Quarenta dias

Quarenta dias Maria Valéria Rezende




Resenhas - Quarenta dias


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Beatriz 04/03/2023

Não tenho muitos comentários
Amei o livro, muito bom, super recomendo, se tu tá procurando um novo livro pra tua estante, compre ele. Porém, apesar dos elogios e da boa indicação, eu dei 4 estrelas porque, no início, eu achei a leitura bem confusa, acho que é pq foi a minha primeira vez lendo um livro em que o autor não usa o tracinho e vai para uma linha nova toda vez que um personagem vai falar algo, mas eu fui me acostumando ao longo da leitura. Não sei se Quarenta Dias tem uma continuação, mas o final deu um ar de "a história não acabou aqui", se tiver eu aumento pra 5 estrelas (se é que tem como mudar as estrelas). É isso, ignorando os defeitos a história é muito boa, leiam.

?????? ?? ???, ??????? ?????.
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@adriana_ lerlivros 04/03/2023

Alice uma professora paraibana, cheia de si, vê suas vontades esmagadas pelas obrigações que a sociedade sempre impõe a uma mulher. Nesse momento em sua vida a obrigação de ser avó em tempo integral tornou-se um ingrato peso.
Essa mulher de meia idade que ama ardentemente sua independência, sentirá uma raiva reprimida ao se ver perdendo toda sua liberdade.

Nora, única filha de Alice, deseja ter um filho, mas acredita que sem a ajuda da sua mãe ela não conseguirá criá-lo. Propõe de todas formas; primeiro chantagem, depois, com cúmplices instigando sua mãe a ir para Porto Alegre com a única e exclusiva função de ser vó.
Mas o que Nora não quer saber é que, Alice não deseja cuidar do neto, não deseja mudar sua vida, não deseja renunciar a sua rotina, abandonar tudo o que construiu.
Porém Alice cede e sente vergonha disto.
O leitor vai observando a nova vida de Alice e vai se sentindo, assim como ela, dentro de uma jaula enfeitada, onde nada lhe é familiar. Ela começa a escrever sua revolta reprimida em um caderno que resgatou de suas inúmeras coisas que foram vendidas contra sua vontade. Chama seu caderno de Barbie e despeja nele todas as suas angústias, por um instante depara-se com uma pergunta que faz a si:
Será que sou egoísta?
É egoísmo querer ter a minha própria vida?
Quarenta dias, a história de uma paraibana que passa 40 dias como moradora de rua em Porto Alegre.
Como uma professora aposentada começa a vagar pelas ruas de Porto Alegre?
Onde anda sua filha única que a trás para as terras gaúchas contra a sua vontade?
Por que ela perambula pelas ruas com a desculpa de procurar Cícero?
Quem é Cícero?
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Bêa 10/01/2023

Demorei um pouco pra engatar na angústia e na confusão que foi a escrita de Alice, mas cada escolha sincera de palavras se concretizou para eu chegar até o final. É uma história incrível, um desabafo, te coloca dentro desse mundo invisível, te faz pensar. As referências e a intertextualidade do texto apenas o deixa mais rico.
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V_______ 04/01/2023

Quarenta dias
Alice é uma professora paraibana aposentada que por insistência da filha deixa sua terra natal para ir a Porto Alegre (RS) e se dedicar em tempo integral ao neto nem nasceu, em uma cidade que desconhece, se sentindo cada vez mais isolada Alice descarrega suas frustrações escrevendo em um antigo caderno com a estampado com a uma famosa boneca, Barbie se transforma em seu diário e confidente. Após receber um pedido de ajuda de uma conterrânea que está com o filho que migrou para Porto Alegre e não deu mais notícias, a procurar por esse rapaz, Cícero Araújo, será a força motriz de Alice que já não via motivos para permanecer ali. Perdida atrás de um rapaz perdido, Alice nos narra esses seus quarenta dias através de seu diário.
Gostei muito de como a autora foi criando o desenrolar dessa história e em como tudo tomou um rumo inesperado, vale ressaltar que há um ar cômico e sagaz em sua escrita, o "relacionando" com Barbie é ótimo, e a alusão com a Alice de Lewis Carroll é bem interessante.
Minha primeira experiência lendo Maria Valéria Rezende, paulista de Santos mas naturalizada paraibana, foi ótima com esse livro que foi o vencedor do Jabuti de melhor romance e melhor livro do ano de 2015.
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Thalyta Vidal 25/12/2022

Quarenta dias, Maria Valéria Rezende
"Diga-me, Barbie, você que nasceu pra ser vestida e despida, manipulada, sentada, levantada, embalada, deitada, abandonada à vontade pelos outros, você é feliz assim? Você não tem vergonha?"

A Barbie, interlocutora de um diálogo em um turno unilateral de fala, soa como aqueles adestrados pelo capitalismo que subalterniza os idosos (não só) por - pelo modelo social - não serem capazes de girar a roldana que o move e transforma todos em marionetes do sistema, afinal, esse grupo não produz e nem consome mais como aqueles que ainda trabalham. Alice, a protagonista, é excluída sob a fantasia de "avó", aquela cuja função é narrar experiências do passado ou contribuir para a facilitação da vida daqueles que ainda fazem a máquina funcionar. Ao rejeitar esse papel, se tornará só mais um fantasma, num mundo cheio deles, tentando encontrar objetivos que a permitam romper o mito da terceira idade. Um livro sobre os muitos Brasis que sempre conseguem uma justificativa para marginalizar seja por origem, raça, idade, sexualidade.
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nathaliart 20/10/2022

Maluquice total... adorei!
Não dei muito crédito pra esse livro no início, mas que reviravolta! Nele acompanhamos a saga de Alice, oriunda da Paraíba, que se vê forçada a mudar para Porto Alegre para cuidar de um neto que nem foi concebido. Após descobrir que será abandonada por 6 meses numa cidade que não conhece e não gostaria de viver, ela sai em busca do filho desaparecido de uma conhecida, usando-o como desculpa para ficar longe da vida que lhe foi imposta. Como testemunha, além do leitor, a Barbie que estampa a capa do caderno.

A escrita da autora é incrível, um verdadeiro fluxo de consciência, onde a gente às vezes se perde com prazer. Com o tempo, a história deixa de ser sobre a busca de Cícero, e passa mais a ser sobre a fuga da narradora da realidade, uma forma de aproximar-se do lugar que ela deixou e tanto amava. As emoções são diversas, a personagem é ótima e autêntica "brasileirinha", como ela mesma se denomina. Expõe as problemáticas de nosso país, as características que podemos ver em todos os lugares, as diferenças entre as camadas sociais e as regiões.

Os capítulos são relativamente curtos, e o diário é escrito de uma forma diferente, sem datas e com citações de livros. Uma belíssima forma de motivar a leitura e a escrita. Recomendo demais!
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PedroSF 10/10/2022

A jornada inesperada
Realmente foi uma boa leitura escolar. Muito surpreendente, acompanhar os relatos de Alice ao longo do livro foi uma aventura não só por Porto Alegre, mas por toda uma sociedade que muitas vezes não é retratada, não é ouvida. É no mínimo curiosa a forma com que a personagem lida com o grande conflito do livro, achando nas vilas e ruas os seus iguais, e assim ficando por lá. Ótimo livro.
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Tice 23/09/2022

Quarenta Dias
Viúva
Mãe de Norinha
Sogra de Umberto
Professora com nível superior
Nordestina

Poli vivia uma vida organizada em João Pessoa até o dia em que a filha muda todo o seu ritmo de vida, levando a mãe para Porto Alegre, afim de que ele ajude-a a criar o filho que ainda não foi concebido. Contrariada, Alice, é o novo nome que ela ganha na história, se encontra distante da sua realidade de vida e passa a viver os planos da filha.
Dia difíceis!
Ilusões diversas!
De repente uma viagem inesperada a Paris modifica tudo que havia projetado. Norinha alça voo ao exterior e Alice sai às ruas sulistas para explorar o desejo de Elisete (prima paraibana) de encontrar Cícero, seu filho desaparecido.
40 dias trilhando becos, vielas, ruas, viadutos e pesadelos. Perambulando a fome, as noites mal dormidas e o silêncio das madrugadas.
Alice retorno ao seu mundo e conta, num caderno da Barbie (sua confidente) os detalhes dos seus trajetos como andarilha nas ruas de Porto Alegre.

Maria Veléria Rezende foi inédita nessa produção.
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Mariana113 15/07/2022

Alice: mulher, mãe, professora, aposentada, paraibana. No rol de palavras que definem a personagem principal e narradora de Quarenta Dias é acrescentada mais uma: avó, quando sua filha manipula sua mudança para Porto Alegre-RS para que ela cuide do filho que irá chegar. Descontente com essa mudança e com a maneira que é tratada pela filha, Alice usa o desaparecimento de Cícero Araújo como uma forma de escapar de sua vida. Assim começa a peregrinação de Alice pelos buracos de Porto Alegre, dormindo em rodoviárias e postos de saúde, compartilhando o pão com outras pessoas em situação de rua até sua volta para casa, onde ela usa um velho caderno da Barbie para contar suas experiências naqueles Quarenta Dias.

Esse livro chegou a mim como leitura obrigatória de uma de minhas matérias do mestrado e logo me conquistou. A narrativa de Alice é carregada de elementos da oralidade e seu uso da pontuação nos dá a sensação de estar ouvindo um causo. O texto também conta com imagens e citações aparentemente aleatorias que no final constroem a vivência de Alice ali também nas nossas mãos. Com certeza um dos meus novos livros favoritos.
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Liz 09/07/2022

Quarenta dias
O livro nos conta a história de Alice, uma professora aposentada que vê sua vida transformada quando sua filha decide ter um filho e quer que ele seja cuidado pela avó.

A narrativa é toda feita pela própria Alice, que conta a história ao escrevê-la em um caderno com a capa da boneca Barbie. Alice dialoga com a boneca, como se contasse a história para ela, o que traz uma leveza divertida ao texto.

Em vários momentos a personagem menciona ter feito algo inesperado nos últimos quarenta dias e ela espera digerir melhor os fatos acontecidos a medida que os conta para Barbie (no caso o caderno).

A história possui referências à Alice no país das maravilhas, especialmente ao se sentir indo em direção ao buraco em que o coelho branco fez Alice cair.

A reviravolta no enredo é bem interessante, pois sai da dinâmica inicial do conflito entre mãe e filha e traz à tona, a partir de uma fuga da protagonista, uma realidade do Brasil que, apesar de estar à vista de todos, também se torna invisível - a vida das pessoas moradoras de rua.

A leitura é super recomendada, a escrita da Maria Valéria é bem fluída e de fácil compreensão, me prendeu bem e me permitiu vivenciar todas as situações e sentimentos da protagonista.

A autora recebeu o prêmio Jabuti de melhor romance em 2015 com a obra. Segundo li em uma reportagem, ela inclusive morou nas ruas de Porto Alegre por quinze dias, com o mesmo argumento de sua protagonista, para conseguir descrever o cenário com a perfeição que ela faz.
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Michele 05/07/2022

ALICE SEM MARAVILHAS
Li o livro da autora intitulado “Quarenta Dias”, que traz a história de Alice, uma mulher de aproximadamente sessenta anos, paraibana, professora, mãe de Nora. Alice é ativa e não está interessada em abandonar suas atividades tão cedo. No entanto, a filha a convence a ir morar em Porto Alegre onde ela reside com o marido a fim de auxiliá-la com o filho que pretende ter em seguida. Largar tudo e virar avó? Esse pode o ser o sonho de algumas mulheres ao chegar em tal idade, mas não é o sonho de todas e definitivamente não é o sonho de Alice. Quando forçosamente chega na capital gaúcha, Nora informa a mãe sobre uma mudança de planos: ela e o marido terão de passar uma temporada na Europa à trabalho. Alice ficará sozinha em terra estranha. Isso em si já seria problema o bastante, mas a protagonista receberá, ainda, um pedido de ajuda de uma amiga. Ela deverá encontrar Cícero Araújo, um paraibano que veio a Porto Alegre e não deu mais notícias à sua mãe.
O romance permite leituras sob o viés de diferentes camadas. Podemos comparar a jornada de Alice com a da personagem de Lewis Carroll, seguindo um coelho, ou pior, sempre despencando em um buraco. Podemos, ainda, analisar a técnica narrativa utilizada: todo o livro é composto pelos desabafos da protagonista que escreve em um caderno com a imagem da Barbie na capa, fazendo da boneca a sua ouvinte. Podemos encarar a narrativa sob um ponto de vista mais linguístico em que, por muitas vezes, a protagonista discute sotaques ou palavras que se perdem com o tempo, além de a própria escrita com a qual nos deparamos ser fora de padrões quanto à pontuação por exemplo. Podemos também levar em conta as questões regionais, as diferenças de cultura entre cidades tão distantes localizadas no mesmo país. Maria Valéria discute estereótipos, os porto-alegrenses branquinhos e os nordestinos “brasileirinhos”, ilusão que vai se desfazendo á medida que Alice vai entrando nas vilas-favelas de Porto Alegre.
O título “Quarenta Dias” se refere ao fato de Alice, na busca do seu conterrâneo, acabar saindo de casa e passando todo esse tempo peregrinando pelas ruas, praças, vilas e outros pontos da cidade. Para revelar a vida de pessoas em situação de rua e os pontos obscuros da capital gaúcha, a autora vivenciou a mesma experiência da sua personagem. Maria Valéria Rezende passou quinze dias nas ruas de Porto Alegre e, assim, deu vida e veracidade à sua ficção. Com certeza, um diferencial corajoso que deixa essa obra ainda mais especial.
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Leila de Carvalho e Gonçalves 18/06/2022

A Alice No País Das ?Desmaravilhas?
A paraibana Alice, professora aposentada, é quem narra "Quarenta Dias", romance vencedor e Livro do Ano do Prêmio Jabuti 2015. No formato de um diário, trata-se de um desabafo que começa, quando ela deixa João Pessoa e vai morar a contragosto em Porto Alegre onde sua filha, já casada, está concluindo os estudos. Uma decisão tomada após uma bem armada conspiração familiar cuja missão foi convencê-la a assumir os cuidados de um neto que ainda está para ser concebido, afinal, Norinha não tem tempo para ser mãe em período integral. Entretanto, o convite para uma temporada de estudos em Paris, não só adia a gravidez como faz a candidata a avó ser deixada para trás.

Sua confidente passa a ser uma boneca Barbie estampada na capa do caderno onde Alice escreve com uma linguagem própria, que prima pela criatividade e o linguajar nordestino, seu desabafo. Cada capítulo abre com uma citação de um escritor que complementa o sentido do texto e termina com uma ilustração que aponta para a nova direção da narrativa. Outra característica é a ausência do ponto final em alguns parágrafos, que deixa a ideia em aberto, permitindo diferentes abordagens interpretativas.

"Diga-me, Barbie, você que nasceu pra ser vestida e despida, manipulada, sentada, levantada, embalada, deitada e abandonada à vontade pelos outros, você é feliz assim?, você não tem vergonha?, eu tenho vergonha de ter cedido, estou lhe dizendo, vergonha"

A partir daí, a reação traumática de Alice ao abandono eclipsa o interesse. Com o pretexto de encontrar o paradeiro de um imigrante paraibano para uma mãe sem notícias, ela mergulha num mundo das "desmaravilhas", reportando-se a sua xará, a inglesinha criada por Lewis Carroll que reage contra às regras e à lógica dos adultos. Enfim, desconstruindo-se para poder se reconstruir, a personagem percorre uma inóspita cidade de fio a pavio, de sol a sol, descobrindo como é fácil tornar-se invisível e desaparecer para sempre.

"Eu nem percebi, naquele dia, quando saí atrás de um quase imaginário, um vago Cícero Araújo, que estava, na verdade, correndo atrás de um coelho branco de olhos vermelhos, colete e relógio, que ia me levar pra um buraco, outro mundo. Também, que importância tinha? Acho que eu teria ido de qualquer jeito, só pra cair em algum mundo?"

Valéria Resende, a autora, trata de temas difíceis como a questão identitária, o choque cultural, o conflito de gerações e o processo do perdão, exibindo a violência e a segregação numa cidade moderna e pretensamente cosmopolita. Sem dúvida, esse é um romance perturbador e indigesto que atrai a atenção para o Brasil que vivemos e aquele que estamos construindo.

?Eu descobria que o mundo era feito em grande parte de gente desaparecida, que não deu mais notícias e gente desesperada atrás ou a espera conformadamente pelos sumidos?

Merecido sucesso. Parabéns, Valéria!
V_______ 21/06/2022minha estante
Estava doido para ler esse livro, agora com essa resenha a vontade só aumentou.




Monique Rochneski 02/06/2022

Confesso que demorei a engrenar nessa leitura, com gosto de biografia imaginaria nós faz refletir o que leva cada ser humano a se colocar em situações que imaginamos impensadas ou indesejada.
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