baunilha 11/08/2010Wake não passa de um passatempo.Wake foi um dos livros que eu comecei a ler, toda empolgada pela sinopse e depois, parei. Mas resolvi dar uma nova chance, porque ele já estava mesmo na minha meta de leitura…
Comecei a ler Wake no ônibus e tenho certeza de que não foi isso que me fez enjoar, porque eu sempre leio no ônibus em pé. Mas dessa vez era diferente, eu realmente ficava com o estômago embrulhado em algumas partes – que devo salientar, não tinham nada de nojentas, eu apenas enjoei mesmo…
Depois eu comecei a perguntar as pessoas que já tinham lido em que momento o livro começa a ficar bom e me surpreendi que de uma hora para outra, ele começa a melhorar. E aí vão os motivos:
1) A primeira coisa realmente ruim do livro é a forma como a Lisa escreve. É sério, eu achei muito ruim essa forma de escrever com frases estanques e principalmente com diálogos entrecortados com as descrições feitas pelo narrador. Exemplo: os diálogos – que são marcados por travessões – são invadidos pelo narrador e você não sabe onde terminou a fala e onde começa a narração.
“— Carrie, para com isso. Estou falando sério. Você está ficando má como a Melinda. Janie olha furtivamente para Cabel. O jeans dele é muito curto. Ela sabe como é ser importunada por não ter roupas nem coisas legais. Sente-se com vontade de defendê-lo.”
Ok, esse é um típico exemplo. A partir do “Janie olha furtivamente…” já é o narrador falando, mas você precisa ler e voltar e perceber isso. E isso acontece o livro todo. Não sei se isso foi falha na tradução/edição ou se a autora realmente escreve assim. Mais um motivo para eu ler em inglês. Fica a dica.
Mas, depois que você se acostuma as frases soltas, a essa falta de distinção entre diálogo/narração o livro parece melhorar.
2) A outra coisa que me fez não gostar muito – inicialmente – foi o fato de que apesar do livro ter 201 páginas, a história só começa mesmo a te prender lá pela página 60, depois de você já ter lido 25% dele. Ok que isso aconteça com os livros da Marian Keyes que têm pra la de 400 páginas, ou seja, você ainda pode contar com pelo menos umas 300 páginas de boa história depois disso.
3) A última reclamação sobre Wake é que ele é narrado em terceira pessoa. Acho que nessa história, especificamente, escrever em primeira pessoa seria primordial. Sentir junto com Janie as sensações de entrar e sair nos sonhos, de ficar presa, de tantar mudar as coisas e não conseguir… Não se consegue isso da forma como a Lisa escreve.
Bem, agora vamos as partes boas, para quem achava que já estava tudo perdido…
O começo da história, como eu falei antes, não me prendeu muito. A Lisa leva muito tempo narrando sonhos em que Janie entra e sai, e o quanto ela fica mal a cada vez que isso acontece, o quanto é difícil para ela, mas até certo ponto, isso é meio chato porque você não vê onde isso pode levar a história.
Até que a história diz exatamente a que veio. E começa a ficar legal. Bem, eu disse legal, eu não disse ótima! E é isso que Wake é: um livro legal.
- Ponto positivo para Cabel, o garoto estranho, distante e sombrio que todo livro tem. É, Cabel seduz, ok!
- Ponto negativo para Carrie, a melhor amiga chata que toda protagonista tem (menos Bella, porque ela é a própria chata).
Na edição nacional, tem uma prévia de Fade, e como eu dei uma chance a Wake e achei… legal, vou dar uma chance ao restante da série.
Eu não costumo ranquear os livros que leio, mas de 1 a 5, eu daria uns 3 para Wake. Se você tá com uma graninha sobrando e não sabe o que fazer com ela (dá pra mim) Wake é um passatempo.