Osmar Weyh 14/03/2023
Historinhas picantes... ?
O prefácio desta obra já começa dizendo tudo. Nele, Anïs Nin comenta que devido a essa necessidade de vender suas publicações, acaba por muitas vezes escrevendo o que os editores pedem e não justamente o que gostaria de escrever. Ela mesma percebe em sua escrita, essa apagamento da escritora feminina e o texto mais pornográfico que sensual, como ela mesmo afirma, qual a graça de escrever sobre sexo sem a poesia? A poesia é que dá o tom, a sensualidade, o ritmo. Escrever contos sobre sexo sem poesia é algo frio, mecânico, sem emoção. Adoro o encadeamento das histórias, muitas vezes, com um final abrupto, como se nem o autor estivesse com vontade de continuar, outras vezes, encadeado, como numa lembrança, numa ideia, que vai ligando outras histórias paralelas. Enfim, há um pouquinho da artista neste livro, mesmo que podada pelo editor, porém, os contos são bem picantes e tem essa sensibilidade reprimida.