura de suspense, magia, intriga, ação e sexo mantém a curiosidade do leitor acesa, ainda que conduzida por uma narrativa repleta de altos e baixos.
>Resenha publicada no site www.up-brasil.com