Luan 25/01/2024
Arcadismo em estado puro
"Eu tenho um coração maior que o mundo,
Tu, formosa Marília, bem o sabes;
Um coração..., e basta,
Onde tu mesma cabes."
Para mim, esses são os versos mais bonitos de todo o livro. Por meio de inúmeras liras bucólicas, Tomás Antônio Gonzaga quis homenagear sua amada em uma época em que o brega não era brega e em que o romantismo ainda estava em pleno desenvolvimento e, portanto, não era clichê. Só o amor poderia fazer com que alguém transmitisse em palavras tão efusivas tudo aquilo que sentia no coração. Nem os problemas políticos, nem a distância da sua amada, nem qualquer empecilho impediram o autor de colocar toda a sua emoção nos versos, expondo sentimentos de modo a deixar uma marca por toda a história da literatura brasileira. Tão grande era sua paixão, que por vezes se torna até repetitiva a leitura. Mas, entendo perfeitamente a dificuldade de expressar em poucas e simples palavras um amor que se sente no fundo da alma, um amor pelo qual vale a pena viver. Terminando a resenha, desejo que a modernidade valorize poesias clássicas como esta e nunca deixe esse homem romântico, exageradamente exagerado, morrer.