Quarenta dias

Quarenta dias Maria Valéria Rezende




Resenhas - Quarenta dias


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Tatiana Brandão 10/01/2018

Quarenta Dias
Um processo de cura através da escrita ? disso que se trata o livro. Uma escrita clara e sem melindres sobre (re)sentimentos!!!
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Fernanda Backendorf 11/10/2017

O tipo de livro que não parece que acabou, ainda fico querendo saber mais sobre a história mesmo depois de terminar de ler...
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Thiago Barbosa Santos 27/07/2017

No divã com a Barbie
A Alice de 'Quarenta dias' não encontrou o Wonderland como a xará dela no livro de Lewis Caroll. Pelo contrário, ao ser praticamente obrigada a se mudar de João Pessoa para Porto Alegre, se deparou com um lugar que definitivamente ela não queria chamar de casa. Foi a contragosto que a protagonista do livro deixou para trás a vida no Nordeste, o emprego e os amigos para assumir a função de vovô/babá de um neto que sequer havia sido gerado.

A filha dela se casou com um gaúcho, queria ter um filho, e para não ter que abandonar a vida profissional, pressionou Alice para ir morar no Rio Grande do Sul e cuidar do neto. A adaptação à outra morada foi das mais difíceis. Alice se transformou em uma pessoa arredia e reclusa. Não aceitava a nova realidade, sentia-se deslocada naquela vida que não escolheu para si.

Até que um dia, para atender ao pedido de uma conterrânea que tinha um filho desaparecido no Rio Grande do Sul, Alice sai a esmo para procurá-lo. Mas na verdade a busca serve mais para achar a si mesma, encontrar um novo sentido para a própria vida.

A protagonista compartilha a aventura em um caderno velho com a capa da Barbie. Ela dialoga o tempo todo com a famosa boneca, dividindo com ela as angústias, os medos, as desesperanças e tudo o mais que viveu nos quarenta dias de busca. Um romance certeiro de Maria Valéria Rezende, que ganhou, com toda a justiça, o Prêmio Jabuti.
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Soliguetti 02/06/2017

Perda de fôlego
Quarenta Dias, de Maria Valéria Rezende, é um exemplo de livro que começa muito bem, cria uma narrativa interessante, mas não consegue se sustentar.

Tudo começa com a personagem principal, Alice, tendo de se mudar à força de sua cidade natal, sempre tendo que levar em consideração a opinião dos outros sobre a sua vida. O drama sofrido pela personagem, as saudades de sua terra, os desafios na cidade nova, a violência psicológica que ela sofre silenciosamente são excelentes pontos da história, que a autora soube aproveitar muito bem. Repentinamente, porém, a narrativa muda de rumo e passa a focar na busca por uma pessoa desaparecida.

Nessa segunda parte da narrativa, a busca acontece a pretexto de a personagem fazer algo que realmente tenha sido decidido por ela e não pelos outros, mas, na verdade, não convence. Alice passa por situações extremamente difíceis, por vontade própria, que nada se justificam pela construção psicológica feita anteriormente. Em outras palavras, a motivação da personagem não é grande o suficiente.

Como se isso não bastasse, em seu desfecho, a história não fecha nenhuma de suas pontas, nem a psicológica e nem a de ação, como se a autora tivesse ficado com preguiça de escrever muito mais. Isso fica muito claro quando os primeiros dias, dentre os quarenta, são detalhados minuciosamente, e logo depois os demais dias são percorridos velozmente, e o leitor os vê passar como um borrão. Assim, o título do livro não faz muito sentido, já que os quarenta dias (como um número fechado) não têm qualquer relação com a história. A não ser que a autora quisesse passar a impressão de "quarentena", dando a ideia de Alice se isolar de sua vida pessoal.

É interessante também a narrativa. A conversa com a Barbie, desenhada nas páginas onde Alice escreve sua história, é bastante divertida. Há, porém, um uso excessivo de vírgulas e finais de frase sem pontuação, que certamente foi colocada no texto propositalmente por Maria Valéria Rezende, mas que também não se justificam. Ora, se fosse uma personagem mediana, tendo cursado apenas um ensino médio, vá lá, seria compreensível. Mas Alice era professora e adorava ler, sempre entrando em sebos e comprando livros novos. Deveria ser natural para ela escrever corretamente, utilizando pontos e vírgulas adequadamente, bem como separando diálogos (é bastante difícil, em certos pontos, saber quando um personagem começou a falar. É uma escrita muito bagunçada).

Assim, é de surpreender que Quarenta Dias tenha levado o título de melhor romance do prêmio Jabuti. Não passa de um livro bastante mediano, cheio de falhas de estrutura, por mais que a ideia original tenha sido excelente, começando com uma grande premissa, mas perdendo o fôlego nas retas finais, talvez por desleixo ou pressa da própria autora.
Pandora 08/04/2018minha estante
Ainda não terminei, mas concordo com grande parte do que você escreveu, exceto que eu acho a conversa com a Barbie um porre!


lsbelini 10/10/2020minha estante
Concordo com tudo!




Katia.Scott 29/05/2017

Livro Quarenta Dias eu li em Um Dia.
Leitura fácil e interessante, faz pensar na familia, principalmente relação mãe e filha.
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Renata1004 19/03/2017

O mundo dos invisíveis
Eu nao saberia descrever todas as sensações que Quarenta Dias me causou, provavelmente ele ainda irá me transformar muito ao longo da vida. Não acredito que eu possa ser a mesma depois dele, e nem quero.
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avdantas 06/03/2017

Uma forte voz
Existem muitos nomes de peso na literatura brasileira contemporânea e, apesar de ter lido apenas um de seus livros, me sinto seguro para afirmar que Maria Valéria Rezende é definitivamente um deles.
Em “Quarenta dias”, Rezende constrói uma história com várias bases: a velhice, as relações familiares e o estrangeiro. Estrangeiro enquanto pessoa em um lugar que não lhe pertence, naquele entre-lugar quando não se encaixa na nova terra e já não pertence ao antigo lar.
O livro conta a história de Alice, professora, paraibana, mãe de uma filha que se mudou para Porto Alegre para estudar e acabou construindo não só uma carreira acadêmica, mas também uma família. A ação do romance se desenrola quando a filha anuncia que está grávida e quer levar a mãe para Porto Alegre, para cuidar da criança, enquanto continua com sua carreira. Alice nega inicialmente o pedido, mas quando a filha responde com uma bem tramada chantagem emocional, logo ela cede e de repente sua mudança para a outra cidade se concretiza, fazendo-a perceber-se dentro de um bom apartamento, bem mobiliado. Isso não agrada Alice e quando a filha e o genro chegam com a notícia de que não poderão ajudá-la na adaptação pois precisam viajar a trabalho, Alice decide que aquela não é a vida que ela quer.
Outra reviravolta acontece quando uma amiga da Paraíba liga falando sobre o filho perdido de uma conhecida que se mudou para o Rio Grande do Sul em busca de trabalho, mas parou de mandar notícias. Alice se apega a essa história e a usa como pretexto para criar uma situação em que possa sair de casa, deixando para trás a vida que não escolheu, sem dar satisfação a ninguém.
No começo Alice realmente usa a história do rapaz “perdido”, Cícero, para conseguir se encaixar na cidade. A busca lhe dá um motivo para se descolar da sua realidade e a leva por um caminho desconhecido e excitante. Tanto que, em vários momentos, Alice compara sua história com a de “Alice no país das maravilhas”.
Todas as partes de seus quarenta dias de peregrinação são contadas em retrospecto pela própria Alice, escrevendo à mão a história em um velho caderno da Barbie e em vários momentos conversando com a boneca da capa, demonstrando a solidão que buscava e que por fim encontrou.
Ao longo dos dias, vivendo com o pouco que se permitia sem nunca voltar para casa, Alice acaba percebendo que as pessoas ao seu redor a veem como uma moradora de rua e, para seu espanto, é assim que ela passa a se reconhecer, mostrando a fragilidade dos papéis que assumimos ao longo da vida: professora, mãe, avó, mendiga.
O que mais espanta na prosa de Rezende é a aparente simplicidade. Parece uma história comum, mas quando paramos para refletir sobre o livro, percebemos todos os pilares sobre os quais ele foi construído, tão perfeitamente arranjados que passam despercebidos em um primeiro momento, mas é impossível terminar a leitura sem refletir sobre eles. Rezende mostra também o preconceito embutido nas nossas práticas contemporâneas em cenas muito sutis, tanto quanto a narração de Alice.

Um livro que tem muito o que mostrar dentro da cena contemporânea da nossa literatura, tão cheia de facetas que se torna difícil um livro sozinho chamar atenção dentro da maré devastadora do mercado editorial inflado com livros de youtubers e subcelebridades.

site: http://cheirodesombra.blogspot.com.br/
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Gisele @li_trelando 02/03/2017

Solidão e abandono
Vi a indicação desse livro no canal lido lendo no youtube e, como eu precisava indicar um livro a ser lido no meu clube de leitura, resolvi indicar esse. Foi uma ótima surpresa.
É uma história simples mas que traz um mergulho na alma humana e como lidamos com a dor, a frustração e o abandono. Quantas vezes nos perguntamos porque uma pessoa deixa sua casa pra viver nas ruas?
É um otimo livro. Vencedor do premio jabuti 2015.
Renata1004 19/03/2017minha estante
Deixa uma reflexão na gente neh?


Gisele @li_trelando 19/03/2017minha estante
E como deixa.




Camille Moraes 10/02/2017

Alice é uma professora aposentada que levava uma vida tranquila e simples em João Pessoa até ser forçada pela filha a se mudar para Porto Alegre.

A princípio Alice resiste, não quer abrir mão da sua vida, da cidade, do clima e tudo o mais que lhe é tão familiar, mas a insistência e chantagem emocional da filha, que quer a mãe por perto para ajuda-la em uma futura gravidez (!), acabam levando Alice até lá.

Quando chega a Porto Alegre, uma reviravolta familiar (que me deu vontade de jogar o livro na parede de raiva!) muda os planos e o destino de Alice, que confusa, encontra na busca por um desconhecido, a oportunidade de fugir desse destino e ao mesmo tempo pôr a cabeça no lugar.

Então, por vários dias, Alice se aventura por ruas, rodoviárias, hospitais e favelas da cidade que era até então desconhecida para ela. Toda essa andança rende à Alice muitos encontros e situações inusitadas que, depois, ela vai colocar no papel. Mais especificamente, no papel de um caderno pautado com a Barbie na capa, a quem ela dedica seus escritos e um grande desabafo.

Quarenta Dias foi o romance vencedor do Prêmio Jabuti em 2015 e veio parar na minha lista de leitura por conta do Desafio Lendo Mais Mulheres do ano passado. E que bom! Que leitura maravilhosa! A narrativa, ainda que poderosa e cheia de sentimentos, é simples de uma forma que nos aproxima de Alice. Enquanto acompanhamos toda a aventura da Alice pelo desconhecido e, por vezes, assustador, podemos encontrar também o acolhedor da vida e das pessoas. Recomendado!

site: www.instagram.com/liecurti
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Iza 10/01/2017

Gostei bastante da leitura desse livro. A Maria Valéria criou uma personagem que cativa o leitor desde as primeiras páginas, a senhora Alice, que assim como a menina de Lewis Carrol embarca num caminho desconhecido, passa por desventuras e tenta constantemente encontrar algo ou mesmo se encontrar. E no meio dessas situações vividas pela personagem nós vemos a fragilidade do humano, a força enraizada dos preconceitos e as singularidades de laços familiares que se formam ou se constroem a todo momento.
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pribt 22/12/2016

Um livro que me conquistou
Acho muito merecido a premiação que o livro recebeu!
Trata-se de uma historia simples, mas muito impactante. Pensar na mudança de João Pessoa a Porto Alegre é geograficamente, culturalmente e economicamente é muito forte, é exigir muito de uma senhora recém aposentada e acostumada a uma vida modesta, ainda mais pelo fato dessa mudança não ser espontânea e sim coerciva. Assim acontece com Alice... e trama se dá em volta da filha exigir que a mãe mude sua vida por suas necessidades (que não irei contar o que para não dar spoiler).
Alice se apega tanto a necessidade de se encontrar de buscar sua identidade na nova vida que essa busca a leva a formas de viver diferente do que se espera dela...
Eu achei fantástico a abordagem de temas como preconceito dos mais diversos: racial, sexual, regional... é complicado. Maria Valéria revela o preconceito como realmente o é no Brasil, não é explícito mais é tão cruel, tão mesquinho, tão vil como ele realmente é...
E a analogia que a autora propõem com Alice de Lewis Caroll e dona Alice, professora aposentada é algo que só veio a enriquecer mais ainda a obra.... o fato de ter a Rainha vermelha, o chapeleiro, o coelho enfim... é uma trama muito bem elaborada...
Só não deixei com 5 estrelas porque a resolução dos conflitos propostos durante a narrativa não me agradou muito como leitura... confesso que eu esperava mais, ou .... pode se dar ao fato de que eu queria continuar a ler um pouco mais... kkkkk não sei... mas eu esperava outro desfecho, mas ainda assim em nada desmerece a obra que achei muito rico....
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Felipe 25/11/2016

Alice no mundão dos invisíveis
40 dias é o diário de Alice, uma mãe viúva, dessas que abdicou dos desejos e projetos de vida pela filha. Essa a vê apenas com um fim utilitário e a induz a ir pra Porto Alegre criar seu neto, contra a vontade da mãe. Chegando lá, numa capital quase que antítese da sua querida João Pessoa, Alice se depara com a solidão de um apartamento enxadrezado, a filha a tratando com a mesma distância e com o mesmo interesse.

Só e enraivecida, Alice usa como álibi a busca por um filho desaparecido de uma conterrânea, e desaparece pelos entremeios de Porto Alegre. Adere seu sofrimento de mãe invisível ao sofrimento dos outros invisíveis da cidade: favelas onde o desaparecimento de pessoas é algo quase que cotidiano, nordestinos com seus sonhos frustrados de prosperidade na cidade grande, mendigos com seus sofrimentos e ambições. Maria Valéria ressalta a solidariedade e humanidade que ainda persiste nessas relações, mesmo nas condições mais desfavoráveis que exigem que o homem seja uma fera pra lidar com as feras que fingem que não os veem (como uma citação que foi bem colocada na abertura de um capitulo).

No verso de propagandas de arranhaceis, comércio e venda de carros, Alice escreve passagens de livros que expressam os sentimentos e sofrimentos que a modernidade esconde, como se fosse mesmo no verso, na periferia. Assim o livro não deixa de ser também um retrato do Brasil, expressando tensões que existem entre classes e cores. É também um desabafo de uma mãe, a visão desse mundão passa por ela, é refletido através da sua lente.

Mas mesmo trabalhando uma realidade tão dura, 40 dias é principalmente um livro gostoso e descontraído, com uma prosa aconchegante que arranca diversas risadas. Alice, antiga disciplinada professora, agora passa a ter que se adaptar a vida de andarilha.

Capacidade essa de unir duas necessidades, reflexão e descontração, de maneira tão bem colocada! Recomendo demais.
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Núbia 31/08/2016

Autores brasileiros
Infelizmente, não tive uma boa experiência com livros de autores brasileiros. Queria mesmo é saber o porquê deste livro ter ganhado o prêmio Jabuti 2015...
Ariane 19/02/2017minha estante
Também quero saber




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