Em busca de um final feliz

Em busca de um final feliz Katherine Boo




Resenhas - Em Busca de um Final Feliz


81 encontrados | exibindo 46 a 61
1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6


ricardo_22 03/06/2013

Resenha para o blog Over Shock
Em Busca de um Final Feliz, Katherine Boo, tradução de Maria Angela Amorim de Paschoal, 1ª edição, Ribeirão Preto-SP: Novo Conceito, 2013, 288 páginas.

Para um jornalista de verdade não basta apenas noticiar fatos que acontecem no dia a dia de uma sociedade. Em alguns casos é preciso viver na pele todas as dificuldades e as vitórias encontradas ao longo de uma vida, e também perceber o que o ser humano é capaz de fazer em busca de seus ideais. Com esse intuito que Katherine Boo, vencedora do Prêmio Pulitzer, viveu durante quase quatro anos em uma favela da Índia, o que a auxiliou na escrita de Em Busca de Um Final Feliz.

Apesar do título poético, o primeiro livro da redatora da revista The New Yorker não pode ser considerado um livro para inspirar seus leitores. A intenção da autora foi escrever sobre a realidade dos moradores de Annawadi, uma favela que está ao lado de um grande aeroporto e de luxuosos hotéis em Mumbai, cidade mais importante da Índia.

Ao melhor estilo livro-reportagem, Katherine Boo faz um relato de tudo o que vivenciou enquanto permaneceu ao lado dos moradores dessa favela, não se focando apenas em histórias felizes, o que passaria uma falsa ideia aos leitores, muito menos destacando apenas os males que de alguma forma facilitaria a venda de seu livro. Ela não queria isso e sim mostrar a realidade de um povo sofrido, mas que acima de tudo queria ir em busca de um final feliz.

“Abdul cumpriria seu dever e estaria quase feliz por fazê-lo. Esconder-se era algo que pessoas culpadas costumavam fazer; ele era inocente e queria a verdade estampada em sua testa. Então, o que mais lhe restava fazer a não ser submeter-se às autoridades oficiais, à lei, à justiça? Conceito que seu conhecimento limitado de história nunca tinham lhe dado razões para acreditar, mas nos quais ele pretendia acreditar agora” (pág. 26).

Mesmo com uma ótima escrita, a escolha dos personagens retratados por Boo pode ser considerada uma das principais qualidades do livro, que, além disso, é narrado de forma romanceada e felizmente possui uma estrutura agradável, onde acompanhamos todo o desenrolar de uma história. Por ser a observadora, e consequentemente a narradora, Boo não determinou qual o lado certo ou errado de todas as histórias que presenciou. Ela apenas relatou tais histórias.

Em cada um desses relatos, conhecemos um pouco da história de vida das pessoas, que sabemos desde o início: são reais. Ao mostrar a personalidade de todas as pessoas que tiveram suas histórias contadas, a autora possibilita ao leitor descobrir o que move os desejos de cada um dos moradores, que como todos, possuem sonhos, seja de construir uma família, estudar para garantir um futuro melhor, ou simplesmente ajudar os demais a também terem um futuro melhor.

E por se passar em um país rico culturalmente, encontramos muitas citações referentes a essa cultura, desde a disputa entre hindus e muçulmanos, que é fortemente lembrada, até mesmo a divisão entre castas e a própria desigualdade social, apesar de a Índia ser um país que cresce a cada dia e ter inclusive a 10ª maior economia do mundo, que só não é mais significativa devido à imensa população. E como a favela é o principal cenário, é impossível não encontrar situações que infelizmente existem nesse e em outros tipos de ambientes, como subornos e propinas, seja para serviços ou simplesmente mentiras.

Mais em: http://www.blogovershock.com.br/2013/06/resenha-156-em-busca-de-um-final-feliz.html
comentários(0)comente



Oliver 08/06/2013

Em busca e um final feliz
Não é o primeiro livro que me leva a Índia, mas, é o primeiro que me levou a conhecer a realidade de um país em constante crescimento no século 21. EM BUSCA DE UM FINAL FELIZ , não é um livro de auto-ajuda como muitos pensam ao ler o título desse livro, a narrativa é sobre a vida de várias pessoas que moram em uma favela cercada de prédio luxuosos na maior cidade da Índia.

Este é o primeiro livro da escritora Katherine Boo, uma jornalista americana que passou 4 anos na favela anawandi vivenciando o dia-a-dia dos indianos que convivem com esgotos a céu aberto, roubos, ratos , falta de água encanada e sem saneamento básico em uma cidade que a economia cresce a cada dia. Nas 200 e poucas páginas não há nem uma pitada de fantasia, tudo ali em bem real. O livro me despertou sentimentos antagônicos, pois , não gosto muito de ler histórias jornalísticas, mas, a escritora sobe bem mesclar o que ela queria mostrar com a narrativa dos seus personagens.

Katherine Boo mostrou como o capitalismo é capaz de destruir sonhos de pessoas; em pleno século 21 onde o consumismo dá as regras e o capitalismo faz com que as diferenças sociais cresçam ainda mais. Os personagens desse livro (que são pessoas reais), nos fazem vivenciar o sofrimento,o desejo de vencer, de deixar de ser pobre ; nos faz ver que todos esses sentimentos são derrubados pela corrupção que faz pobres derrotarem pobres em vez de todos se unirem contra os corruptos ricos. O livro tem partes que te faz rir, outras se sentir mal pelo rumo que a vida de alguns personagens tomam.
Eu recomendo sim esse livro.
comentários(0)comente



Kizzy 01/09/2013

Difícil de deglutir
Há muito tempo eu não demorava tanto para terminar de ler um livro. Tinha dias em que a leitura simplesmente não fluia. Eu lia 5 páginas e parecia que eu tinha lido 500, me sentia cansada, estafada.
Então, quando eu terminei, eu fiquei alguns dias pensando, "o que eu achei desse livro? Porque foi tão difícil de ler? Isso faz do livro ruim?" Foi aí que, lendo uma resenha de uma outra pessoa, eu tive a respota. A resenha dizia "esse livro não pode ser avaliado pela história que conta, nunca".
E é exatamente isso, "Em busca de um final feliz" é corajoso, detalhista, nú, ousado. A primeira parte do livro é extremamente descritiva e detalhista (talvez pela veia jornalista da autora), isso me fez desanimar um pouco porque era muito denso e sem muita ação. Porém, quando você inicia a segunda parte do livro, e começa a entender exatamente o que aquela descrição significa na história, aí você percebe que está totalmente envolvida pela vida daquelas pessoas sensacionais e individuais como todos os seres humanos.
É uma porrada na cara, te faz chorar, se indignar, culpar todo mundo, inclusive as vítimas. Te faz perceber que você é tão espetacular e tão mesquinho como qualquer uma daquelas pessoas. E no final de toda essa nudez tenebrosa, eu só consegui chegar a uma conclusão. Pessoas são pessoas seja qual for a situação, porém existem ocasiões em que o julgamento simplesmente perde os parâmetros. E então, ler que uma criança completamente desgraçada e que come sapos e ratos, se preocupa com o fato de ser desonrado roubar lixo, te faz pensar que o conceito de moral é absurdo e ridículo, e começa a se perguntar "Porque raios eu estou lendo isso? O que isso vai mudar?"
No final, lendo as notas da autora, eu percebi que ao final dessas 289 páginas, muitas coisas estão diferentes no meu pensamento. Sim, realmente eu não vou poder mudar nada disso, mas se um livro me faz pensar tanto como esse me fez, realmente não tenho como avaliar que foi ruim.
Katherine Boo tem toda minha admiração, ela também não mudou a vida daquelas pessoas, mas teve uma coragem incrível de viver coisas que ela simplesmente não precisaria, e eu sinceramente não sei se eu seria capaz.
Ainda não sei se recomendo a leitura, mas o fato é que para o bem ou para o mal, é uma obra extraordinária.

"Se a casa está torta e caindo aos pedaços e a terra em que foi construída é irregular, é possível fazer alguma coisa para que ela fique de pé?"

"A inocência e a culpa poderiam ser compradas e vendidas como um quilo de sacolas plásticas"
comentários(0)comente



Lígia Mussi 16/06/2013

Uma história de pessoas reais, com suas alegrias e tristezas
Li "Em busca de um final feliz" imediatamente após ter lido "Outliers - Fora de série" (Malcom Gladwell).

Acredito que, até mesmo por isso, o livro escrito pela jornalista Katherine Boo tornou-se, ainda mais, fascinante e intenso.

Enquanto "Outliers - fora de série" busca desvendar os motivos que estão por detrás de grandes riquezas (como, por exemplo, oportunidades, heranças culturais e sorte - por que não?!), "Em busca de um final feliz" narra o dia a dia dos moradores de Annawadi, uma favela à sombra do elegante Aeroporto Internacional de Mumbai, na Índia.

A história de seus habitantes nos faz rir e chorar porque o que é celebrado nesse livro não é o que poderíamos chamar de "o encanto da lama", mas a riqueza das pessoas que - para o bem e para o mal - compõem um tronco social que está cada vez mais presente em nosso mundo moderno.

Não há como não se surpreender com a descrição de Abdul de uma 'vida decente':

"Ele acreditava que em Annawadi a sorte não era resultado daquilo que as pessoas faziam, ou quão bem elas o faziam, mas sim dos acidentes e infortúnios que elas conseguiam evitar. Uma vida decente era aquela em que o trem não o atropelava, onde você não ofendia o senhorio da favela e a malária não te pegava."

A corrupção também é objeto de várias passagens do livro. Em um primeiro momento, é bastante fácil repudiar a personagem Asha, ambiciosa de uma vida melhor. Até que, com o decorrer da narrativa, percebemos que o tema 'corrupção' não é assim tão fácil de compreender e ser tratado no contexto dos annawadianos:

"No ocidente, e entre alguns da elite indiana, esta palavra: 'corrupção', tinha conotações puramente negativas; era vista como uma barreira para as ambições na Índia moderna e global. Mas para os pobres de um país onde a corrupção roubava um número enorme de oportunidades, essa mesma corrupção tornava-se uma das oportunidades genuínas que restavam."

Abdul, um dos personagens mais fascinantes e complexos, é responsável por esclarecer diversos aspectos da existência daqueles favelados:

"Para a família dele, a capacidade física de Abdul era a coisa mais importante. Ele era o burro de carga e o que ele pensava era irrelevante. Ele nem mesmo tinha certeza se era crítico a respeito de alguma coisa. Mas, quando O Mestre falou de respeito e honra, Abdul achou que o olhar chamejante do homem circulara pelas cabeças e viera a repousar nele. Não era tarde demais, aos 17 anos, ou qualquer que fosse a sua idade agora, para resistir às influências corruptas deste mundo e de sua natureza. Um menino não estudado e desajeitado ainda poderia ser capaz de ter integridade: ele pretendia lembrar-se disso e de qualquer outra verdade que O Mestre falara."

De todo modo, nem tudo é desesperança. Em diversas passagens é possível perceber, ainda que timidamente, alguns pequenos triunfos:

"A policial parecia estar confiando na ignorância dos favelados: os Husain não saberiam que o caso contra eles era criminal, conduzido pelo estado de Maharashtra, e que o marido de Fátima não tinha o poder de retirar qualquer queixa, não importasse a quantia que os Husain pagassem. Antes de dispensar a mulher, o pai de Abdul checou os fatos com seu advogado. Ele queria ter certeza de que o que ele aprendera sobre processos legais, ao ler os jornais urdus, estava correto. Estava. Finalmente, um pequeno triunfo da informação sobre a corrupção."

Após a leitura de "Em busca de um final feliz", não pude deixar de recordar um trecho de "Outliers - fora de série":

"Porque todo aquele que tem será dado e terá em abundância; mas, daquele que não tem, até o que tem lhe será tirado." (Mateus, 25:29).

Uma ótima leitura. Informativa, revoltante, inspiradora e instingante. Coragem e medo em existências precárias e empobrecidas da Índia urbana.
comentários(0)comente



Ana Carla 17/06/2013

Em busca de um final feliz escrito por Katherine Boo é um relato que nos faz descobrir o quanto somos afortunados. Confesso que conforme conheci os detalhes da vida dos moradores da favela de Annawadi, fiquei a imaginar que a autora estava exagerando em sua narrativa. Mas, logo mudei a minha opinião...

Não preciso ler sobre uma favela na Índia, para conhecer as dificuldades desses moradores. Não preciso ir tão longe... Em todas as cidades temos pessoas que vivem nessa situação...

Leia mais em-> http://www.historias-semfim.com/2013/06/resenha-em-busca-de-um-final-feliz.html
comentários(0)comente



Anacris 19/06/2013

Escrito para me fazer chorar...
O livro retrata a história real de várias famílias que sobrevivem nas favelas de Mumbai e ao longo do livro eu percebi que Mumbai não fica tão distante assim de onde moro (infelizmente).

Katherine nos mostra de uma forma diferente como é a vida de pessoas que para a “sociedade” não deveriam existir; mas que batalham para criar seus filhos e sobreviver com o que vem do lixo e porque não dizer no lixo também?!

É impossível não se comover com Abdul que a meu ver se tornou um adulto com a responsabilidade de sustentar a família muito antes de ser criança.

Como não se revoltar com o esquema de corrupção que envolve todas as pessoas que tem poder e o usam para arrancar dinheiro dos mais pobres? Identifiquei centenas de Ashas e Fátimas que fazem parte do nosso dia a dia.

Em Busca de Um Final Feliz me fez pensar se a história realmente se passa em outro país, outro continente e não aqui no Brasil em uma favela qualquer.

Depois que eu li Em Busca de Um Final Feliz de Katherine Boo, lançado pela Editora Novo Conceito; eu chorei, chorei muito.
comentários(0)comente



Angela Grazi 21/06/2013

Em Busca de um Final Feliz #Pocket Libro
Esse livro é um relato real dos moradores de Annawadi, uma favela que fica ao lado do Aeroporto Internacional de Mumbai. O lugar formou-se pelas pessoas que construíram o Aeroporto, quando terminaram seu trabalho, decidiram fazer do resto daquele terreno, suas moradias. Annawadi cresceu e se tornou uma favela com mais de 3.000 moradores.

O livro gira em torno de Abdul Husain, um catador de lixo que sustenta toda sua família com seu trabalho, pois seu pai – Karam tem tuberculose e não pode ajudar a sustentar a família. Ele mora em um barraco com mais 9 pessoas, mas seu negocio com o lixo começa a prosperar na favela e ele consegue se destacar um pouco dos demais (Algo bem insignificante se você for colocar na balança).

Mas a paz da família tem seus dias contados, pois Fátima, conhecida como Perna Só acabou atirando fogo nela mesma e acusando a família Husain do crime. Agora a matriarca da família, Zehrunisa luta para tirá-los da cadeia e prova a inocência. Mas, os policiais pedem propina para retirar a acusação contra eles.

Paralelamente ao drama da família Husain a autora também introduz outros moradores da favela em sua narrativa e acaba contando um pouco de suas vidas. A autora Katherine Boo morou durante quatro anos em Annawadi e relata nesse livro o dia a dia das pessoas que lá vivem. Assim podemos perceber a realidade pobre e miserável da Índia, que chega a nos revoltar devido a tamanha desumanidade de corrupção. Ao decorrer da leitura, pode-se notar a tamanha desigualdade social, pois a favela se encontra ao lado do Aeroporto e é vizinha de grandes hotéis luxuosos. Um livro muito bom que nos faz olhar para outras realidades.

"Os eventos contados nas páginas anteriores são reais, assim como o são todos os nomes". p.279

http://www.pocketlibro.blogspot.com
comentários(0)comente



PorEssasPáginas 24/06/2013

Resenha Em Busca de um Feliz - Por Essas Páginas
Resenha original no blog Por Essas Páginas: http://poressaspaginas.com/resenha-em-busca-de-um-final-feliz

Quando decidi ler Em Busca de um Final Feliz, eu esperava um livro de não-ficção padrão, talvez na forma de relato jornalístico. Porém, o que encontrei foi um livro sensível, em que acompanhamos a vida de pessoas reais, seus pensamentos e aspirações, tudo isso tão bem descrito que a sensação é que estamos acompanhando um romance e seus personagens. Porém, em nenhum momento, devemos esquecer que essas pessoas – inclusive com seus nomes verdadeiros – são de carne e osso; elas realmente passaram – e passam – pelos tormentos de uma Índia miserável e corrupta que, muitas vezes, rouba-lhes as esperanças.

Devo dizer que encontrar um livro de não-ficção escrito dessa forma essa foi uma grata surpresa e tornou a leitura muito mais interessante.

Em outras resenhas eu já disse que acredito que alguns livros caem em nossas mãos para serem lidos na horas certas. Tive essa mesma sensação enquanto lia Em Busca de um Final Feliz. Esse livro mostra, de maneira sensível, porém objetiva, a realidade de uma das muitas favelas de Mumbai. A Índia é um país em franco desenvolvimento, que vende uma imagem maquiada de um país muito melhor do que é na verdade. O seu governo trata as favelas e seus habitantes miseráveis como um câncer em meio a um lugar maravilhoso, quando na realidade são eles que minam as oportunidades dessas pessoas. Para quem está bem, ou seja, tem uma casa decente para morar, está bem alimentado e tem realmente oportunidades, é muito fácil culpar essas pessoas pela sua própria má sorte. Porém, é muito diferente quando você está na pele dessa gente, sem chances de melhorar ou, ainda, com suas poucas chances sendo abatidas pelo sistema.

Sunil raramente ficava com raiva quando descobria as razões secretas por trás do comportamento das pessoas. Perceber como o mundo funcionava, além das mentiras, era para ele uma armadura.

É impossível não fazer uma conexão, em maior ou menos grau, dessa Índia maquiada com o nosso Brasil, principalmente no momento histórico em que vivemos. O quanto de gente, nesse exato minuto, pode estar sofrendo as privações semelhantes às das pessoas descritas nesse livro de Katherine Boo? Nós também temos favelas, falta de oportunidades, comunidades carentes e pessoas – não personagens, mas sim pessoas, vivas e reais – que passam fome, miséria, desesperança. É fácil e até natural identificar, nos “personagens” de Boo, pessoas que conhecemos ou que, um dia, deparamo-nos na televisão, nos jornais ou até mesmo nas esquinas.

Mas, em seu estado de espírito atual, pequenas afrontas adicionadas a grandes decepções tornariam-se uma provação.

Mas mesmo que não pensemos nessas pessoas – o que é impossível – com certeza qualquer leitor vai se identificar com um ou outro personagem de Annawadi e, apesar de seus defeitos – pois sim, o relato de Katherine Boo é incrivelmente fiel -, você também vai se pegar entendendo porque aquelas pessoas algumas vezes cometem erros. É pela sobrevivência, é para pura e simplesmente sobreviver em meio a um sistema cruel que não facilita para ninguém. De fato, você vai se pegar se apaixonando por essas pessoas, torcendo e chorando por elas. É de partir o coração acompanhar Abdul, um rapaz verdadeiramente honesto, ter aos poucos suas esperanças transformadas em menos que o lixo em que trabalha. É triste ver Sunil se corromper, Manju desistir de seus sonhos, Meena sucumbir perante a vida que lhe foi imposta. Nós acompanhamos Asha e certamente não concordamos com o que ela faz, mas entendemos. De fato, a única que eu não consegui sentir compaixão foi Fátima, a Perna Só, mas isso foi porque suas atitudes foram além de cruéis e mesquinhas; porém, sim, até ela é possível compreender. Eu poderia citar vários personagens aqui e o que senti ao acompanhá-los, mas acho que a melhor coisa que faço é insistir para leiam e vocês mesmos os conheçam, façam parte da sua vida, por meio desse livro.

Porém, os favelados raramente ficavam com raiva juntos, nem mesmo das autoridades aeroportuárias. (…) Ao contrário, indivíduos sem força culpavam outros indivíduos sem força por aquilo que não tinham. Às vezes, tentavam destruir uns aos outros. Algumas vezes, (…) destruíam a si mesmos no processo.

A frase acima é talvez a minha preferida no livro. Ela é extremamente verdadeira e nos faz refletir em inúmeros graus. Conversando com o meu pai sobre o livro – e meu pai já viveu essa realidade quando jovem -, ele confessou que sentia que vivendo no morro jamais conseguiria ser alguém. Havia essa energia negativa, essa raiva dos outros que impedia a ele e sua família de prosperarem, por mais que trabalhassem duro e se esforçassem. Ele me disse que as pessoas frequentemente culpam as pessoas erradas, geralmente outros tão fracos e sem oportunidades quanto eles, apenas porque essas pessoas tem alguma perspectiva melhor – ou porque você acha isso. É mais fácil culpar quem está mais próximo e é tão frágil quanto você. Culpar gente poderosa é difícil. E é assim, dessa maneira, com essa desunião, que essas pessoas não conseguem se ajudar, fazer algo por si e pelos demais. Como pode existir tanta gente pobre no mundo e essa gente não conseguir algo com tamanha vantagem numérica? A resposta é a desunião. E aí eu volto à reflexão sobre o momento que vivemos aqui no Brasil: somente unidos conseguiremos fazer algo de bom, não apenas para um, mas para todos. O que os grandes lá em cima, os poderosos e os governos querem é exatamente a falta de união de seu povo. Um povo que não é unido é pouco representativo; um apenas jamais conseguirá lutar sozinho.

Nesse livro, com pesar, descobrimos o quanto a sociedade pouco se importa com o ser humano. O livro s encerra com uma enorme ironia que, infelizmente, acontece diariamente. As pessoas, principalmente os pobres, os carentes, as minorias, são vistas pela sociedade e pelos governos como um mero estorvo, uma mancha impura e incômoda em um mar de perfeição. O ser humano é desvalorizado. E aí a gente percebe o quanto esse mundo ainda tem que melhorar. E, para que ele melhore, só há um lugar para começarmos: nós mesmos.
comentários(0)comente



Nica 01/07/2013

Em Busca de um Final Feliz
Em Busca de um Final Feliz não é um romance, não é um documentário, não é um relatório de Sociologia, é um pouco de tudo isso. Katherine Boo, jornalista americana, passou quase quatro anos em Mumbai, na Índia, fazendo uma pesquisa social nas favelas daquela cidade, mas especificamente na favela Annawadi. Foi um longo, delicado e minucioso trabalho que rendeu um livro de não ficção, com fatos autenticamente verdadeiros, e personagens com seus nomes e relatos reais. Além de utilizar-se de registros e documentos públicos, Katherine Boo participa do dia-a-dia da favela, conheceu todos os personagens citados e através de seus relatos, fotos e gravações, pôde, no final, copilar tudo num relato emocionante. Porém, a jornalista permitiu que seu leitor pudesse confundir sua leitura com um comovente romance, ao utilizar argumentos na narrativa que por vezes induziam a conflitos e diálogos. Por fim temos um livro emocionante e perturbador. A vida como ela é no Século XXI.
Annawadi foi escolhida para seu trabalho pela localização. A favela está ao lado do aeroporto internacional de Mumbai e tem como vizinho um luxuoso hotel, no entanto, não é a maior ou a mais miserável daquele país. Annawadi choca por sua sujeira, abandono e por ter um convívio tão íntimo com uma sociedade domesticamente sadia. Classes sócias diferentes convivendo dentro do mesmo caldeirão. Os três mil moradores que formam esta favela trabalham basicamente na coleta de lixo daquela região e cada palmo do espaço de coleta é disputado com a vida. Mentira, promiscuidade, assassinatos, suicídios, corrupção, injustiça fazem parte do dia-a-dia de um povo que, entre o lixo e um rio poluído, deparam com enormes paredes de outdoors com anúncios de bens jamais alcançáveis. Mas o que importa em Annawadi é a sobrevivência. Para piorar qualquer problema que se possa imaginar, ainda existem as castras e as diferenças religiosas, pois os muçulmanos são discriminados onde quer que estejam, mas dentro de um país com a maioria hindu, a crise se torna inimagináveis. Apesar de todos os problemas que enfrentam, tanto os externos quanto os internos, a maioria do povo ainda conta com a esperança de um dia melhor.
Dentro desse microcosmo os problemas sociais e políticos são tão graves quanto os problemas da metrópole aos quais os annawadianos fazem parte. Eles são o lixo, a escória, o descarte de uma sociedade que cresce e se fortalece diante do mundo globalizado. Ante dessa imensidão, os annawadianos são refém da fome, da violência, da corrupção, da poluição, da falta de saúde, da escassez de escolas... você conhece esse tema? Bem parecido com os nossos! Sim, estamos em plena globalização e os problemas de alguns países parecem os mesmos. Assim como a Índia, o Brasil também tem seus problemas sociais seriíssimos e a gente tem que, antes de tudo, olhar para o próprio umbigo.

site: http://www.lereomelhorlazer.com/2013/06/em-busca-de-um-final-feliz-katherine-boo.html
comentários(0)comente



Poly 07/07/2013

Quando pedi o livro não sabia que se tratava de uma história verídica, quis ler por causa da sinopse excelente e não me arrependi.
A narrativa é no formato de reportagem, a linguagem é bem clara e fácil de ser entendida. É um livro tão bem escrito que diversas vezes eu tive que parar, pensar em outra coisa e depois voltar para a leitura, pois devido à riqueza de detalhes eu me transportava diretamente para a favela com seus cheiros, barulhos e medos.
Além desses detalhes, o livro também traz à tona o maior problema da pobreza: corrupção. E todas as vezes que o assunto aparecia era impossível não fazer um paralelo com o Brasil e pensar se aqui não acontece do mesmo modo.


No ocidente, e entre alguns da elite indiana, esta palavra, “corrupção”, tinha conotações puramente negativas; era vista como uma barreira para as ambições da Índia moderna e global. Mas para os pobres de um país onde a corrupção roubava um número enorme de oportunidades, essa mesma corrupção tornava-se uma das oportunidades genuínas que restavam.
P. 54

Um pouco da cultura indiana também foi bem demonstrada, nada belo como as novelas da globo, mas a simples realidade de milhares de pessoas.


Os transgêneros ou transexuais, os hijras, de Mumbai eram tão temidos quanto atraentes. Eles traziam má sorte por serem ambíguos sexualmente, e acreditava-se que a má sorte era contagiosa. Quando transexuais vinham à porta da sua casa, você tinha que pagar para eles irem embora. Você pagava um pouco mais se quisessem que eles atirassem fezes na frente de seu inimigo. E assim que as fezes fossem atiradas, o mau-olhado permaneceria, mesmo que seu inimigo contratasse um baba para queimar três palitos de incenso num copo de arroz com pó vermelho salpicado por cima.
p. 83


Em Délhi, os políticos e intelectuais reclamavam, confidencialmente, da irracionalidade das massas ignorantes da Índia, mas, quando o próprio governo fornecia respostas falsas para as preocupações mais prementes dos cidadãos, boatos e conspirações tomavam asas. Algumas vezes, as teorias da conspiração tornavam-se um consolo para a perda.
p. 203

Dentre os livros da categoria, foi um dos melhores que eu já li. Vivo uma relação de amor e ódio com livros-reportagem porque todos os que eu li traziam realidades muito tristes e isso me deixa meio tocada por tempo e sempre digo que não quero ler outros do gênero. Por outro lado, eles são tão bem escritos e enriquecedores que eu sempre acabo dando uma chance para eles.


site: http://polypop.net/livro-em-busca-de-um-final-feliz/
comentários(0)comente



Fun's Hunter 11/07/2013

Em Busca de um Final Feliz
Qualquer obra que tenha como proposta mostrar a realidade de alguma pessoa ou de um grupo de pessoas tem uma difícil missão pela frente. Não se pode exagerar no melodramático para a obra não parecer forçada, também não se pode apenas contar os fatos de uma forma crua, sem demonstrar nada; isso sem contar que é necessário escolher muito bem o que vai entrar ou não na obra, escolhendo o que realmente importa na história central. É levando esses quesitos (entre muitos outros) em consideração que podemos ver a maestria de Katherine Boo para escrever sobre a difícil realidade de favelados na Índia em Em Busca de um Final Feliz.

Todos em Annawadi queriam ser um daqueles milagres, cujas vidas eram transformadas nesta nova Índia. Eles queriam passar de um zé-ninguém para um herói, como diz o ditado, e queriam isso muito rápido.
Pág. 55

Katherine Boo mostra nesse livro a realidade dos diversos habitantes de Annawadi, uma pequena (e miserável) favela em Mumbai, Índia, sob os olhares de diversos moradores, cada um deles com seus medos, peculiaridades, esperanças e sonhos. Há Sunil, um jovem catador de lixo com medo de não crescer mais e que sonha em ter um futuro melhor e assim não acabar como muitos de seus amigos: mortos ou vivendo miseravelmente na favela. Também há Asha, uma mulher determinada a enriquecer e tirar sua família da miséria, mesmo que para isso ela tenha que entrar na corrupção da política indiana. Manju, sua filha, não concorda com os meios de sua mãe ganhar dinheiro, e, pensando num futuro mais digno para si mesma, ela sonha em se tornar professora.
Mas ainda assim a história gira em torno de Abdul Husain e sua família. Abdul é um jovem revendedor de lixo em Annawadi. Com esse simples negócio ele e o restante de sua família, que inclui sua mãe, seu pai e seus muitos irmãos, conseguiram sair da zona de extrema pobreza, e até ter algumas regalias, como uma televisão comprada a prestações. Fátima mora num barraco ao lado do deles, e volta e meia arranja confusão. A Perna Só, como comumente é chamada devido a ter apenas uma perna, vive traindo seu marido, e para muitos essa é apenas mais uma forma dela querer chamar atenção. Um dia, durante a reforma da casa de Abdul, da qual Zehruniza (sua mãe) ficou enormemente feliz, uma parede que também fazia parte da casa de Fátima caiu, começando assim uma discussão. Fátima nunca se deu bem com a família de Zehrunisa, e com isso ela arranjou um bom motivo para começar a discussão, discussão essa que foi parar na delegacia. Voltando da delegacia Fátima discute mais uma vez, agora com Karam (pai de Abdul), e essa discussão foi ainda mais longe, com Karam ameaçando bater nela. Num ato de egoísmo, Fátima ateia fogo em si mesma durante a noite, sabendo que assim ela poderia abrir um processo contra os Husain por imolação, levando-a a cometer o suicídio. O processo, para desespero dos Husain, segue em frente, e ao fim Abdul, Karam e Kehkashan (irmã de Abdul) são processados. E é através deles que descobrimos o Estado corrupto e repugnante da Índia, onde tribunais julgam seus casos rapidamente sem prestar a devida atenção a eles e onde subornos policiais são mais importantes que a verdade eminente. A triste realidade de um país que poucos realmente conhecem...

Embora Abdul tivesse medo de fantasmas, [...] essas histórias não o assustavam mais. Ser aterrorizado por seres vivos parecia ter diminuído seu pavor pelos mortos.
Pág. 154

O jeito com que Katherine Boo nos conta a história dessas pessoas é de uma incredibilidade ímpar. Ela consegue misturar tudo o que é necessário para que o livro fique bom, emocionante, mas ainda assim imparcial. Ela nunca pende para o lado de ninguém, e essa era a grande meta dela. Ela queria mostrar o porquê das pessoas fazerem o que fazem, mostrar que o contexto em que moravam era o que causava tudo aquilo; ou alguém iria beber veneno de rato apenas por diversão? Até mesmo a tresloucada Fátima não é acusada de nada nas suaves e ao mesmo tempo cruéis palavras de Katherine.
Mesmo não incriminando ninguém é facilmente perceptível a repugnância com que Katherine Boo se refere ao Estado indiano. Essa sua repugnância não é escancarada, mas ela mostra os “bastidores” do governo indiano com seus detalhes mais instigantes que é impossível não pensar que ela não concorda muito com isso. Entre todos esses fatos políticos dos quais ela nos mostra o que mais nos comove é a remoção dos favelados de Annawadi por causa da expansão do luxuoso aeroporto que fica ao lado, sendo que utilizando desse fato a Katherine nos mostra uma das passagens mais emocionantes do livro, que mesmo sendo curtíssima (e dizendo respeito a uma personagem não antes mencionada) nos comove profundamente devido ao detalhismo certeiro de Boo e ao grandíssimo senso humano presente em suas palavras.

Você já pensou quando olha alguém, quando ouve alguém, se essa pessoa realmente tem uma vida?
Pág. 229

Esse luxuoso aeroporto é comumente descrito no livro, e com isso é feito um contraponto com a pobreza da favela que está ao lado, esquecida pelos mais “altos”. É nesse aeroporto que muitos annawadianos ganham a vida, sendo em empregos miseráveis ou catando o lixo que todos jogam e depois o vendendo.
A emoção que sentimos durante as breves 288 páginas é sem igual. Isso não quer dizer que caímos aos prantos em todas as páginas, mas sim que essa emoção é diferente, verdadeira e sem exageros. A comoção pelo modo de vida dos annawadianos só aparece em momentos cruciais da história, no restante tudo o que fazemos é reparar nos mínimos detalhes da vida particular de cada um e ficar pensativo sobre o estado do mundo atual. Ainda que tenha toda essa comoção o livro também nos causa estranhas risadas: uma risada leve, simples, melancólica e nem um pouco exagerada. É impossível se esquecer do icônico e idiota outdoor do aeroporto que dizia que aquele azulejo era “lindo para sempre, lindo para sempre, lindo para sempre”.

A capa desse livro é de uma simbologia única. Essa simples foto de uma menina no meio do esgoto (que corre bem no meio de Annawadi) olhando para cima e com os olhos fechados mostra poeticamente a esperança que ainda resta no coração de todos os annawadianos. Adentrando ao livro, a primeira coisa que vemos é um prefácio do Zeca Camargo, que, na minha opinião, mostrou de uma forma bem “Rede Globo de televisão” a crueza do livro, sendo um tanto sensacionalista demais. Não faria falta se não existisse! Os capítulos do livro são um pouquinho grandes, nada exagerado ou que canse a leitura. A fonte é diferente e ainda assim agradável, igualmente ao seu tamanho. O espaçamento é bom e as margens também. Ou seja, tudo conspira para uma leitura prazerosa e única.

Abdul conseguia controlar muitos de seus desejos, mas não esse. Queria ser identificado como algo melhor que a água suja onde morava.
Pág. 252

Para a grande maioria dos leitores assíduos de hoje em dia, acostumados à ficções emocionantes, a realidade de Em Busca de um Final Feliz pode soar simples e para outros até sem graça. Mas apenas o fato de conhecermos mais sobre a realidade da Índia faz com que a leitura seja essencial à todos.
Esqueça as belezas infindáveis de Caminhos das Índias ou a verdade um tanto amenizada de Quem Quer Ser um Milionário? e se aprofunde nesse livro, pois assim você vai conhecer tudo o que se passa no submundo indiano. Depois dessa leitura eu posso te assegurar que você verá o mundo com outros olhos.

site: http://www.funshunter.com/2013/07/ResenhaEmBuscaDeUmFinalFeliz.html
comentários(0)comente



Amanda 16/07/2013

Ao ler o livro "Em Busca de um Final Feliz" de Katherine Boo, você sente o desejo de mudar a vida das pessoas ali da favela lutando junto com os personagens por um final feliz que parece nunca chegar. Mais impressionante ainda é saber que todas aquelas histórias, todas as lutas e todas as injustiças são reais.

É impressionante como a cada página você encontra ali descrita não apenas a vida em Annawadi, em Mumbai ou na Índia; ali você encontra uma realidade também brasileira, e porque não mundial? Onde pessoas agem por interesse próprio, onde há descaso com relação a educação, saúde, segurança, saneamento básico.. Um descaso com relação a coisas simples, básicas e essenciais ao desenvolvimento humano.

Um lugar onde as pessoas precisam ser muito fortes e acreditar muito em Deus e em um mundo melhor num futuro próximo. Um livro real, uma boa leitura! Recomendo...
comentários(0)comente



Isie Fernandes 28/07/2013

Um livro que faz rir e chorar

"Parecia que os barracos haviam caído do céu e foram amassados na aterrissagem." (página 190)

Em Busca de um Final Feliz é um livro de não ficção que conta a história real de alguns moradores de Annawadi, uma pequena, populosa e miserável favela construída nos arredores do aeroporto de Mumbai - Índia.

Inicialmente, achei que não conseguiria ler o livro, pois a presença de diversos personagens, surgindo um após o outro, me confundia. Contudo, persisti na leitura e não me arrependo. Katherine Boo esteve, desde novembro de 2007 até março de 2011 em Annawadi, coletando informações dos moradores da favela e conseguiu contar histórias diferentes, sob visões absolutamente distintas.

Logo somos apresentados a Abdul e sua família, revendedores de lixo que conseguiram melhorar um pouco de vida e por isso despertaram a inveja de muitos vizinhos; a Sunil, um garoto que tem medo de não crescer e se tornar um adulto com aparência infantil; a Asha, uma mulher astuta e determinada, disposta a fazer o que for necessário para entrar na corrupta política de Mumbai e livrar sua família da miséria; a Manju, filha de Asha, uma linda jovem que conseguiu entrar para faculdade e se reveza entre tomar conta da casa, dos irmãos, da escolinha de ensino básico para crianças da favela e estudar para se tornar a primeira mulher de Annawadi graduada numa faculdade; a Fátima, mais conhecida como Perna Só, devido a sua deficiência física; a diversos personagens reais, dentre os quais o meu favorito - aliás, o meu favorito em todo o livro - é Kalu, um ladrãozinho que sabia contar histórias como ninguém e que também foi o primeiro a arrancar lágrimas dos meus olhos.

"Ele achava melhor começar o dia já sabendo que este dia seria tão chato quanto os anteriores. Desta forma, ele não ficaria tão desapontado." (página 156)

Um livro que faz rir e chorar. Rir, porque muitos personagens são crianças com responsabilidades de adultos, e eles são tão ingênuos a ponto de ter medo de fantasmas e de acreditar em lendas a respeito de travestis que dançam e lançam maldições. Chorar, porque é tanta corrupção, injustiça e miséria que no fim das contas são mais lágrimas do que risos.

"Ser tão pobre para ter de trabalhar tão jovem já parecia um castigo suficientemente grande". (página 158)

Mas a esperança dos personagens é realmente animadora. Tudo que eu posso desejar é que eles alcancem os seus sonhos e tenham um final feliz.

"Minhas flores vivem mais tempo porque eu não guardo nada sombrio no meu coração. Eu deixo as coisas ruins saírem." (Meena, página 209)

Postado originalmente:

site: http://isiefernandes.blogspot.com.br/2013/07/resenha-em-busca-de-um-final-feliz.html
comentários(0)comente



Vanessa Sueroz 05/08/2013

Neste livro diferente dos demais que apresentamos aqui no blog é uma história real que mostra a realidade de uma pequena favela perto do aeroporto de Mumbai na Índia.

O começo do livro é bem pesado, muitos personagens para associar que acaba confundindo um pouco a leitura, afinal o autor ficou algum tempo coletando informações e trouxe diferentes pontos de vista sobre o mesmo assunto: a miséria.

“Parecia que os barracos haviam caído do céu e foram amassados na aterrissagem.”

Conhecemos Abdul e sua família, todos revendedores de lixo que conseguiram subir um pouco na vida e com isso acabam ganhando inimigos, seus vizinhos invejosos.

Resenha completa no blog

site: http://blog.vanessasueroz.com.br/em-busca-de-um-final-feliz/
comentários(0)comente



81 encontrados | exibindo 46 a 61
1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR