Paty 07/10/2013O Visconde que me Amava é o segundo livro sobre os Bridgertons. A narrativa dessa vez é sobre Anthony, o primogênito, que sempre recebeu dos pais todo afeto e devoção. Ele assumiu toda a responsabilidade pela família com a morte de seu pai, mas também nunca deixou de aproveitar o máximo de sua vida, ganhando assim a fama de maior libertino da Inglaterra. As únicas mulheres com quem ele não se envolvia era com as de "boa estirpe" que pudesse lhe cobrar casamento...isso até o momento que ele decidiu se casar.
Anthony queria uma mulher atraente e inteligente, mas alguém por quem ele realmente nunca se apaixonasse, e essa regra era inalterável.
Mary, Kate e Edwina são a família Sheffield.
Após a família ter economizado por 5 anos, elas viajam para Londres onde se encontra a alta sociedade. É a temporada de festas e bailes onde as mães casamenteiras apresentam suas filhas em idade de se casar.
Kate se julga desajeitada e sem beleza suficiente, sem atrativos, sem os trejeitos delicados para a sociedade da época, é considerada uma solteirona aos 20 anos (que coisa de louco gente rsrsrs) não queria participar da temporada, pois achava que não chamaria atenção dos homens para fazer um bom casamento, e assim garantir uma vida segura às Sheffields.
Já Edwina, sua meia irmã, é doce e generosa, além de bonita e inteligente, e a mais cortejada da temporada, e ela foi a escolhida de Anthony, porque apesar de todas as características, faltava alguma coisa nela e ele sabia que não iria se apaixonar.
Mas para se casar com Edwina, Anthony precisaria ter a aprovação da irmã da pretendente: Kate. Ele, com todos os seus atributos e galanteios achou que seria fácil e simples lidar com uma irmã solteirona mas encontrou-se diante de um desafio.
As farpas e provocações entre Kate e Anthohy são o ponto forte da narrativa, pena que durou pouco, a autora poderia ter explorado mais essa discordância entre eles porque foi bem engraçado. Ambos são objetivos, inteligentes e divertidos, não querendo dar o braço a torcer nessa disputa, mas suas atitudes são sempre contraditórias com o que sentem realmente. E Anthony estava disposto a qualquer coisa para tentar "impressionar a irmã da futura noiva", mas o que ele não esperava era que um desejo por Kate fosse despertado.
"Porque aquela centelha - tão evidentemente ausente em relação à irmã dela, com quem ele pretendia se casar - com Kate crepitava e ardia com tanta força que parecia ter o poder de iluminar o cômodo e deixá-lo claro como dia." pág 99
A narrativa de Julia é singular, primorosa, impressionante, ela consegue descrever os sentimentos de forma tão verossímel, que é impossível não despertar nossa emoção. Ela consegue reunir romance, emoção, humor e leveza em suas histórias, e foi isso que me conquistou, que fez com que eu devorasse o livro da autora, e que me sentisse órfã ao terminá-lo, já ansiando pelo próximo.
A relação de afeto de Mary e Edwina com Kate é perfeita, impecável, uma verdadeira família mesmo sem os laços consanguíneos, e a autora consegue passar claramente essa qualidade das personagens.
A tensão ardente entre o casal protagonista é crível em todas as situações, mas a história está longe de ser hot, mais uma característica da Julia: sabe como sensualizar.
Kate foi descobrindo que o Visconde não era apenas o libertino superficial como julgara a princípio, ele era educado, devoto à família, "sensível, gentil e íntegro".
Nossos protagonistas também tem seus fantasmas, afinal eles são pessoas como nós, não são perfeitos, têm os seus medos, e essa foi a ressalva da autora numa carta no final do livro.
"...não gosto de personagens perfeitos. A perfeição leva ao tédio e, em minha opinião , não constrói grandes romances."
Senti falta de maior participação da família Bridgertons, principalmente da super mãe Violet.
Lady Whistledown, nossa gossip girl do século XIX continua presente trazendo as notícias (leia-se fofoca) da alta sociedade de forma irônica e maliciosa.
Leitores, Kate passa por cada situação constrangedora e divertida ao mesmo tempo, que a gente sente as bochechas queimaram junto com ela...morri de tanto rir.
As histórias de época de Julia Quinn são de uma "sensibilidade e graciosidade" magnífica. Faça a leitura assim que tiver a oportunidade.
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http://www.leiturasdapaty.com.br/2013/09/resenha-o-visconde-que-me-amava.html