Deus Não é Grande

Deus Não é Grande Christopher Hitchens




Resenhas - Deus não é grande


53 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3 | 4


Aguinaldo 22/02/2011

deus não é grande
Estamos já no estágio avançado de uma guerra aberta. Curiosamente trata-se de uma guerra que estamos perdendo feio. A guerra se dá entre nós (eu explico este nós depois) e as forças da ignorância e do obscurantismo, fortemente armadas e com miríades de adeptos. Nós para mim é cada um que tenha a civilização como um valor. Acontece que nós, aquelas pessoas que vivem no século XXI e preza valores seculares e humanistas tende a não se preocupar com os sinais ameaçadores no horizonte. Sendo pessimista (como afinal de contas deve-se sempre ser) o mundo como nós conhecemos está em vias de ser tomado de assalto por uma legião de inquisitores sedentos de sangue. Hoje em dia as pessoas que professam alguma crença em força superior, em um deus, em duendes e feiticeiros, em poderes mágicos transcendentais, em alguma religião organizada não têm mais pejo em afirmar os maiores absurdos como se estivessem apresentando fatos irrefutáveis. A grande verdade é que a religião envenena tudo. É uma perversa forma de dominação e está no mercado já há tempos, aprendeu todas as regras e truques de dominação, desde as mais sutis até as mais canalhas.A religião envena tudo. Este é o argumento principal deste seminal livro de Christopher Hitchens. Quando vemos uma ministra de estado defendendo o criacionismo; quando um grupo utilizando brechas na torpe legislação brasileira se une para intimidar jornalistas; quando um grupo de patetas decide proibir pesquisas pelo simples fato de não compreendê-las; quando um bush da vida desafia o bom senso; quando um ministro do judiciário posterga pesquisas sobre células-tronco pelo simples fato de ser um católico praticante, quando uns ferozes bárbaros se insurgem contra o aborto e o sexo; quando se tenta dar o falso status de ciência a mágia e ao obscurantismo, estamos tratando dos avanços das legiões dos adeptos de alguma religião. Para mim este livro deveria ser lido por qualquer pessoa minimamente interessada que um mundo secular, humanista, onde valores do iluminismo e da modernidade sejam preservados e continuem existindo. Não se interessar por este tema, não ler este livro (e lê-lo como quem se prepara para um grande combate) tem como única alternativa a volta bovina para as cavernas escuras da estupidez, onde entregaremos nossas vidas aos desejos patológicos dos proselitistas das religiões (sejam elas quais forem: cristianismo, judaismo, hinduismo, islamismo, protestantismo, budismo, espiritismo, paganismo, esoterismo, cientologia, religiões moderninhas, descoladas, etc e tal, enfim, não há a menor diferença prática nos objetivos destes senhores da guerra). Prepare o seu tacape ou seu taco de beisebol.
"deus não é grande", Christopher Hitchens, tradução de Alexandre Martins, editora Objetiva, 1a. edição (2007) brochura 15,5x23,5cm, 286 pág., ISBN: 978-85-00-02231-9
Anderson 21/06/2012minha estante
Eu concordo com vc no que diz respeito a questão de estarmos em uma luta contra o obscurantismo. Mas a de se pensar o seguinte; muito embora a esmagadora maioria da humanidade creia em um deus monoteísta, e a cada dia constatamos o aumento da ignorância cientifica e humanista, os retrocessos nunca são permanentes... a história humana não é uma "escada" que vamos subindo, mas uma montanha que muitas das vezes nos perdemos... eu acredito que de alguma forma possamos evoluir para algo bem melhor do que vemos a nossa volta. E sim, eu até admito a hipótese da existência de uma "realidade" que está além desses sentidos. Mas de forma alguma eu acato a ideia de "livro sagrado", "salvador da humanidade" ou pseudo ideias cientificas do tipo New Age. Apesar do meu discurso "evolucionista", não gostaria de ser comprado a um espirita kardecista ou equivalente... não por uma questão de "desprezo" pelo que eles acreditam, mas pq também não é o meu pensamento. Então, pq escrevo essas linhas? pq eu entendo que as pessoas saõ capazes de desenvolver ideias que não se limitam a uma estrita funcionalidade monista. E graças aos Deuses os fundamentalistas cristãos não são a maioria da humanidade.




Lil penne 06/04/2023

O autor apresenta um argumento claro e conciso para o ateísmo e destaca as contradições e falhas presentes em diversas narrativas religiosas, o que eu achei interessante e informativo. Eu apreciei o fato de o livro discutir múltiplas perspectivas e crenças de várias religiões ao longo da história, o que tornou o argumento do ateísmo mais forte e convincente.

No entanto, há alguns aspectos do livro que considerei problemáticos. Por exemplo, o autor muitas vezes inclui anedotas pessoais, debates ou entrevistas com a mídia ao longo do livro. Embora eu aprecie essa abordagem e sinta que ela adiciona uma sensação de autenticidade e conexão entre o autor e o leitor, achei que o autor às vezes assume um certo nível de conhecimento prévio por parte do leitor ao introduzir certos eventos ou personagens. Isso fez com que o livro parecesse datado e limitado em profundidade, uma vez que algumas dessas referências podem não ser amplamente conhecidas ou relevantes para os leitores.

Uma passagem que me chamou particularmente a atenção foi quando o autor menciona uma citação do Dalai Lama, segundo a qual é permitido visitar uma prostituta desde que outra pessoa a pague. Ao pesquisar mais sobre essa citação, não consegui encontrar nenhuma explicação ou contexto para isso. É possível que o autor tenha incluído isso para efeito retórico, mas sem mais informações, é difícil dizer.

Apesar dessas preocupações, acredito que o livro ainda seja uma contribuição valiosa para o discurso em torno do ateísmo e das religiões. Ele apresenta fatos concretos e lança luz sobre tópicos que podem ser difíceis de encontrar informações precisas. Em geral, achei que foi uma leitura que valeu a pena e recomendo a outros interessados em explorar o assunto.
Débora 06/04/2023minha estante
Bela resenha, me deu vontade de ler.




Daniele 03/03/2021

Esse livro é tão bom que nem sei por onde começar.

Uma vez ouvi o Pirula dizer que com a morte do Christopher Hitchens, o mundo ficava mais burro. Eu não poderia discordar.

Os capítulos são muito bem organizados, a acidez e clareza em cada parágrafo me fizeram, mesmo tendo entendido perfeitamente, voltar e ler outra vez, apenas para ter certeza de que não estava perdendo nada.
Ele demonstrou fatos, falou de experiências e argumentou de uma forma incrível sobre os males das religiões espalhadas pelo mundo. Uma ressalva para os capítulos voltados ao Oriente médio e ao islã, que gostei demais.

Infelizmente ele morreu há alguns anos, mas deixou um legado enorme. Que falta faz!

Um trecho que eu gostei muito:
"Somos filhos da história, e precisamos definir nossos próprios caminhos neste que é o mais diversificado e interessante dos universos concebíveis ? um que é indiferente ao nosso sofrimento, portanto nos oferece o máximo de liberdade para
prosperar, ou fracassar, da forma como escolhermos."
comentários(0)comente



Leostuepp 08/04/2010

Tem-se que saber diferenciar.
Tem-se que saber diferenciar a Igreja, que é Santa e Pecadora, do seu lado divino (Santo) e humano (Pecador).

Esta obra de Christopher Hitchens, aproveita-se de um momento de transformação da Igreja de Cristo, sem contar a sua incalculável divisão, quando não se tem mais um norte de tantos nomes de Igreja que encontramos em cada esquina.

Vou aqui me ater a minha Igreja, a Católica Apostólica Romana.

Sem dúvidas, estamos vivenciando questões amargas que se apresentam a todo o momento, que não é o caso aqui de abordar, só os coloco para que a quem se interessar, possamos discutir o mesmo seja em fóruns específicos ou somente usando os espaços para recados.

Senti na obra de Hitchens, o murmúrio de alguém que luta contra problemas surgidos em sua infância e tenta gritar ao mundo, que Deus é o culpado disto.

É difícil falar com um autor em uma resenha de sua obra, sabedor disto, já apresenta no capítulo 1 (Pegando leve)desculpas e/ou ameaças em seu primeiro parágrafo.

Li até o fim esta obra, como leio todas a que me aventuro conhecer, pois é somente sabendo como pensa e escreve um autor, que posso em uma possível conversa sobre o assunto, opinar.

Não apresento aqui uma verdade pura, somente digo o que sinto e penso como cristão.

Uma coisa é falar contra a estrutura e normas de uma Igreja, definida para seu funcionamento por pessoas, outra é falar de um Ser Superior, seja ele qual for conforme a sua fé; para mim este Ser Superior é Deus e quer queira, quer não queira o enfurecido autor, é Grande sim, muito maior do que sua pequena capacidade pode entender.

Os argumentos apresentados pelo autor são frágeis, sem um fundamento, servem sim para que nos coloquemos atentos às questões abordadas e definir qual é a nossa posição.

As questões que aborda sobre o fratricídio entre religiões e no interior delas, pode ser muito bem comparado ao que ocorre na mesma dimensão no mundo laico, em que em nome de uma "Pátria", detentores do poder usam da vida de seus habitantes para chegar ao fim almejado de seus programas de poder.
Wesley Soares 29/03/2012minha estante
Na verdade, esta não é uma resenha, mas um desabafo de um cristão que teve sua crença criticada e não se sentiu bem com o livro.


Jacy 29/08/2012minha estante
Na verdade, esta não é uma resenha, mas um desabafo de um cristão que teve sua crença criticada e não se sentiu bem com o livro. [2]


Bruno Oliveira 29/11/2012minha estante
Bom, tem duas questões aí:

A primeira é que não há argumentos filosóficos contra o divino. Faz um tempão que li esse livro, mas do que lembro, concordo contigo. A questão não é filosófica, um deus universal, mas apenas histórica e social; é do deus enquanto fé materializada na religião e cultura que o autor trata.

A segunda é o ataque as atrocidades existentes dentro das sociedades religiosas. Embora você possa alegar que o mesmo se sucede em sociedades laicas (algo com o qual eu concordo), isso não deixa de ser um argumento contra a religião. O motivo é simples: o ateísmo não é uma doutrina que pretenda elevar o ser humano ou coisa do tipo, é apenas uma "postura" pessoal que não liga um ateu ao outro, ao contrário da religião. Se o religioso comete o mesmo tipo de atrocidade que o ateu, mostra que de nada vale sua fé em termos práticos, já que ele não tem nenhum freio moral a mais.


Marcelo Catanho 14/12/2015minha estante
Seu último parágrafo resume bem uma das ideias fundamentais do livro: as religiões não tem nada de superior a oferecer para a humanidade em comparação as ideias mundanas, até porque são tão obras do homem como as não "sagradas".


Marcelo Catanho 14/12/2015minha estante
Na verdade, esta não é uma resenha, mas um desabafo de um cristão que teve sua crença criticada e não se sentiu bem com o livro. [3]

E que se colocou o dever de escrever uma ode ao auto-engano.


Rafa Evaristo 11/01/2016minha estante
"Na verdade, esta não é uma resenha, mas um desabafo de um cristão que teve sua crença criticada e não se sentiu bem com o livro."

Até onde eu sei, numa resenha literária dizemos como nos sentimos ao ler determinado livro, bem como citamos alguns pontos do mesmo. Então acredito que esse comentário foi "uma crítica de um leitor que viu um livro que gostou sendo criticado." Sem mais.




Elton.Oliveira 19/10/2023

A religião envenena TUDO!
Um ótimo livro , para quem é cético e já foi mordido pela asquerosa serpente do conhecimento (ironia) !

Bem , já li alguns livros sobre ateísmo e sou , sem dúvida alguma , ateu ! Na linha de Dawkins, nosso querido Hitchens , aborda as falhas , hipocrisias , ironias e nos revela algumas histórias sombrias , sobre as várias religiões.

Eu apoiaria as religiões, se elas não tentassem acabar com meu direito de ser ateu , se elas combatessem os preconceitos sobre minorias e aceitassem o mundo como ele é ! Já erraram tanto no decorrer da história, hoje só vivem pedindo desculpas e cometendo novas barbaridades.....


Recomendo a leitura ! Infelizmente a religião vai continuar envenenando muito esse mundo , pois o fanatismo e as grandes massas , sempre serão muito tementes às deidades , não tendo coragem de romper esse forte elo passado por várias gerações!
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



Nanda Lima 08/05/2014

O poder de Hitchens
Um livro que me chamou a atenção pela capa, e, sobretudo, por título e subtítulo ousados. Não conhecia Christopher Hitchens até me deparar com esse livro na Leitura, em um shopping do Rio. Estava com um um pé e meio no ateísmo e fazia tempo que não lia sobre o assunto. E esse livro "matou" dentro de mim, definitivamente, a crença em um deus cristão.

Devo destacar que a resenha não faz jus ao livro. Aliás, a obra merecia uma resenha muito melhor, mais representativa. Hitchens, ao lado de Richard Dawkins, Daniel Dennet e Sam Harris, são considerados os quatro cavaleiros do ateísmo, já que lançaram obras influentes e importantes sobre o tema e, cada um com seu próprio estilo, são incisivos e deixam os religiosos de 'cabelo em pé' com seus excelentes argumentos. Dos quatro Hitchens era (o autor faleceu em 2011, devido a um câncer) o mais ácido, irônico e provocador. Jornalista respeitado em todo o mundo, era um excelente comentarista político e conheceu o mundo todo como correspondente da National Geographic. E foi justamente esse conhecimento político e de mundo possibilitou que ele escrevesse uma obra que tratasse as religiões pelos âmbitos político e sociológico - o que fez com maestria.

Considero uma obra necessária para ateus, agnósticos, céticos e religiosos - por que não? - de mente aberta e que não aceitam as imposições e argumentos falhos da religião em assuntos demasiado importantes para a sociedade. Hitchens não "pega leve" com suas frases bem fundamentadas e não faz questão de ser politicamente correto. E é isso o que torna esse livro tão interessante. Recomendo!


site: www.umaleitoraassidua.blogspot.com
comentários(0)comente



Lilia Carvalho 02/02/2009

Comecei a lê-lo com a expectativa de que seria muito bom, alguns amigos leram e adoraram. Eu não gostei, o livro se torna cansativo e o autor um tanto chato com seus questionamentos sobre as religiões... não gostei, esperava um livro mais imparcial.
Tupaschoal 13/02/2010minha estante
Olha o título do livro, como que seria imparcial?


João Lucas 13/02/2010minha estante
Realmente, a parcialidade é previsível.


Shaftiel 12/11/2010minha estante
POxa, esperar que um livro chamado Deus NÃO É GRANDE escrito em letras cavalares seja imparcial é meio que ingenuidad,e não? Mais que isso é só acreditar em serpentes falantes do jardim e em mulheres crescendo de costelas.


rafaelverolla 22/02/2011minha estante
brasileiro adora essa tal da imparcialidade. ISTO NÂO EXISTE. Agora o fato de algo ser parcial não o torna inválido, a priori, só requere um cuidado maior na leitura. Grandes clássicos(1984, o principe) eram parciais, e tinham pontos de vista extremamente válidos.


Valério 02/09/2011minha estante
O que a Lilia quis dizer é que, como o autor se julga a voz da ciência e da razão, deveria adotar a postura de cientista. O que quer dizer abordagem fria, vendo os prós e contras e chegando a uma conclusão. Esta sim, parcial. O problema de livros como este, assim como os que provam a existência de alguma divindade, é que já tomam partido e, a partir deste momento, atacam de forma agressiva a linha de raciocínio oposto. Resultado: Quem é ateu, não começará a acreditar em alguma religião a ler um livro assim.
Por sua vez, quem é religioso também dificilmente deixará de seguir a religião por causa deste livro.
Eu nem pego para ler um livro assim. Como tenho minhas concepções e ideias próprias, não gosto que um autor já decida sozinho o caminho a seguir, e, ato contínuo, passe um livro inteiro tentando me convencer. Quero explorar o caminho e optar por vontade própria. Tolos dos que já leem o livro querendo concordar com ele pois já tem uma posição assumida. A grande maioria dos que leram, posso ver pelos comentários, leram o livro apenas para ganhar mais argumentos contra a religiosidade. Da mesma forma que religiosos lêem livros que pregam a importância e legitimidade da religião o fazem para também reforçar sua fé e seus argumentos. Quero livros que me façam pensar. E não que tentem me convencer, já começando pelo título.


Wesley Soares 26/03/2012minha estante
Não gostou de um livro chamado "Deus não é grande" porque o livro é chato devido aos questionamentos sobre as religiões foi boa... rsrs


Lilia Carvalho 11/05/2012minha estante
Opinião é bom porque cada um tem a sua não é mesmo? Eu não Gostei do Livro e ponto, achei fraca a argumentação, parece briguinha do crente com o católico no metrô, eu realmente esperava mais!! Concordo plenamente com o Valério aí em baixo, eu peguei o livro buscando respostas mais científicas, briguinhas e intriguingas, entre religiosos, mais religiosos e não religiosos eu vejo todo dia! Na mesma linha estou lendo agora DEUS é UM DELÍRIO, o cara debocha, ironiza, mas me dá argumentos muito mais sólidos, dessa maneira tenho gostado muito mais do livro!


marcos.vagnerii 03/02/2015minha estante
Alguém tem esse livro em pdf?




Sérgey 30/09/2020

Expondo as chagas da religião
O 1o dos 4 cavaleiros do Apocalipse. Este foi um verdadeiro dossiê anti religião e um rico estudo sobre o mal que ela faz a humanidade. Dogmas, atrasos, ganância e autoritarismo são apenas uns poucos exemplos da desgraça da fé. Com certeza comprarei de um sebo o livro físico, pois quero ostentar em minha estante onde se encontram somente os meus favoritos.
comentários(0)comente



Ingrid 28/11/2020

Recomendo demais esse livro para crentes e não crentes. Leitura suave e entendivel, não necessitando de conhecimento prévio.
comentários(0)comente



Shaftiel 08/02/2009

Execelente livro para reflexão com informações relevantes.
comentários(0)comente



Celso 13/10/2009

Imperdível
Estou com um livro nas mãos pra lá de instigante. Desde a capa até suas 285 páginas, o livro “Deus não é Grande ” como a religião envenena tudo”, do inglês Christopher Hitchens, deve ser reconhecido como um achado da safra dos bons autores de 2007.

Com mais de 300 mil exemplares vendidos só nos Estados Unidos, os argumentos e a proposta de analisar as religiões e as várias divindades é de conquistar qualquer platéia.

Cheguei ao livro meio despercebido. Zapeando os canais da tevê, encontrei uma entrevista bem interessante com o autor, em passagem pelo Brasil, Porto Alegre. Ele veio participar do seminário Fronteiras do Pensamento na UFRGS.

É quase obrigatória a leitura de “Deus não é grande ” como a religião envenena tudo”, por religiosos, ateus ou agnósticos. Todos precisamos da verve irônica e ácida de Christopher para compreender e ter a certeza de que, em nome de Deus (ou deus), muitas atrocidades são feitas por aí.

Baseado no pressuposto de que a religião envenena tudo, o autor nos apresenta argumentos e fatos históricos que comprovam que a fé pode ter um efeito devastador e nada amigável. E nada de ficar de olho apenas nas questões políticas e religiosas do Oriente Médio. O autor passeia por todas as vertentes do mundo religioso atual e ainda faz concessões: apresenta seu conhecimento histórico para destacar as atrocidades à mulher, as carnificinas e o pensamento anti-semita contido no Velho Testamento, por exemplo.

Destaque para os efeitos da religião sobre a sexualidade. Partindo da origem dos seus mais importantes representantes, cada religião os cria de forma fantasiosa e não carnal. Jesus, Perseu, Attis, Krishna, Hórus, Mercúrio, Rômulo nasceram de uma virgem. Buda, da abertura no lado do corpo de sua mãe. Todas elas retratam o sexo e as vias humanas de prazer e procriação de forma preconceituosa e pecaminosa.

E se nosso objetivo não é ir tão longe e tentar encaixar tudo isso no nosso cotidiano, dê uma olhadinha no Congresso Nacional e perceba como a religião envenena tudo. As discussões do aborto e da união civil não vão pra frente por motivos celestes. Em cada uma delas, não se leva em conta os direitos inerentes e éticos dos cidadãos (ou seres humanos).

Dê uma olhada nas estatísticas. Aumenta o número de jovens do sexo feminino, heteressexuais, com AIDS. E por outro lado, a igreja Católica insiste em dizer que sexo é só para procriar, portanto nada de usar camisinha. Nas igrejas protestantes ainda difunde-se o mito do casamento entre parceiros virgens. É claro que se tivéssemos uma igreja que compreendesse a sexualidade de forma plena, teríamos campanhas muito mais eficientes.

Não fique recluso à questão “Deus existe e não sou ateu”. Vale passar na livraria e adquirir o livro. Depois comungar dos argumentos sagazes de Christopher. Com certeza, você poderá ampliar sua visão sobre as religiões e seus efeitos nocivos sobre a sociedade atual e ao longo da história. Se conseqüências adversas influenciarem sua fé, como já dizia minha avó, “o que não mata, engorda!”.



Marselle Urman 19/06/2018

Obrigatório
Hitchens coleciona os absurdos cometidos pela humanidade ao longo da História, em nome da "fé". Da necessidade humana de criar totens, de dar sentido ao que não tem sentido.

E joga esses absurdos na cara do seu leitor com maestria.

Há tanto a citar desse livro que é melhor nem citar nada.

Obrigatório para os ateus e agnósticos, recomendado para os crentes com alguma veia filosófica que já se questionaram.

Leia. Leia. Leia.
comentários(0)comente



Carla Verçoza 30/04/2021

O jornalista traz nesse livro fatos, vivências e opiniões sobre a nocividade das religiões no mundo todo. Com objetividade e acidez, não poupa nada, nem personalidades históricas bastante adoradas, como Madre Teresa, levanta assuntos que grande parte das pessoas finge ignorar. Livraço. O pensamento de Christopher Hitchens, que faleceu em 2011, faz falta.
Alguns trechos:
"Todas as posturas de submissão e rendição devem ser parte de nossa pré-história. (...) vida, inteligência e questionamento começam exatamente no ponto em que a fé termina"

"Não somos imunes à sedução do encanto, do mistério e do assombro: temos arte e achamos que os sérios dilemas éticos são mais bem abordados por Shakespeare, Tolstoi, Schiller, Dostoievski e George Eliot do que pelas histórias morais míticas dos livros sagrados."

"É certo que em todo o mundo outras pessoas inocentes e decentes irão morrer, de forma terrível e desnecessariamente, como resultado desse obscurantismo. A postura da religião em relação à medicina, assim como em relação à ciência, sempre é necessariamente problemática, e com muita frequência necessariamente hostil. Um crente moderno pode dizer, e até mesmo acreditar, que sua fé é totalmente compatível com a ciência e a medicina, mas o fato incômodo continuará a ser que as duas coisas tendem a quebrar o monopólio da religião, e frequentemente enfrentaram forte resistência por essa razão." (...) "Sabe-se há muito tempo que o papilomavírus humano (HPV) é uma infecção sexualmente transmitida que, no pior dos casos, pode causar câncer de colo de útero em mulheres. Já está disponível uma vacina? hoje as vacinas são desenvolvidas cada vez mais rapidamente?, não para curar a doença, para imunizar as mulheres contra ela. Mas há forças no governo que se opõem à adoção da medida com base em que ela não desencoraja o sexo antes do casamento. Aceitar a disseminação do câncer do colo do útero em nome de Deus não é diferente, moral ou intelectualmente, de sacrificar essas mulheres em um altar de pedra e agradecer à divindade por nos dar impulso sexual e então condená-lo."

"(...) cito Albert Einstein, muito mal representado, mais uma vez. Ele se dirige a um correspondente que está perturbado com mais uma daquelas muitas representações equivocadas: 'Foi, claro, uma mentira quando você leu sobre minhas convicções religiosas, uma mentira que está sendo sistematicamente repetida. Eu não acredito em um Deus pessoal, e nunca neguei isso; ao contrário, o disse claramente. Assim, se há algo em mim que possa ser chamado de religioso é a ilimitada admiração pela estrutura do mundo na medida em que nossa ciência possa revelá-la. (...) Eu não acredito na imortalidade do indivíduo, e considero que a ética é uma preocupação exclusivamente humana sem qualquer autoridade sobre-humana por trás dela'."
Vladimir.Pereira 04/07/2021minha estante
Harris é BEM ERRADO. Veja bem, sou ateu convicto. Mas não concordo com absolutamente nada da péssima argumentação de Harris.
1º: Ele está com a cabeça IMPREGNADA do Monoteísmo Ocidental. A ideia de que Religião se baseia na fé, que é distinta da Razão (Ciência). Na primeira você simplesmente crê e não pensa; na segunda você pensa. Certamente as "Religiões do Livro" são uma imensíssima minoria ao longo dos milhões de anos da história humana, e de todos os 5 continentes habitáveis.
A gigantesca maioria das Religiões, como as orientais e o paganismo, se baseia em uma pura reflexão de mundo, uma tentativa de raciocinar a partir de análises empíricas (ciência). Exemplo: o Platonismo é um religião? Sim, assim como Taoísmo etc. Mas ambos não têm um dedo de "creia: não pense", são tentativas de estabelecer uma Filosofia Ética a partir de uma meta-análise do mundo natural.
A Ciência pode dizer tudo sobre "o mundo natural", mas não pode dizer um pio sobre moralidade. É errado praticar estupro, eutanásia, infanticídio, fraticídio ou canibalismo? Bem, todas essas práticas são muito vistas no Reino Animal. São erradas? Há tantos sistemas éticos diferentes, seja de Kant, de Stuart Mill, dos árabes, dos indianos etc. No geral, a gigantesca maioria das "Religiões" pagãs e orientais são uma tentativa de definir soluções éticas para problemas a partir da análise racional natural, e a "Espiritualidade" nada mais é do que esse exercício da razão.
2º A Religião, no geral, é benéfica (evolutivamente). As Religiões reforçam os laços de sexo, as identidades étnicas, o que atua (beneficamente) na "Seleção de Parentesco" ("Seleção de Grupo" - étnico/racial). Ou seja, um hindu convicto reforça os seus laços com a etnia indiana, enquanto um "secularista"* teria menos apreço pelo reforço da identidade étnica. Evolutivamente, ajudar um outro indiano é melhor do que ajudar um português, por exemplo. Logo, é benéfica.
As Religiões também estimulam uma maior procriação do que os "secularistas"*. Nesse sentido, é benéfico pela Seleção Natural ("procriação dos mais aptos").
Ou seja, por esses dois pontos, a Religião tendeu a se perpetuar, ao longo dos milhões e milhões de anos dos dias de hoje. Até hoje, os árabes muito religiosos têm muito mais filhos do que os europeus "secularistas"*, o que evolutivamente é bom (nenhum Darwinista pode negar isso, sem dúvidas).
3º Se a Religião fosse maléfica, ela já teria sido eliminada. Ou mais: se um dia ela se tornar maléfica, ou "desatualizada", então, assim como o rabo nos seres humanos (que foi eliminado), o mesmo ocorrerá com a Religião. A Natureza sempre elimina tudo o que é nocivo ou ruim, pela Seleção Natural. Ou, no mínimo, essa é uma gigantesca tendência. Se a religião até ainda não foi, é porque continua sendo benéfica. Se um dia passar a ser ruim, será eliminada.
Lógico, você pode (corretamente), de maneira científica, realizar uma previsão ("eu acho que o apêndice deixará de existir": "eu acho que a Religião vai embora"). Ok, aí você está sendo Científico. Por outro lado, apenas "o que eu gostaria", aí não é ser científico, e sim "doxa" (ao invés de "epistème"). Talvez pudesse tomar umas aulinhas com o Mestre Platão.
Enfim, o "Livre Arbítrio" não existe (é algo profundamente "anti-científico"). Nós somos "meros joguetes da Natureza". Se quer Ciência, é sabido que Espinosa deixou isso claro (e todos os cientistas concordam). Enfatizar isso seria de crucial importância, para que houvesse justiça.



Vladimir.Pereira 04/07/2021minha estante
Você concorda (ao menos isso) que as ""reflexões"" que ele faz acerca das Religiões Orientais são péssimas?
Até mesmo a grande maioria dos escritores ateus (amantes do ateísmo), como Yuri Harari, defendem a meditação, defendem o Budismo, e tem práticas do tipo.





Marcelo Duarte 07/06/2020

Dogmático, parcial, falacioso e, em parte, verdadeiro
Considerando o clamor que se faz dessa obra me propus a lê-la. Fiquei muito decepcionado ao termianá-la. Hitchens não constrói um argumento no decorrer do livro. Hitchens não se preocupa com a veracidade dos fatos. Omite informações relevantes ao seu leitor, não apresenta objeções ao seu "argumento", e quando faz usa sempre os exemplos mais fracos. Comete muitas falácias, erros históricos, erros teológicos grotescos. Comete os mesmos erros de Dawkins. Hitches deixa bem claro o proposito do livro "abalar a fé" do leitor, o que ele realmente tenta fazer, e que se esforça usando todo tipo de argumentação invadida para atingir seu objetivo. Só posso concordar nas partes onde ele evidencia os males históricos que as religiões causaram, porém ele peca ao generalizar. Em resumo, o conteúdo do livro não atinge quem tem o minimo de conhecimento científico - em discussão no livro -, história, filosofia e teologia. É um livro que apenas agrada ao seu oroprio público. Quem vai ler de forma criteriosa não cai nesse monte de baboseira.
Sah 26/11/2022minha estante
E você fez o mesmo, reclamou da generalização e generalizou: o livro não atinge quem tem o minimo de conhecimento científico... Não seria isso generalizar? Reclamou pela falta de argumentação mas não fez um argumento, no sentido em que não demonstrou do porquê que o autor não o fê-lo. Seria a ação de assumir que um sujeito cometeu uma falácia, sem demonstra-la uma falácia?

Mas ok, eu sei que você não tinha a menor obrigação de demonstrar nada disso, afinal é apenas um comentário com sua opinião.


Marcelo Duarte 27/11/2022minha estante
1. A postura da religião em relação à medicina, assim como em relação à ciência, sempre é necessariamente problemática, e com muita frequência necessariamente hostil.
Sempre e ?necessariamente problemática?, e, ainda pode ter o agravante de ser hostil. Ele joga as palavras na nossa cara e e toca o baile.

2. É preciso deixar claro. A religião vem de uma época da pré-história humana em que ninguém ? nem mesmo o grandioso Demócrito, que concluiu que toda a matéria era feita de átomos ? tinha a menor ideia do que estava acontecendo. Vem da infância assustada e chorosa de nossa espécie e é uma tentativa infantil de atender a nossa inescapável necessidade de conhecimento (bem como de conforto, garantia e outras necessidades infantis).
Dá sua resposta para o que ele acha que é a resposta ultima no debate sobre a origem da religão, ao mesmo tempo que diz ao leitor que um homem muito mais célebre que ele não conseguiu entender a questão. Mas ele joga mais uma vez um opinião e toca o baile.

3. Aquino acreditava um pouco em astrologia e estava convencido de que o núcleo completamente formado (não que ele conhecesse a palavra como nós a conhecemos) de um ser humano estava contido dentro de cada espermatozoide isolado. É de lamentar todas as palestras melancólicas e idiotas sobre abstinência sexual de que poderíamos ter sido poupados caso esse absurdo tivesse sido denunciado antes do que foi. Agostinho era um fantasista egocêntrico e um ignorante geocêntrico: ele estava culpadamente convencido de que Deus se importava com seu roubo banal de algumas pereiras sem importância e persuadido ? por um solipsismo análogo ? de que o Sol girava em torno da Terra. Ele também criou a ideia louca e cruel de que as almas de crianças não batizadas eram mandadas para o "limbo". É possível imaginar a carga de infelicidade que essa "teoria" doentia lançou sobre milhões de pais católicos ao longo dos anos até sua revisão envergonhada e apenas parcial pela Igreja em nossa própria época? Lutero era aterrorizado por demônios e acreditava que os doentes mentais eram uma obra do diabo. Maomé, segundo seus discípulos, teria acreditado, assim como Jesus, que o deserto estava coalhado de djinns, espíritos maus.

No livro se vê muitos trechos como esse, o autor seleciona um figura do passado, seja ela conhecida ou não, seleciona sobre essa pessoa alguns fatos, junto com mais outros indivíduos que fizeram num passado longínquo algumas falas absurdas, e a impressão que dá, que o sujeito era um insano. Não fornece uma introdução adequada ao leitor, e com adequada eu quero dizer justa e imparcial, uma vez que o livro tem um escopo e um público ? que muito provavelmente, não terá familiaridade com matérias de cunho religioso, e os que tiverem, certamente não terá um estudo aprofundado, já que não é seu campo de interesse e estudo primário. Digo isso, pois não se balanceia, a fim de ser justo com o leitor, a ?biografia? do indivíduo criticado. Esse desbalanceamento, consequentemente, gerará estranheza ao leitor, que não terá dificuldades em concordar com o que o autor está dizendo. Ele é conduzido, e se não tiver um pano de fundo, nem sequer percebe que foi enredado.

4. [...] as ciências da crítica literária, da arqueologia, da física e da biologia molecular mostraram que mitos religiosos eram falsos e criações humanas, e também conseguiram produzir explicações melhores e mais iluminadas.
Há muitas passagens assim, como há acima informado. Trechos onde o autor me solta uma afirmação dessa, não mostra um estudo, não cita os artigos, as fontes, e espera que você confie no que ele está dizendo.

5. Nunca foi difícil ver que a religião era causa de ódios e conflitos, e que sua preservação dependia de ignorância e superstição. Satiristas e poetas, bem como filósofos e homens de ciência, foram capazes de apontar que se triângulos tivessem deuses, seus deuses teriam três lados, assim como os deuses dos trácios tinham cabelos louros e olhos azuis.
Acho interessante ele usar essa ideia de que os deuses se parecem com seus adoradores, mas só pelo simples fato de que os deuses são criados a imagem e semelhança dos seus adoradores-criadores. Digo isso, pois não vejo como isso pode ser aplicado ao judaísmo e ao cristianismo. O deus cristão não se parece em nada com seus adoradores, e uma rápida leitura no texto sagrado deles deixa isso bem patente aos olhos.

6. O falecido Stephen Jay Gould escreveu de forma generosa que a ciência e a religião pertencem a "magistérios não coincidentes". Eles certamente não são coincidentes, mas isso não significa que não sejam antagônicos.
Há muita produção acadêmica sobre o assunto, muitas universidades como Oxford, Harvard e Stanford tem cadeiras para pensar como fé e ciência tem se relacionado desde que o mundo é mundo, e ninguém bateu o martelo, a discussão ainda está em aberto nas grandes universidades ao redor do mundo, mas alguém deveria avisá-las, pois Hitchens com uma frase já resolveu a questão. E pra variar, resolveu apenas com a opinião dele. E não me recordo de vê-lo comentar justamente sobre isso que o Jay Gould fala, pois tanto religioso, filósofos e assim como muitos cientistas ? cientistas não cientificistas ? admitem que a ciência, enquanto método, não se limita, pela sua própria essência e escopo, ao mundo natural, não tendo competência dentro de seu escopo para investigar o sobrenatural. É por isso que temos ideias como essa do Jay Gould, mas que é meramente descartada com um simples ?[...] mas isso não significa que não sejam antagônicos?.

7. E esse é o ponto ? sobre mim e os que pensam como eu. Nossa crença não é uma crença. Nossos princípios não são uma fé. Nós não nos baseamos unicamente na ciência e na razão, porque esses são fatores mais necessários que suficientes, mas desconfiamos de tudo o que contradiga a ciência ou afronte a razão. Podemos diferir em muitas coisas, mas respeitamos a livre investigação, a mente aberta e a busca do valor das ideias.
Aqui o autor afirma que tem a mente aberta e é adepto da livre investigação, mas o que fica implícito, é que só aceita como verdadeiro, aquilo que passa no crivo do seu método de investigação, ou sejam, qualquer pessoa que ouse usar uma epistemologia diferente da que ele usa, não está autorizado a participar do debate, e mesmo que seja autorizado, será apenas para ser ridicularizado. É isso é complicado, pois, com Jay Gould, afirma, são ?magistérios não coincidentes?.

8. É uma ironia trágica e potencialmente letal que aqueles que mais desprezam a ciência e o método de livre investigação tenham sido capazes de surrupiá-lo e incorporar os produtos sofisticados dele a seus sonhos doentios.
O temor de que terroristas conseguissem armas nucleares. Mas o interessante é que não o chamam pelo que eles são, terroristas, de uma ala do Islã, a ala mais radical, entretanto, ele não informa isso ao leitor, aqui são tratados como mero religiosos sanguinários, que podem conquistar armas nucleares em países nada estáveis. E após isso, finaliza fazendo menção de que muitos religiosos tem quase que um fetiche com um apocalipse de cogumelos de fumaça. Fica nessa de jogar no ar questões como essa, e deixando o leitor absorver e fazer as associações de temas que, algumas vezes, não tem relação alguma, até por se tratarem de grupos religiosos completamente distintos, mas são jogados no mesmo saco, como se fossem uma única massa.

9. Todas as tentativas de conciliar a fé com a ciência e a razão estão condenadas ao fracasso e ao ridículo exatamente por essas razões.
Todas. Simples assim. Para alguém que mais atrás no livro afirmou que estamos evoluindo intelectualmente, mas alguns assuntos já são um paradigma insubstituível, e o mesmo autor afirmou mais atrás também, que seus posicionamentos não possuem forma de dogma. Me parece um pouco contraditório, para ser bem educado.

É verdade que algumas vezes os cientistas foram religiosos, ou pelo menos supersticiosos. Sir Isaac Newton, por exemplo, era um espiritualista e alquimista de
tipo particularmente risível.
Como dito mais acima, ele costuma fazer isso em sua escrita, pega algumas figuras, faz a sua escolha dos dados, e a percepção que o leitor terá do individuo é essa, o cara era louco, ou tinha, pelo menos, um parafuso solto. E após isso, ele continua dizendo que muito cientistas usam uma linguagem, digamos, ?cristã? ou ?judaico-cristã?, quando falam de ciência ou investigação científica, mas só por que são expressões que já fazem parte da idioma falado pelo cientistas, como ele cita um exemplo dele mesmo quando ela fala ?Ai meu Deus?, sendo ele uma ateu. É simplesmente algo inocente, que não deve ser levado em consideração como um declaração de fé, digamos. O resto da história de Newton, ou de outros grandes cientistas, que foram menos propensos a esse tipo de ataque, não são levados em consideração, e nem a profundidade e o comprometimento de sua vida com a fé. E nem as conquistas de tais cientistas cristãos, nem suas contribuições e os subsídios sediados por entidades como as igrejas de seus tempos. O autor nunca oferece um quadro completo, é sempre parte, o que levará o leitor que não tem familiaridade com os temas a pensar que o autor está correto em algumas de suas falas.

Eu nem vou comentar sobre a parte religiosa ou da filosofia da religião, pois é algo muito medíocre, como informei na minha humilde resenha, na qual você comentou, ele segue os passos do Dawkins e não lida bem com os textos. O que causa estranheza em quem os conhece e os vê trabalhando de forma totalmente equivocada. Mas como eu disse, eu não vou entrar nesse mérito.

Vi que o livro está em sua lista de leituras futuras. Minha intenção não foi fazer uma resenha pra terceiros, eu as faço para mim mesmo. As resenhas são apenas a fim de incluir os livros lidos na contagem geral do relatório de fim de ano, é mais por obrigação, de forma que não procuro ser exaustivo. Esse trabalho eu deixo para os históricos de leitura, que me fornecem um resumo rápido dos livros lidos. Sinto muito não ter te ajudado com minha resenha.


Carlos Davi 06/04/2023minha estante
Percebi esses mesmos problemas na obra.




53 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3 | 4


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR