@adriana_ lerlivros 04/03/2023Alice uma professora paraibana, cheia de si, vê suas vontades esmagadas pelas obrigações que a sociedade sempre impõe a uma mulher. Nesse momento em sua vida a obrigação de ser avó em tempo integral tornou-se um ingrato peso.
Essa mulher de meia idade que ama ardentemente sua independência, sentirá uma raiva reprimida ao se ver perdendo toda sua liberdade.
Nora, única filha de Alice, deseja ter um filho, mas acredita que sem a ajuda da sua mãe ela não conseguirá criá-lo. Propõe de todas formas; primeiro chantagem, depois, com cúmplices instigando sua mãe a ir para Porto Alegre com a única e exclusiva função de ser vó.
Mas o que Nora não quer saber é que, Alice não deseja cuidar do neto, não deseja mudar sua vida, não deseja renunciar a sua rotina, abandonar tudo o que construiu.
Porém Alice cede e sente vergonha disto.
O leitor vai observando a nova vida de Alice e vai se sentindo, assim como ela, dentro de uma jaula enfeitada, onde nada lhe é familiar. Ela começa a escrever sua revolta reprimida em um caderno que resgatou de suas inúmeras coisas que foram vendidas contra sua vontade. Chama seu caderno de Barbie e despeja nele todas as suas angústias, por um instante depara-se com uma pergunta que faz a si:
Será que sou egoísta?
É egoísmo querer ter a minha própria vida?
Quarenta dias, a história de uma paraibana que passa 40 dias como moradora de rua em Porto Alegre.
Como uma professora aposentada começa a vagar pelas ruas de Porto Alegre?
Onde anda sua filha única que a trás para as terras gaúchas contra a sua vontade?
Por que ela perambula pelas ruas com a desculpa de procurar Cícero?
Quem é Cícero?