Evan 20/11/2012
Um novo clássico das histórias de vampiros
Depois que o magnífico filme do diretor sueco Tomas Alfredson me impressionou a ponto de escrever um livro baseado na história do filme. Não poderia de forma alguma deixar de ler o livro de John Ajvide Lindqvist, que deu origem a película.
"Låt den rätte komma in", título original em sueco, traduzido para o inglês como "Let the right one in" foi traduzido no Brasil como "Deixa ela entrar". Vale a pena comentar a força do título, tanto no original como em inglês, pois para o solitário e complexado Oskar o encontro com Eli, foi o encontro com a pessoa certa, the right person, the right one. A versão de Portugal, "Deixa-me entrar", traduziu o título do remake americano "Let me in". Agora, o título mais pobre e sem significado ficou com a versão japonesa, batizada tanto em livro como em filme de "Morse", uma alusão ao código morse usado pelos garotos para se comunicar entre as paredes contíguas de seus quartos.
O livro nos conta a história de Oskar, um garoto totalmente solitário e sem amigos que mora com a mãe em um subúrbio de Estocolmo e sofre bullying na escola. Não podendo com seus agressores, pratica pequenos furtos tentando se auto-afirmar e a noite ataca as árvores das redondezas com uma faca, fingindo serem seus algozes e ser ele um grande e cruel assassino. Tem também como seu passatempo preferido, colecionar recortes de notícias de assassinatos hediondos. Uma noite, muda-se para o apartamento ao lado do seu, Eli, uma estranha garota com seu pseudo pai Hakan. Assassinatos misteriosos começam a acontecer e Oskar passa a desejar que os garotos que o perseguem sejam as próximas vítimas. Eli é na verdade um vampiro que precisa de sangue para se alimentar e Hakan seu devotado protetor humano. Eli e Oskar, aproximados pelas circunstâncias, passam a se encontrar todas as noites, unidos por laços muito além dos sentimentais ou de amizade, se tornam cúmplices. No final, o livro também como no filme, nos faz refletir: O que é realmente um final feliz?
Jonh Ajvide Lindqvist, conseguiu magistralmente inovar em um tema tão conhecido. Construindo uma história perturbadora com um tom realista que se sobrepõe ao clássico fantasioso que envolve a figura típica do vampiro usado na maioria das histórias. Em seu livro, nos deparamos com a inusitada situação entre a dúvida de saber quem é vítima ou vilão e acabamos descobrindo que a realidade, às vezes, é mais assustadora que a ficção.