Dany 05/03/2014
Leitura Nostálgica!
Confissões de adolescente, vocês já devem saber, surgiu através das confissões de Mariana em seu diário particular. Seu pai conta no começo do livro que, um dia, Mariana mostrou seu diário a ele, e juntos o transformaram em uma peça de teatro. Seu pai, Domingo de Oliveira, que já era do metiê da sétima arte, dirigiu a peça, sua madrasta cuidou dos figurinos e Maria, junto com mais quatro amigas (Uma delas, Ingrid Guimarães), estrearam a peça, no porão de um centro de lazer do Rio de Janeiro. Foi um sucesso! A partir de então, o diário de Mariana deixou de ser anotações de uma rebelde sobre suas experiências próprias e passou a ser um legado escrito que traduz o desatino da adolescência. O livro está em sua terceira edição, já foi adaptado para cinema (com grandes novidades da TV brasileira,Sophia Abrahão por exemplo) e para milhões de peças estreadas com atrizes que são consagradas até os dias atuais.
Como foi interessante ler este livro. Aos vinte anos de idade, em uma era onde os valores estão invertidos e as coisas estão fora do lugar. Se não fosse alguns fatos da minha vida, me encaixaria perfeitamente nas confissões de Mariana - Confesso, aos vinte anos, tenho uma porcentagem significativa de adolescência na minha formação de ser humano.
Que gostoso é ser adolescente. Que difícil entender o que é realmente esta fase. Como é complicado compreender o que é esta tal transição. É uma fase em que tudo é decisivo - uma ilusão, é claro. Fase em que os questionamentos são apavorantes e as dúvidas enlouquecedoras, fora outros fatores como cobrança, escola, amores, sexo e tudo mais.
Quanto ao livro, eu li dando gargalhadas. Acho que a maturidade - não absoluta, claro, mas que me dá o poder de ponderar muito mais conscientemente as coisas - conseguiu me fazer perceber a graça que é ser adolescente. E é esta graça que encontrei em todas as páginas do livro. O fascínio das aventuras das meninas... é tudo encantador. O livro me fez querer voltar a adolescência, como se isso fosse possível, me fez querer descobrir as coisas diferentemente. Não fui uma rebelde, pelo contrário, minha adolescência foi regrada, focada em vestibulares e estudos, mas o ímpeto das paixonites sempre esteve presente.
Quando abri o livro e comecei a mergulhar na história, me apaixonei: É o retrato da insegurança das mocinhas perante os garotos tão pegadores; o retrato das paixões relâmpagos, que acontecem a cada três minutos;é a ânsia do primeiro beijo; é a comparação das experiências das amigas com as nossas próprias; é a curiosidade sobre o que é o sexo; o medo e a vontade de perder a virgindade. Isso tudo misturado, em uma só mente, e com uma certa independência, pois as descobertas devem ser(e são, na maioria das vezes) feitas sozinhas. Não há orientação, não há diálogos abertos e sinceros. E é mais aventuroso e empolgante dessa forma.
Mas Maria Mariana traz a toma o que deve haver nesta fase maluca: Abertura. Os pais devem estar predispostos a compartilhar dessa fase da forma mais sincera possível, sem desrespeitar o espaço e sem liberar o voo sem maturidade o suficiente. Maria Mariana diz que a presença que o pai dela teve em sua vida foi imprescindível nas situações conflitantes de sua vida. Isso, todos nós podemos garantir, é a melhor forma de se encarar o desatino.
site: http://catarme.blogspot.com.br/