Cacau

Cacau Jorge Amado




Resenhas - Cacau


121 encontrados | exibindo 91 a 106
1 | 2 | 3 | 4 | 7 | 8 | 9


Manu 14/03/2023

O fruto sinônimo de dores e sofrimentos
Já pode ser considerado um ensaio para Seara Vermelha pra mim.
Gostei bem mais dessa segunda obra, pois começa a destacar o lado mais político de Jorge Amado em sua escrita.
Abordando sobre a vida na roça de cacau, Amado intitula essa obra com o nome do fruto que traz angústias e sofrimentos aos trabalhadores tratados como propriedade de seus patrões (quase não diferindo da época da escravidão).
comentários(0)comente



Jana 13/06/2023

E partiu para a luta de coração limpo e feliz.
"O cacau era o grande senhor a quem até o coronel temia". É dessa premissa, que em 1933 Jorge Amado publica Cacau, uma obra que esmiúça a vida de operários, lavradores, prostitutas, coronéis e demais personagens e nuances da realidade brasileira da época.

Narrada por um Sergipano, de nome José Cordeiro, a história se inicia em São Cristóvão - Sergipe (de onde eu escrevo essa resenha haha) e percorre os percalços desse sergipano até o Sul da Bahia, local no qual a produção cacaueira ia bem (não para todos, claro...).

A partir da sua chegada à Bahia e de sua instalação na Fazenda Fraternidade, a vida de José e de muitas outras famílias em Pirangi são ditadas pelo Coronel e sua família. Assim, Jorge Amado apresenta no livro a caracterização do coronelismo interiorano ruralista, de sua dimensão patriarcal e reverberações paternalistas. Apresenta também, o comércio do Cacau e como naquelas terras gente também se alugava e vivia de forma análoga a escravidão.

Para mais, evidência como a fome, o analfabetismo, a violência e os abusos faziam parte do cotidiano dessa população. E como tudo isso se interligava no emaranhado das relações de poder que se enviezam em exploração. De um povo que não sabia de política, de direitos, nem da definição efetiva de luta de classes, mas participavam dela.

É assim que a história se constrói em relatos e vivências desse narrador, que entre viver o amor romântico, ou abdicar da vida de explorado e ser explorador, escolhe descobrir sobre sua classe, escolhe a luta e a difusão desse conhecimento para aqueles que dele precisam e para aqueles que sem ele são explorados e perecem.

Por fim, defino como uma grande obra! Sem dúvidas há muito nela para refletir e contextualizar. Indico bastante!
comentários(0)comente



@menos.uma.pagina 17/07/2023

Cacau
José Cordeiro era filho de um industrial de Sergipe, teria tudo pra crescer e ser alguém da elite da cidade, mas após a morte do pai viu a fábrica ser comandada e "herdada" por um tio. Esse homem fez o sobrinho e a cunhada irem morar com os operários, submetendo-se aos seus mandos e desmandos. Sem alternativas e perspectiva de melhora de vida, José parte para o sul da Bahia, a região que atraía olhares com perspectivas de ganho muito e fácil nas lavouras de cacau.
.
Segundo livro de Amado e o primeiro do chamado Ciclo do Cacau nas obras do autor, já mostrava temas que seriam recorrentes nas narrativas dele. A vida dos proletariados e dos demais tipos do cotidiano brasileiro se apresentam de forma rica e diversa.
.
Jorge mostra a realidade dura dos trabalhadores das fazendas de cacau. Explorados pelos coronéis, senhores de extensas lavouras, os trabalhadores se vêem amarrados às propriedades de inúmeras formas, principalmente financeiramente. As promessas de dinheiro fácil e lucro certo não passam de atrativo para que cada vez mais pessoas se acheguem na região.
.
Eu amo como o autor consegue escrever personagens tão simples, mas tão reais, tão intensos e humanos. A descrição das cenas do dia-a-dia e dos sentimentos humanos, são muito cativantes. É impossível terminar um livro dele sem sentir nada.
.
Cacau foi um achado. A ambientação, a narrativa simples de uma saga que bebe da realidade me cativaram de uma forma muito peculiar. Já é um dos favoritos do Amado.
.
E vocês, conhecem essa história?
comentários(0)comente



NAvia.Milena 21/01/2024

"Nós todos somos iguais. Somos todos explorados..."
"Perdi tudo, nunca dei para ladrão. Passei fome, hoje ganho cento e vinte mil-réis. Mas estou contente, sabe? É preferível ser pobre a ser rico e viver como esse miserável. De que servem eles? Só sabem furtar... E rezam. Rezam, acredite. Pretendem o céu. Talvez comprem mesmo um lugar por lá. Hoje se vende tudo."
Uau, que livro incrível.
Meu segundo livro de Jorge amado e confesso que preferi esse. A forma como histórias tão antigas conseguem ser tão atuais me surpreende muito. Jorge amado claramente tem um dom.
comentários(0)comente



Lana 08/08/2023

"Cacau" é uma das obras mais conhecidas e importantes do famoso escritor brasileiro Jorge Amado. Ambientado na região cacaueira da Bahia, o livro retrata a decadência do ciclo do cacau e a exploração dos trabalhadores rurais.
Um dos pontos principais desta obra é a exploração do tema da desigualdade social. Amado retrata de maneira vívida as condições precárias de vida dos trabalhadores que, embora sejam fundamentais para a economia local, vivem em extrema pobreza. O autor mostra como os poderosos do setor do cacau enriquecem às custas do suor e sofrimento dessa classe trabalhadora, que está fadada a permanecer presa em um ciclo vicioso de exploração.
Outro destaque do livro é a forma magistral com que Amado desenvolve seus personagens. Sergipiano, o protagonista, é um homem astuto e sagaz, que mesmo diante das adversidades demonstra coragem e determinação. Sua força motriz é a luta contra a opressão e a busca por justiça.
Essa crítica social é fundamental para se compreender o contexto e os desafios enfrentados pelos trabalhadores da região.
A linguagem utilizada por Amado é cativante e envolvente. O autor utiliza-se do regionalismo baiano para dar autenticidade às falas dos personagens e tornar a narrativa ainda mais vívida. Além disso, seu estilo fluido e envolvente faz com que a leitura seja prazerosa e fluida.
Em suma, "Cacau" é uma obra-prima da literatura brasileira que aborda temas universais como a desigualdade social e o preconceito racial. Jorge Amado, através de uma narrativa envolvente e personagens marcantes, nos transporta para a região cacaueira da Bahia e nos faz refletir sobre as injustiças e dificuldades enfrentadas pelos trabalhadores. É uma obra que, mesmo escrita há décadas, permanece atual e relevante.
comentários(0)comente



Lari06 23/08/2023

Cacau.
Eu fiquei um pouco confusa com ele, e não é do tipo de leitura que eu acostumo a ler, mas é bem legal e tem história bem interessantes.
comentários(0)comente



Perla.Campos 10/11/2023

Livro que conta a história miserável dos trabalhadores nas roças de cacau na Bahia. O coronelismo arraigado dos tempos versus o labor exploratório da mão de obra daqueles que nada tinham e de poucos sonhavam ter.
comentários(0)comente



Matheus656 17/01/2024

Cacau
No geral, ?Cacau? é um experimento literário mais proeminente do que ?O país do carnaval?. Embora seja superficial, é uma obra importante para entender o pensamento e influência do autor. Todas as outras obras de Jorge Amado ? pelo menos da primeira fase ? derivam do cerne desse romance, e como consequência, a leitura dele deve ser considerada.
comentários(0)comente



@adriana_ lerlivros 29/11/2023

Ao ler Cacau de Jorge Amado, publicado em 1933, percebo que a nossa sociedade ainda não avançou, ainda flagramos com constância a exploração e a subjugação de trabalhadores. 
?
Jorge Amado descreve de forma crua a vida dos trabalhadores na Fazenda Fraternidade do coronel Manuel Misael de Sousa Teles, praticamente trocando mão de obra por comida, aceitando trabalho infantil. O trabalhador nessas fazendas, é chamado de "alugado" objetificando o ser humano.
?
E como se tudo isso não bastasse, a humilhação também faz parte da rotina do trabalhador. Não poder comer o melhor, não ter suas crianças estudando, não poder sonhar em crescer e prosperar e isso atribuo ao medo de passar fome, ao analfabetismo, ao isolamento social, pois estes trabalhadores não saem das fazendas. 
?
As notícias que recebiam vinham da boca do coronel ou do padre, que "sempre afirmava que eles deviam obedecer seus patrões, ameaçando com o inferno aqueles que se revoltassem."
comentários(0)comente



Luiza 23/06/2021

Lamaçal comovente
Como não amar Jorge Amado?

Esse é o segundo romance de Jorge Amado, publicado dois anos depois de O país do carnaval (1931).

É um livro pequenininho... Mas para os fãs desse escritor (eu, eu, eu!), é leitura obrigatória.

E é uma leitura bem rápida, com uma narrativa bem gostosa.

O tema de "Cacau" é prenúncio da temática que Amado acabaria desenvolvendo com maior profundidade nos seus romances seguintes: a luta de classes, a triste realidade dos despossuidos...

Abaixo, segue um trecho que, entre tantos, me comoveu (contém spoilers).

TRECHO:

? PUTA NÃO MORRE POR AMOR

? Trecho do livro "Cacau"
.....

Existia em Pirangi um beco sem saída, ao qual chamavam com razão de ?Rua da Lama?.

Apesar do lamaçal, as senhoras casadas temiam aquela rua de mulheres perdidas.

? A polícia devia proibir aquilo ? diziam.

? Ora, a polícia é a primeira.

? É mesmo d. Rosália. Os nossos maridos vão gastar com aquelas misérias, Deus me perdoe, tudo que ganham.

? E eu que preciso de um chapéu e um vestido... Ma só faz prometer. Eu acho que ele dá o dinheiro a essas pestes.

? Elas arrancam.

? Mas Deus castiga, d. Rosália, Deus castiga.

?

Zilda era uma mulatinha clara, olhos grandes de criança que nada sabe da vida?

Estava na vida desde os onze anos. Morava naquela casinha com Antonieta, Mariazinha e Zefa. Sobre o seu corpo apenas um vestido, grávido de rasgões. Quase não tinha seios a pobre criança. Tomava o café maquinalmente sem falar.

João Grilo que dormira com ela, beijava-a. Ela se deixava beijar sem revolta, naturalmente. Aquilo fazia parte da profissão. E ela com treze anos apenas, conhecia muito bem a profissão.

? Quantos anos você tem, menina?

? Treze.

? Só.

? Faço depois de amanhã.

? Quem foi?

? O filho do coronel Misael.

? Quantos anos você tinha?

? Ia fazer onze.

? E já era mulher?

? Ainda não.

Zefa me contou toda a história. Filha do velho Ascenço, Zilda constituía toda sua família. Trabalhavam para Mané Frajelo, ele na derruba, ela na juntagem do cacau. Moravam na beira da estrada. Todo ano, Osório, o filho do coronel, que estudava na Bahia, vinha pelas férias até a roça. O velho Ascenço da porta da casa cumprimentava-o e perguntava pelos seus estudos:

? Como vai, coronézinho, da sua leitura?

O estudante parava o burro para olhar as coxas de Zilda, bem grossas apesar de dez anos.

Um dia Osório vinha para o povoado. O velho Ascenço estava em Pirangi e Zilda arrumava a casa. Começou a chover e Osório pediu agasalho. Não respeitou os dez anos de Zilda.

Tragédia de gente pobre: um pai que bota a filha para fora de casa e morre de desgosto.

? E a tôla ainda gosta do miserável. Zilda confessava:

? Gosto, que jeito. Ele é tão bonitinho. Quando ele vim esse ano há de dormir comigo?

?

O suicídio de Zilda foi uma das coisas que mais me comoveram durante a minha demora no sul da Bahia. Quando ela soube que o futuro doutor vinha passar o São João na roça, comprou um vestido novo com as suas economias e uma caixa de rouge.

Vestida de novo e muito pintada, esperou-o no meio da estrada. Ele passou sem ligar a ela.

Mas à noite veio ao povoado e foi à rua da Lama. Zilda falou:

? Osório...

? Quem é você?

? Zilda.

? Qual Zilda?

? Você me descabaçou na fazenda de seu pai.

? Como você está feia... Está um couro, puxa...

E foi dormir com Antonieta.

No outro dia Zilda bebeu veneno. As rameiras fizeram uma subscrição para enterrá-la, pois ela gastara as economias no vestido novo.

Quando o enterro passou, pobre caixão mal pintado, Osório atravessava o povoado a cavalo.

? De quem é esse enterro?

? De Zilda.

? Morreu?

? Matou-se.

? Que seja feliz no inferno...

Dona Rosália não acreditava que prostituta se suicidasse por amor. Prostituta se mata para castigo dos seus pecados.

?

Pobres mulheres, que choravam, rezavam e se embriagavam na Rua da Lama. Pobres operárias do sexo. Quando chegará o dia da vossa libertação?

Quantos mananciais de carinhos perdidos, quantas boas mães e boas trabalhadoras. Pobre de vós, a quem as senhoras casadas não dão direito nem ao reino do Céu.

Mas os ricos não se envergonham da prostituição. Contentam-se em desprezar as infelizes. Esquecem-se de que foram eles que as lançaram ali.

Eu fico pensando no dia em que a Rua da Lama se levantar, despedaçar as imagens dos santos, tomar conta das cozinhas ricas. Nesse dia até filhos elas poderão ter.
comentários(0)comente



Lucas Fagundes 20/02/2022

#2
E eu decidi, um por um, ler os mais de 35 livros de Jorge Amado, meu baiano e autor preferido, em ordem de publicação. Muitos deles foi e serão lidos pela primeira vez; outros, como esse, serão relidos.
Cacau é o segundo livro que Jorge Amado publicou. Seu lançamento ocorreu em 1933, dois anos após o lançamento de ?O País do Carnaval?, já resenhado aqui (dois posts anteriores).
Temos aqui, uma mudança de cenário em relação a ?O País do Carnaval?. Enquanto seu primeiro livro traz como cenário o Rio de Janeiro e Salvador, esse segundo se passa na região natal de Jorge: a região cacaueira do sul da Bahia.
Para entender Cacau a fundo, temos que conhecer um pouco sobre a história do plantio do fruto que dá nome ao livro. O início do plantio de cacau na Bahia data ainda do século XVII. Entretanto, o cultivo comercial do fruto em Ilhéus só vai ocorrer em meados do século XIX, com exportações para o mercado europeu e estadunidense.
Assim, não demorou para o fruto dos cacaueiros ilheenses ser o mais importante produto de exportação da Bahia, sendo, o estado, o maior produtor de cacau do mundo. Tal produção atraía, então, grandes contingentes de retirantes das secas do próprio estado e de Sergipe.
Entretanto, o plantio monocultor do cacau, que empobrecia o solo, somado, principalmente, à quebra da Bolsa de Valores de Nova York (principal importador do cacau baiano) fez com que, no final da década de 20 do século XX, surgisse a primeira das grandes crises no mercado ilheense, com perda do valor do cacau e, consequentemente, maior exploração do trabalhador da terra.
Então, é nesse panorama que iniciamos o livro. A obra vai seguir extremamente bem a contextualização histórica: temos um retirante que, buscando uma vida melhor, foge de Sergipe e se encaminha para trabalhar nas fazendas de cacau. Lá, é extensamente explorado pelo coronel na fazenda em que trabalha, recebendo créditos que poderiam ser utilizados numa espécie de mercearia da fazenda, para comprar seus alimentos e objetos pessoais (num sistema de aviamento, típico do sistema capitalista presente nos seringais brasileiros na época de ouro da Borracha, mas não incomum na região cacaueira).
Entretanto, talvez o detalhe mais importante do livro e que mais está presente nessa primeira fase da literatura de Jorge Amado vem no final da obra. Um dos trabalhadores foge da fazenda e se encaminha para o Rio de Janeiro, a capital do país na época. No Rio, tal operário fugido ouve sobre luta de classes e movimento grevista e social, e começa a escrever cartas contando sobre a importância dessas questòes para o nosso personagem principal (o retirante de Sergipe). Não devemos esquecer que, no ano anterior ao lançamento desse livro (1932), Jorge Amado tinha se filiado ao Partido Comunista do Brasil (partido pelo qual se tornaria Deputado Federal em 1946), então temas relacionados à luta operária estão bem fortes no seu imaginário e vão ser partes das suas obras nessa primeira fase de sua literatura.
comentários(0)comente



MarcosQz 05/02/2023

José Cordeiro, o Sergipano, filho de um industrial rico que acaba morrendo enquanto toca piano para seus funcionários, acaba indo trabalhar na zona do cacau, no interior da Bahia. Isso ocorre após seu tio tomar a fábrica e declarar que a família não tem direito a nada.
A história começa mesmo quando Cordeiro entra no trem com destino a Bahia, lá começa a labuta nas fazenda de cacau, uma vida de miséria, onde tudo é muito pouco, menos o trabalho.
O Segundo livro de Jorge Amado mostra o nascimento de uma tomada de consciência de classes pelos trabalhadores, também a tomada da mesma consciência do autor que nos mostra através de suas personagens a bruta realidade da época. A linguagem típica, os maneirismos, a escravidão disfarçada de trabalho pago, as misérias daqueles que já nasceram sem direitos.
Uma leitura rápida, simples, complicada para quem não conhece os dialetos nordestinos talvez, mas nada difícil, uma leitura que nos transporta para uma outra época, onde até parece um outro mundo na verdade.
Mais uma história fabulosa desse escritor que tanto amo.
comentários(0)comente



Philipe 03/04/2023

2° livro de Jorge Amado , bem melhor que o primeiro, conta o cotidiano da vida dos trabalhadores nas fazendas de Cacau.
comentários(0)comente



maria 10/08/2023

Cacau desceu
Foi mutíssimo interessante ler um livro em que se passa e conta um pouquinho da história da minha região, aprendi muita coisa e li também muitas situações, falas, que eu vejo na vida real, sabe.
Os diálogos sendo escritos do jeitinho que nós, baianos, falamos foi perfectoo !!

Se puderem arranjar um tempinho para ler este livro, leiam ! Recomendo demais.
comentários(0)comente



sophiacompeaga 22/09/2023

Cacau?
Um verdadeiro romance proletário, extremamente lindo e cheio de luta de classes.
Aos socialistas: recomendo muintíssimo!
comentários(0)comente



121 encontrados | exibindo 91 a 106
1 | 2 | 3 | 4 | 7 | 8 | 9


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR