Bruna 18/09/2013Mistério, magia e romance
A Falsa Princesa conta a história de Sinda, na medieval e fictícia Thorvaldor. Nessa sociedade a magia era comum e fazia parte da vida cotidiana de todos, havendo faculdades de magia e tendo magos como conselheiros dos reis.
Sinda cresceu acreditando ser Nália, a princesa de Thorvaldor, mas sua vida desmorona pouco após seu aniversário de 16 anos, quando o Rei revela que ela na verdade era uma falsa princesa, uma medida de segurança para proteger a verdadeira. E tudo isso porque antes do nascimento da verdadeira Nalia, o Oráculo previu que esta seria assassinada antes de completar os dezesseis anos, e para evitar tal destino para a única herdeira do trono, seus pais decidiram escondê-la e trocaram-na por outro bebê, Sinda
Como o 16º aniversário da jovem chega e passa sem ameaças ou problemas, chega a hora de desfazer a troca. O encantamento que levou a todos (inclusive magos) a acreditarem que a garota era a princesa é quebrado, e ela é expulsa do palácio, tendo de ir viver com uma tia que nem sabia de sua existência, em um vilarejo pobre no fim do mundo.
Sinda, pensei na escuridão de olhos fechados. Soava duro dentro de minha cabeça, sem a fluidez do meu... do nome da princesa. Mas agora esse era meu nome, o único que eu tinha, lembrei antes de ranger os dentes e abrir os olhos.
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Sinda havia recebido uma completa educação real: dominava vários idiomas, sabia história, geografia e estratégia, conhecia de diplomacia e etiqueta, e também as artes femininas da nobreza como bordar e pintar. Mas não sabia nada sobre cuidar de si mesma, ou tarefas domésticas, ou qualquer tipo de trabalho remotamente manual como o simples ato de se vestir sozinha. Então dá pra imaginar como foi difícil a adaptação da jovem ex-princesa junto de sua tia, que era uma tintureira e morava num minúsculo casebre.
Depois de um tempo vivendo com a tia, sem nunca se adaptar realmente e se sentindo deslocada e infeliz, Sinda começa a sentir algo estranho em si, e se surpreende ao descobrir se tratar de magia, que havia sido reprimida pelo encantamento que a fez se passar pela princesa. Sem saber o que fazer, ela volta à capital, na esperança de se matricular na faculdade de magia, mas é recusada, já que não é nobre e nem tem dinheiro. Mas ela encontra apoio e ajuda em Philanta, uma maga que era considerada louca na faculdade, mas que se dispõe a ensinar e abrigar a garota.
Depois disso Sinda reencontra seu grande e querido amigo de infância, Kiernan, filho do Conde de Rithia, e os dois acabam embarcando numa grande aventura ao descobrirem segredos que podem comprometer a segurança de todo o reino.
Sinda é uma protagonista legal, inteligente e corajosa. Mas ela foi muito conformista na minha opinião. A forma como o rei e a rainha trataram a menina me deu uma raiva incrível, afinal, como pode alguém criar uma garota como filha por 16 anos e depois descartá-la assim, como um pano de chão velho? Bom, mas o que mais me irritou foi o conformismo de Sinda diante da situação, além da falta de diálogo em momentos cruciais, que poderiam evitar muitos problemas, coisa típica em YAs. Gostei muito da construção dos outros personagens também, em especial Kiernan, que é um fofo e foi de longe meu personagem favorito no livro.
O livro tem uma linguagem fácil e flui bem, tanto que li em três noites (praticamente duas, porque na primeira não li quase nada, rs). A tradução está muito bem feita e a diagramação da Farol está perfeita, com páginas amareladas, letras grandes e folhas espessas. Sem falar na capa que é linda, com o título em alto relevo, e a parte interna da capa é preta num material meio plastificado. O efeito final ficou ótimo.
O livro é uma gracinha, e a história rende boas aventuras, fugindo bastante da premissa que a sinopse sugere, já que não fica focado inteiramente na Sinda e seus dons mágicos, como eu imaginei à princípio. Embora a história é um pouco previsível, a trama prendeu e muito minha atenção.
Recomendo, principalmente para quem curte fantasia e um pouco de mistério.
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http://meumundinhoficticio.blogspot.com.br/2013/09/resenha-falsa-princesa-eilis-oneal.html