Amauri 20/01/2024
Terror, fé e filosofia
Uma ótima narrativa clássica, do início ao fim, o livro constrói uma das narrativas mais intrigantes e de sucesso do universo de terror. Todo o enredo destaca a consciência social pós segunda guerra, com o expansionismo do misticismo e cultos obscuros. Parte da sociedade, políticos e mídia aderindo a filosofia niilista com a frase "Deus está morto" de Nietzsche. Este é o pano de fundo para o desenvolvimento da história do autor Ira Levin(ateu), a descrença em Deus e o colapso de fé social. No decorrer do livro é demonstrado o império da maldade, e como o mal está sempre ao redor da personagem principal, e ninguém é confiável. E, ao passo que o livro reforça o niilismo, recordo de Dostoiévski e sua marcante frase "Se Deus está morto tudo é permitido". E sem qualquer senso de moralidade, Guy, marido de Rosemary, faz de tudo para alcançar uma carreira de prestígio, mesmo que isso signifique sacrificar a integridade de sua própria esposa. Sendo esta, a moralidade, o único fator que impede um colapso social, e inerente a Deus, única regra máxima de moralidade. Ao fim do livro, o mal é gerado e Rosemary se vê sem saída, impelida a cuidar do ser que deu a luz.