Gabriel A. 25/02/2022
Uma leitura que foi uma grata surpresa
Já fazia algum tempo que via esse livro no meio das minhas coisas e juro que não faço a mínima ideia de como ele veio parar nas minhas mãos. E depois de tanto me deparar com ele, resolvi dar uma chance pra essa leitura. E sim, não me arrependi de ter dado essa chance, na verdade se eu soubesse que era um livro tão delicinha tinha lido antes. Mas enfim, vamos ao que de fato importa.
A história se passa nos anos 30, e Hugo Cabret é filho de um relojoeiro que trabalhava meio-expediente em um museu cuidando de relógios. E em uma dessas idas ao museu, o pai de Hugo encontra um autômato danificado e leva para casa. Desde então, pai e filho começam a trabalhar juntos no conserto do objeto peculiar. Mas após um acidente no museu, Hugo fica órfão (isso não é spoiler, ok?).
Após perder o pai, Hugo vai morar na central de trem de Paris com seu tio, um cronometrista que trabalha na manutenção dos relógios da central. O menino, por sua vez aprende a profissão com o tio e após o desaparecimento do mesmo passa a viver sozinho e se esgueirando pela central de trens, mantendo os relógios sempre em funcionamento e fazendo pequenos furtos para sobreviver.
Hugo, que possui uma habilidade ímpar com peças mecânicas, herança de uma longa linhagem de família dedicada à Horologia (não confundam com UROLOGIA hein), não desiste do autômato e continua trabalhando com muito empenho no conserto do objeto, já que acredita que o pai deixou uma mensagem para ele no autômato.
Em meio à sua busca por peças para o autômato, Hugo conhece Georges Méliès e sua afilhada Isabelle. Georges tem uma loja de brinquedos dentro da central e era lá onde Hugo "buscava" as peças que ele precisava para por o autômato em funcionamento. A partir daí a história se desenvolve de uma forma muito legal e interessante, e toda a verdade por trás do autômato é por fim revelada.
Achei muito interessante a forma como a história foi construída, já que Georges Méliès foi uma pessoa real (informação que só descobri após terminar o livro), e que a Invenção de Hugo Cabret foi construída em torno da história de vida de um famoso cineasta francês. Georges Méliès ficou famoso por ser inovador nos efeitos especiais e dois de seus filmes mais famosos são Viagem à Lua (1902) e Voyage à travers l'impossible (1904), enfim... não achei a tradução correta do nome deste filme, e como não manjo nada de francês vou deixar desse jeito mesmo. E assim como no livro, após sua carreira de cineasta, Georges e sua esposa Jeanne, que também era atriz, abrem um quiosque de brinquedos na estação Montparnasse.
O livro possui ilustrações incríveis feitas pelo próprio autor, Brian Selznick, que rendeu a ele a Medalha Caldecott de 2008. Brian também é o responsável pelas ilustrações da edição americana de Harry Potter, lançada em 2018. E para finalizar, acredito que este seja um ótimo livro para qualquer leitor que também seja um amante do cinema, já que é um livro cheio de informações e referências à filmes clássicos que fizeram da indústria cinematográfica o que ela é hoje.