Ana 19/02/2016A Casa AssombradaAlguém aqui já ouviu falar do livro O Menino do Pijama Listrado? O Garoto do Convés? O Ladrão do Tempo? Aposto que ao menos um desses vocês já ouviram falar ou até já leram.
A Casa Assombrada é do mesmo autor das obras supracitadas, contudo, é o primeiro livro de suspense do autor; e o motivo de eu ter escolhido esse livro pela nossa parceria, foi o fato de eu ter adorado O Menino do Pijama Listrado. A escrita do autor, a história, tudo me deixou maravilhada e o livro conseguiu me tocar de uma maneira que fiquei semanas pensativa, beirando a depressão. Juro! Logo, não pensei duas vezes em escolher essa como minha próxima leitura. O autor é maravilhoso e numa trama de terror e suspense?! Por que não, não é mesmo? Então fui lá e embarquei nessa!
Iniciei a leitura. A história até prende e tudo mais, mas não tinha nada de extraordinário. Vou explicar:
Eliza tem um trauma que a marcou muito, mas ela cita umas três vezes durante todo livro e de forma superficial. Se o ocorrido marcou tanto a vida dela, por que não explicar direito o ocorrido? Não vi profundidade no lado “terror” da história. Vi coisas extremamente sem importância para a proposta do livro com destaque, enquanto o que deveria ter a devida importância, ser passado assim, de maneira ordinária e com o mínimo de atenção possível.
O livro se passa por volta de 1870 e o autor foca muito no racismo da época, na falta de direitos que as mulheres tinham, na submissão ao qual eram obrigadas a viver e coisas do gênero. Mostra o lado heroína de Eliza se aflorando no decorrer da história fazendo ela se tornar autossuficiente, uma vez que ela é uma jovem, solteira e sem ninguém.
O mais irritante na verdade foi o fato do desenrolar dos personagens. O autor constrói cada um deles, te faz conhecer eles, compreender, dá a entender várias coisas para o futuro deles e depois larga o personagem, faz uma coisa totalmente nada a ver, como se ele estivesse cansado da história e quisesse terminar logo o livro. O final foi extremamente frustrante.
Assim que terminei o livro, pensei: “- Não, Ana! Você tá muito bucha do Stephen King e só acha o terror dele bom!” Mas não é bem assim! Eu li livros do mesmo gênero de outros autores e adorei!
Fiquei tão possessa que escolhi um livro de malemolência pra ler e desintoxicar meu cérebro!
A Casa Assombrada aborda a vida de Eliza Caine, 21 anos, que começa como uma jovem perdida sem nenhuma família para apoia-la e nos faz acompanhar a sua jornada pela descoberta de sua força e perseverança interior em meio a todo esse mundo machista e sem oportunidades a qual vive. E vemos um segundo plano, quase translúcido, uma breve história de terror com fantasmas e eventos inexplicáveis.
Vou concluir essa resenha com a única passagem do livro que me deixou assustada pensando “Agora vai!!”, mas bem, não foi.....
Não tinha sido minha imaginação, pois meus machucados eram reais. Havia uma presença naquela casa, alguma coisa profana; uma noção que eu antes desprezara como fatasia tomou conta de mim e me disse que aquela era a verdade. Mas havia outro fator, algo que eu não tinha cogitado antes.Eram duas presenças.
Tá, peraí, só mais uma passagem! Nessa daqui eu pensei... Jesus! Quando foi que passei de livro de terror pra novela mexicana?? No final da citação veio até aquela musiquinha de quando uma revelação bombástica é feita e em seguida acaba o capitulo... uhahuahuahua.
Levantei do banco em um salto, frustrada, e o encarei com desprezo. “O senhor não está lá, padre”, esbravejei. “Acordo em Gaudlin Hall, passo a maior parte do dia lá, durmo lá. E, durante todo esse tempo, há apenas um pensamento passando pela minha cabeça.”“E qual pensamento é esse?”“A casa é assombrada.”
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