Fernanda 23/07/2013Resenha: Cidade das Almas Perdidas Resenha: Não sei se vocês sabem, mas eu sou extremamente apaixonada por essa trama e estava desesperada para a continuação da série de “Os Instrumentos Mortais”. Já ouvi diversos comentários referentes ao enredo de “Cidade das Almas Perdidas” referente ao rumo dos acontecimentos, porém acredito que a autora soube conduzir os fatos novamente de um modo magistral e surpreendente. Sem contar que achei essa capa a mais bonita de todas até agora publicada. E o que mais ganha destaque nesta trama é justamente a relação dos personagens envolvidos, pois cada um a seu modo, acabam adquirindo certa cumplicidade em busca de um só objetivo.
“É que... – Clary respirou fundo. – É quase a mesma coisa. Você viu. Quando atingiu Sebastian, Jace começou a sangrar. É como se fossem... o espelho um do outro, de certa forma. Se cortar Sebastian, Jace sangra. Se matá-lo, Jace morre.” Pg.97
Confesso que fiquei nervosa, e depois angustiada para em seguida estar alarmada sobre o suposto sumiço de Jace e sobre a aflição de Clary, assim como Simon, Isabelle, Alec e Magnus também demonstraram suas preocupações. Jordan e Maia foram dois personagens recorrentes dos últimos volumes, que também apareceram bastante nas cenas, apresentando novas versões de um relacionamento fragilizado, conturbado e inseguro. Simon também tem o seu merecido e emocionante destaque diante de tanta lealdade e conivência. E quanto a Isabelle, só posso dizer que ela se encontra um tanto insegura e confusa diante dos sentimentos nutridos por Simon. Quanto a Alec e Magnus, preciso dizer que os dois estão cada vez mais empolgantes e comoventes. O interessante é perceber que existe mesmo uma interação entre todos os personagens apesar de suas diferenças, e que o fator principal dessa união segue justamente pela procura agonizante de Jace e consequentemente de Sebastian. A Clave está fazendo de tudo para encontrá-los e não mede esforços para conseguir alcançar o objetivo principal: matar Sebastian, mesmo que para isso tenha que matar Jace também, já que os dois se encontram sob uma magia de sangue demoníaca. E essa ligação entre os dois acaba sendo muito bem trabalhada de um modo que o leitor imagine novas versões para o enredo, e talvez dê esperanças para um final improvável.
“Ali estava, pensou Clary, uma clara diferença entre este Jace e o dela. O dela tinha uma curiosidade voraz e dominante em relação a tudo. Jamais daria de ombros e aceitaria o plano alheio. Era como o oceano se jogando sem parar contra uma costa pedregosa; e este Jace era... um rio calmo, brilhando ao sol.” Pg.224
É perceptível a mudança de comportamento da protagonista ao longo de cada livro. Nesse em questão, ela se encontra ainda mais determinada e corajosa diante de cada atitude e decisão. Já Jace definitivamente não é mais o mesmo de antes. Agora ele está cada vez mais manipulado por Sebastian e neste caso, fica até difícil entender suas ações. Apesar de ser o meu eterno personagem – encantador e poderoso –favorito da série, nota-se que ele está passando por um período difícil de provações, e a única coisa que realmente importa para ele nesse momento, é o amor de Clary (pelo menos isso) e a batalha que terá que travar com a Clave, juntamente com o arrogante Sebastian. E para quem estava se perguntando: é nesse volume que Sebastian Verlac ou Jonathan Christopher Morgenstern é mais explorado diante de uma narração intricada e sobrecarregada. E não sei se já citei isso nas resenhas anteriores, mas esse é um personagem espetacularmente digno de angustias e de horror. Eu não simpatizo com ele nem um pouco, tanto pela sua frieza e pelo seu ar repleto de vulnerabilidade, manipulações e mentiras, mas ao mesmo tempo o acho muito condizente para o papel complexo e intenso. Ele acaba, então, se tornando o destaque deste livro e quem sabe até de todos os livros então já publicados. Sebastian se tornou o vilão mais cruel e obsessivo. Ou será que ele estava apenas buscando algum tipo de apoio ou compreensão?!
“Tudo que sei é que amo você. E pela primeira vez, isso basta.” Pg.312
“Cidade das Almas Perdidas” possui uma trama desafiadora e acima de tudo, surpreendente em vários aspectos. Primeiro porque desvenda certos assuntos inacabados e segundo porque abre questões misteriosas e acima de tudo, eletrizantes para a continuação. Essa é enfim, a verdadeira função deste quinto volume da série: nos preparar para um final revelador em City of Heavenly Fire.
“(...) Pertenço a você. Poderia fazer qualquer coisa que quisesse comigo, e eu deixaria. Me pedir qualquer coisa; eu acabaria comigo tentando fazê-la feliz. Meu coração me diz que este é o melhor e mais grandioso sentimento que jamais vivi. Mas minha mente sabe a diferença entre querer o que não se pode ter e querer o que não se deve. E eu não devo desejá-la. (...)” Jace para Clary Pg.433
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