Costa 04/05/2020
Precisei de algumas horas pra finalmente redigir uma resenha
Uma amiga recomendou-me este livro e eu pensei que não seria nada tão surpreendente porque dificilmente me vejo empolgada com algo que disseram ter sido motivo de tanta excitação.
De qualquer forma, iniciei a leitura um pouco Zzzz por se tratar da vida de um escritor que chegara ao incrível momento de fama apenas com a publicação do seu primeiro livro e que, após tamanho sucesso, encontrava-se no meio de um bloqueio criativo. Admito que me vi ali, já que, frequentemente, tenho passado pela mesma doença de escritor - como se eu fosse lá muita coisa. Mas ainda não me encontrava presa a ele.
Quando pensei em desistir, ainda nas primeiras páginas, me percebi adquirindo uma certa simpatia pelo ex-professor do escritor, o tal do Harry Quebert, que tentava ajudá-lo quanto ao bloqueio. Achei que algo extraordinário aconteceria quando Marcus, o narrador e escritor doente, arrancou até Aurora para passar uma temporada na casa de praia do ex-professor. Voltei a bocejar. Não aguentava mais aquele desespero irredutível de Marcus. Prestes a abandonar a leitura, logo deparei-me no meio daquele caso que intitulava o livro: o famoso Caso Harry Quebert. Uma menina fora encontrada bem no meio do jardim de Harry! Eu, assim como Marcus, não conseguia acreditar nas evidências que caíram diante de mim! COMO ASSIM?
É verdade que havia entortado o nariz quando notei Quebert possuir recordações um pouco sugestivas que o ligavam ao caso, mas seria isso o bastante pra uma incriminação?
O desenrolar da história é bem inesperado. Pensei que estivesse no controle da situação, mas me enganei. Agatha Christie que lute pra conseguir manter-se no meu top 3! É difícil fazer uma resenha deste livro sem dar alguns spoilers, mas prometo não alongar tanto.
O que posso dizer é que, Marcus, assim como eu, não conseguia acreditar que o seu velho amigo e escritor, tão admirado por todo o território americano, era o responsável pela morte de uma pessoa. E que havia sido encontrada em seu terreno! Nossa, sério?! O que faria para provar o contrário? Harry havia sido, imediatamente, levado à penitenciária. Estaria tudo perdido para ele? Seria um adeus para a sua carreira brilhante e para a admiração nacional conquistada?
Marcus não conseguiu ficar de braços cruzados. Tampouco eu teria conseguido. Foi atrás de pistas, passou a entrevistar toda e qualquer pessoa que, um dia, cruzou o caminho de Harry Quebert e da dona daquele corpo enterrado ilegalmente em sua propriedade. Nola. Era Nola, o nome dela.
À medida que fui lendo, fui descobrindo informações sobre a vida de Harry, de Nola e de tantos outros personagens que residiam em Aurora. Foi um passado surpreendente. Queria ter vivido em Aurora e ter comido os famosos hambúrgueres do Clarks. Queria ter conhecido Nola e Harry. Queria ter espiado, pelo menos, um pouquinho. O que teria acontecido entre eles que levou àquele terrível caso?
Não posso dizer mais nada. Não li outras resenhas, não li a sinopse. Ouvi a sugestão de minha amiga e me coloquei a ler, assim na cara e na coragem. E não me arrependi. É uma leitura que recomendo e que, se eu abrir um pouco mais o bico, vou acabar contando a história inteira. Mas posso dizer que nada do que ocorre, à medida que o livro avança, é previsível.
Nada mesmo.