Caçando carneiros

Caçando carneiros Haruki Murakami




Resenhas - Caçando Carneiros


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Dani 14/10/2017

Caçando Carneiros, Haruki Murakami
Esse livro traz um personagem sem nome, como parece ser comum ao autor, que leva uma vida ordinária, trabalhando com publicidade. Ele se divorciou e acaba emaranhado em um mistério.

De que jeito um estranho me vê?, pensei.

O nome do livro é Caçando Carneiros e demora um pouco para ficar explícito do que se trata isso, o livro demora para se definir. Essa demora não me deixou um bom sentimento, já que pareciam apenas crônicas ou coisas do tipo e isso me deixou impaciente.

Impossível voltar atrás, parecia me dizer o vento.

Quando isso acontece, porém, essa definição, a obra se torna mais interessante. Acontece que há todo um conflito envolvendo um carneiro especial, de aparência única, que tudo indica ser capaz de comunicar com pessoas e transmitir seus ideais. Então cabe ao personagem encontrar esse carneiro, daí o nome.

Será que um ser humano consegue viver com tantos defeitos dentro de si? Claro que consegue. E esse é o problema, no fim das contas.

O enredo é um pouco estranho, apesar de detalhado de uma forma que o faz parecer real, mas não me senti como acho que deveria me sentir. É difícil explicar, mas esse livro me fez me sentir mal, como quando você tenta ao máximo entender a mensagem por trás de uma obra e não consegue. Isto é, supondo que há mesmo uma mensagem além de algo abstrato.

- Você é capaz de imaginar-se numa situação em que a realidade lhe foi arrancada pela raiz, deixando-lhe apenas uma obsessão? - perguntou-me ele.

Não sei se há algo além do que é dito no livro, se eu deveria ter "aprendido" algo ou se é o estilo do autor deixar essas lacunas, enredos puramente fantasiosos (ainda é o segundo livro de Haruki Murakami que leio). Esse sentimento de dúvida é algo frustrante, não gosto de não saber o que o livro diz, realmente.

Mas já viu palavras que não sejam vazias?

Adorei Minha Querida Sputnik, mas não fiquei satisfeita com esse romance, ainda mais depois das altas expectativas provenientes do primeiro. Não curti a forma como a estória acabou, também. Acho que li esse livro esperando algo diferente, o que acabou por comprometer a experiência.
Além disso, me pergunto o quê a "garota que dorme com qualquer um" do início tinha a ver com tudo.

- Sei que que não estou sendo coerente, mas não consigo sentir que agora é agora. Nem que eu sou eu. Ou que aqui é aqui. Eu vivo me sentindo assim.

Por outro lado, novamente fui cativada pela escrita do autor. Ele tem esse poder de transportar o leitor, algo que envolve mesmo quando não é tratado de nenhum assunto importante. Gosto bastante de apenas ler sua escrita, então posso dizer que em suma gostei do livro, mas não da estória.

site: http://danielabyrinth.blogspot.com.br/2017/05/cacando-carneiros-haruki-murakami.html
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Paulo 16/09/2017

Puro Murakami...
Há autores que te seduzem: pelo estilo, pelos temas, pelo andamento, etc. E há aqueles que te encantam pela identidade de alma. Murakami é o autor que mora em mim. Na leve ironia, na melancolia, nos amores difíceis e nos fáceis, no desprezo pelo poder do dinheiro e pela beleza da Natureza (humanidade incluída).
Isso tudo permeia Caçando Carneiros.
Um herói sem nome parte numa aventura pela ilha gélida de Hokkaido em busca da solução de um mistério com ares de magia e que até envolve perigo para sua vida. Mas isso lhe é irrelevante. Talvez o que importa seja a moça bonita que o acompanha, ou a busca do amigo sumido, ou nada...apenas tomar um atalho novo em sua vida monótona e desinteressante. Brilhante literatura.
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Alan Martins 21/04/2017

O surrealismo continua
— As células se renovam a cada mês, até mesmo neste exato momento em que conversamos — disse ela estendendo a mão delicada diante dos meus olhos. — Quase tudo o que você pensa saber a meu respeito são apenas lembranças. (MURAKAMI, H. 2014, p. 183-184)

Esta obra, que é uma mistura de muitos gêneros, é o último livro da chamada “Trilogia do Rato”, além de ser o primeiro romance publicado do grande nome da literatura japonesa contemporânea, Haruki Murakami. Bem, essa é a parte final da trilogia, porém o livro “Dance dance dance” (Alfaguara, 2015), funciona como um quarto episódio, talvez como um epílogo; porém não é tão parte da trilogia por trazer apenas alguns personagens dos livros anteriores. Enfim, aparentemente é uma trilogia, que possui um quarto livro com uma certa conexão. “Caçando carneiros” segue a história do protagonista sem nome e de seu amigo, o Rato, apresentados nas histórias anteriores “Ouça a canção do vento & Pinball 1973” (Alfaguara, 2016). Veja a resenha que fiz sobre essas duas novelas que foram publicadas em volume único aqui no Brasil.

O SURREALISMO CONTINUA, PORÉM COM ALGUNS ACRÉSCIMOS
Podemos classificar esse romance como surreal, assim como as duas obras que o antecedem. Muitas dessas características foram mantidas e muito melhor trabalhadas pelo autor. É notável a melhora que sua escrita sofreu. O enredo se passa em um mundo real, o Japão do final da década de 70 é apresentado, porém a construção da narrativa adiciona certos elementos que fazem esse mundo real parecer irreal. É algo bem louco, porém que funciona. Até por isso podemos classificar o livro como “Realismo mágico”.

No primeiro livro da trilogia, o surrealismo imperava. O enredo até não possuía muito sentido, o que foi melhorado no segundo, entretanto a bússola continuava apontando para uma única direção, ou melhor, não apontava para lugar algum. Já nesse terceiro episódio, muito disso ainda está presente. Vejamos alguns exemplos. Nessa história, nenhum personagem possui nome, talvez até possuam, mas são referidos pela profissão, ou pela relação que possuem com o protagonista, também sem nome. Apenas temos o Rato, que nem é um nome, o J e o gato velho que o protagonista cria, que recebe um nome na metade do livro, sendo batizado de Sardinha. Esse gato garante alguns momentos cômicos. Temos a namorada do protagonista, dona de um certo poder, com suas lindas orelhas sendo capazes de “ouvir coisas”, como um sexto sentido, uma percepção apurada. Além disso, são as orelhas dela que cativam o protagonista. Temos também a figura de um mítico carneiro que movimenta a história, sendo o objetivo principal da trama.

O que torna esse um romance surreal é o fato de tudo ser levado de maneira natural por todas as personagens. Ninguém questiona a lógica de nada, até porque isso estragaria a magia e o encanto que o livro proporciona. Fora o surrealismo, temos a adição de elementos de mistério e aventura. Boa parte do enredo se foca em uma busca, que não é repleta de ação, mas sim envolta por um grande mistério a ser desvendado. Ademais, temos uma generosa dose de humor, o que faz a leitura ser gostosa e nada pesada. Cada elemento da construção do enredo contribui para esse lado humorístico. A narração em primeira pessoa ajuda nisso.

Uma outra característica que se manteve foi a de as personagens beberem muita cerveja e serem fumantes ávidos. Porém, aqui, houve a adição de suco de uva, algo que todos bebem, parece que só existe suco de uva, nenhum outro. Falei que muita coisa não faz sentido.

INTERESSANTE OS ELEMENTOS QUE COMPÕEM O ENREDO. MAS, DO QUE SE TRATA?
Não se trata de uma continuação direta, não do ponto exato onde “Pinball 1973” terminou. Alguns anos já se passaram, o protagonista expandiu seus negócios, até se casou. A história começa triste, com o protagonista separando-se de sua esposa, e até essa uma cena apresentada de maneira surreal. E, pouco tempo depois, de forma (advinha qual? Surreal, acertou!), ele encontra uma nova namorada, dona de belas orelhas, que vai acompanha-lo pelo resto do enredo. O Rato, um personagem que sempre foi misterioso e instigante, aparece pouco, fisicamente menos ainda. Há algumas cartas que ele escreveu ao protagonista e podemos saber um pouco do que aconteceu por ele através delas. J, dono de um bar na cidade natal do protagonista, também aparece bem pouco.

O foco da narrativa é mais no protagonista. O objetivo do enredo fica mais claro quando um homem trajando terno, que trabalha para o dono de uma grande corporação, muito influente na política e na economia do Japão, entra em cena. Seu pedido? Que o protagonista encontre um carneiro que seria detentor de poderes especiais, pois o Chefe precisa muito encontrar esse animal. Sem contar muito sobre o enredo, essa é a aventura na qual embarcamos.

UM LIVRO ÚNICO, ORIGINAL E CRIATIVO
São poucos os autores que conseguem criar uma mitologia fantástica dentro de um mundo real. Murakami conseguiu isso. A história do carneiro acaba se tornando crível com as explicações históricas que são apresentadas. Não são simples fatos jogados na cara do leitor, não, há a tentativa de firmar esse lado fantasioso. Criou-se o mito desse carneiro detentor de poderes especiais, há todo um pano de fundo. Quem ler esse livro aprenderá um pouco sobre carneiros e ovinocultura, além de desfrutar de uma boa leitura.

O autor criou uma cidade fictícia, chamada Junitaki. É uma cidade pequena, bem construída e caracterizada. Mas Murakami decidiu ir além e criou uma história para a cidade. Ele narra como a cidade foi colonizada, como ela começou do zero e se desenvolveu. Nem parece que se trata de uma cidade que não existe no mundo real.

Um grande clima de mistério toma conta do enredo a partir de certo momento. Isso motiva a leitura, faz com que a vontade de virar as páginas o mais rápido possível tome conta do leitor. Esse carneiro vai prender a sua atenção. E o Rato? Caramba, o que será que aconteceu com esse personagem tão legal? As outras personagens que compõem a trama também são legais e interessantes, como a namorada do protagonista.

Grande parte dos diálogos apresentam um tom filosófico. Não são falas rebuscadas ou difíceis. São simples e bem colocadas. Boa parte das conversas entre o protagonista e sua namorada são dessa forma. Não são falas românticas, de amor. Não há muito disso no livro, frases bonitinhas, de paixão. Os dois fazem muito sexo e se gostam, só.

Ler os romances anteriores é muito recomendável. Não que seja necessário para a compreensão, porém quem não os ler perderá muita coisa, mesmo que não fique confuso com o enredo.

PARTE FÍSICA
Quanto a isso, não há sobre o que reclamar. Essa edição segue o padrão das publicações da Alfaguara. Apresenta capa comum, com orelhas, fonte de bom tamanho, papel de qualidade para as páginas, ou seja, Pólen Soft. A tradução é a mesma da edição publicada em 2001 pela editora Estação Liberdade. Leiko Gotoda, que foi pioneira na tradução de livros diretamente do japonês para o português do Brasil, contribuindo muito para a popularização da literatura nipônica por aqui, traduziu essa obra de maneira exemplar. Achei interessante a tradutora utilizar muito a palavra “lusco-fusco”. Não que isso seja ruim ou bom, é apenas uma curiosidade. Os revisores fizeram um bom trabalho também, encontrei apenas dois erros gramaticais, porém nada que prejudique ou que seja um erro gravíssimo.

O VEREDICTO
Muito mais do que recomendado. Murakami é um autor mágico, que consegue transformar o real em fantasia e vice-versa. Não há muitos autores que conseguem escrever da mesma forma que ele. Sua escrita é muito influenciada pela música e isso se reflete em seus livros, com muitas referências musicais. “Caçando carneiros” é uma história mágica, surreal, que não pode ser levada na seriedade, pois seu tom é humorístico, o que proporciona uma leitura deliciosa e rápida. O livro é dividido em vários capítulos e subcapítulos, deixando-o dinâmico e nada cansativo. Aproveite para conhecer um pouco da cultura japonesa, apesar de esse não ser o autor mais japonês que existe, já que a cultura ocidental é a grande referência de Murakami. A “Trilogia do Rato” é uma trilogia única, mágica e divertida, não se vê por aí muita coisa parecida.

Minha nota (de 0 a 5): 4,5

Alan Martins

Visite o blog para mais resenhas e conteúdos interessantes.

site: https://anatomiadapalavra.wordpress.com/2017/04/21/minhas-leituras-15-cacando-carneiros-haruki-murakami/
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Coluccipedro 31/01/2017

Não me prendeu como outros anteriores do Murakami mas, ainda assim, é um bom livro; trata da procura do eu, da perda e da descoberta da própria identidade, a leitura veio e se mostrou muito oportuna pro momento.
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Marcelo.Stefan 25/01/2017

Caçando Carneiro
Não consigo expressar o meu sentimento ao chegar ao final do livro, é uma simbiose entre sentimentos bons de achar o livro um baita romance com um pouco de decepção, por isso, para ser bem honesto, não sei quantas estrelas dar 4 ou 5. Inegavelmente o livro é bem escrito, prende do princípio ao fim, a trama é muito bem desenvolvida e palatável, mas apesar da trama ser pouco crível do início ao fim (e até dá um certo charme a história), achei demasiadamente forçado o final, apesar disso vale a pena a leitura.
O livro conta como um homem, com poucos amigos, e uma vida chata e rotineira (que ele se nega a deixar) é levado a sair em busca de um determinado carneiro.
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Rafa 01/12/2016

Inusitado
Como escrever brilhantemente sobre coisa alguma!
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Gabriel 30/08/2016

O livro possui uma leitura bastante reflexiva sobre a vida do protagonista. Nenhum dos personagens é retratado por seus nomes, apenas alcunhas (algumas delas de animais); penso que isso dá uma característica diferente...
Comprei o livro durante o ócio e eu não tinha uma perspectiva muito positiva sobre o desenrolar da história. Porém o autor me surpreendeu; sua narrativa "investigativa" é singular, é diferente da de outros autores (por motivos que desconheço). Acho que o trabalho de tradução deve ter ajudado de alguma forma; só sei que gostei da experiência da leitura.
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Elizandra 03/06/2016

A realidade fantástica do livro é uma característica de Murakami. Quem conhece os livros do autor sabe que ele não tem a preocupação de explicar o inexplicável. Nesta obra a caça ao carneiro demora bastante para começar, achei que isso deixou a leitura um pouco lenta, porque de inicio nada acontecia, diferentemente de outras obras do autor. Mas a atmosfera de mistério não nos deixa abandonar o livro.
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Talita 01/06/2016

Caçando carneiros
Parece que estou chegando atrasada para uma festa (ou sou a única que não conhece um meme famoso) quando penso que só agora li Caçando carneiros, de Haruki Murakami. O livro é de 1982, e desde 2001 já existia uma edição brasileira, da Estação Liberdade. Depois de ler Norwegian Wood, lá por 2005, eu procurei Caçando carneiros e não achei - eu era apaixonada por aquela capa. Até aquele momento a culpa de estar em falta com o autor não era minha. Tudo acabou bem em 2014, quando vi que a Alfaguara iria (re)lançar o primeiro grande sucesso de Murakami, com tradução de Leiko Gotoda. Acho que o comprei no primeiro dia. Yada yada yada… estou há dois anos com o livro na minha estante, e a culpa finalmente me alcançou no início deste ano quando montei minha meta de leitura.

E foi a meta que muito me ajudou a não desistir de Caçando carneiros. O livro não é ruim, mas quando comecei a lê-lo, topei com uma repetição de 1Q84 - sim, eu li na ordem errada e por isso acho que o velho repete o novo - e, com tantos livros no mundo e vida finita, estava para abandonar porque não me sinto na obrigação de ler nada que me faça empacar. Mas a meta e o blog (e os sintomas iniciais de transtorno obsessivo compulsivo? vai saber!) me fizeram ir até o fim. A surpresa foi que depois de umas cem páginas, quando um clima de romance policial tomou conta do livro, foi embora a sensação de que aquilo era mais do mesmo, e eu lembrei que as repetições e a atmosfera eram marca registrada de Murakami. Se elas não fazem deste romance um livro excelente, pelo menos ficaram lá, primeiro sem me atrapalhar e depois como parte fundamental do meu interesse.

Caçando carneiros tem um narrador protagonista sem nome. Ele é publicitário e leva uma vida pacata desprovida de grandes anormalidades. Namorando uma garota também sem nome, mas que possui um belo par de orelhas (um dos trabalhos dela é ser modelo de orelhas), ele se vê numa jornada aparentemente absurda quando fica encarregado de achar um carneiro específico. Ele e a namorada vão viajar o país atrás do tal carneiro, e é aí que o livro melhora.

Destaco um momento especial. Num trem, o narrador está lendo um livro ruim sobre a história da cidade para onde ele está indo. De forma bem simples, sem nenhuma bizarrice na narração, surge um daqueles momentos que ajudam a desvendar o sentido do que se conta. O trecho fala de como um pedaço de terra virou vilarejo, e então cidade, para no fim - depois do processo intenso de industrialização por que o Japão passou depois da Segunda Guerra - virar uma cidade fantasma. Todos os ciclos de um lugar que nasceu e morreu em muito pouco tempo. Uma cidade moribunda por conta de um novo modo de vida, herdando apenas pessoas que trabalham oito horas por dia e “assistem quatro horas de televisão… uma vida tediosa”. Em momentos como este, senti que toda a história era apenas uma metáfora torta e desmontada da história do Japão no século XX. A idade do protagonista bate com a do autor, nascido no começo do pós-guerra, e a década em que o livro saiu era o apogeu do novo status do povo japonês, cada vez mais desapegado de certas tradições. Eles foram da abnegação e da obediência dos tempos de potência imperialista para o individualismo desconectado da era globalizada, em que a cultura japonesa encontrou de vez o ocidente. Até a bagagem intelectual de Murakami é prova da transição cultural do Japão: ele teve uma casa de jazz, verteu ao japonês Raymond Carver, Raymond Chandler, Truman Capote, J.D. Salinger.

Por isso, em Caçando carneiros, ver tudo o que acontecia com lentes capazes de distorcer a realidade é até uma espécie de obrigação. Deixa eu destacar outro momento:

“Tomei um banho de chuveiro, lavei os cabelos molhados da chuva, enrolei uma toalha nos quadris e assisti a um velho filme norte-americano de submarinos na TV. A trama era deprimente: o comandante e o subcomandante não se entendiam, o submarino era da idade da pedra, e tinha um personagem que sofria de claustrofobia, mas no fim tudo dava certo. O tipo de filme ‘a guerra não pode ser tão ruim, já que no fim tudo dá certo’. Daqui a pouco, vão fazer um filme em que a humanidade se envolve numa guerra nuclear e é exterminada, mas no fim tudo dá certo.”

Em outras passagens a narrativa extravagante (e pós-moderna, como lembra Bernardo Carvalho - link no blog) de Caçando carneiros nem me fazia lembrar de metáfora. Pela sinopse, dá para ver que o estranho/fantástico faz parte do livro, e acho que isso está longe de deixar o texto maçante ou hermético, mas houve vezes, como eu disse lá em cima, em que incomodou a sensação de já ter visto muito disso. Claro que no fim eu comprei a história, e mesmo não sendo um livro especial nem obrigatório, a sensação não foi de tempo perdido.

Se você assim como eu está chegando atrasado a esse Murakami de 1982, mas conhece momentos mais, digamos, sólidos da carreira dele (como Norwegian Wood, que é mais realista e objetivo embora bastante romântico e melancólico, ou Minha querida Sputnik, que tem mais daquela energia juvenil dos livros que a gente precisa ler enquanto é jovem), vale a pena ler Caçando carneiros para matar saudades do estilo e da imaginação de Murakami, e do Japão que o autor desenha de um jeito tão gostoso. Agora, se você encontrou este texto querendo saber o que deve ler e por onde começar, eu posso dar minha opinião de palpiteira online: Norwegian Wood, sem sombra de dúvidas.

site: https://ninguemdeixababydelado.wordpress.com/2016/06/01/cacando-carneiros/
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hanny.saraiva 06/05/2016

"A luz da manhã desintegra tudo"
Eu tinha esse título anotado em algum lugar. Quando vi a capa, pensei: #quero

Qual não foi minha surpresa ao perceber que a literatura de Murakami era muito mais sólida, perspicaz e envolvente do que a capa de seu livro? Não sei explicar como, mas a leitura fluiu tão rapidamente, como se um carneiro tivesse me adentrado. O peculiar surrealismo inserido no livro é a chave motriz para se virar só mais uma página ou mais cinquenta. Peculiar. Um Japão singular. Adorei os diálogos.

Citações preferidas:
"Seu aspecto lembrava asfalto depois que a água da enchente escoa."
"Estarei para sempre percebendo as coisas tarde demais."
"Estava com o corpo exausto, mas a mente continuava a nadar veloz pelos canais espiralados do consciente, como um inquieto organismo aquático habituado a esses meandros."
"Algumas coisas são esquecidas, outras desaparecem, outras ainda morrem. Não é nenhuma tragédia."
"Assustado, o gato mordeu-lhe o dedão e peidou. O motorista nos levou até o aeroporto. O gato permaneceu quieto, sentado ao lado do motorista. Peidando de vez em quando. Eu sabia disso porque o motorista abria e fechava a janela com frequência."
"Gosto dessa palavra "nós". Tem eco de eras passadas."
"Quase tudo o que você pensa saber a meu respeito são apenas lembranças."
"A escuridão era tinta infiltrando-se em meu corpo pelos poros."
"Para que saber de coisas que eu podia muito bem ignorar? Eu já tinha preocupações suficientes."
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Rafa 15/04/2016

Simplesmente diferente
Como escrever brilhantemente sobre coisa alguma...
O livro é bem fora do padrão e a ficção se torna uma surpresa.
Mas sua loucura é envolvente e você, no final das contas, quer saber onde vai dar.
O problema é que talvez você não descubra...
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Laura.Tuyama 01/02/2016

Bastou ler apenas um livro de Murakami para ele se tornar um dos meus escritores preferidos. "Caçando Carneiros" é um dos seus primeiros trabalhos, mas não foi o primeiro que eu li. Publicado em 1982, neste livro já se notam temas e estilos que vão ser explorados em suas obras posteriores.

O protagonista é um publicitário do qual não sabemos o nome. Mergulhado na solidão e na busca de sentido para sua vida, ele recebe uma missão/ameaça: encontrar um carneiro escondido em uma paisagem montanhosa. Este é o ponto de partida para uma jornada de mistério e surrealismo.

Como ponto alto, destaco a profundidade dos personagens de Murakami, a qualidade dos diálogos, que vão te envolvendo na trama da história. Um dos aspectos que pode incomodar alguns leitores é o nível de fantasia que a obra traz. A ponto de me lembrar muito das obras do cineasta Hayao Miyasaki (A Viagem de Chihiro). Mas de um modo geral, embarquei nesta viagem. Tanto que li em cerca de três dias. Recomendo muito a leitura, embora meus preferidos de Murakami ainda sejam Norwegian Wood e 1Q84.
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Felipe 31/01/2016

Talvez seja fantasioso demais...
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