Gabriel 09/08/2021
Cansativo.
Terminei literalmente esse livro na base do ódio. Mas com a força e glória do senhor Jesus, eu consegui terminar.
Para começar eu gostaria de criticar o quanto esse livro é denso. Minha nossa senhora!! Eu fiz a resenha do livro "Os Garotos Corvos" e critiquei que a autora descrevia pouco sobre os lugares, o que não ajuda a situar quem está lendo na atmosfera real do livro. A Cassandra nesse livro aqui é o completo oposto. Ela descreve demais. Páginas e páginas e páginas de pura descrição que não agrega em absolutamente nada, isso fora algumas descrições repetidas, como por exemplo os músculos, a pele e olhos dourados do Jace (isso aqui foi insuportável, toda hora que Clary e Jace ficam juntos na mesma cena, a Cassandra ressalva a existência dos músculos do Jace, dos olhos dourados do Jace, dos cabelos dourados, do bronzeado dourado... Nossa senhora, que insuportável!! Amiga, eu estou ciente dessas características desde o livro 1. Eu não tenho amnésia.). Isso é muito cansativo, pois você lê páginas e mais páginas e não sai do lugar em relação a história, pois ela entope esse livro com descrições de cenários que são desnecessárias. Outro fator cansativo é que o livro não acontece nada de muito interessante. O motivo desse livro existir é um detalhe que chega a ser ridículo, e ele é resolvido de uma forma mais ridícula ainda, pois utiliza de uma solução que já foi vista no Livro 3 dessa saga. Obvio, ela foi testando todas as opções, portanto, houve uma construção para reaproveitar esse artifício. Só que, para quem está lendo é cansativo, pois você caminha, caminha e caminha em uma história para chegar a lugar nenhum. Anda em círculos e a história não avança. É muito, muito denso esse livro. Chegou em um momento que eu já estava de saco cheio e lutei para não abandonar, pois o livro ele tem menos acontecimentos ainda que cidade dos anjos caídos e ironicamente ele é maior. Tipo??? Qual a lógica? Nenhuma. O livro é dividido em 3 partes. A parte 1 é um saco. O começo da parte 2 é legal, depois é só enrolação e fica cansativo, e a parte 3 só melhora no ultimo capítulo e no epílogo (Não estou sendo irônico).
Esse livro ele tem um foco maior no romance. O seu foco principal foi desenvolver os casais secundários. Pois de história mesmo, ele foi pobre. Malec foi desenvolvido apontando as inseguranças do Alec. Sizzy começando a se apaixonar de fato(meu casal favorito até agora) e Maia e Jordan se reaproximando. Sizzy, meu Deus, eu preciso enaltecer esse casal. É literalmente formado pelos dois personagens mais sensatos de toda essa saga. É incrível o quanto eles se completam, e através disso, conhecemos mais camadas de ambos os personagens. Quero muito ver mais deles no futuro. Agora, o Chernobil desse livro, Clace. A Cassandra ela é ótima em desenvolver casais antes da consumação do relacionamento, ou seja, antes do momento em que eles falam que vão começar a namorar e ser, de fato, um casal. Quando essa consumação acontece, eu não sei o que há de errado, pois a Cassandra começa a fazer uma melação, umas ideias tão erradas, e uma falação, um drama que chega a ser nojento de tão artificial. O melhor momento desse casal é quando eles estão separados, porque juntos chega a ser nojento de tão falso. Eu não consigo ver esse sendo o casal que eu me apaixonei em cidade de vidro. Simplesmente não é o mesmo casal. Parece que eu estava lendo crepúsculo - lua nova de tão bizarro que foi. A melhor cena deles foi a viagem a Veneza, ali, sim, eu vi o mesmo casal de cidade de vidro, depois disso foi só a diarreia. O que mais me irritou, além da descrição repetitiva do corpo do Jace, foi a Clary toda hora falando: "Meu Jace" (quem leu vai entender). Eu lia essas partes revirando os olhos toda hora. Isso, e falando "amiga, vem aqui. Não existe SEU Jace. Existe O Jace. Ele não é propriedade sua, ele não assinou um documento que o torna pertencente a você. Ele só assumiu um relacionamento com você. Só isso. Se liga!"
Agora vem o tópico mais delicado desse livro para mim, os personagens. O que eu andei reparando da Cassandra Clare é que suas histórias não apresentam desenvolvimento pessoal dos seus personagens. O que seria isso? Desenvolvimento de caráter, onde aprendem com seus erros e começam a agir de forma mais descente. Resumidamente é isso. Os personagens da Cassandra em sua maioria são mimados e egoístas. Clary que o diga. Pode apresentar personagens assim? Claro que pode, desde que tenha alguém que vire na cara deles e jogue umas verdades ensinando uma lição para que eles evoluam. Isso é legal e ajuda a história a ter uma camada extra. Mas a Cassandra não faz. Tem vários personagens assim no Cassandra verse, mas nesse livro aqui, a mais problemática é a nossa protagonista, então vamos conversar sobre ela. A Clary nos 3 primeiros livros já apresentava esses comportamentos, só que eu passava pano para ela pois os acontecimentos dos livros dava a entender que ela fazia isso pois se julgava capaz e não ia ficar parada enquanto as pessoas se matavam para ajudar ela enquanto a mesma não faz nada. Nessa trilogia de extensão, ela literalmente é irritante gratuitamente, ela é assim naturalmente. Todo o problema dessa trilogia está acontecendo porque ela quis o Jace de volta. Todos desse universo falaram que não se pode trazer alguém de volta dos mortos pois quebra o equilíbrio. E o que ela faz? Ela literalmente caga e anda, pois na cabeça dela, ela não fez nada de errado pois ela fez isso pela felicidade dela. Em nenhum momento ela se questiona, ela se arrepende ou reflete sobre a culpa dela nisso tudo, e quando reflete ela diz que está tudo bem pois fez por amor e precisava disso para ser feliz. O mundo pode acabar, mas como ela seguiu o coração e fez pela sua felicidade, para ela está tudo bem. Isso é muito irritante!!! Eu lendo esse e o livro 4, fiquei clamando o tempo todo para alguém apontar o dedo na cara e falar umas verdades do tipo: "Amiga, acorda!! O mundo tem muito mais questões importantes do que o seu amor por um cara que você conheceu a apenas 3 meses. Se liga!! você não percebe o quanto está sendo egoísta e mimada, e consequentemente, pode matar todo mundo?". Isso também se aplica para a amizade dela com o Simon. O garoto sofrendo com a família dele e ela nem se quer pergunta como ele está, ele até tenta falar mais ela não deixa pois o Jace é mais importante. E ele ainda está se fud...endo colocando sua vida em perigo para ajudá-la a salvar o macho. Ou seja, uma amizade de infância, de toda uma vida, é menos importante do que um macho que ela conheceu a menos de 3 meses e que até pouco tempo era irmão dela. Grande amiga né? O mais engraçado é que ela foi oferecer ombro amigo pro Simon no final do livro, depois de tudo já ter sido resolvido. Velho, quando o Sebastian deu 3 tapas na cara dela, eu comemorei tanto, mais comemorei tanto, pois ele representou a minha vontade que eu estava sentido o livro inteiro. Ainda pedi para bater mais que foi pouco. Simon e Izzy são os personagens mais sensatos dessa série. Dão conselhos e uns toques de realidade maravilhosos. Mas quando a bola da vez é a Clary, eles falam simplesmente o que ela quer ouvir, e não o que ela precisa. Ou seja, aprendeu o que? Nada. Qual lição que passa? Nenhuma. Simplesmente não tem desenvolvimento pessoal nos livros da Cassandra Clare. Não sei se é uma estratégia preguiçosa da autora para conseguir fechar facilmente seus livros da forma mais redonda possível, mas é podre para quem já tem uma bagagem de livros mais razoável.
Agora o meu grande problema desse livro, ou seja, o que mais me incomodou lendo. O encontro de Jocelyn e Sebastian. Que tipo de mãe diz que deveria matar o próprio filho assim que nasceu? Enforcá-lo no berço? Uma mãe que se prese tentaria arrumar um jeito de curar o filho. Se não desse, tentaria reabilitá-lo. Se não, no máximo deixaria de lado. Jamais viraria pro próprio filho e diria: "Desculpa por não ter te matado assim que você nasceu." Tipo... Mano?? Que mer...da foi essa? O que mais me incomodou é que não houve nenhuma forma de repreensão, simplesmente a Cassanda continuou a história como se isso fosse normal. Isso me irritou tanto que até passei mal. Até torci para o pior ter acontecido nessa cena pois o personagem estava merecendo.
Resumindo, é um livro cansativo que não acontece quase nada de relevante. Terminei ele na base do ódio. Se não fosse a Izzy e o Simon eu teria abandonado esse livro a muito tempo. Chegou um certo momento que eu já estava de saco cheio e queria terminar logo. Cagando e andando se eu ia entender os acontecimentos ou não. Porém, ele é menos nojento do que o livro 4. Então, 2 estrelas na minha avaliação. Estou na dúvida se vou continuar o livro restante por agora, pois esse livro me deixou com princípios de ressaca, mais vou terminar a saga com certeza esse ano.