Fale!

Fale! Laurie Halse Anderson




Resenhas - Fale!


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Letí 10/05/2023

Fale!
Que livro necessário!
impossível digerir ele em pouco tempo.
ele fala sobre negligência emocional paterna, bullying, depressão, falta de humanização e profissionalismo na estrutura educacional? e, o pior, estupro.
é necessário iniciar a leitura com consciência dessa vertente porque ocorrem duas cenas de estupro, no meio e no final do livro.
Melinda é a personagem principal e é IMPOSSÍVEL não se apaixonar por ela, impossível não sentir empatia e não rir junto com seus sarcasmos.
A história é contada no ambiente do ensino médio, período que os adolescentes estão passando por muitas transformações, principalmente a transição da imagem infantil para adulta.
enfim, se eu falar muito, posso dar spoiler e esse livro não pode ser resenhado com spoiler.
ainda tô digerindo.
talvez um dia desses eu acorde chorosa relembrando a história.
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Patricia 07/12/2022

Fale
Quando o livro nos apresenta a Melinda, não sabemos ainda o porquê dela ser fechada e quase muda, o que aconteceu para uma aparente menina comum mudar tanto tão rápido. Ela nos mostra seu dia a dia, e conforme ela piora, ela nos conta o que aconteceu, e faz sentido. Parece anticlimático, mas parece também muito real. Às vezes as pessoas reagem a traumas assim, engolem, e quem está perto não faz ideia.
Agora acrescente nesse trauma se tocar que nem sua família nem suas "amigas" se tocam que algo grave aconteceu. Então ela só se fecha mais e tenta levar a vida, mas descobre que não consegue.
Até que, finalmente, ela fala. E é quando percebe que uma das ex amigas precisa ser avisada.
Melinda tem vários defeitos, mas ela vai ficar bem. Espero que quem leu e se identificou também fique.

Não dei uma nota maior porque o apelo do livro é mais voltado para adolescentes e é cansativo "reviver" a rotina do colegial nesses detalhes. Talvez desse uma nota maior uns, vários, anos atrás .
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PorEssasPáginas 19/08/2013

Resenha Fale! - Por Essas Páginas
Conheci Laurie Halse Anderson através do seu outro livro publicado no Brasil, Garotas de Vidro, que considerei brilhante. Por isso, quando a Editora Valentina anunciou que publicaria Fale!, fiquei enlouquecida por ele, ainda mais que a Vânia já tinha comentado que era um livro muito bom e muito forte. Sem vergonha que sou já fui logo pedindo pra Lany – que é a responsável aqui no blog pela parceria com a Valentina - que pedisse o livro pra mim (hohoho). E então o livro chegou. E eu li em dois dias (e só porque tinha que trabalhar, senão era um dia só). Quer saber por que Fale! é tão bom? Bem, vou te contar.

Primeiro tenho que dizer que essa capa é muito linda, mas a foto não transmite tudo o que ela é. O material é aveludado, o que faz com que o simples ato de segurar o livro seja uma delícia. O papel das páginas é amarelado e a fonte é no tamanho certo, deixando a leitura muito confortável. Além disso, todas as páginas contam com uma árvore encantadora no número das páginas e as transições de fases do livro também tem a ilustração de uma árvore maior. Simples e elegante. Resumindo: a edição está super caprichada.

Mas falando agora do que mais importa: a história. Quando conhecemos Melinda, ela está entrando no ensino médio. Ela passou por um trauma, mas não sabemos o quê, apenas que aconteceu algo numa festa e ela ligou para a polícia; depois disso, ninguém mais fala com ela. E, o mais importante, ela também não fala com ninguém. Não que ela seja muda, mas ela fala somente o estritamente necessário. O contraste enorme está na sua narração, na qual ela fala bastante. Ou seja: aquela máxima de quem pouco fala, muito pensa. E Melinda pensa demais.

"Gosto da sensação do sal das minhas lágrimas ardendo nos meus lábios. Lavo o rosto na pia até não restar mais nada dele, nem olhos, nem nariz, nem boca. Um nada todo liso." Página 61.

Por causa do que sofreu, Melinda se retraiu socialmente e escondeu-se dentro de si mesma. E prefere sempre ficar calada. É aí que é impossível não se identificar, mesmo se a gente não sofreu algo tão horrível quanto ela. Quem nunca ficou calado, quando por dentro estava gritando? E isso acontece muito, principalmente, quando se é adolescente. Eu não sei quantos de vocês que estão lendo essa resenha são adolescentes, mas deixo aqui meus votos de boa sorte e força, gente, porque essa fase realmente não é fácil. Nesse ponto, eu me identifiquei e muito com Melinda: eu era retraída e tinha pavor de falar o que não devia, por isso grande parte do tempo ficava calada. É claro que calar nem sempre é um problema: muitas vezes é melhor ficar quieto do que falar bobagem, mas em grande parte do tempo também é bom abrir o bico e dizer o que pensa. Caso contrário, ninguém vai saber sua opinião e você não vai conseguir defender seu ponto de vista, o que foi brilhantemente citado pelo personagem de David no livro.

No meu caso, só aprendi a falar quando a adolescência passou. Pra mim, esse período foi tenebroso e não tenho muitas boas lembranças, especialmente na escola. Talvez, se eu tivesse falado o que pensava, para muita gente, as coisas teriam sido mais fáceis. Talvez eu não sofresse tanto bullying. Talvez até eu tivesse mais amigos, um namorado na época e, principalmente, o respeito das pessoas. É isso que a voz, quando bem utilizada, faz: ela garante o respeito dos outros. Agora eu tenho isso, mas hoje eu sou adulta, já passei por muita coisa e sei que, se uma pessoa fala mal de você, quem tem um problema é ela. Mas quando você é adolescente não é bem assim. Você quer ser aceito e dificilmente, nessa época, você é seguro de si a ponto de pouco se importar com os outros.

"Sempre que tento conversar com os meus pais ou um professor, balbucio ou congelo. O que tem de errado comigo? É como se eu tivesse algum tipo de laringite espasmódica." Página 67.

"É mais fácil limpar os dentes com fio dental de arame farpado do que admitir que você gosta de alguém no ensino médio." Página 129.

Impossível não se identificar.

E então tem também o humor de Melinda que transforma um livro tão denso em algo fácil de ler. Um livro que a gente devora em pouquíssimo tempo porque flui com uma naturalidade espantosa.

"O peru flutua na pia, um iceberg de cinco quilos. Um peruberg. Tenho a sensação de estar no Titanic." Página 75.

"Tem alguma coisa no Natal que pede a presença de uma criancinha. Elas é que tornam essa celebração divertida. Fico me perguntando se não poderíamos alugar uma durante esse período." Página 88.

Melinda é gritantemente depressiva, mas não do tipo que chora e se lamenta, e sim do tipo irônico, dando a todo o livro um tom ácido e sagaz, muitas vezes até mesmo engraçado e, apesar do tema e da história tão pesados. Você se pega rindo das observações dela sobre o mundo, sobre as pessoas, a sociedade, a escola. Mas mesmo quando ela ataca com seu humor amargo e ferino, Melinda ainda assim é muito verdadeira. Achei especialmente interessante as críticas que ela – e, acredito, a autora, pois várias vezes os personagens falam pelos autores – faz quanto ao sistema educacional. Lendo esse livro percebi que, apesar da adolescência ser uma fase complicada em qualquer lugar, nos EUA ela é especialmente difícil, até mesmo cruel. Ou você se encaixa, ou é excluído. Na escola os alunos são analisados por tudo, desde o jeito como comem até como se vestem. Tá certo que isso é feito aqui também e em qualquer lugar, mas nas avaliações de Melinda a cada final de fase do livro há notas para isso! Fiquei pasma. Até duvidei. Pesquisei sobre o assunto, mas não achei nada que corroborasse a informação. Alguém aí tem uma luz para o assunto?

Além disso, houve uma passagem memorável, na qual foi intensamente criticada a intolerância aos imigrantes por parte de alguns americanos, sendo estes representados pelo detestável “Mister Pescoço” – aliás, os apelidos que a Melinda dá às pessoas são intensos e hilários, em muitos casos. Ironicamente através de Melinda, que não fala, Laurie solta sua voz e faz uma crítica à sociedade do seu país e também a sociedade como um todo, afinal, as pessoas não são assim tão diferentes, não importa o lugar. Infelizmente há amostras de gente hipócrita e cruel em cada canto do planeta.

Também achei muito interessante que, pelos olhos de Melinda, nós enxergamos o quanto as pessoas são mesquinhas, barulhentas, frias. O quanto há de picuinha no sistema, na sociedade. O quanto se fala muito, mas não se diz nada. Pensem só, não seria interessante ter acesso aos pensamentos de uma pessoa, mas assim, saber tudo mesmo? Em Fale! nós temos essa oportunidade: ler esse livro é como ler os pensamentos de Melinda, sem filtro algum. Tudo o que ela não fala, ela pensa. E, de tanto falarem ao leitor, tanto Melinda quanto Laurie nos fazem pensar também.

Pensar em quantas mulheres, jovens, adolescentes, crianças são vítimas de violência todos os dias. Pensar em quanto algumas pessoas, até mesmo pessoas que amamos, estão sofrendo caladas, pedindo silenciosamente por ajuda ou apenas por alguém que as escute. Pensar no quanto somos negligentes emocionalmente com as pessoas e no quanto as pessoas foram negligentes conosco. Não é fácil falar, mas também parece que é bem difícil escutar. E isso deveria ser mais fácil, não? Então por que não escutamos? Por que tapamos os ouvidos e fugimos das monstruosidades, das coisas horríveis do mundo, das experiências tristes das pessoas? É fácil ser amigo quando tudo está bem, difícil é continuar sendo amigo, amigo de verdade, quando a situação engrossa. Ninguém quer ficar perto de uma pessoa triste, deprimida. Ninguém quer ficar do lado do fracassado, do esquisito, do caladão. É muito fácil dizer que se está preocupado com uma pessoa, mas mesmo assim não procurá-la, não tentar ajudá-la, não escutá-la.

Na verdade, acho que é disso que esse brilhante livro fala: sobre falar e sobre escutar. Quando Melinda finalmente nos diz – a nós, os leitores, primeiramente – o que realmente aconteceu, é como se algo calasse na gente. Eu senti o silêncio aqui dentro de mim nesse instante e tudo perdeu a cor. De repente as tiradas de Melinda não eram mais tão engraçadas, de repente tudo estava mais denso, mais escuro. E é aí que a gente começa realmente a compreender e a sentir as feridas tão profundas de Melinda. E, quando ela finalmente fala, quando o livro termina… você tem vontade de gritar, de gritar bem alto, de falar tudo o que sente.

"Ela fecha os olhos. A pele está meio cinza, desbotada, tipo de roupa de baixo lavada demais, prestes a desmanchar." Página 91.

E aí eu preciso falar de como a narrativa de Laurie é brilhante. Ela é tão cativante que nos transporta para dentro do livro e, mais que isso, o livro se transporta para dentro da gente, como se tudo ali estivesse realmente acontecendo conosco. É esse o nível de imersão que a escrita de Laurie traz. E isso é algo tão eloquente, tão inteligente e tão brilhante, que poucos, pouquíssimos autores tem a habilidade de fazer. Se eu já gostava da Laurie, agora eu a venero e quero ler cada texto que ela escreveu. Bem que a Editora Valentina poderia trazer mais alguns títulos da autora pra gente, não? Fica a dica.

E falando na Editora Valentina, gostei muito, muito mesmo do trabalho que ela fez com o livro. Principalmente pela atenção e pelo cuidado que tiveram com um tema tão delicado. No final do livro há um apêndice falando sobre as vítimas de agressão sexual nos EUA, traduzido do original. Porém, antes dele, há um apêndice sobre a violência sexual no Brasil, informando estatísticas e inclusive oferecendo canais de acesso para denúncia e ajuda. Parabéns pela atitude, editora. Isso fez a conexão entre um livro estrangeiro com a nossa realidade. Isso mostra que essa violência acontece aqui, na nossa cidade, no nosso bairro, talvez na nossa rua. E que devemos ficar atentos a isso, no sentido da nossa própria proteção e também para ajudar os outros.

Se você não tem medo de temas fortes, deixe Fale! calar fundo no seu peito. Tenho certeza de que não vai se arrepender. Pelo contrário, será uma das suas essenciais e melhores leituras.

site: http://poressaspaginas.com/resenha-fale
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Brubs 09/01/2022

Um livro que aborda temas de violência sexual, depressão a gente já espera algo pesado, que faz com a gente se sinta revoltado...Mas achei que o livro abordou de forma leve, mostrou bem o a pessoa sente, o pq a mesma se fecha e não quer contar. Mesmo esperando mais do livro e dando 3 estrelas, foi uma boa leitura e indico o livro.
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Polyana.Novais 30/08/2021

Uma leitura muito importante
Fale se mostrou como uma leitura muito importante para todas as idades, principalmente para quem está passando pela fase de adolescência.
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nomundodesalem 30/03/2021

Resenha por @nomundodesalem
#ResenhadaSalem⁣

Fale! // Laurie Halse Anderson // 248 Páginas // 4 ⭐⁣

🍃⁣

O livro conta a história de Melinda, uma garota que após sofrer um abuso, desesperada liga para a polícia que acaba com a festa e levando alguns alunos presos.⁣
Depois do acontecimento, quando Melinda tenta falar a verdade acaba por ser acusada de ser mentirosa e ainda é insultada, ⁣
ignorada e excluída por seus colegas de escola.⁣
E então Melinda passa a falar o menos possível, toda essa falta de fala e solidão acaba por afetar muito Melinda.⁣

Será que teria alguém disposto a escutar o que Melinda tem a falar?⁣

🍃⁣

Fale recebeu uma adaptação intitulada "O Silêncio de Melinda" que eu assisti muitas vezes quando estava na onda de assistir todos os filmes estrelados por Kristen Stewart por causa de Crepúsculo, mas não sabia que ele era uma adaptação, só descobri quando fui ler o livro.⁣

O livro aborda vários assusntos como abuso, bullying, solidão, culpa e por mais que sejam assuntos pesados a narrativa flui muito bem e acaba se tornando uma leitura fácil de se fazer.⁣

Eu adorei a leitura, me fez rir am alguns pontos, me fez passar raiva e chorar.⁣

Por conter vários gatilhos indico pensar bem antes de ler ou ler quando estiver bem psicologicamente.⁣

Esse livro foi um dos escolhidos para o projeto "12 meses, 1IG = 1 livro", Inicialmente era para ser lido em fevereiro mas como não consegui ler nada em fevereiro acabou que março li dois livros para o projeto, escolhi Fale! com base em uma resenha que vi no antigo perfil da @annecomlivros , também foi o livro que escolhi para ler no clube do livro que participo.


Um beijo e uma ótima leitura, Salem 🧙🏻‍♀️

Mais resenhas no IG: @nomundodesalem

site: https://www.instagram.com/nomundodesalem/
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stsluciano 14/09/2013

Melhor livro do ano - até agora
Fale!, é, pra mim, o melhor livro do ano. O que não ver a ser exatamente uma surpresa: o outro livro da autora que li, “Garotas de Vidro”, entrou para os dez mais do ano passado ao me surpreender com um texto denso, muito bem construído, e que, em momento algum, soa piegas; não poderia esperar menos do que isso de seu livro mais conhecido.

E eu começo a resenha me questionando se devo contar ou não a razão pela qual Melinda não fala. Se eu o fizer, meu trabalho fica mais fácil: posso passar umas quinhentas palavras falando sobre como é uma situação difícil, o que advém dela, e como a sociedade a encara e fazer disso um chororô interminável mesclando culpa, com rancor, ódio e a dura vida dos americanos no ensino médio. Mas será só. Se optar por não dizer – e apesar de a sinopse entregar mais do que deveria – um futuro leitor chegará ao livro de peito aberto e o enfrentará sem pensamentos preestabelecidos e prejulgamentos. Assim que deve ser. Que me desculpem os outros resenhistas, mas, se em algum lugar, vocês leram o que aconteceu com Melinda em uma resenha, quem a escreveu não foi justo com vocês, e te tiraram boa parte do que o livro pode te proporcionar.

Mas, claro, o livro é bastante conhecido, já teve filme inspirado nele, então, por uma fonte ou outra você pode ter ficado sabendo. Azar! Eu ganhei com minha ignorância. E, também, vocês podem adivinhar conforme vai lendo, mas não existe problema nisso, os livros ficam até melhores quando a experiência de leitura se dá dessa forma. E, ainda, uma coisa é supor, outros quinhentos são saber.

Melinda, que narra o livro, é uma jovem que entra no ensino médio sem uma amiga, deixada pra escanteio, sem ter em quem se apoiar. Nada muito fora do esquadro se ela não nos informasse, aos poucos, que aquilo nem sempre fora assim, que tinha amigas, que eram inseparáveis, e que algo importante havia acontecido para que isto mudasse. É este “algo” que faz a diferença, que pesa na narrativa e a faz tão densa. Já nas primeiras páginas Melinda deixa claro que existe um assunto que não pode ser mencionado, com o qual ela não pode lidar e nos dá uma visão ainda embaçada do quanto aquilo a afetou, fazendo-a ser tão diferente do que era.

O prof. Freeman acha que tenho que encontrar meus sentimentos. E eu por acaso poderia deixar de encontrá-los? Eles estão me devorando viva, como uma infestação de pensamentos, vergonha, erros. Fecho os olhos com força. (…) Vou me tornar normal. Esquecer tudo o mais.

– página 147

Se tem uma coisa que eu amo na escrita da Laurie Halse Anderson é em como ela consegue entrar na cabeça de um adolescente problemático e representá-lo para outro adolescente – o que não é mais o meu caso, mas aqui me incluo – e convencê-lo com sua narrativa, sem soar como um adulto chato que pensa que sabe demais.

Assim como ela consegue tecer e dar uma personalidade tão intrincada a esses adolescentes, de uma forma que, mesmo em meio a milhares de problemas, conseguem tirar tempo para dar voz ao deboche, com um humor que, comparado aos piores momentos da protagonista, se mostram nada mais que outro sintoma da aflição que a corrói.

Melinda se automutila, tem problemas de comunicação, de imagem, de relacionamentos, e uma grande facilidade para se dispersar e ficar alheia ao que acontece à sua volta, em sua escola, e em especial durante às aulas. Antes uma aluna competente, é incrível como o corpo docente demora a perceber que algo não anda bem, como se fossem completamente alheios à dinâmica escolar, que, em todo lugar do mundo, divide os alunos em castas ou grupos ou em como quer que os chame. Me parece, ainda, que este completo alheamento ao que ocorre além-boletim é um problema generalizado, espalhado por todo o mundo, e seus pais só são convocados à escola quando suas notas vão de mal a pior.

Eu adoraria ficar ali batendo papo, mas os meus pés não me deixam. Vou andando para casa, em vez de pegar o ônibus. Destranco a porta da frente e subo direto até meu quarto, atravesso o tapete e vou para o meu closet sem nem tirar a mochila. Quando me fecho, enterro o rosto nas roupas penduradas no lado esquerdo, roupas que não me servem há anos. Enfio aqueles tecidos velhos na boca e grito até só restar silêncio nas minhas entranhas.

– página 186

Mas o “Fale!” que dá título ao livro e estampa sua capa – muito bem desenvolvida, por sinal, mais um ponto positivo pra Editora Valentina, que já tem comigo uma porção deles, e dois dos três melhores livros dentre os que li este ano – é um pedido desesperado de que a personagem se comunique, e não apenas em sala de aula, com seus pais em sua casa, ou que se esforce para se entrosar, fazer parte do grupo, criar relações de amizade. Não, e talvez passe longe disso! E muito!

A autora implora que ela fale sobre ela. E isso se dá da forma mais magistral que um autor pode levar a cabo: através do desespero do seu leitor, que lê seu livro aflito, com um puta peso no peito, e que prende a respiração a cada dois parágrafos porque a coisa ali tá feia de uma maneira homérica. Sem tomar voz em nenhum momento, ela impele que seu leitor cobre Melinda, que torça por ela, que tenha raiva de suas fraquezas, que comemore junto as pequenas vitórias, mas que, de uma maneira subjetiva que tem mais validade que um milhão de páginas, esteja presente, que ouça.

Sim, uma hora ela tem de falar.

E você, de ouvir. E é melhor estar pronto.

Resenha originalmente publicada aqui: http://www.pontolivro.com/2013/09/fale-de-laurie-halse-anderson-resenha.html
PedroA. 15/09/2013minha estante
Caramba que livro fantastico, quero lê-lo logo.


Tânia Regina 17/09/2013minha estante
No mínimo interessante, mais uma história de adolescente problemático na escola. Os adolescentes são assim mesmo, eu que o diga, pois tenho dois. Mas adoro, são uma fonte de renovação de ideias. Eu só faço crescer frente às contestações deles. Amo!


Bárbara Fróis Borges 22/09/2013minha estante
Fiquei encanatada pela resenha, o livro então deve ser mais encantador ainda. Ansiosa para ler.
Beijos


Manuella_3 28/09/2013minha estante
É o tipo de livro que gosto, que vai me emocionar e me fazer chorar. Sei que há superação dessa dor imensa. Imagino quantas meninas ficam caladas e com marcas profundas desses abusos, físicos e emocionais. Espero que Melinda me surpreenda e que a história me deixe leve no final.


cristiane190 10/10/2013minha estante
Um livro forte e verdadeiro e achei super legal estar sendo aproveitado nas escolas, gosto muito da escrita dessa autora sempre com temas fortes.Não sabia do filme e vou procurar depois de ler o livro, com certeza uma das minhas próximas leituras a capa é linda eu gostei.


Gabi l Vai um spoiler aí? 12/10/2013minha estante
Gostei da resenha. Não sou muito chegada nesse tipo de livro, mas gostei muito. O título me chamou muita atenção e quando li a resenha... Principalmente com os trechos, isso me deixou ainda mais curiosa.




Bru 10/11/2020

Não sei o que dizer após uma experiência tão intensa. O livro aborda questões sérias, como a violência sexual, um tema importante, pesado, muito necessário de ser tratado da maneira de como foi feito nessa obra. Uma leitura que prende, uma linguagem simples, direta, para qualquer pessoa compreender, e tornar as discussões sobre isso mais frequentes, para trazer coragem e voz.
Durante toda a leitura quis abraçar a protagonista. Durante toda a leitura fiquei aflita. Durante toda a leitura pensei em quantas pessoas não passam pela mesma situação e não conseguem falar, até porque quando falam se tornam culpas, sendo que são as vítimas.

Um trecho que me marcou muito: “É mais fácil não dizer nada. Fechar a matraca, passar o zíper, calar o bico. Toda aquela babaquice que você escuta na TV sobre se comunicar e expressar o que sente não passa de uma mentira. Ninguém quer realmente ouvir o que você tem a dizer.”
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Letícia Bernardes 06/09/2020

Uma leitura necessária
Melinda foi uma menina forte, não merecia ter passado pelo que passou. Ninguém merece passar pelo que ela passou. Por isso é tão importante falar. Fale!
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Myka 05/08/2020

Um livro necessário
Um livro fantástico, necessário em todos os sentidos existentes . Eu , durante a leitura , a todo momento que Melinda era injustiçada implorava para que ela falasse . Odeio com todas as minhas forças o TROÇO, nunca odiei tanto um personagem na minha vida e odeio o fato do que ele fez com as meninas .

Este é um livro muito bem escrito , super necessário, Leiam , Leiam e Leiam .
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Diego de Luca 28/04/2014

Tempo Perdido ?
Melinda é apenas mais uma adolescente com medo do seu primeiro dia de aula no Ensino Médio. O que difere ela das demais, é que o motivo de tanto medo, é por ela ter perdido todos os seus amigos devido a uma festa que ocorreu no final da 8ª série em que ela chamou a polícia e acabou com a festa. O livro então nos conta a luta diária que Melinda passa para tentar retomar sua vida e ter seus amigos de volta.

O livro é todo em primeira pessoa, ou seja, a protagonista nos conta seu dia-a-dia no seu "infernal" Ensino Médio. O livro é extremamente detalhista, o que o torna muito chato e cansativo. Grande parte dele se passa durante as aulas de Álgebra, Biologia, Espanhol, Artes e etc. Melinda tem a mania de dar apelidos as pessoas de acordo com suas características, como por exemplo: Dona Juba (Professora de gramática, que tem o cabelo metade laranja, metade preto). O grande erro do livro para mim, foi se atentar demais a descrever coisas desnecessárias e que não acrescentam em nada na história, do que alimentar a grande problemática que o livro trata; que é a rejeição de Melinda do mundo. O livro poderia ter sido muito mais interessante, porém o que vemos nas primeiras 150 páginas, são quais aulas ela tem no dia ou, o que ela faz para passar seu tempo.

Outro fator que não gostei no livro, foi o modo como as coisas se esclareceram. Esse livro poderia ter me poupado a leitura de duzentas páginas. Antes de chegarmos ao final, Melinda sem motivo algum revela ao leitor o que realmente aconteceu na festa. Foi a única hora que li o livro com mais alguma atenção, mas durou somente duas páginas, antes de voltarmos ao relato de sua vida monótona. Depois que tal revelação é feita, tudo se esclarece. O que aconteceu na festa realmente justifica o motivo de Melinda ter chamado a polícia e justifica suas atitudes e sua exclusão do mundo.

Essa é minha primeira crítica negativa e estou tentando ao máximo deixar tudo explicado. Mas o fato que vou citar agora, fez com que minha vontade fosse de não dar estrela alguma ao livro. Laurie tinha um trunfo nas mãos, após duzentas páginas (um tanto que desnecessárias), ela poderia tornar as coisas bem interessantes, como o que Melinda faria quando tomasse coragem e resolvesse falar para suas antigas amigas, o que realmente aconteceu na festa. Com o baile de formatura do terceiro ano chegando, sua ex amiga, Rachel, vai ao baile e Melinda acha que o que aconteceu com ela, poderia vir a se repetir. Logo, ela toma coragem e conversa com Rachel, mas a hora que ela escolhe fazer isso é durante uma detenção, onde elas não podem conversar em voz alta. Através de sussurros ela inicia a conversa e revela pra amiga o que aconteceu escrevendo num papel pois não poderia falar em voz alta.
Agora eu te pergunto, querido leitor dessa resenha, se você estivesse sofrendo de algo terrível, que aconteceu com você e fosse contar para um amigo, você ia escrever tal fato em um papel? Assim, sério? Quando eu li, eu não acreditei que algo tão doloroso para Melinda seria revelado a alguém, por meio de um bilhete, sem emoção nenhuma e sem sofrimento nenhum. Imaginava um drama maior, uma importância maior.
O que se desenrola a partir da revelação é pior ainda. A amiga, após saber o verdadeiro motivo de Melinda ter ligado para polícia, responde o bilhete perguntando se a amiga estava bem. Isso mesmo, sabendo que sua amiga sofreu de algo terrível, a ação de Rachel, foi responder um bilhete perguntando se tudo estava bem agora. Achei extremamente cômico e surreal.

Com um final muito previsível, Fale! não me convenceu. Realmente sua mensagem até que é importante, com o intuito de mostrar que guardar segredos terríveis pode te destruir por dentro, e que é necessário falar sobre tal para superá-lo. O livro só pecou mesmo, na forma de tentar transmitir isso.
Até a próxima resenha, abraços.

site: http://perdidasnabiblioteca.blogspot.com.br/2014/04/fale-por-laurie-halse.html
Bruno 09/03/2015minha estante
Tava aqui me sentindo um estranho por n ter gostado do livro. Concordo com vc. Livro raso, sem emoção...




ferfer_schmidt 16/09/2020

Meu livro preferido!!!
Esse livro é maravilhosos, sem defeitos! Você aprende a crescer junto à personagem e depois que você descobre o que aconteceu naquela festa, você passa e entender tuudooo, e quando acaba, você só gostaria de ler a continuação!!! Esse livro consegue passar uma mensagem importantíssima, ainda mias nos tempos atuais, sem ser rude e grosseiro com o leitor. Recomendo muiitooo aos adolescentes ( e claro que não impede a um adulto ler esse livro mara).
Ameiii!
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