Nazha 04/04/2024
De onde vem a nossa maldade??
Se eu precisasse resumir o tema do livro em uma frase, seria: explosão no número de ataques a escolas.
Claro que ele trás uma análise muito mais aprofundada, principalmente sobre a trajetória do responsável pelo ataque.
Na minha opinião, o autor abriu um precedente para nos fazer pensar muito. Até quem ponto alguém nasce fadado ao seu destino? Até que ponto o seu destino pode ser justificado pela sua vivência até ele?
A narrativa é de um tipo que eu, pessoalmente, não gosto muito. A história é contata a parti de cartas da mãe de Kevin, ao pai dele. No decorrer da escrita dessas cartas, a mãe relembra os detalhes, desde o momento em que foi decidido que Kevin viria ao mundo, falando com Franklin. Eva escreve no presente, em primeira pessoa, o que nos aproxima um pouco da história atual dela, depois de tudo o que ela lembra nas cartas já ter acontecido.
Um misto de raiva, descrença e um pouco de tristeza me abateram durante a semana que levei pra ler esse livro. Os sentimentos são sempre pesados, e confesso que na maior parte esmagadora das vezes, eu fiquei ao Lado de Eva Khatchadourian.
A história em si gira em torno do fato de um casal estar entediado, o homem desejar um filho, e isso (não tão) simplesmente acontecer. Desde seu nascimento Kevin é retratado como um menino insatisfeito, essa é a palavra. Eva é a mulher que, após o parto, se sobrecarrega e precisa abrir mão da sua vida promissora. Franklin é o pai babão que releva todo e qualquer erro, não mede esforços para agradar o filho, ignora todos os seus defeitos e, em certo ponto, desacredita de Eva.
O final todos já sabem, Kevin soma 1 à estatística de escolas atacadas no ano de 1999.
O livro é chocante, não diria que tem um plot twist, mas os últimos capítulos são capazes de assolar o leitor com a pergunta "o que mais esse garoto pode ter feito?"
Ah, esse livro se transformou em filme, pretendo assistir logo para comparar os detalhes.