* 03/06/2014Encantador...Fazia muito tempo que um livro não me fazia chorar de forma descontrolada e ah, como eu chorei. Tem uma parte de mim, uma parte realmente grande que acredita no "felizes para sempre", mesmo que o "felizes" nem sempre esteja embutido no pacote. "Querida Sue" nos traz uma linda história de um amor que durou anos e permaneceu no coração dos personagens mesmo após duas guerras, diversas mortes e mesmo com diversos motivos para que ele nem existisse. Uma linda e apaixonante história de amor, que eu terminei em apenas um dia, dada minha curiosidade para conhecer seu final.
O livro é narrado em forma de cartas e altera entre o passado e o presente.
No passado - Elspeth Dunn é uma jovem poetiza que vive reclusa na Ilha de Skye, na Escócia devido a seu medo de pisar em uma balça ela jamais saiu da ilha, mas suas palavras sim, elas viajaram o mundo. Certo dia ela é surpreendida pela carta de um rapaz americano, um fã de seus livros, David Graham e a partir daí os dois passam a se corresponderem. Passaram se anos e os dois ainda se correspondiam fielmente, tonaram-se amigos e confidentes. Ambos têm coragem de escrever ao outro o que até suas próprias famílias ou amigos conhecem e aos poucos, bem aos poucos eles começam a olhar uma para o outro com outros olhos, olhos apaixonados. Mas a primeira guerra mundial estoura e acaba interferindo na vida do casal.
No presente - A segunda guerra mundial estourou. Margaret filha de Elspeth já é adulta e está apaixonada por seu amigo de infância Paul, que a pede em casamento enquanto luta pelo seu país. A moça não exita em aceitar o pedido fazendo que sua mãe acabe ficando preocupada. Elspeth, ou Sue como David a chamava tenta explicar para a filha que na guerra todos os sentimentos se inflamam e que aquele não era o melhor momento para ela entregar seu coração a um rapaz.
No meio desses acontecimentos Margaret acaba se irritando com a mãe e exigindo que ela lhe fale do porque não deve se apaixonar em tempo de guerra, antes disso quer saber quem é seu pai e sua história. Ela quer que a mãe lhe conte sua "primeira biografia", como está costuma chamá-la. Mas no meio da discussão uma bomba recai sobre a casa atingindo uma parede e dela diversas cartas saltaram para o chão aos seus pés. Margaret consegue pegar e ler apenas uma antes que a mãe a obrigue a ir se esconder do bombardeio, mas quando volta na manhã seguinte, sua mãe e as cartas sumiram...
Então Margaret começa uma busca desenfreada pela mãe e por seu passado. Ela quer saber quem é Sue e quem foi David e o que eles tem a ver com seu próprio passado...
Eu não esperava nada desse livro. Não achei a capa atraente e a sinopse prometia apenas mais uma história de amor nos tempos de guerra, o que eu particularmente detesto. Mas algo nele chamou minha atenção, não perguntem, nem eu mesma sei o que foi. E estou muito grata que ele tenha sido minha escolha de leitura, pois estou completamente apaixonada pelo livro. A Editora Arqueiro me deve uma caixa de lenços de papel!
Como eu posso explicar que essa é uma das histórias de amor mais bonitas sobre a qual já li sem contar diversos detalhes impróprios? A autora encaixa perfeitamente cada detalhe da história, não há pontas soltas, não há perguntas não respondidas. O que há nesse livro é uma linda história com MUITAS adversidades. Cansei de pensar "agora ferrou tudo de vez!", são tantas surpresas e reviravoltas e tantos suspiros que escaparam dos meus lábios enquanto eu lia, que fica extremamente difícil defini-lo.
Amei todos os personagens, Elspeth ou Sue como David a chama é uma incógnita quase a livro inteiro. Reclusa e fecha nutre um verdadeiro pavor de pisar em uma balsa e sair da ilha onde vive, já David é um aventureiro. Um rapaz de riso fácil e escrita doce. É por ele que Sue cria coragem de enfrentar o mundo. Só passei a entendê-la de fato quando a história chegou ao fim e descobri os motivos que levaram ela a agir "deste" ou "daquele" modo. Foi por amor, tudo por amor. Outros personagens que deram vida a essa história pelos bastidores também merecem meu respeito, como o irmão de Sue e sua mãe, bem como Margaret que resolve tudo no fim.
O final não foi previsível, o livro inteiro não é. Ele é garantidor de surpresas desde a primeira, até a última carta. Sou famosa por sempre ser egoísta com livros, eu gosto de FINAIS COMPLETOS. Se possível que mostre anos luz depois da última página. Na minha opinião todos os livros deveriam ter um epílogo detalhadíssimo, o que não acontece em "Querida Sue". O final é lindo e emocionante, mas eu queria mais. O que não torna o livro pior ou menos merecedor das cinco estrelas de pontuação.
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