@blogleiturasdiarias 29/04/2016Esse é a história da Clara e do Bernardo. Clara após descobrir uma suposta traição do seu marido, resolve pedir divórcio e tentar de alguma forma reestruturar sua família com seus 2 filhos, enquanto que Bernardo, que desde sempre foi apaixonado por ela, vai tentar enfim alguma coisa com essa brecha que aconteceu. O que ele não sabe, é que nossa personagem principal tem um passado que lhe atormenta e lhe dita como ela "tem" que viver na atualidade. Até quando sentimentos e acontecimentos do passado podem lhe afetar no futuro?
Altas expectativas para essa leitura. Eram altas expectativas mesmo! Quando li o primeiro livro da série, As Batidas Perdidas do Coração, fiquei doida querendo a história do Bê (aliás resenha do Batidas aqui). Entretanto quando comecei avançar na história essa expectativa morreu.
Clara é uma menina altamente tímida, insegura, retraída, desacreditada no amor e fechada. Coloca a felicidade dos outros na frente da sua, altruísta e que teve um passado atormentador. Já nas primeiras páginas é nítido que a Bianca Briones vai fazer a desconstrução da personagem e ela vai evoluir. Isso acontece. Porém também é ai que surge o incomodo para mim. Eu tenho certos problemas com mulheres inseguras demais na literatura. Porque a autora ela tem que evoluir e crescer essa personagem de alguma forma. E aí é que mora o problema, porque se ela não fizer de forma certa, nem tão rápido mas também não muito lento, a história fica chata e protelador. E isso infelizmente acabou acontecendo em Descompasso Infinito do Coração. Clara em certos momentos chega a ser tão fechada que você se vê revirando os olhos para que ela tome alguma atitude! Não tiro o mérito do crescimento de personalidade dela, nem a evolução, todavia podia ter sido feito de uma forma mais rápida. E isso desestruturou também o Bernardo que passou um pouco apagado e batido sendo que ele também é protagonista.
" Viviane e eu temos uma empatia fora do comum. Em um realidade paralela teríamos dado certo como casal, mas nesta seria impossível, porque, como dizia o pai dela, nossos corações viveriam descompassados sem a pessoa que amamos. E o meu já cansou de viver descompassado" pág. 64
Eu não sei dizer se li na hora errada, o que pode ter acontecido, porque fui muito cética e ao andar das páginas foi tudo piorando. Muito diferentemente de Batidas, aqui em nenhum momento me conectei com os sentimentos e acontecimentos passados. É triste isso porque adorei demais a Bianca, adorei a escrita dela, a diagramação, os detalhes que ela põe, as músicas, tudo. Ficou faltando algo que interligasse mais aqui. Aliás faltou explorar o Bê. Ele tem um caráter e personalidade tão forte que ele podia ser mais desmembrado. Foi uma das minhas maiores frustrações.
O livro segue a mesma linha do seu antecessor, pontos de vistas alternados, diagramação LINDA, músicas para cada capítulo (ressalve pela Malta estar bem presente \o/) e algumas situações da vida que é suscetível para todas as pessoas.
" -Não, o amor nunca é fácil. E, quando se ama alguém mais do que a si mesmo, a dor é o caminho mais certo. " pág. 235
Eu tentei ao máximo não ser crítica e dar um tempo para digerir e escrever essa resenha, mesmo assim foi difícil me desconectar das impressões que ficaram. Ainda quero muito mais da nossa brazuca, por isso o terceiro já está entre minhas metas. Já quero deixar claro aqui que nenhum momento quis denigrir ou só falar mal da Briones. Volto a falar que me apaixonei muito pelo primeiro volume, mas que esse enredo não funcionou comigo. Sou fã da autora e tenho que ser crítica quanto à aquilo que eu gosto. E acho fantástico porque eu percebi que ela tenta atingir vários públicos. Essa estrutura não me agrada, mas agrada outras pessoas. Outras pessoas não acharam nada demais do primeiro livro e eu achei tudo. Isso entra um pouco na opinião pessoal e o qual gênero lhe agrada mais. E infelizmente esse não entra nos meus favoritos.
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http://diariasleituras.blogspot.com.br/2016/04/resenha-o-descompasso-infinito-do.html