Os enamoramentos

Os enamoramentos Javier Marías




Resenhas - Os enamoramentos


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Fabiana.S 21/04/2024

Fulanas...
Ser uma "fulana", um passatempo, estar de passagem na vida de alguém que é especial para si.

Aceitar migalhas de afeto, companhia e calor na esperança dos sentimentos do outro mudarem em algum momento, para quem sabe assim, virar a Mulher escolhida.

"Porque me submeto a isso?"
Javier Marias escreveu com maestria sobre os sentimentos de muitas mulheres.

" Há Homens que desde o início deixam tudo bem claro sem que ninguém peça:
'Vou avisando que não vai haver mais do que há entre você e mim. E se você aspirar a outra coisa é melhor acabarmos já'. Ou então: 'Você não é a única nem pretenda ser. Se busca exclusividade, errou de endereço.
Tenha em mente que somos um para o outro: companhia provisória, entretenimento e sexo. No máximo, camaradagem e afeto contido".

Os enamoramentos entrou na lista dos favoritos, com louvor :)



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Gabi 02/12/2023

Um romance escrito em formato de fluxo de pensamentos.
Em determinados momentos cansa, porque é longo, prolixo, vai longe, mas depois retoma o fio da historia e flui.
Achei um leitura bastante peculiar e de certa forma me lembrou Joan Didion, uma autora que gosto demais.
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Biblioteca Álvaro Guerra 11/09/2023

O romance atesta o talento de Javier Marías para envolver o leitor em suas fabulações, ao mesmo tempo que revela passo a passo as armadilhas de toda ficção. O desejo íntimo de acreditar naquilo que é narrado, bem como o impulso de preencher com a própria fantasia o que se ignora: talvez seja o tema central desse romance primoroso.

Livro disponível para empréstimo nas Bibliotecas Municipais de São Paulo. Basta reservar! De graça!

site: http://bibliotecacircula.prefeitura.sp.gov.br/pesquisa/isbn/9788535921533
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Paulo Sousa 07/11/2022

Leituras de 2022
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Os enamoramentos [2011]
Orig. Los enamoramientos
Javier Marías (?? 1951-2022)
Cia das Letras, 2012, 344p.
Trad. Eduardo Brandão
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??O enamoramento é insignificante, em compensação sua espera é substancial.?
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A leitura de Os Enamoramentos deveria ser concluída ainda na semana logo após o lamentável desaparecimento deste mundo de Javier Marias, o grande escritor espanhol que tem me ganhado livro a livro. O que impediu foi a súbita avalanche de problemas, encargos, problemas familiares, entre um ou outro momento para respirar, tamanho o turbilhão de impeditivos que me avassalaram nas últimas semanas. Paciência: a sábia frase de João da Ega, ja no finalzinho de Os Maias, pode muito bem descrever meu eterno lapso - ?a vida que concebemos, nem sempre e a que vivemos?? (cito de orelha).
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O livro em si tem aquele ingrediente sempre presente nos outros bons Marías que li: um traço detetivesco, cujo ar de conspiração é um chamariz para varar as madrugadas pegado na leitura; um triângulo amoroso, aqui, no caso, representado por Maria Dolz, a narradora do romance, que trabalha numa editora, que é enamorada de Javier Díaz-Varela que, por sua vez, é enamorado de Luiza Desvern, viúva de Miguel, a quem Diaz-Varela conspirou para dar cabo a fim de pode solidificar sua paixão por Luiza; e uma longa caminhada labiríntica onde o agora finado escritor nos leva a pensar no universo masculino permeado de mentiras e inconsistências que dominam suas ações e relações e o sofrimento causado a terceiros, cujo atos jamais serão devidamente punidos, ja que para tal mal não há testemunhas, senão a própria consciência do causador.
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Também de praxe são as estreitas ligações com outros autores/livros, sabiamente inseridos na trama por Marías. É o caso de ?O coronel Chabert?, de Balzac, livro inclusive lido por mim e mini-resenhado também - a cujo mote muito se assemelha a Os Enamoramentos, só que de forma invertida, no caso a tentativa de Chabert de provar que não morreu na guerra, mas está vivo da silva, ao contrário de Miguel, que decidiu ele mesmo desaparecer da existência quando descobriu ser portador de uma doença avassaladora, ainda que efetivado por mãos terceiras.
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E assim, através da fala de Maria, vamos sendo imergidos nesse universo de motivos nada louváveis em prol de uma causa só leve e aparentemente justa. Ela, uma vez vivendo um rápido caso com Diaz-Varela, acaba interceptando uma conversa daquele com um terceiro envolvido, Ruibérriz, comparsa de Díaz-Varela, na morte de Desvern. Maria se vê enrodilhada no plano de seu amante e teme que ele, ao descobrir que seu plano foi revelado, busque meios de dissuadir Maria de denunciá-lo ou mesmo revelar a trama a Luiza, pondo tudo por agua abaixo, ou mesmo o pior, ser morta por seu amante desconfiado e nada amistoso.
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Como vês, nada demais no enredo, não fosse a pena mágica de Javier Marías quando concebeu este livro sensacional. E é uma pena, uma grande pena essa partida tão repentina que só mesmo o ensimesmamento para nos consolar, pobres leitores?
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Alan Furiati 30/04/2022

Um assassinato aparentemente aleatório gradualmente revela motivações mais profundas.
A protagonista, María Dolz, uma mulher que gosta de cultivar hábitos, busca pelo que a complete na vida dos outros que admira a distância e quando a perfeição da vida dos outros se quebra ela busca em si mesma as partes que faltam no que pouco antes ela idealizava. É um elegante mistério de assassinato, mas esta investigação está em busca de responder perguntas muito mais complexas do que apenas as das razões para o crime. Para compreender o rumo que a investigação adquire é preciso compreender quem investiga e quem oferece as respostas ou novas pistas.
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Mah Mac Dowell 03/09/2021

Infelizmente o livro não funcionou comigo. Não gostei da história, da narrativa e nem dos personagens.
Acredito que a narrativa com parágrafos muito longos, e quase sem diálogo, acabaram deixando a leitura um pouco cansativa.
Não consegui me conectar ao livro.
Alê | @alexandrejjr 03/09/2021minha estante
É um livro complicado pra quem não está habituado a esse estilo, que também é empregado pelo Saramago, de certa forma. Dá sempre um dó ver que alguém não gosta de um livro muito querido por um leitor, mas a beleza da literatura tá aí, dessas diferenças. ?


Mah Mac Dowell 03/09/2021minha estante
Pior que já li os livros de Saramago e gostei muito. Só acho que esse não funcionou pra mim. Mas é isso, gosto cada um tem o seu né




Beatriz Aparecida Nogueira 19/08/2021

Sessão da tarde. Leitura despretensiosa. Para relaxar entre um livro mais penetrante e outro. A narração é feminina, talvez prenda mais algumas pessoas que outras, dependendo do estilo.
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Heloiche 05/01/2021

Leitura que nao me conquistou
Essa leitura foi para mim uma prova de resistência. Quase 400 páginas. Há muito aprendi a abandonar livros que não me agradam sem dó nem piedade. Mas nesse persisti, depois que uma leitora que respeito, ter dito ser esse o livro da vida dela.
O autor consegue fazer digressões de cerca de 10 páginas. No meio de um diálogo, surge uma pergunta e aquela tensão para saber a resposta. Mas, aí vem trechos de Shakespeare, Balzac, .... de páginas e páginas.
Nunca li nada desse autor, e vou demorar a tomar coragem de ler outro.
Tiago 12/04/2022minha estante
Concordo plenamente. A escrita dele é muito bonita e o plot da história muito interessante. Porém essas digressões gigantescas são um teste de paciência, quebram totalmente o ritmo do livro. Dá para dizer sem medo que é prolixo.




Ivan de Melo 17/12/2020

Javier Marías, a primeira pessoa e a inconveniente presença dos mortos em "Os Enamoramentos"
Em 2020 conheci a escrita de Javier Marías, um dos nomes destacados da literatura espanhola contemporânea, com “Os Enamoramentos”. Terminei a leitura do livro ainda em fevereiro com a felicidade de já poder marcá-lo na lista de melhores leituras de um ano que mal havia começado.

“Os Enamoramentos” é um romance de 2011 e sua história é narrada em primeira pessoa por María Dolz, uma mulher que se diz comum e que cultiva pequenos hábitos para o seu prazer, dentre eles o de tomar café todas as manhãs antes de seu expediente enquanto admira, à distância, um casal que lhe parece perfeito em todos os sentidos. Sem conhecer os detalhes mais pessoais de seus observados, Dolz passa os dias imaginando cenários de sua vida privada, mas essa rotina é profundamente alterada quando o homem do casal é morto e Dolz deixa seu papel de espectadora passiva para se imiscuir na vida da nova viúva. Este movimento inesperado faz com que a protagonista seja envolvida em uma trama mais densa do que ela imaginava e que envolve paixão, traição e assassinato.

O autor constroi aqui uma das mais intrincadas narrativas em primeira pessoa que já li com sua protagonista moldando o que conta a partir de seu estado de espírito, de seus receios e “achismos” que procuram explicar a situação em que se encontra, o que a torna em diversos momentos pouco confiável. Esta relação estabelece uma espécie de jogo em direção ao leitor que deve acompanhar tudo com um pé atrás da porta, contornando (ou não) as intenções de quem conta essa história.

Como se não bastasse o raciocínio de sua narradora, Marías introduz nesta obra um diálogo com outros títulos da literatura, a saber: “Macbeth” de William Shakespeare, “Os Três Mosqueteiros” de Victor Hugo e “O Coronel Chabert” de Honoré de Balzac. Essas obras, que se fazem presentes em diálogos muito bem afinados, constroem uma complexa teia que se liga a “Os Enamoramentos” a partir de um tema que todas têm em comum: a inconveniente presença dos mortos.

Difícil dizer qualquer coisa sobre este livro que não seja um “vá lê-la agora mesmo”. Marías escreveu um daqueles livros que prendem o leitor do início ao fim de suas páginas pelo magnetismo do desdobrar da intriga em que Dolz se vê envolvida, tudo isso num ritmo progressivo e eletrizante que provavelmente te deixará na beirada do assento em alguns momentos. Já posso dizer que quero ler tudo o que Javier Marías escreveu.



site: https://ivandemelos.medium.com/penso-sobre-javier-mar%C3%ADas-a-primeira-pessoa-e-a-inconveniente-presen%C3%A7a-dos-mortos-em-os-366dcdb3ef7b
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Dri Ornellas 22/06/2020

Eu não lembro como cheguei ao livro Os enamoramentos, de Javier Marias (provavelmente foi ao ler sobre sua famosa trilogia Seu rosto amanhã), mas lembro que assim que o comprei, peguei para ler sem colocar na lista de espera, mas, apesar do ânimo para a primeira leitura (acho que em 2012 ou 2013), ela foi muito arrastada, não por culpa da história em si, mas porque a leitura estava sendo um pouco pesada - agora, não faço ideia porque a leitura foi assim para mim, mas devo ter demorado uns 3 meses para finalizar esse livro, na época - o que me fazia várias vezes colocar o livro em espera ou o intercalar com outros livros. As pausas acabaram tornando a leitura ainda mais maçante por esse não ser um livro para ser lido com grandes hiatos: a história pede ritmo, se você se distancia pode acabar perdendo a ligação com os personagens - ou a pouca ligação, no meu caso - isso porque o livro tem pouca ação e diálogos, acontecendo na base de falas longas e devaneios mais longos ainda. E é nesses devaneios que mora a peculiaridade do livro de Javier Marías, pois são eles que criam toda a vida dos personagens.

Maria Dolz é uma editora que detesta trabalhar com escritores e publicar livros, o que se torna um contraponto interessante na narrativa: uma editora que despreza o universo criador de ficção. Maria sempre toma café da manhã na mesma cafeteria perto do trabalho e, ao longo dos anos, passou a observar um casal à distância. Um dia, o marido que faz parte desse casal é assassinado por um morador de rua e é com esse infortúnio que se inicia o desenrolar da história. Maria se envolve com um amigo do casal desfeito e, ao nos contar os acontecimentos, cria conjecturas tão bem articuladas que nós, leitores, ficamos confusos e nos perdemos entre o que é real de fato e o que é narração dela. Não chega ser algo machadiano como o que acontece com Bentinho porque aqui, ao final de uma longa explanação, a própria personagem contrasta as suas dúvidas ou hipóteses com a realidade, transformando a leitura em um exercício ficcional: Os enamoramentos um livro de ficção com várias ficções em seu interior (inclusive faz várias alusões a Balzac e Shakespeare) e possui várias passagens metalinguísticas: "'É um romance, e o que acontece neles não tem importância, a gente esquece, uma vez terminados' Talvez pensasse que com os fatos reais não acontecia assim, com os da nossa vida. Provavelmente é certo para quem os vive, mas não para os demais. Tudo se transforma em relato e acaba pairando na mesma esfera, e mal se diferencia então o acontecido do inventado. Tudo acaba sendo narrativo e portanto soando igual, fictício mesmo que seja verdade."

Essa foi uma releitura muito menos impactante do que a primeira, apesar de continuar considerando um ótimo livro: história original, uma escrita incrível e os devaneios metalinguísticos são um grande diferencial, mas não consegui me empatizar e envolver com a protagonista. Pode ser que essa tenha sido mesmo a intenção do autor, usar a personagem para nos contar e explicar a (ficção da) história, não para ser a heroína.
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Marilia Bonna 24/09/2019

A casa vazia ou o lugar do morto
Apesar do nome, apesar da capa, apesar de se tratar de uma longuíssima reflexão sobre o amor, a solidão, o esquecimento - não é um livro romântico: é mais desencontro que encontro, mais ausência que presença, mais falta que excesso. Não é, de fato, um livro romântico e, por isso mesmo, é um livro extraordinário: que fala do amor, esse tema tão cansado, de uma maneira inteiramente nova - de uma maneira real.

A narrativa gira em torno de uma ausência primordial, originária, representada no livro pela morte súbita de Miguel, o amor de Luísa: essa falta imprevista, esse lugar repentinamente vago, é o vazio que - diz Javier - tentamos preencher a vida toda, o lugar de um primeiro amor impossível - já que perdido no tempo, já que mítico -, o lugar daquele que partiu e que nunca fica ocupado de verdade, a não ser temporariamente, a não ser por um momento. É como se o amor, no fundo, fosse aquele jogo que as crianças da década de 80/90 conhecem como "racha-cuca", que tanto pode ser de números ou letras e cujo sentido está justamente no espaço vazio que permite a mobilidade das peças, está justamente em sua incompletude e no que nos escapa.

Além do tema do amor, "Os enamoramentos" tem outra coisa perigosa: a narração em primeira pessoa e, mais que isso, em primeira pessoa feminina - tendo sido escrito por um homem, o escritor espanhol Javier Marías, só posso supor que a escolha da voz feminina era imprescindível ao êxito da narrativa, a ponto do autor não abrir mão dela. De fato, a profundidade das reflexões, a sensibilidade com as perdas, a atenção aos detalhes, a consideração com o passado, a delicadeza da narração, cabem melhor - são mais verossímeis - numa personagem feminina, em María Dolz - a mulher que nos conduz aos labirintos do sentimento.

Labirinto, é disso que se trata "Os enamoramentos": narrativa cheia de entrecruzamentos, emaranhada - difícil da gente sair porque se distrai no caminho; porque se perde e se encontra tantas vezes; por pura dificuldade de partir dessa teia complexa que é o sentimento humano e das palavras, tão bonitas, do escritor espanhol Javier Marías. ❤
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Alê | @alexandrejjr 26/08/2018

Entre digressões e reflexões

Não lembro ao certo qual foi o momento em que me interessei pelo Javier Marías. Não recordo com quais autores eu o associei ou se o assunto me chamou a atenção. A verdade é que agradeço ao acaso por ter lido este romance.

“Os enamoramentos” é uma história simples em sua estrutura mas incrível em sua proposta. O autor, que também é filólogo, escreve para encantar quem pretende ler suas obras. A sutileza com a qual escolhe as palavras, o encaixe perfeito em uma oração, os vários sentidos que um único parágrafo pode ter. Tudo é pensado com muito cuidado. O detalhe é o destaque no texto deste espanhol.

Não posso deixar de elogiar também o desafio de tentar emular o pensamento feminino, algo que, para mim, ele pareceu fazer com muita competência (confesso não saber como). A história, contada através das reflexões de María Dolz, levanta questões a respeito da morte, da traição, do amor, da violência e do sentido da verdade (e da mentira). É um livro extremamente útil para vários momentos da vida e deliciosamente escrito. Eu indico facilmente para quem ainda estiver em dúvida se vale a pena realizar a leitura. E digo mais: não se assuste com os parágrafos de duas, três ou quatro páginas. Leia com atenção e paciência. Inspire e expire, se for preciso.
Marilia Verdussen 08/05/2022minha estante
cara... li o primeiro terço e tô quase largando. Cruuuzes que pedante


Alê | @alexandrejjr 09/05/2022minha estante
Por que achasse pedante, Marília?


Marilia Verdussen 09/05/2022minha estante
rapaz, as falas sobre a morte não são normais, são discursos. Minha sensação é de que ele queria fazer ensaios e resolveu colocar o que pensava numa história qualquer. A mulher falando do mendigo e exemplificando por que não tem raiva: discurso redondo, sem falhas, longo, articulado, culto. Os personagens são igualmente eloquentes, parece que nem existe alteridade... Estranhíssimo. Sensação de quebesse povo não existe, Alexandre. A protagonista nem humana parece, mesmo dizendo que precisava ver o casal pra.passar o dia melhor, mesmo zoando os autores...


Alê | @alexandrejjr 09/05/2022minha estante
Entendo, Marília. Mas sabes que onde tu vês defeito eu vejo a qualidade do livro? Ficção não é realidade. E que bom que o livro consegue causar essa estranheza na leitura, porque é justamente o efeito da linguagem aplicada pelo Javier Marías funcionando. O discurso da protagonista parece deslocado do real porque é ficcional, saca? Ninguém pensa e fala tanto como a María Dolz do livro. E isso é fantástico! Só num livro esse discurso - que parece um grande ensaio sobre a vida, a morte, a dúvida, a ausência, o luto - funciona, saca? Agora... claro que ele não vai agradar todo mundo, mas o que ele faz nesse livro, pra mim, é fantástico!


Marilia Verdussen 09/05/2022minha estante
sabe se os outros livros del3 são assim?


Alê | @alexandrejjr 09/05/2022minha estante
Infelizmente são, Marília. "Coração tão branco", que é um livro estupendo, também é cercado de digressões e "ensaios" filosofico-literários que ele traz através dos pensamentos das personagens. Aliás, é algo que as personagens dele fazem muito: pensam, pensam e pensam. Não é muito o teu estilo esse?


Marilia Verdussen 10/05/2022minha estante
tô tentando pensar que livro parecido eu não curti como esse. Mas não me veem nenhum na cabeça...


Alê | @alexandrejjr 28/06/2022minha estante
É que são os raros os livros nesse estilo mesmo, Marília. Eu fui corrigir uns errinhos e retirar algumas coisas que estavam sobrando na resenha e percebi que no meu texto eu destaco essa questão de não saber "com quais autores eu o associei".


De Guerra 21/08/2022minha estante
Eu adorei esse livro! Que construção incrível.


Alê | @alexandrejjr 09/09/2022minha estante
Eu gosto muito dele também, Denise. Infelizmente, sei que não é para todos os paladares literários, o que me entristece um pouco, pois queria que ele fosse mais acessível. Acontece. Mas sempre que eu posso eu indico para as pessoas e peço paciência com as digressões. Às vezes funciona, às vezes não.


Carmen Sílvia 09/05/2023minha estante
Fiquei curiosa! Vou ler!




Vivi 23/08/2018

O livro começa com divagações muito interessantes sobre a vida e relata, também, um assassinato com outros pensamentos filosóficos. Adorei
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ElisaCazorla 19/07/2018

Tantas coisas para pensar agora!
Um deleite. Não pude deixar de comparar brevemente com Machado de Assis hehe esta obra também deixa uma questão importante completamente aberta: qual versão da história aconteceu? O que é o real e o que é invenção? Eu não sei. Adorei! Ler Javier Marías sempre me surpreende.
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DIRCE 03/08/2017

Crime e motivações
Mais um livro do Javier Marías que me surpreende agradavelmente. A capa? Chega a ser uma covardia de tão linda e convidativa. O romance em si? Eu, por ter lido alguns comentários e considerando às leituras anteriores que fiz do escritor, não esperava por uma love story , mas , vamos combinar : os poetas e escritores que cantam ou cantaram o Amor, diante desta obra, chorariam lágrimas de sangue, uma vez que é possível entrever o pragmatismo dos relacionamentos.
Bem o livro é dividido em quatro partes. No início da primeira parte, assim como María Dolz ( a narradora) , fiquei embevecida com casal Luiza e Miguel.Todos os três, anos a fio, frequentaram uma mesma cafeteria, e a visão do casal era para María Dolz como uma brisa fresca que a abastecia para enfrentar o seu extenuante dia de trabalho. Porém, como não há bem que sempre dure, ocorre uma tragédia e Javier Marías passa a abordar a ausência, a falta, e ele o faz com tamanha propriedade que quem vive ou viveu um luto recente ,com toda certeza, teve uma sensação semelhante a minha: Céus, Javier Marías espelhou-se na minha alma .
Na segunda parte, vemos o envolvimento de Marías Dolz com Díaz- Varela , este, amigo do casal Miguel e Luiza . Só que Não. Um Não nos revelado por meio da voz de Dolz, porém as ações, citações de literaturas clássicas que servem para embasarem as justificativas de crimes são de Díaz- Varela , citações que também servem para que ele defenda que, com o passar do tempo, do causador de lágrimas e sofrimentos nada mais resta do que uma lembrança que, por sinal, pode ser bem incomoda. E é nessa segunda parte que Javier Marías se incube de nos puxar o tapete - nos deparamos com o inesperado.
O inesperado continua a acontecendo na terceira-parte: a motivação do crime. A partir daí fica uma espécie de VOCÊ DECIDE. Mas seja qual for a motivação é espantoso constatar que não houve o menor pudor moral, uma ínfima culpa nem pelo crime cometido tampouco pelo pobre flanelinha.
Javier Marías parece não querer se pacificar com minha pessoinha , pois na quarta parte promove um encontro em Marías Diaz e Ruibérriz de Torres . Pronto – uma nova reviravolta , e, para terminar o romance, ocorre nada mais nada menos que o encontro da Marías Diaz com o novo e apaixonado casal.
Peço desculpas se passei a impressão que Os enamoramentos trata-se de um livro que nada ensina, muito pelo contrário. O crime e motivações permite uma leitura estimulante e reflexões profundas - em se tratando de Javier Marías não poderia ser diferente.
Wagner 04/08/2017minha estante
Excelente. Parabéns.


DIRCE 04/08/2017minha estante
Obrigada, Wagner.




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