Nathy215 21/10/2020De carne a planta."Acho que os humanos deveriam ser plantas" -Yi Sang
Amei a escrita, é algo que me chama muito atenção nos livros de autores asiáticos, é poético e trágico.
Demorei pra associar todas as questões do livro, desde o começo queria entender o por que a história se volta sobre o fato de Yeonghye ser vegetariana, mas não é bem sobre isso, né?!
Pra quem é vegetariano, sentiu a sutileza das violências por ser "diferente", por sair daquele padrão. A cena do pai obrigando ela a comer carne é tão exagerada, mas de certo real, alguns vegetarianos já passaram por essa situação, aquela violência singela, de falar "pode comer, não tem carne" e propositalmente a pessoa colocar aquele bacon na comida.. é isso, não é algo que parece relevante, mas qual a dificuldade das pessoas de aceitar as escolhas alheias?
A autora trás a visão de uma mulher em uma sociedade que ainda tem muito que evoluir, a protagonista vive sofrendo diversos tipos de violência e talvez se não fosse pelos "absurdos" da historia, seria normal, porque é normal a violencia contra mulher, é normal todo o abuso físico e psicológico, é normal ... bizarro é uma mulher poder fazer suas próprias escolhas.
Mesmo que nosso país ainda seja muito machista e misógino, não é de se comparar a opressão que as mulheres coreanas sofrem, a própria cultura coreana imprime a mulher como um objeto, uma bonequinha de porcelana que precisa ser cuidada, primeiro pelo pai e depois pelo marido, bem a "família tradicional", mas muitas das vezes violência vem de casa.
Um livro onde a própria protagonista não tem voz sobre sua história.