Raquel_Moret 26/04/2022
Era uma vez, em uma realidade paralela...
Achei um pouco estranho dar esse título para a minha resenha porque, geralmente, quando dizemos que o livro "é uma realidade paralela", nos remete a ideia de que a leitura não foi boa. Mas, muito pelo contrário!
Por uma infeliz (ou eu diria felizmente) coincidência do destino, soube por meios de terceiros o triste fato que acontece nessa trama e que inicialmente quase me fez interromper a leitura da saga, eu confesso. Quase! Após passar por um breve período de ressaca literária de Rangers, a Ordem dos Arqueiros, felizmente, voltei e continuei no embarque com algumas diferenças a mais: decidi que no final eu iria inverter a leitura do 11º livro com o último (este mesmo, o 12º), bem como fazer dessa trama a ideia de que "como seria a história se...". Foi um feliz acerto!
Valeu a pena cada detalhe e não fiquei nem um pouco decepcionada com a leitura. Não foi uma história fácil porque muitas das características dos personagens que a gente tão carinhosamente acompanhou ao longo dos 11 livros atrás (no meu caso, 10) são discretamente diferentes. Um Will Tratado que eu nunca imaginei que veria, com uma áurea de energia negativa em seu entorno, é constantemente relatado nesse livro. Mesmo diante do banque que justifica 100% a mudança de sua personalidade e no seu percurso de vida, eu dificilmente associava esse Will aos livros anteriores. Fiquei com a percepção de que era um personagem totalmente diferente, com uma ou outra característica que parecia ser do Will. Outra coisa que poderia ter me incomodado: No momento do clímax, onde ocorre as lutas e ações, senti que Will comente erros que ele provavelmente não faria, devido aos anos de treinamento de arqueiro.
Mas, quebro o galho porque, primeiro, era importante para a trama acontecer de tal forma e, segundo, eu estava em uma realidade paralela, lembra? Sem contar que o coração palpitava fortemente nas cenas de tensão, Jesus Cristo! Emoção atrás de emoção, desafiando o leitor a se questionar constantemente se o nosso querido Will escaparia ou não mais uma vez.
Mas é claro, também tive surpresas maravilhosas: Ver Will como um mestre é como ver Halt nos primeiros livros. Will literalmente transmite as mesmas palavras que o seu mentor e traz uma sensação maravilhosa de nostalgia + dever cumprido. O nosso Will cresceu... Outra surpresa foi a pequena Maddie: Gostei muito de acompanhar o seu amadurecimento em uma única trama. Alguns podem considerar o enredo muito apressado, mas, para mim, era exatamente isso que eu precisava. Uma história rápida, com um encerramento pontual, justamente pelo fato de eu estar na suposição "do que seria do Will Tratado se...".
Mas, fica na cabeça de cada um que nem sempre as coisas da vida saem do jeito que a gente planeja. Achei uma lição fantástica que John Flanagan passa para a gente: Mesmo diante de grandes perdas, a vida segue. Cabe a cada um de nós aprender a lidar com nossas dores, guardar os preciosos momentos em nossas memórias e corações, e fazer da tristeza uma deliciosa saudade enquanto seguimos os nossos caminhos. E o mais incrível: Nunca estamos sozinhos!
Agora, posso ler o 11º (e último livro) sem nenhum peso na consciência.
Vou dar nota 4/5, mas, o livro com certeza merece mais! Só não dou mais porque há outros livros da saga que me atraíram mais do que este! Mas, não deixo de jeito nenhum de recomendar! Vale muito a pena a leitura.