A Menina Que Fazia Nevar

A Menina Que Fazia Nevar Grace McCleen




Resenhas - A Menina Que Fazia Nevar


55 encontrados | exibindo 16 a 31
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Sandra 13/02/2014

Fé!!!!
Uma história de fé.
Não é a resenha... apenas uma parte que marcou....

"E foi assim que aprendi que tudo é possível, em todos os tempos e em todos os lugares e para todos os tipos de gente. Se você acha que não, é só porque não consegue ver como está perto, como só precisa fazer uma coisinha que tudo vai começar a acontecer para você. A fé é um salto: você está aqui, a coisa que você quer está lá. Há um espaço entre você e ela. Você só tem que saltar. Andar sobre as águas, mover montanhas e trazer os mortos de volta à vida não é difícil. Você dá o primeiro passo e o pior já passou, você dá o segundo e já está na metade do caminho.........!"
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Duane 30/04/2014

Deus, mocinho ou vilão?
Judith é uma menina de dez anos que vive somente com seu pai, pois sua mãe morreu no parto. Junto com ele, segue uma rotina simples e reclusa, convivendo somente com o pessoal da igreja que frequentam. Ela não tem amigos por causa de sua religião e sofre bullying. Entretanto, tudo parece irrelevante quando ela se vê imersa em devaneios, brincando na Terra Gloriosa, maquete de sucata construída por ela mesma, e que representa o paraíso.
Certo dia, neva em pleno outubro, e Judith se convence de que foi ela a autora disso, pois fez nevar na Terra Gloriosa no dia anterior, e considera o fato um milagre. Então, após alguns testes, ela descobre que tem poderes. Mas poderia ela usá-los para castigar Neil, um menino que implica com ela no colégio?
De início, não considerei este livro algo de grande importância. Parecia ser somente mais um da linha "a menina que alguma coisa". No entanto, quando me deparei com a narração de Judith, fui fisgada. Ela transmite tanta inocência, inteligência e bondade, numa narração tão crua e ao mesmo tempo tão completa, que não tem como ficar indiferente.
Judith vive imersa em um mundo de religiosidade, foi obrigada a amadurecer muito rápido por causa das cobranças de seu pai. Talvez por isso ela seja tão adulta, muitas vezes até mais que o próprio pai. Então, quando Deus lhe concede o poder de realizar milagre, ela vê na situação uma oportunidade, mas infelizmente acaba se encrencando.
O interessante é que a autora introduziu uma importante reflexão na história: quando se tem poder, tudo muda, e o que antes você resolveria contando até dez, transforma-se em uma cólera sem tamanho. Colocando-se no lugar de Deus, o leitor percebe que se tivesse a capacidade de "fazer justiça com as próprias mãos", mais cedo ou mais tarde cederia à raiva.
Como a temática toda do livro está envolta em religião, tive medo de que a história fosse do tipo testemunha de jeová sabe? Não que eu não seja religiosa, mas até para quem reza esse tipo de livro é um pé no saco. Ainda bem que A Menina Que Fazia Nevar não é assim. Aliás, um recado bem claro da autora fica nas entrelinhas: tudo em demasia é ruim. Até religião.
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meiriellen 12/05/2014

livro ok!
Conta a história de uma menina criada pelo pai, que é pastor, é rígido. Isso me fez refletir muito sobre educação familiar,mas depois de ler " claros sinsis de loucura" de Karen Harrington, percebi uma história semelhante, porém inversa. É complicado para um homem educar sensivelmente uma menina. Então, as duas histórias me serviram muito bem, cada uma em seu propósito. Dai parei de julgar um livro ruim pela história, julgo a escrita, se gostei ou não, etc. ★★★.
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Natali 07/07/2013

... E ela acreditava mais que qualquer um!
"A fé é igual à imaginação. Ela vê uma coisa onde não há nada, dá um salto e de repente você está voando."

Judith McPherson e seu pai têm uma rotina simples e reclusa, e moram numa casa repleta de lembranças da mãe que ela nunca conheceu. As únicas pessoas com quem convivem são os fiéis da Igreja Cristã a que pertencem. Judith não tem amigos na escola e para encontrar consolo se refugia em seu quarto. Lá, a menina criou uma maquete da Terra Gloriosa, fazendo uso de sucata (e outras coisinhas mais). Nesta Terra, cada dia é um dia, e a vida pode ser incrivelmente feliz graças a sua imaginação. Basta acreditar que a Terra Gloriosa é realmente o paraíso prometido onde um dia vai viver ao lado da mãe.
O que nem Judith poderia imaginar é que talvez, a partir dessa simples maquete, um pequeno milagre pudesse ocorrer; tão pequeno que muitas pessoas poderiam pensar que não passa de coincidência...

A autora escreve o livro com detalhes tão vívidos que nos permite enxergar a Terra Gloriosa com uma grandeza tocante.
Enfim, uma escrita extremamente delicada com uma protagonista extremamente doce.
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Silvia 05/07/2013

LINDO!
Amei a leitura, a mensagem que o livro trás é linda e forte.
Judith vive com seu pai, sua mãe morreu ao dar a luz. Judith cria o seu próprio mundo em uma maquete, um dia uma voz aparece e diz que é Deus, e que ela tem o poder de fazer milagres, através de sua maquete. O primeiro milagre de Judith foi fazer nevar em sua cidade. Mas o que ela não sabe que certos desejos podem ser muito perigosos...
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Rafa 09/05/2013

A Menina Que Fazia Nevar - Grace McCleen
Sabe quando que você termina um livro e percebe que teve em suas mãos algo muito maior do que podia imaginar?

A mãe de Judith morreu no parto, e após o acontecido seu pai, John, mudou completamente, se tornando uma pessoa fria e calada, tenho na igreja que ajudou a construir, seu único refúgio. Judith cresceu estudando a Bíblia e crendo que a chegada do Armagedom seria a solução para todas as tristezas de sua vida. Mas as coisas na escola começam a ir muuito mal e, em busca por algo que a possa ajudar, Judith realiza o que nomeia seu primeiro milagre. Fazendo nevar na maquete de mundo que existe em seu quarto, a menina de 10 anos de idade, acaba criando neve também no mundo real.
A partir daí vem uma sucessão de outras realizações, mas com o tempo Judith percebe que talvez, o dom que recebeu possa acabar destruindo não só a ela, mas como toda a existência em si.



A Menina Que Fazia Nevar é uma obra incrível! No começo, eu não estava gostando nem um pouco, mas não me arrependi de maneira alguma de ter continuado. Pode parecer um livro daqueles chatos cheios de lição de moral e ensinamentos esperançosos - tudo bem, não deixa de ser -, mas além disso é uma história muito bem planejada.

Os capítulos são bem curtos, e de diferentes formatos entre si. Alguns são capítulos normais, outros cartas, lembranças e até mesmo receitas.

Tive a impressão - e tenho certeza - de que não consegui extrair tudo que o livro tem para oferecer. Tanto que pretendo lê-lo novamente. Deve-se ter a mente bem aberta e prestar atenção em todos os detalhes para que nenhum deles escape. Existem muitas metáforas no livro, mas é preciso cuidado para identificá-las e interpretá-las.

Aah, e mais uma coisa. Li algumas outras resenhas e, não sei se é por que as pessoas não perceberam ou por que não queriam mencionar, mas notei que existe uma grande "mentira" (se é que podemos chamar assim) na história. Não vou dizer o que é, por que seria um Spoiler gigantesco, mas quem for ler, se prestar atenção verá que, talvez, não seja Judith que realmente tem um poder... Tá, calei.

A Menina Que Fazia Nevar é o tipo de livro que se leva para a vida.. Nossa, isso foi muito fresco.
Mas antes de começar, a pessoa deve estar preparada para um livro de bastante reflexão. Às vezes deve-se esforçar para compreender a verdadeira faceta da história.
De qualquer maneira, é um livro muuuuito bom. Impactante, diria.

Dados Importantes>>
Título Nacional: A Menina Que Fazia Nevar
Título Original: The Land of Decoration
Autor: Grace McCleen
Editora: Paralela - Companhia das Letras
Páginas: 310
Ano: 2013
Tema: Ficção Inglesa

Post Completo em: http://temporaldesonhos.blogspot.com.br/2013/05/a-menina-que-fazia-nevar-grace-mccleen.html
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Alessandra Costa 04/05/2013

Regular
O Livro é bom, fala sobre termos fé e tal, porém o final deixou a desejar.
Parecia que nada é de verdade, ficou faltando alguma coisa. Acho que a autora pecou no final do livro.
Recomendo, porém não achei muito bom o fim.
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ThaisWandrofski 11/04/2013

É aquele livro que você vê nas prateleiras e já se encanta tanto pelo título quanto pela capa. Foi o que aconteceu comigo. Toda vez que ia na livraria, ficava olhando, até que um dia resolvi levar.
Já adiantando pra vocês, devo dizer que é aquele tipo de livro que a gente leva um tempo pra decidir se gosta ou não. Até mesmo depois que terminei tive que pensar um pouco a respeito de tudo pra me decidir, e a conclusão final, foi de que gostei sim! rs
"A menina que fazia nevar" conta a história de Judith McPherson, uma menina de 10 anos que perdera a mãe no parto, e portanto, morava apenas com o pai que era extremamente religioso, a quem ela herdou toda a fé. Os dois viviam um vida super regrada e sem muita diversão, se preparando para o armagedom que acreditavam estar bem perto.
Judith era solitária, seus únicos amigos eram as pessoas da igreja que frequentava, todos com muito mais idade que ela. Na escola, sofria preconceito e era excluída pelos outros alunos, que diariamente implicavam com ela pela sua fé.
Sua diversão era recriar em seu quarto uma maquete com sucata do que pra ela, seria a Terra Gloriosa, um lugar, que acreditava ser perfeito, somente com pessoas boas, que iriam pra lá após o armagedom, inclusive as que já haviam morrido, como sua mãe. Judith levava esse seu projeto muito á serio, recolhia cada coisinha que achava pelas ruas e transformava em pequenas casas, pessoas, montanhas e tudo o mais que precisasse.
Depois de ser ameaçada na escola, ela fica desesperada acreditando que poderia morrer se Neil Lewis realmente enfiasse sua cabeça na privada. Durante o final de semana, ela só pensa nisso e no domingo, durante a reunião de sua igreja, o pregador lhe instruiu a ter fé, e que assim poderia fazer qualquer coisa. Ela se apegou a essa teoria, e chegando em casa em casa, fez nevar sobre sua maquete. O dia seguinte amanheceu coberto de neve também e a escola ficou impossibilitada de receber os alunos. Milagre? Coincidência? Judith acredita na primeira opção e desde então começa a creditar que tinha algum dom especial. No decorrer da história a menina acredita realizar vários pequenos milagres, tão pequenos que muitos não conseguiam perceber. Uma voz na sua cabeça, a quem ela julgava ser de Deus, a incentivava e instruía o rumo que a menina deveria tomar.
As coisas no emprego do seu pai não estavam 100%, ele se recusava a participar da greve, e era visto pela maioria com um traidor. Era ameaçado e passava por grandes provações. Até que sua fé começa a ficar balançada durante esse tempo, as coisas não iam bem em casa, nem no trabalho e muito menos na escola de Judith.
O tempo vai passando, e as provocações na escola só aumentam. Judith percebe que pode fazer escolhas, mas que junto com o benefício do seu "poder", ela terá que arcar com a responsabilidade dos seus atos. Será que usar o seu "dom" para se vingar de Neil é o certo a se fazer?

No meu blog tem uma resenha mais completa com fotos tiradas por mim. Para conferir, é só acessar o link: http://www.poaeglitter.com/2013/04/a-menina-que-fazia-nevar.html
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Yasmin 11/04/2013

Quando o extremo se torna perigoso.

Quando escolhi esse livro para o mês através da parceria com a Paralela não sabia bem o que esperar. Uma romance que envolvia fantasia? Ou apenas um romance cheio de possibilidades e explicações? 312 páginas posso dizer que a história contada por Grace McCleen não foi feita para qualquer um ler. O que você tirar do livro é algo estritamente pessoal. A escrita da autora é subjetiva, cheia de metáforas e analogias, rica e sensível, por vezes cruel e extremamente penetrante.

Essa é a história de Judith. Uma menina de dez anos de idade que vive apenas com o pai desde que a mãe morreu. Eles são muito religiosos, acredita que o Armagedon está chegando e que a terra se tornou um Antro de Iniquidades. Frequentam o culto todo domingo, batem de porta em porta pregando e estudam a bíblia todo dia após o jantar. Não possuem televisão, não comem comidas comuns e mais um monte de coisas que toda criança normal faz. Judith só conhece esse mundo. Para ela o alívio é saber que o mundo vai acabar e ela vai encontrar sua mãe na verdadeira Terra Gloriosa. Tudo o que ela sabe da mãe é que ela gostava de artesanato e com o conteúdo do baú ela construiu uma maquete da própria cidade. Judith também é extremamente inteligente e está um ano à frente na escola, por ser religiosa tem que lidar com o odioso Neil Lewis, que bate nela quase todos os dias. Um dia com medo de ir à escola por causa de uma ameaça, Judith cobre toda a sua maquete de algodão e reza desesperadamente por um milagre. No dia seguinte a cidade amanhece coberta de neve e ela acredita que foi um milagre. O seu milagre. A partir daí a vida de Judith se complicada ainda mais quando uma voz surge e sua vida saí dos trilhos.

A premissa é essa. O que acontece é que muitas pessoas podem focar nessa parte "milagre" e esquecer o enredo por trás disso. Vamos esquecer o milagre e analisar por parte. Judith tem dez anos, um pai que usou a religião como escudo quando perdeu a esposa e teve que criar um bebê sozinho. Judith não tem amigos por só falar de religião. Judith começa a ouvir "Deus", o que nada mais é fruto de sua imaginação, um amigo imaginário perigoso que leva a criança, com sua fé ingênua a acreditar que tudo o de ruim que se sucede é culpa dela. Toda criança tem uma percepção diferente das coisas e Judith criada a vida toda nesse ambiente não sabe a hora de diferenciar o real do imaginário, porque acredita em Deus.

É complicado, mas por trás do conteúdo religioso que guiou toda a vida de Judith e por consequência a narração do livro temos temas como bullying, solidão e depressão infantil, ambiente familiar tenso e alquebrado. A menina sofre por ser diferente e por acreditar cegamente que o Armagedon está próximo. Judith acha que o pai não a ama porque ela foi a culpada da morte da mãe.

O mais triste é que as pessoas não percebem a crítica da autora. Religião demais é ruim. É um spoiler talvez, mas preciso dizer, a mãe de Judith morreu porque segundo a religião ela não podia receber transfusão e perdeu muito sangue durante o parto. A narrativa é bonita? Sim, muito. As mensagens de Deus na história são boas? Sim. Judith analisa de forma belíssima o nosso mundo e com sua voz infantil dá outra sentido a esperança e fé, mas tudo tem um limite. É cruel colocar uma criança na situação em que ela se encontra. Proibida de tudo, crendo, crendo e crendo. É triste e traz consequências terríveis, vide o que acontece com seu pai e sua família.

Leitura cadenciada, que prende o leitor pela curiosidade de como a vida da pequena Judith se resolverá, como os conflitos não ditos conduzirão a trama. Grace McCleen conseguiu baseando na própria infância dar uma voz única a protagonista, uma voz crível e que conquista e entristece o leitor. A edição da (...)

Termine o último parágrafo em: http://www.cultivandoaleitura.com/2013/03/resenha-menina-que-fazia-nevar.html

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/QMD/ 09/04/2013

Henrique usa espuma de barbear da forma correta.
O livro conta a história de Judith, uma garota de 10 anos de idade que enxerga o mundo de uma maneira diferente: onde todos enxergam lixo, ela enxerga milagres. Com os olhos da fé, o pai sempre a levou à igreja e a encheu de pensamentos e ensinamentos sobre Deus, como quando ele diz que um dia o filho dEle irá voltar à Terra para levar todos que foram bons à Terra Gloriosa, incluindo a mãe de Judith que morreu anos atrás.

Com esse pensamento na cabeça, a garotinha resolve adiantar o processo e cria seu próprio paraíso, dentro de seu quarto: uma enorme maquete onde vivem bonecos de pano, todos criados a partir de sucata. Vítima de bullying, Judith é, então, ameaçada por um colega na escola e, cheia de vontade de que o mundo acabe naquele final de semana, ela ouve alguém que a manda fazer nevar na Terra Gloriosa. Usando espuma para barbear, ela cria a neve na sua pequena construção e se surpreende quando, ao acordar, toda a cidade está nevando. Assim, ela passa a pensar que pode realizar milagres, mesmo que pequenos, e o livro se desenrola a partir da fragilidade da protagonista e o modo como ela narra, em primeira pessoa, os dramas particulares das pessoas em volta dela.

Quando vi que A Menina Que Fazia Nevar falava um pouco de religião fiquei um pouco acanhado, mas acabei me surpreendendo pois ele fala, na verdade, de fé. Com criatividade e esplendedor, Grace conseguiu tocar a história com primor sem apelar excessivamente, construindo algo bem singelo. Algumas passagens da Bíblia são inseridas, mas nada que ouse em tentar te convencer a acreditar no que ela quer ou dizendo o que é certo ou errado.

Milagres acontecem o tempo todo, mas nem sempre eles são gigantes ou visíveis: esta foi a principal mensagem que o livro me passou. Quando achamos que tudo está dando errado, é porque estamos olhando com os olhos errados. O que achamos que é pura coincidência pode ser algo muito, mas muito maior mesmo.

A escrita de Grace McCleen é bárbara! Ela cria uma série de acontecimentos banais sem usar uma narração comum. É bem simples (e isso não quer dizer "sem-graça"), poético, sutil ao tratar de assuntos cabeludos, como superação, desavenças e crença. Os capítulos não são muito extensos e a divisão em partes maiores ajuda a desenvolver melhor as cenas e reviravoltas.

Eu não curti o modo como Grace encerrou o livro. Ela vai te cativando com a trama durante 300 páginas, te apresentando uma visão diferente do mundo, te comovendo, te fazendo pensar, te fazendo ansiar para descobrir o que acontecerá ao final da obra (mesmo que não queria que o livro termine) para... não encerrar o livro. Ela deixa algo subentendido. Dá a chance de você imaginar o que acontece com os dramas pessoais de cada personagem e se mutilar sofrer por não saber se está certo ou errado. Terminei de ler no sábado e estou até agora pensando em Judith.

RESENHA COMPLETA EM: http://www.quermedar.com/2013/04/neve.html
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Elidia 09/04/2013

“A Menina que Fazia Nevar” é um livro que você fica digerindo por dias, e mesmo assim sente dificuldade em resenhá-lo no fim das contas, a trama é encharcada de fé, sem pregar tanta religião e mostra a doçura da inocência e o gosto amargo do pré-conceito limitado ao preço do extremismo na criação das crianças.

“A fé é igual à imaginação. Ela vê coisa onde não há nada, dá um salto e de repente você está voando.”

Aos dez anos, a pequena Judith vê o mundo com os olhos da fé, e onde os outros veem mero lixo, ela identifica sinais divinos e uma possibilidade de criar. Assim, constrói bonecos de pano e inventa para eles histórias felizes no mundo de sucata que criou em seu quarto, chamado Terra Gloriosa. O que nem Judith poderia imaginar é que talvez seu brinquedo seja mais do que uma simples maquete. Pelo menos é o que parece quando ela cobre a Terra Gloriosa de espuma de barbear e a cidade aparece coberta de neve na manhã seguinte. Um pequeno milagre, é assim que ela interpreta esse e outros sinais parecidos. Tão pequeno que muitas pessoas poderiam pensar que não passa de coincidência, mas Judith sabe que milagres nem sempre são grandes, e que reconhecê-los é um dom de poucas pessoas. Longe de ser benéfico, no entanto, esse poder traz consigo uma grande responsabilidade, afinal nosso ato mais bem intencionado pode ter resultados desastrosos.

Judith é uma garota doce, e muito inteligente, que numa vida pacata e de criação extremista, tenta buscar na fé inocentemente a resposta de temas de sua vida. Ela e seu pai fazem parte de um culto que entende que o Armagedon está chegando, e a protagonista se pega nesta fé afim de que quando ele chegar finalmente ela poderá rever sua mãe e assim ser amada por seu pai.

De uma forma explendida a criatividade é abordada em forma de lixo, terra, outrora, onde para se divertir proibida de ver TV ou qualquer tecnologia por seu pai, todos os dias após a leitura da bíblia, Judith viaja em sua Terra Gloriosa, maquete que ela mesma criou reaproveitando tanqueirinhas, terra, etc. A terra gloriosa é uma mini cidade onde ela vive, comandada pela siderúrgica onde seu pai trabalha, onde ela é capaz de que milagres aconteçam como nevar.

Com tanta inocência, nossa doce protagonista não tem amigos na escola, pois a julgam uma estranha, e ainda é maltratada por alguns garotos que resolvem persegui-la. A comunidade julga os atos de seu pai e Judith sem ao mesmo perceber como ambos são bons com estes. Infelizmente somente o extremismo acaba sendo protagonista, mesmo com tantas boas ações feitas por ambos.

Este livro é tão frágil, que creio que se encaixa em poucos perfis de leitores, ele é banhado de fé e não de religião, portanto não fique com medo achando que irá ver discursos religiosos, esse não é a proposta dele, a intimidade e individualidade de uma menina de 10 anos, que não tem uma boa comunicação com seu pai (e este tem dramas bem interessantes), e o jeito como ela encara o extremismo religioso, a ponto de caro leitor te levar a loucura numa escrita poética e intensa, onde o lixo é cenário de uma bela história de amor.

“Era uma vez um homem e uma mulher.Quando eles se conhecera, faíscas voaram, meteorors colidiram, asteroides deram cambalhotas e átomos se dividiram. Ele a amava daqui até a eternidade, ela o amava daqui a´te a lua voltando. Eles eram unha e carne, cara e coroa, linha e agulha.”

Todos leitores deveriam se dar a chance de ler “A Menina que Fazia Nevar” um livro que você vai degustar por semanas, e que após os capítulos doces e intensos primários, vicia pela forma poética e criativa da autora.
Postado: http://bookeando.com/site/2013/04/05/resenha-a-menina-que-fazia-nevar/
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Moonlight Books 13/03/2013

Leia esta e outras resenhas no blog Moonlight Books, http://www.moonlightbooks.net
Comecei a ler este livro com um pouco de receio, pois o fato de ser uma obra que traz religião inserida no enredo, me fez pensar que talvez pudesse encontrar aqui uma pregação ou algo do tipo, uma forma de fazer você pensar que se não acreditar em certos fatos, sua vida está perdida e sem salvação. Vejam bem, não gosto de imposições, e acredito que cada um deve seguir o que acredita, o que achar melhor para si. Religião e time de futebol eu não discuto, você faz sua escolha, eu a minha e somos bons amigos. Então fiquei muito feliz, quando comecei a ler o livro e percebi que a religião é parte do cenário, ilustra a história, mas não se impõe ao leitor.

A Menina que Fazia Nevar nos apresenta a pequena Judith McPherson, uma garotinha de 10 anos, que perdeu a mãe ainda bebê e é criada pelo seu pai, um homem muito reservado e severo. Judith não é muito popular entre as crianças de sua idade, na escola sofre bullying constantemente e acaba sendo uma criança isolada e tímida. Para os outros alunos ela é tida como a garota esquisita, não só por manter-se afastada, mas também devido a vida que leva com seu pai, afinal para eles é pouco comum, uma criança viver de porta em porta pregando religião, juntamente com vários adultos.

A grande alegria da menina é uma maquete feita de sucata, que ela tem em seu quarto, a sua Terra Gloriosa. Lá, Judith foge do mundo real e cria seu próprio espaço. Olhando poderíamos achar que tudo aquilo não passava de um monte de lixo, mas aos olhos da menina, é o mundo perfeito e segundo ela, como será o local de salvação dos que sobreviverem ao fim dos tempos.
"Há um mundo no meu quarto. É feito das coisas que ninguém quis mais e das coisas que eram da minha mãe, que ela deixou para mim, e passei boa parte da vida fazendo esse mundo"
Um dia Neil Lewis, seu colega de classe, ameaça mergulhar a cabeça dela na privada, e a menina entra em desespero, começa a pensar como seria morrer desta forma e o que aconteceria após sua morte. Como seu pai é de pouca conversa, não a ajuda em nada a superar seu medo, então ela corre para sua maquete em busca de consolo, e imagina que se nevasse muito, ela poderia ficar em casa e não ir à escola, assim ficando livre desta terrível morte. Judith espalha espuma de barbear na maquete, como se fosse neve e para sua surpresa, no dia seguinte, a cidade está coberta por uma forte nevasca.

A fé que fez parte de sua criação se manisfesta em seu coraçãozinho, e Judith acredita ser capaz de fazer milagres. Mas grandes feitos, têm grandes consequências.
"Os milagres são o que você vê quando para de pensar e acontecem porque alguém os fez e alguém, em algum lugar, teve fé."
Narrado em primeira pessoa pela menina, este livro foi uma grata surpresa, meu temor inicial foi dissipado rapidamente ao mergulhar no mundo de Judith. Esta garotinha me conquistou deste a primeira página, ela cativa com sua doçura, inocência e fragilidade. Judith tem sentimentos fortes, até demais para alguém tão jovem, e atinge em cheio o leitor. Ela faz você ter vontade de tomá-la nos braços e lhe dar amor e carinho. É de partir o coração ver suas tentativas de conversar com seu pai e não ter retorno, vê-la em seu quarto em companhia apenas da Terra Gloriosa, mostra o quanto ela é solitária.

Judith é jovem, mas seus pensamentos são bem maduros, mesmo sendo muito inocentes. Ela pensa em coisas pouco comuns, como no Armagedom, e quando acredita ter realizado um milagre, ela se vê dentro de dilemas morais tão fortes, que achamos que ela não resistirá a tanta pressão. Ela se vê conversando com Deus e carregando a salvação do próprio pai nas costas.
" - Deus?, eu disse, eu posso mesmo salvar o Pai?
- Pode, Deus falou, pode sim."
Percebi facilmente o quanto a falta de diálogo em casa dificulta a vida de uma criança, este mundo que a menina mergulhou foi sua única chance de desabafar, fiquei me perguntando se a própria autora não viveu esta situação, pois tudo é muito crível, algo que parece ser uma experiência real.

O pai de Judith, em um primeiro momento, nos faz acreditar que não ama a filha, tanto que ela mesma acredita nisso, mas no decorrer na leitura, percebi que ele era tão solitário quanto a menina, o que mantinha ele afastado, era sua dificuldade de se abrir para o amor e mostrar seus sentimentos, pois a perda da esposa o marcou profundamente. Observar seus pequenos gestos é o melhor para entendê-lo e ver assim o imenso amor pela filha. Fiquei particularmente comovida com a passagem em que é explicada a razão deles lerem a Bíblia todas as noites, o que inicialmente achei que era um castigo, era, na verdade, uma prova de amor.

A história traz outros personagens, além de Judith e seu pai, pessoas comuns, com seus próprios dramas pessoais, que nos são apresentados de forma leve e até mesmo divertida, pelo olhar da menina.

A autora não só mostrou a importância dos diálogos em família, mas também a força da fé e da superação. Ela ainda conseguiu abranger outros dois assuntos muito sérios, o bullying e o fanatismo religioso. Existe uma crítica sobre todos estes assuntos inserida de forma sutil e inteligente na trama.

A escrita de Grace é fluída, o livro é dividido em cinco partes e traz capítulos curtos, mesclados com trechos da Bíblia e intitulados de acordo com os pensamentos de Judith. A capa é meu xodó, com as imagens das sucatas usadas na Terra Gloriosa, que nos remetem diretamente à belos momentos da história.

É um livro infanto juvenil que ao meu ver serve para pais, filhos e netos. A carga psicológica é grande, mas por ser trazida na linguagem de uma criança, torna-se de fácil entendimento para os mais jovens e muito comovente e inspiradora para os adultos. Um livro rico, que me encantou profundamente, o único ponto que achei negativo foi o final, achei que ficou algo no ar, sem uma boa definição. Eu esperava algo mais concreto e conclusivo, mas nem por isso tiro pontos em sua classificação final.
"Este livro é uma lição para todos que passam pela vida sem reparar nos pequenos detalhes. É também uma poderosa mensagem de esperança e reconciliação..."
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Vanessa Vieira 07/03/2013

A Menina que Fazia Nevar_Grace McCleen
O livro A Menina que Fazia Nevar, de Grace McCleen, nos conta a história de Judith McPherson, uma garotinha de dez anos. Judith leva uma vida pacata e simples ao lado de seu pai, e as únicas pessoas que os visitam são os irmãos da congregação cristã da qual fazem parte. Ela não teve a oportunidade de conhecer sua mãe, e isso lhe faz muita falta. Na escola, ela é frequentemente maltratada e humilhada por Neil Lewis, além de ser alvo de gozações dos demais colegas. Quando chega em casa, a garota se refugia em sua maquete de sucata, a qual intitulou Terra Gloriosa. Formada por objetos que a olhos nus são meramente lixo, Judith consegue idealizar um panorama utópico, e visualiza entre anéis de lata, grampos, retalhos de tecido, dentre outros apetrechos, um verdadeiro paraíso, no qual acredita que reencontrará sua mãe em um belo dia.

Apesar de ainda ser uma criança, Judith é um verdadeiro exemplo de fé. Ela consegue enxergar o divino, Deus, em quase todas as coisas e nisso encontra sua inspiração para arquitetar ainda mais a sua Terra Gloriosa. Ela constrói bonecos remendados de pano e prepara para cada um deles histórias felizes e repletas de esperança. O que a doce garota não poderia imaginar era que o seu passatempo favorito talvez não fosse apenas uma simples maquete...

"Eu sei como é a fé. O mundo no meu quarto é feito dela. Com fé bordei as nuvens. Com fé recortei a lua e as estrelas. Com fé colei tudo junto e fiz todas essas coisas cantarolando. Porque a fé é igual à imaginação. Ela vê uma coisa onde não há nada, dá um salto e de repente você está voando."

Em um determinado dia, Judith cobre a Terra Gloriosa com espuma de barbear, e, como num passe de mágica, no dia seguinte a cidade amanhece coberta por gelo. Ela interpreta tal façanha como um milagre. Não algo avassalador e de imensas proporções, mas como um pequeno e importante milagre.

Outros sinais mostram para Judith que os seus feitos na Terra Gloriosa são poderosos. E como todo poder, este também vem carregado de suas responsabilidades. Assim que toma conhecimento do que pode fazer, o primeiro pensamento da garota é tentar se livrar dos ataques e agressões que sofre por parte do temível Neil Lewis. Toda ação traz uma reação e isso não será diferente na vida de Judith, que colherá os frutos de sua semeadura...

"A semente de mostarda é a menor das sementes, mas, quando ela cresce, os pássaros dos céus vêm pousar em seus galhos. Um grão de areia vira uma pérola, e as orações que começam com pouco ou quase nada têm que ser ditas, porque, se há um mínimo de alguma coisa, ela já começa a crescer e, se há mais que o mínimo, algo grandioso vai acontecer, algo que já estava lá desde o início, de um jeito bem pequeno."

A Menina que Fazia Nevar é apaixonante! Um livro carregado de ternura e com momentos de muita tensão, que nos deixa, acima de tudo, uma lição imprescindível e importante. Narrado em primeira pessoa, acompanhamos a visão que Judith tem sobre o mundo, juntamente com a sua inocência e a sua esperança voraz.

Judith é uma garota extremamente inteligente e que consegue enxergar além. Além dos conceitos impostos pela sociedade, além do mundo físico, além do caos contemporâneo, além da imaginação. A Terra Gloriosa é a sua válvula de escape de um mundo frio, consumista e egoísta, que se preocupa muito mais com a aparência do que com o realmente ocorre no seu interior. E essa garota brilhante surge para nos mostrar o que é ter fé, como adquiri-la em Verdade e Espírito. Sim, muitos alegam ter fé porque frequentam uma determinada instituição religiosa esporadicamente, porque entre quatro paredes se lembram de Deus e cumprem o seu papel perante os demais irmãos de sua religião, mas quando estão em casa, na rua, no seu trabalho, se esquecem do que aprenderam durante o final de semana na igreja, e não exercem a sua fé. São pessoas amargas, deterioradas pelos problemas da vida, mas que todo domingo estão batendo o cartão na sua prelazia religiosa, apesar de não fazerem uso da fé em seu cotidiano. O pai de Judith se encaixa bem nesse termo. Ele lê uma passagem da Bíblia todos os dias para a sua filha, frequenta avidamente a sua congregação, mas é alguém que não consegue demonstrar o seu amor, que não consegue dialogar, enfim, é uma pessoa amargurada, seca e infeliz, assim como demais pessoas que eu e você conhecemos, não é mesmo?

"Vivo dizendo para mim mesma que as coisas pequenas são grandes e as coisas grandes são pequenas, que as veias correm que nem rios, que os cabelos crescem feito grama, que um monte de musgo parece uma floresta para um besouro, e que, do espaço, os contornos dos países e das nuvens parecem as cores de uma bolinha de gude. Penso em como o formato de uma nebulosa de oxigênio e hidrogênio parece o respingo de uma gota de leite, quando os lados se erguem em forma de coroa. Penso nas imagens de pedras, de pó e de galáxias no espaço, elas não parecem mais que flocos de neve em uma nevasca, e os buracos negros são como pérolas em conchas fundas, superaglomerados parecem espuma de banho - parecem favos de mel, as células de uma folha, as ranhuras do nariz de um zangão. Penso que as espirais de uma nebulosa e as cavernas de uma chama brilham com a mesma luz e que os olhos se avivam e se enchem ao olhar para as duas, do mesmo jeito."

Brilhantemente construído, A Menina que Fazia Nevar possui uma bela e arquitetada narrativa que encanta, emociona, e sobretudo, nos leva a refletir. Judith enfrenta sérios problemas que assolam a nossa geração, como o bullying, a falta de diálogo em casa, a reclusão, dentre outros, que assim como as suas mazelas, passam despercebidos pela sociedade. Acompanhar a sua visão acerca do mundo, tanto no que concerne ao meio ambiente como na atmosfera religiosa é enriquecedor e comovente. A capa do livro é muito bonita, numa tonalidade creme e com alguns dos elementos que fazem parte da Terra Gloriosa e a diagramação está excelente, sem quaisquer erros. Um livro tocante, profundo e que com certeza, se você ainda não acredita, te fará acreditar em milagres. Recomendo, com certeza.

http://www.newsnessa.com/2013/03/resenha-menina-que-fazia-nevar-grace.html
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