Caçando carneiros

Caçando carneiros Haruki Murakami




Resenhas - Caçando Carneiros


156 encontrados | exibindo 106 a 121
1 | 2 | 3 | 8 | 9 | 10 | 11


Letícia 21/02/2020

O surrealismo na prosa
O livro narra a história de um publicitário que tem uma vida bem monótona, até que um acontecimente o faz partir para uma jornada para lá de maluca, mas que o instiga a repensar a sua vivência.
A priemeira coisa em que pensei quando comecei a ler esse livro foi que ele é muito louco. Ademais, eu gostei bastante da leitura porque ao acompamhar a vida e a jornada do protagonista fui me identificando com ele, além de que queria saber onde tudo ia terminar. Por isso, é uma obra gostosa de ler, traz algumas reflexões, tem boas referências e é bem escrita.
No entanto, quando embarcar no mundo do Murakami temos que estar cientes de que ele brinca com a tênue linha que separa a realidade do sonho e que, muitas vezes, não saberemos o que de fato está rolando. Por isso, o autor me fez sair completamente da minha zona de conforto ( o que foi bom), mas, por outro lado, é uma leitura bem lenta.
Portanto, é interessante ler sobre outra cultura e coisas diferentes, porém tendo em mente que pode ser algo que requeira mais paciência e atenção.
comentários(0)comente



Gab 16/02/2020

Murakami é um dos escritores contemporâneos que mais me agrada, seus livros são despretensiosamente pretensiosos, nada na sua escrita é por acaso. Isso é exatamente o que acontece em Caçando Carneiros, os leitores são levados para um mundo extraordinariamente ordinário ao sermos convidados a seguir os passos de um publicitário em busca de autoconhecimento numa odisseia pelo Japão com personagens intrigantes, buscando encontrar um carneiro especial que não é um animal comum, trazendo o leitor ao seu mundo onde o paradoxo da vida se dá de forma surpreendente.
comentários(0)comente



Marcelo.Castro 10/02/2020

Realismo fantástico
Sou suspeito pois adoro o autor. A capacidade de contruir toda uma ambiencia extremamente realista, e até mesmo prosaica ou "sem graça", mas nesse mesmo contexto inserir elementos fantásticos e surreais gera uma combinação mágica que agarra o leitor em todas as páginas. Quem diria que uma história sobre carneiros nos levaria a uma viagem pelos costumes culturais do Japão, nos permitindo explorar ainda as emoções do protagonista. Fantástico e instigante.
comentários(0)comente



Nick Exaltação | IG @nickexaltacao 28/01/2020

Uma história sobre o que é real e o que é imaginário, com diversas significações
Antes mesmo de começar a resenha, gostaria de dizer que esse livro não é para aqueles que procuram respostas objetivas. É um livro repleto de subjetividade e por isso terei que dar poucos spoilers, pois pretendo colocar as minhas interpretações.

A narrativa de Caçando Carneiros tem um ritmo monótono e confesso que até a metade do livro senti um pouco de desinteresse, pois nada acontecia. O personagem principal não gera identificação, todos os personagens nessa história não têm os seus nomes citados ou muitas vezes são citados com apelidos e o protagonista é simplesmente chato e tedioso. Mas a partir do momento em que a história engata, percebemos que tudo é proposital. O tédio da narrativa, a mesmice da vida do personagem principal.

O protagonista recém separado recebe uma estranha visita na empresa de publicidade na qual trabalha, de um homem que diz trabalhar para um tal Chefe. Um figurão conhecido na indústria de marketing, política e dentre outras áreas do Japão, que controla uma rede de recursos que pode acabar com a carreira de qualquer um. O pedido do Chefe é que o protagonista retire a publicidade de uma foto repleta de carneiros e também pede que ele encontre um tal carneiro diferente de todos os outros.

Bem, não falarei mais sobre esse Carneiro em particular. Essa história é sobre a busca do tal Carneiro e sobre autoconhecimento. O protagonista parte na sua busca com a sua namorada modelo de orelhas, a qual têm uma obsessão.

Nessa eu já achava que estava tudo bem, até ele conhecer o Dr. Carneiro no meio da viagem, um homem obcecado por carneiro e que se auto-intitula Descarnieirado. Além de tudo ele começa a ver conexões da sua jornada com a carta recebida pelo seu amigo Rato (o apelido dele), onde recebeu a foto estranha do rebanho dos carneiros.

Um dos últimos personagens que ele conhece é o Homem-carneiro, literalmente um homem vestido de carneiro e é aí que eu percebi aspectos parecidos com livros como Coraline e Alice no País das Maravilhas, com a diferença de ser um livro adulto.

Continue lendo no blog

site: https://www.nickexaltacao.xyz/2020/01/resenha-cacando-carneiros-haruki.html
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



Paulo 06/09/2019

Essa foi a minha primeira experiência com a escrita de Murakami. E posso dizer que foi uma aventura. Nada me preparou para o que eu iria encontrar nas páginas que se seguiriam. E o mais engraçado é que, por boa parte da leitura, eu fiquei tentando entender por que as pessoas diziam que o autor gostava de colocar algum elemento bizarro, digo fantasioso, em suas narrativas. Até quase a metade da narrativa me parecia um livro com uma narrativa dramática e uma escrita acima da média. Até a hora em que aparece o carneiro. Ou melhor, ele é mencionado. Daí em diante, seguiram-se momentos de "que diabos???" até o momento mais bizarro que eu já vi em minhas leituras lá pelo final do livro. Murakami não me deu uma rasteira... me deu um golpe combinado de capoeira e ficou rindo da minha cara enquanto meu cérebro explodia com as reviravoltas.

A narrativa é contada em primeira pessoa por um personagem sem nome. Nenhum personagem da narrativa tem um nome a menos que você considere apelidos como uma forma de nomear alguém (o Rato e o Doutor Carneiro... ah, e o gato Sardinha). A gente pode imaginar que isso não significa nada, narrativamente falando, mas se você parar para analisar a fundo vai perceber o quanto isso diz a respeito do personagem. Nosso protagonista é um cara difícil de sentir empatia. Ele vive uma existência bem normal e enfadonha em uma empresa de publicidade. No começo da narrativa, Murakami mostra o quanto ele está chateado com o rumo que sua vida tomou, mas não faz nada a respeito. Ele apenas segue aquilo que lhe é apresentado e sua vida ganha até uma certa estabilidade. Ele tem um amor de juventude que não dá certo (e acontece algo trágico com ela), mas acaba se casando; consegue uma empresa de publicidade ao lado de seu amigo, mas é uma empresa tediosa. Tudo nos encaminha a pensar que alguma coisa vai acontecer para alterar esse status quo.

O protagonista tem algumas falas terríveis. Digamos que ele não seja uma pessoa das mais doces e gentis. Algumas respostas que ele dá a amigos e pessoas que ele tem interesse são curtas e pouco amáveis. Mas, ele acaba se envolvendo com uma garota usada pela empresa para fazer uma propaganda de orelhas. Sim, o protagonista ficou assanhado com as orelhas da moça. Eles acabam desenvolvendo um relacionamento bem interessante que se estende pelo livro. Ela funciona como um contraponto ingênuo à pouca sutileza e empatia dele. Algumas sequências deles são repletas de afeto como quando eles conversam sobre a natureza, ou as estrelas no céu ou outro momento em que ela prefere ficar no Hotel do Golfinho porque acha o lugar bacana. Essa personagem tem também uma estranha habilidade com suas orelhas; ela parece ter uma espécie de sexto sentido que a alerta de coisas. Não dá para definir ao certo mais do que isso.

Então somos colocados diante da busca do personagem. Uma de suas campanhas publicitárias irritou um chefão do crime da cidade onde ele vive. Ele é chamado por um intermediário que exige que ele pare com a campanha imediatamente. Outro pedido que lhe é feito é que ele encontre um carneiro específico que apareceu na foto de divulgação da campanha. O personagem teria um mês para encontrar o animal, caso contrário ele sofreria consequências terríveis. Aparentemente essa foto foi usada por acaso. Ela tinha sido enviada por seu amigo Rato há alguns meses, e o personagem a colocou no fundo da gaveta até o momento em que decidiu usá-la. A caça ao carneiro se torna também a busca por seu amigo.

Este carneiro parece estar envolvido em algumas situações bem estranhas. Não vou entregar muito para não dar spoilers, mas ele parece influenciar pessoas a fazer o que ele deseja. E esta influência do carneiro está presente na criação de uma cidade, no surgimento de uma organização criminosa e até mesmo em uma busca no final da Segunda Guerra Mundial. A narrativa ganha contornos fantásticos ao falar dessa criatura/presença. E logo de cara a gente percebe que sua influência não é nada benigna adotando tons bem sombrios. Não ficou muito claro para mim quais os objetivos verdadeiros do carneiro até porque ele não chega a ser o plot principal da narrativa. Digamos que a busca por ele é um meio para se chegar a um fim.

Vamos nos dando conta de que a narrativa é mais sobre o próprio protagonista e como a relação com Rato vai afetar a sua existência a longo prazo. Nosso personagem precisava de alguma forma sair de sua inércia. E o Rato foi o responsável por isso em sua juventude, e o é novamente na vida adulta. A necessidade de ter um objetivo, a luta por algo além do dia seguinte. Todas essas coisas faltavam em sua existência. O personagem se transforma ao longo da narrativa e isso é perceptível na própria escrita do Murakami. Se ele começa com um cético e cínico, ao final da sua jornada ele está mais reflexivo. Ele entende a necessidade de mudar a si mesmo. E acompanhar essa evolução do personagem (que no começo é insuportável) é o melhor da escrita do Murakami.

Para mim não foi uma experiência espetacular, mas me agradou muito o nível de abstração do autor. No começo os capítulos são rápidos e pequenos, mas eles vão ganhando complexidade à medida em que vamos lendo e entendendo aonde ele quer chegar. Senti alguns furos na narrativa, mas é muito mais porque eram pontos que não necessariamente interessavam ao autor. Por exemplo, fiquei com a impressão de que poderia haver um epílogo com um certo personagem do livro. Mas, okay, a narrativa é incrível e o personagem evolui muito ao longo do tempo.

site: www.ficcoeshumanas.com.br
comentários(0)comente



CisoS 02/08/2019

Livro bode
Murakami tem um texto inexplicável. Você fica com a impressão que o surrealismo tem um sentido oculto, mas é impossível entender. Ou parar de ler.
O livro é maravilhoso até o meio. Depois é muito bom, mas não mais maravilhoso.
E acaba sem revelar o seu sentido.
O próximo Marukami me aguarda logo ali.
comentários(0)comente



Aécio de Paula 20/04/2019

Caçando carneiros
Gosto do estilo do autor desde que li 1q84. Mas esse livro achei estranho e não consegui entender o final. Tem um mistério sobre o tal carneiro e as pessoas. Talvez não acabei dando a atenção que deveria. O livro é bom, interessante. Recomendo
comentários(0)comente



Emanuel.Silva 07/01/2019

Um ponto de partida interessante
Caçando Carneiros é o sétimo livro que leio de Haruki Murakami, os dois últimos antes desse foram Ouça a Canção do Vento publicado em 1979 e Pinbal, 1973 publicado em 1980. Mas o que isso tem de relevante em meu comentário? Estes dois livros foram os primeiros romances publicados pelo autor, são o seu ponto de partida, o inicio de sua carreira, neles encontramos uma escrita muito pautada no real, temos bastante referências a cultura pop, diálogos de jovens adultos em crises existenciais, rotinas do dia a dia e etc. uma especie de reflexo do que seria de certa maneira parte da vida do autor, é um técnica bem utilizada em alguns estilos dos anos 80.
Após escrever seus dois primeiros romances, Murakami publica em 1982 seu terceiro livro, este que acabei de ler Caçando Carneiros. Aqui Murakami se deleita com a ambiguidade de sua escrita, os diálogos e questões existenciais melancólicas de um protagonista passando pelo crise da meia idade são encontradas em todo o inicio do livro, as referências de cultura pop também, e é com um personagem sem nome (que não da nem nome ao seu gato de estimação) que embarcamos juntos em uma busca a lá on the road por um carneiro misterioso com uma estrela na pelagem. A partir da metade de seu livro, Murakami embarca, cria e abre portas para o surrealismo em sua obra, é em "Caçando Carneiros" que o autor japonês passa a exercitar aquilo que vai marcar grande parte de seus livros, a mistura da monotonia e certeza do real com a incerteza, inconsistência e agitação daquilo que nos escapa do real, daquilo que é sonho, que é mistico e ilusório.

Murakami me faz ler e acreditar naquilo que o personagem experiencia, sendo real ou não, espiritual ou magico, coisas da cabeça de suas personagens ou acontecimentos realmente concretos para todos ali, Murakami transforma o belo de natureza intocável em algo tão mistico e imaculado que uma leitura se torna pouco para saborear suas narrativas.
comentários(0)comente



Toni 20/12/2018

Após perder um bom tempo tentando encontrar palavras para descrever minha relação tantalizante com o Murakami, resolvi recorrer ao próprio autor: em ‘Romancista como vocação’, ele diz o seguinte sobre si mesmo, “escrever romances não é um trabalho apropriado para pessoas muito inteligentes e de mente afiada. Naturalmente é necessário certo nível de esperteza, cultura e conhecimento para escrevê-los, e acho até que sou dotado de um nível mínimo desses fatores. Provavelmente. É, talvez. Mas, se alguém me perguntar, ‘É mesmo? Tem certeza?’, vou ficar na dúvida” (p.12).
.
Talvez seja nesse lugar do não-muito-inteligente mas com-algum-nível-de-esperteza que Murakami exerce seu encanto sobre Toni. ‘Caçando carneiros’ é o terceiro romance do escritor e seu primeiro sucesso de público (que rendeu a continuação ‘Dance, dance, dance’ com o mesmo narrador e seu amigo, o Rato). Foi minha quinta leitura do japonês e, havendo passado por ‘Norwegian Wood’, ‘Sputnik’, ‘1Q84’ e o ‘Tsukuru Tazaki’, parece inevitável o sentimento ambíguo de surpresa e déjà vu: me refiro à repetição de certo tipo de narrador macambúzio e levemente misantrópico, às representações de mulheres misteriosas ou diáfanas e àqueles toques surreais justapostos a diálogos existencialistas que, em maior ou menor medida, compõem todos os romances que já li do autor. Não estou dizendo, atenção!, que repetir fórmulas seja um pecado condenável, eu mesmo adoro todos os elementos acima e devorei o livro em poucos dias.
.
‘Caçando carneiros’ é, portanto, um Murakami bastante murakamesco. Apesar dos excessos (o capítulo 1, por ex., ainda não achei razão para ele estar ali, me ajudem), é uma leitura rápida e empolgante que nos carrega por paisagens míticas e exuberantes (eu viveria lindo isolado no terço final do romance). Vai tratar de um caso detetivesco que o protagonista e narrador se vê forçado a resolver, cheio de coincidências (será?) e personagens que sempre sabem mais do que parecem admitir. O título, neste caso, é literal. Como um escritor que produz pela necessidade de produzir o desnecessário, Murakami propõe a seus leitores um escape semelhante àquele a que submete suas personagens geralmente arrancadas de cotidianos banais (e quem aí não anda necessitado de um escape de seu próprio vai-e-vém comezinho?). No frigir dos ovos, é possível que seja este o maior poder desse autor: sugerir que toda disrupção — seja ela de ordem fantástica ou mundana — é ponto de partida para a transformação e a transcendência, desde que estejamos atentos a carneiros e outros sinais.
comentários(0)comente



Pedro.Dantas 21/09/2018

Murakami, o gênio do non-sense
Caçando carneiros foi o quarto livro que li do autor (após 1Q84, que me conquistou pela prosa e me afastou pela história sem pé nem cabeça e pelo segundo livro que não tem absolutamente nenhuma razão de existir).

Murakami é prolixo até o último fio de cabelo, o que não é, neste caso, uma característica ruim. Caçando Carneiros é tão sem pé nem cabeça quanto 1Q84, mas fez algum sentido para mim. Algo muito pessoal, eu acho. Acredito que faça um sentido diferente para cada um que o lê. Resumindo: é uma viagem instrospectiva e surreal de auto-descoberta e sobre a eterna busca pelo sentido das coisas, mesmo que já saibamos de antemão que as coisas não têm sentido nenhum.

Acho que eu é que sou sem pé nem cabeça.

Conclusão: leitura deliciosa
comentários(0)comente



Rita Nunes 10/09/2018

Estranho
Esse livro foi muito estranho, mas ao mesmo tempo não conseguia deixar de ler! A história vai te conduzindo de leve e quase sem perceber ao absurdo. Provavelmente tem muitas referências e simbologias que eu não entendi, não sou boa nessas coisas... Mas eu gostei, foi uma ótima viagem em companhia de personagens estranhos e sem nomes...
comentários(0)comente



Nath @biscoito.esperto 07/07/2018

Caçando carneiros é o terceiro livro da Trilogia do Rato. Você não precisa necessariamente ter lido as duas novelas anteriores (Ouça a canção do vento e Pinball, 1973), pois Caçando carneiros funciona bem como um livro stand-alone. No entanto, ler os dois livros anteriores te dará uma base melhor para entender quem é o narrador e qual a sua relação com o Rato.

O livro começa quando nosso protagonista, um narrador sem nome, acaba de se separar da esposa. Foi uma separação amigável, mas agora ele se vê numa vida monótona. Ele trabalha numa empresa que faz traduções de livros e que se expandiu para uma agência publicitária. Sua empresa vai bem e ele tem um bom relacionamento com seu sócio, mas tudo muda quando um homem importante lhe faz uma proposta – e uma ameaça.

Esse homem conta uma história curiosa. Em uma de suas propagandas publicitárias, nosso narrador escolheu uma foto de um rebanho de carneiros. Essa foto contém um carneiro curioso, com uma mancha em formato de estrela nas costas. O homem importante tem grande interesse nesse carneiro, que pode ou não ser um carneiro sobrenatural, e ele propõe que nosso protagonista encontre esse carneiro (o carneiro real, de carne e osso) por uma grande quantia em dinheiro. Se ele falhar, no entanto, terá sua vida e sua empresa destruídas.
Nosso narrador não tem escolha a não ser aceitar a proposta. Quem lhe enviou a foto do rebanho foi um velho amigo da época de faculdade, um homem de apelido Rato, e nosso narrador precisa recorrer a ele para encontrar o carneiro. O problema é que Rato está desaparecido. Nisso começa uma jornada em busca de um amigo perdido, cheia de reviravoltas e momentos nonsense.

Caçando carneiros foi um dos primeiros livros do Murakami a fazer sucesso internacional, e é fácil saber o motivo: é um livro divertido, cheio de personagens interessantes e com uma trama absurda. É uma espécie de investigação misturada com caça ao tesouro, mas cheia de coincidências malucas e questões filosóficas. Conforme o livro avança, a história deixa de ser uma comédia investigativa dinâmica e se torna um livro sombrio.

Eu gostei muito de Caçando Carneiros. Ele apresenta de forma definitiva o universo de realismo mágico do Murakami, através de um carneiro místico, uma modelo que tem orelhas médiuns e um hotel inusitado que parece existir fora do tempo e espaço. Ao mesmo tempo, é uma história melancólica sobre a entrada na meia-idade e como amizades se perdem com o tempo.

Foi uma excelente leitura. Fiquei com uma sensação amarga ao terminar de ler o livro, e creio que essa era a intenção do Murakami. Esse livro é o terceiro da Trilogia do Rato, mas curiosamente não é o último: Murakami escreveu um quarto livro, Dance Dance Dance, que concluí a história de nosso narrador sem nome.


site: www.nathlambert.blogspot.com
comentários(0)comente



Lucas 16/05/2018

Que danado é Murakami?
Esse foi meu primeiro livro de Murakami, escolhido após dias de indecisão. Se alguém estiver indeciso por qual livro começar a ler Murakami, eu recomendaria começar por aqui. Não é o melhor dos livros dele, mas justamente por isso é possível ter uma noção de quais são os pontos fortes e fracos do estilo do autor. E o que é o "estilo" de Murakami afinal de contas? No caso desse livro, é uma colisão do absolutamente surreal com o absolutamente banal. Orelhas telepáticas, cabras transcendentais e homens com acesso direto ao telefone de Deus são filtrados pelos olhos de um personagem que, sugado sem querer para uma série de desventuras bizarras, perde a sensibilidade à bizarrice. Olhe, gosto pessoal é uma coisa engraçada. Caçando Carneiros por vezes é chato e pouco estimulante. Mas existe algo na maneira como Murakami escreve que me é estranhamente sedutora. Deve ter algo a ver com o livro ser, basicamente, uma história de detetive: existe sempre um mistério a ser perseguido, e que, uma vez desvendado, leva a outro mistério. Acho que Murakami se aproveita desse gênero para tornar mais interessante uma história que talvez não empolgasse tanto de outra maneira. Apesar disso, eu diria que a trama propriamente dita importa menos que o esperado para uma história de detetive. Em outras palavras: o importante não é descobrir o mistério, mas o que acontece no meio do caminho. Tendo dito isso, há uma cena em particular perto do final do livro que é absolutamente fenomenal. É ler pra saber.
comentários(0)comente



Juliana 11/03/2018

Sonho / realidade
Meu quarto Murakami. Como sempre, fantástico! No duplo sentido. Uma mistura de sonho /pesadelo / realidade, tédio e aventura, busca por algo externo e busca interior. Surpreendente e muito bem escrito.
comentários(0)comente



156 encontrados | exibindo 106 a 121
1 | 2 | 3 | 8 | 9 | 10 | 11


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR