Ceile.Dutra 30/10/2012Resenha retirada do meu blog - www.estejali.comEu disse que adiaria muito a leitura deste livro, pois só ouvia/lia críticas negativas e se um dia eu desperdiçasse uns dias de leitura com ele, seria só pra matar a curiosidade. Mas eis que, de tanto ouvir falar mal, resolvi solicitar para a Intrínseca. Só um aviso: continuem falando mal, o efeito disso na minha leitura foi ótimo.
Quando sua amiga redatora do jornal da universidade fica doente, Anastasia Steele é “obrigada” a entrevistar o multimilionário Christian Grey em seu lugar. Ela não sabia nada sobre ele, além de que ele era muito rico. Chegando no glorioso prédio, ela fica desconsertada ao perceber o quão lindo Sr. Grey é, além de perceber o gosto excessivo dele por poder e controle.
Depois de alguns encontros casuais, Grey e Ana vão se aproximam ao mesmo tempo em que Christian quer certa distância dela: seu jeito é inocente demais pra ele. Mas com a tensão que os envolve quando estão próximos, é impossível resistir e ambos acabam entrando numa relação não exatamente definida. Christian avisa que ele não é nada convencional e acaba revelando seu gosto por BDSM. Ele é um sádico e nunca se envolveu de forma amorosa com uma mulher, além de esconder muitos segredos e desta vez não será diferente.
Entre muitos jogos, presentes, encontros e desencontros, Ana e Grey seguem em uma montanha-russa: ora se dão superbem, ora ele a está castigando. Aparentemente, eles estão seguindo caminhos opostos: Ana espera mais que sexo, enquanto Grey quer mais do sexo, mas alguma coisa envolve estes dois e faz um a exceção do outro.
Não posso dizer que este livro entrou para os melhores do ano (nem de longe), mas acontece que não me decepcionei. Eu gostei. Sou capaz de falar inúmeros pontos negativos, mas não posso negar que este livro me prendeu do início ao fim. E, ah, o final. Sem dúvidas, nas três últimas páginas realmente senti o que a autora tentou demonstrar o livro inteiro.
A leitura é fácil, mas a autora repete muito algumas ideias: ela usa expressões que cabem em determinado momento, mas uma ou duas páginas depois, ela usa a mesma ideia para outra situação. Faltou um pouco de tato na hora de apresentar seus personagens: me pareceu que ela não conseguia trabalhar com duas coisas ao mesmo tempo. Ela simplesmente falava que Grey era autoritário, mas eu não sentia isso, ao mesmo tempo em que não sentia nada de positivo quanto à personalidade dele. Neste quesito, para mim, ele ficou apático. E o sexo... Todo o estardalhaço do livro se deve a isso e, posso falar? O livro é sensual, descreve as cenas de sexo, mas não são tão minuciosas, eu esperava algo mais xulo, sinceramente falando. Mas este ponto foi positivo pra mim. O problema em algumas cenas de submissão aconteceu na minha cabeça: eu não consigo casar prazer com dor, não consigo imaginá-los num mesmo lugar, mas quem curte, provavelmente, vai entender melhor Ana e Grey.
“-Se eu disser, você vai sair correndo dessa sala para nunca mais voltar. – Ele me olha desconfiado. – Não posso correr esse risco, Anastasia.
- Quer que eu fique?
- Mais do que você pensa. Eu não suportaria perde-la.”
Eu esperava algo bem pior e acho que algumas pessoas estão tendo uma reação exagerada por puro preconceito (digo isso para as pessoas que não leram e saem falando com base no achismo). A melhor saída é ler sem expectativa e acabar surpreendido. Não é sexo apenas, trata-se de algo muito menos superficial e tenho certeza que a autora quis mostrar a possível mudança que alguém pode sofrer, além dos traumas que podem comprometer toda a vida de uma pessoa. Sim, já estou desesperada por Cinquenta Tons Mais Escuros já que o final, como eu disse, foi realmente decisivo pra mim.