O Último dia de um condenado

O Último dia de um condenado Victor Hugo




Resenhas - O Último Dia de um Condenado


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Aline Teodosio @leituras.da.aline 11/08/2020

Um homem, que não sabemos nem o nome e nem o crime que cometeu, é condenado à pena de morte. A narrativa, portanto, transcorre sobre o tempo que ainda lhe resta e o sofrimento do personagem ante a iminência da morte.

A obra, apesar de curta, é de uma densidade imensa. Em nenhum momento se fala do quê o personagem fez para se encontrar em tão triste situação, a intenção não é que o leitor julgue se ele merece ou não, mas sim refletir sobre as condenações vigentes na época. Será que caberia mesmo ao Estado o poder de tirar a vida de um ser humano?

O personagem atormentado rabisca uma espécie de diário, de forma apressada, referente ao tempo que lhe resta antes do fim. Acompanhamos toda a sua angústia, sua ansiedade desvairada, sua perturbação mental, suas lembranças mais remotas (doces, mas que se misturam com o amargor do momento). É um livro que suscita aprofundados diálogos psicológicos.

Confesso que por muito tempo fui partidária da pena de morte, mas ultimamente não tenho mais tanta certeza. Será mesmo que todos os culpados seriam "contemplados" ou esse tipo de sentença só atingiria aqueles menos favorecidos? A justiça seria a mesma para todos ou as classes mais abastadas de alguma forma se safariam? Aqui os diálogos acalorados caem no campo do Direito.

Sou leiga tanto na Psicologia quanto no Direito, mas sou sensível às dores da alma. Saber o dia e a hora que se vai morrer pode ser mais obscuro que a própria morte.
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Thiago662 21/08/2021

Uma crítica a pena de morte
Pouco sabemos sobre o condenado, sua vida e crime. Apenas que ele cometeu um crime tão brutal que deve pagar com a morte na guilhotina. A partir daí Victor Hugo realiza uma crítica feroz a pena de morte e suas consequências.

Ao longo da leitura acabamos, invariavelmente, sentindo pena do condenado.

As melhores passagens são as que refletem sobre a guilhotina, criada para uma suposta igualdade na hora da morte, além da sua rapidez, e sobre a própria morte e o terror que a antecede.
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Leonardo.H.Lopes 10/02/2023

Angustiante
Formado por entradas de diários, acompanhamos nessa pequena obra de Victor Hugo, pequena em seu sentido objetivo, os últimos dias, com grande foco no derradeiro último dia, e últimos pensamentos, de um condenado à morte na França da primeira metade do Século XIX.

O leitor não toma conhecimento do nome, idade certa ou qual crime o narrador cometeu. Na primeira entrada, já ficamos sabendo que há cinco semanas o condenado foi sentenciado à morte, estando o preso aguardando um recurso que sabe que não será provido. Assim, inicia-se pela escrita do personagem uma intrigante reflexão acerca da pena de morte; dos trabalhos forçados; do tratamento dos presos; da letargia de quem sabe o exato dia e hora que sua vida chegará ao fim; da burocracia judiciária; da frieza do estado Juiz; dentre outras. Sempre é necessário, claro, que situemos o tempo e o espaço dos acontecimentos e do estado de coisas que permeia o texto, mas muito facilmente conseguimos traçar paralelos entre o texto de Victor Hugo e a situação que vemos em nosso sistema de justiça criminal, apesar de não ser permitida, constitucionalemtne, a pena de morte no Brasil.

O condenado se vale da escrita como um escape do corredor da morte, uma válvula para drenar suas transformações psicológicas enquanto espera a confirmação e o cumprimento de sua pena. Victor Hugo era grandemente contra a pena de morte, mas sendo o leitor à favor ou contra a pena capital, este é um livro que dificilmente não te emocionará.
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aline 22/08/2021

"pobres diabos, que a fome impele ao roubo e o roubo ao resto; filhos deserdados duma sociedade madrasta que a casa de correção toma aos doze anos, a prisão aos dezoito e o cadafalso aos quarenta."

foi meu primeiro contato com a escrita do victor hugo, e não poderia estar mais satisfeita!
a linguagem desse livro me surpreendeu muito por ser bastante acessível e de fácil compreensão, o que tornou a leitura mais leve, considerando seu conteúdo.
o título explica a obra por si só, e por mais que eu tenha dado início à leitura pensando estar preparada, fui completamente arrasada ao me deparar com o ponto de vista de um condenado à morte. nada poderia precipitar a agonia e o horror que essa posição inspira.
a crítica aqui apresentada continua bastante relevante e atual, já que a pena de morte continua sendo aplicada em alguns países. apesar de ter abolido-a legalmente, o brasil mata ainda mais que a china através de uma pena "informal". o massacre do jacarezinho que o diga, para ser condenado basta ser negro e pobre...
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Italo 16/09/2022

O último dia de um condenado
Acho que fui com muitas expectativas, não encontrei a perturbação e a instigação à reflexão que me foram prometidas. O prefácio, aliás, foi-me muito mais interessante que a história em si. A leitura é tranquila, mas a tradução que tive em mãos era portuguesa, então havia muitos coloquialismos com os quais não tenho muito costume --- o uso de "si " e "consigo" como pronomes oblíquos, ignorando-se seu caráter reflexivo, em muitas vezes deixava o texto dúbio; mas não que isso prejudicasse a qualidade.
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Paula.Juca 29/05/2022

A pena de morte nunca será um exemplo
Nessa narrativa Victor Hugo clama para a sociedade do seu tempo que a vida tem valor. Aqui não sabemos o crime e o condenado não tem nome, porque não é o julgamento que importa, não é o ato que ele cometeu que importa, mas sim sua vida que será extinguido por decisão do juiz e executada pelo carrasco. Isso sim é funesto. Deus é o Senhor da vida e só cabe à Ele decidir quando não mais será nos permitido viver. Aqui temos uma problemática social, filosófica e jurídica devemos analisar todos os lados.
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Ramos 11/08/2021

O confronto real com a ideia da morte
"As ideias que importam, são as ideias dos náufragos" - Ortega y Gasset
É muito comum vermos as pessoas, ao comentarem sobre essa obra, levantarem a discussão sobre a pena de morte (discussão talvez desejada pelo autor e não menos importante), porém, resumi-la a isso é diminuir a experiência de acompanhar um homem em suas horas finais, colocar quais seriam "as ideias dos náufragos" para nós, refletir sobre a morte que nos aguarda.
No início, o personagem não parece se importar muito com seu destino, mas conforme a hora H se aproxima, o desespero o ataca. Agora, tudo o que foi feito está feito, não pode ser corrigido, atenuado.
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Jenifer Tertuliano 14/01/2023

Maravilhoso!!
Esse foi meu primeiro contato com lendo Victor Hugo e já quero ler tudo o que esse homem escreveu!!
É absurdo o quão detalhado, agonizante e incômodo esse livro chega a ser, parece que o desespero sentido pelo condenado ultrapassa as páginas e chega no coração do leitor que palpita junto.
É uma maravilha, estou maravilhada!
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Allyson Luan 03/01/2022

O ÚLTIMO DIA DE UM CONDENADO
- Meu indulto, meu indulto! - repeti. - Ou, por piedade, mais 5 minutos!

Só temos noção da grandiosidade do tempo quando estamos nos segundos finais de vida.

Publicado em 1829 pelo francês Victor Hugo, essa obra traz forte crítica à sentença de morte.

Além disso, num contexto filosófico, nos permite refletir sobre o tempo: sorrateiro, silencioso e fatal!

Boa leitura!
andreiaflores 03/01/2022minha estante
Fiquei com vontade de ler.




Lucas 02/03/2020

Uma defesa à abolição de toda pena de morte, mas que também pode ser lida por quem não pensa assim
A questão da pena de morte é um dos maiores dogmas que existem na sociedade como um todo. São plurisseculares as correntes de pensamento e até de filosofias próprias que derivam dessa dualidade entre quem é a favor desse tipo de tratamento e quem considera esta uma penalidade exagerada em decorrência de qualquer crime.

Victor Hugo (1802-1885), o grande escritor, poeta, dramaturgo e político francês ilustra aos dias atuais o caráter atemporal que essa divisão provoca, por meio da obra O Último Dia de um Condenado, de 1829. Nela, há um relato em primeira pessoa que, na maioria das vezes, machuca e choca.

Contextualmente falando, havia na França dos anos 1820 uma influência bastante relevante da guilhotina, o instrumento de penalidade inventado pelo médico Joseph Ignace Guillotin (1738-1814). Por mais popular que ela seja na história ocidental, é preciso observar que tratava-se de um mecanismo com cerca de 4 metros de altura que sustentava uma lâmina extremamente afiada com cerca de 40 quilos, que ficava suspensa no alto da estrutura. O condenado ficava com o pescoço posicionado abaixo dela e a lâmina era liberada por um sistema de cordas e roldanas, decapitando o apenado. A guilhotina foi uma "herança" da Revolução Francesa (1789) que, por mais que hoje signifique um símbolo máximo da República e de Liberdade, foi construída sob o sangue de centenas de pessoas, inocentes ou não.

É importante que se pormenorize a guilhotina não para fins didáticos, mas para que ela seja reconhecida dentro da obra como um personagem importante, que se não é nomeado muitas vezes, adquire sob a escrita de Victor Hugo um caráter tão condenável quanto a pena de morte em si. E outro aspecto, o da execução pública da pena, que gerava um rebuliço considerável em Paris, especialmente entre os populares, também era algo que, hoje, justifica todo o posicionamento contrário do autor. Mas na época, com uma sociedade que vinha se formando a partir da revolução e que, portanto, não tinha um senso de humanidade vívido nestas situações, a obra recebeu inúmeras críticas.

Tais críticas não foram direcionadas à narrativa, que trata do relato em primeira pessoa de um condenado que cometeu um crime (que não é mencionado literalmente, mas algumas pistas dão a entender que se tratou de um assassinato ou latrocínio) e que passa as pouco mais de 150 páginas da obra relatando por vezes de forma frenética as suas últimas horas; as ressalvas literárias foram direcionadas à condenação de Victor Hugo à pena de morte propriamente dita, como uma punição totalmente desproporcional em qualquer tipo de crime.

Curiosamente, a narrativa em si não faz uma defesa apaixonada da abolição da pena de morte. O que há, em quase 50 capítulos curtos, é um contínuo estado de agonia opressiva, capaz de gerar no leitor não um sentimento de sensibilidade e afeição cega ao criminoso, mas uma profunda reflexão do que pode se passar na cabeça de um indivíduo quando ele descobre que terá sua vida ceifada pelas mãos do homem-espécie, que não foi o responsável por colocá-lo nessa vida. Esta é a grande questão intrínseca ao pessoal, ao indivíduo, a de ciência com o fato de que suas horas neste plano terrestre estão "contadas" e de que será um homem, racional como o condenado, e não o destino, o responsável pelo fim dos seus dias.

Se a narrativa do criminoso é marcada pela agonia que causa, é no prefácio de uma reedição da obra, feito em 1832 (e transcrito após a história principal na excelente edição da editora Estação Liberdade, que serve de base para a resenha) que o leitor terá uma defesa mais apaixonada em termos humanos, jurídicos e pessoais de Victor Hugo da abolição de tais práticas. Redigido como uma resposta às críticas do lançamento original de 1829, o texto fornece uma visão mais ampla da pena de morte com argumentos bastante válidos: a opinião promíscua das câmaras de legislação da França com relação ao tema, as crueldades mais exacerbadas inerentes à engenharia da guilhotina, a questão social (da pena de morte como uma "vingança" da sociedade, algo que Hugo particularmente condena, de forma justa), do oportunismo dogmático inerente ao indivíduo que aprova a pena de morte mas se o criminoso é um membro da família o cenário muda (assim como deviam e devem haver os casos de pessoas que condenam a pena mortal mas mudam de figura quando são afetados por um crime bárbaro), das relações sociais que o apenado possui e da influência que o seu sacrifício é capaz de causar em outras pessoas, entre outros aspectos, todos muito bem discutidos pela já recorrente habilidade de trazer reflexão que Victor Hugo dispunha.

O Último Dia de Um Condenado pode ser entendido dentro da carreira literária de Victor Hugo como a primeira obra que ele escreve capaz de dimensionar não apenas a sua preocupação humanista, como também social e política (quase no fim da vida, ele foi Senador). Claramente de caráter panfletário, trata-se de uma obra que se prova incapaz de alterar o ponto de vista do leitor acerca do tema. E por isso mesmo pode ser conhecida e discutida por todos os que amam ler. Todavia, o ensinamento que fica é o de que os argumentos condenatórios à pena de morte, exaustivamente expostos pelo autor, são os mesmos utilizados ainda hoje, quando guilhotinas, por exemplo, são artigos raros de museus. E este caráter transcendental precisa ser pelo menos minimamente refletido pelos que se dizem favoráveis à pena de morte. A conclusão prática que fica é a de que é preciso, e isso a obra faz muito bem, que sejam avaliados vários aspectos de ordem pessoal e social antes que se brade aos quatro cantos que se é favorável a este tipo de pena.
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Mirella 28/05/2021

Muito bom e muito agoniante
Este livro trata do último dia de um condenado à morte, em paris na França.
A narrativa é feita toda pelo próprio condenado e é justamente esse o fato que torna a narrativa tão agoniante.
Os sentimentos descritos chegam a dar arrepios, porque é inevitável que o leitor não se coloque naquela posição- de saber dia e hora de sua morte.
Acredito que esta obra não agrade muito aos mais sensíveis.
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elainegomes 09/05/2021

Condenado a morte!

O Estado detém o poder de escolher o dia e hora para ceifar o indivíduo.

E o faz com grande organização festiva, afinal essas execuções em praça pública, se tornaram um grande evento social, em que muitos se reuniam para acompanhar o derramamento de sangue.

Mas Victor Hugo, através de seu texto em formato de diário, nos mostra que os efeitos da pena vão além do seu fim, pois o condenado, que sabe o dia programado para sua morte, sofre com a tortura da espera, a tortura das falsas esperanças, o desespero por saber que sua pena atingirá sua família, que seguirão marcadas e execradas da sociedade.

Neste livro, não se discute se o condenado é culpado ou não, não sabemos sequer seu nome, tão pouco o crime que cometeu, trata-se exclusivamente de um convite à reflexão sobre o tema PENA DE MORTE.

Embora o livro tenha sido escrito no século XIX, clássico é clássico, e permanece atual.

Afinal, quantas vezes, nos dias de hoje, nos deparamos com defensores de milicianos e justiceiros, verdadeiros matadores de aluguel, que ?eliminam? seres humanos após SUA avaliação e julgamento, fazendo ?justiça com as próprias mãos?, ou como nossa sociedade adora repetir ?limpando a área? afinal ?ladrão bom é ladrão morto?.

No século XIX a população em frenesi acompanhava as execuções em praça pública, hoje no século XXI, pouco mudou, os aplausos continuam acontecendo através de mídias sociais e seus infinitos compartilhamentos.

Super recomendo O último dia de um condenado de Victor Hugo.
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Janarybd 07/02/2020

MINUTO LEITURA: O último dia de um condenado
A angustiante espera de um condenado que tem os dias contados para encerrar com o pescoço na guilhotina, mas não sabe nem ao menos quanto tempo lhe resta de vida. Somado a isso ainda existe um pedaço de esperança de que o rei tenha misericórdia da pena de morte e troque por trabalhos forçados até que morra naturalmente. E todo esse desespero é descrito pelo prisioneiro quase diariamente por meio de uma pena, papel e tinta que consegue na prisão. Assim decorre toda a história de “O último dia de um condenado”, publicado em 1829 pelo francês Victor Hugo.

Com uma carreira literária iniciada desde cedo, publicando sua primeira obra já aos 20 anos, Victor Hugo tem uma escrita suave, que flui de maneira agradável como um amigo que nos conta uma história durante uma roda de conversa. De mente afiada, o escritor narra dando forte ênfase aos detalhes nas emoções humanas e como decorre essa interação com o mundo. Na metade da vida, o francês direciona os dramas envolvidos em seus livros para causas sociais, como no caso de “O último dia de um condenado”, em que o autor se posiciona contra a pena de morte, independente do crime.

Na história lemos o registro dos torturados pensamentos de um condenado, transformados em palavras de desconsolo a medida em que a ideia de ter a cabeça decepada aumenta a opressão de viver encarcerado em uma masmorra. Assim, desde o julgamento, acompanhamos todos os acontecimentos dos últimos meses da vida desse prisioneiro. No formato de relato em primeira pessoa, Victor Hugo nos faz seguir por entre memórias da infância, da juventude e os acontecimentos mais recentes de dentro da prisão. Uma leitura rápida em menos de 200 páginas, mas com um grande poder para nos levar à reflexão do valor da vida.


site: https://soundcloud.com/user-567764695
anaclaudia.felizola 07/02/2020minha estante
Boa! Agora leia Os Miseráveis!


Janarybd 07/02/2020minha estante
Tá na lista, só não desse ano kkkkk




Fernanda Sleiman 28/05/2020

Victor Hugo
O Último de dia de um condenado é uma daquelas leitura que você faz em uma sentada. Mas é tão grande, tão grandioso.
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Esle 18/06/2021

A "Pena Capital" é executada antes da Morte.
Victor Hugo demonstra que a pena de morte, dita como uma medida de punição indolor, é muito mais dolorosa do que a maioria das pessoas pensam, não em seu ato final, mas no percurso de tempo que leva o condenado a esse momento, afinal, uma das coisas que poucas pessoas tem coragem de perguntar aos supostos videntes é o dia de sua morte, pois não seriam capazes de suportar o tormento do período que a antecede.
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