Bruna 23/08/2015 Kitty Logan é uma jornalista ambiciosa, que acabou cometendo um grave erro em rede nacional, e por isso está respondendo a um processo judicial. Kitty iniciou a carreira na revista Etcetera, de sua grande amiga e mentora, Constance. Constance é uma grande jornalista, que está hospital, com câncer terminal, e, antes de morrer, deixa uma última matéria para Kitty, numa tentativa de resgatar a jornalista sensível que a amiga era.
Com o processo, a suspensão na emissora de TV, a reputação em frangalhos, e a carreira indo para o buraco, e a decepção de seu melhor amigo, Kitty vê sua vida desmoronar diante de seus olhos. Assim, a Etcetera é sua única e última esperança. E a consciência pesada, e a dor da perda da amiga, levam Kitty a mergulhar de cabeça nessa última matéria de Constance, como uma homenagem a sua mentora.
Porém, as coisas não são tão fáceis assim, porque a única coisa que Constance deixa para Kitty é uma lista com 100 nomes, sem nenhuma anotação ou direção para encontra-las. Quem são essas pessoas? Qual a ligação entre elas? O que Constance pretendia ao colocar estes nomes na lista? Essas são algumas perguntas que dominam a mente de Kitty durante a produção da matéria, e sua tentativa de encontrar essas pessoas.
A cada nova pessoa que Kitty encontrava, éramos brindados com uma história única e profunda, e eu me perguntava qual a ligação entre elas. Criei algumas teorias, assim como Kitty, e quando a verdadeira conexão foi revelada, tudo que eu pensei foi: Constance, você é demais!
Essa é a premissa inicial de A lista, que foi meu primeiro contato com a escrita de Cecilia Aherm, e não poderia ter sido mais prazerosa. O livro é leve, divertido, mas passa uma mensagem linda e muito profunda. Mas você espera romance, esse não é seu livro. Há alguns casais na trama, mas o romance não é o foco, e é tratado de forma bem superficial. E sinceramente, não fez falta. Um livro não precisa de um casal lindo e meloso para ser ótimo, e A lista prova isso muito bem!
Kitty foi uma personagem que me conquistou aos poucos. Sua atitude defensiva e ambiciosa me incomodou muito no início. Ela cometeu um erro, uma grande burrada mesmo, e só se preocupava consigo e sua reputação. Não conseguia enxergar o quanto prejudicou outras pessoas. Mas, ao longo do livro, ela vai amadurecendo, e acompanhar essa evolução, e a forma como sua experiência com essa nova matéria, e como o contato com as pessoas da lista a modificaram, foi ótimo.
“Apesar de, depois, ter refletido e chegado à conclusão de que o abraço fora, sim, um comportamento antiprofissional, Kitty pensou que, às vezes, quando há pessoas envolvidas, um negócio tem de deixar de ser um negócio e o ser humano deve vencer.”
Pág. 184
A diagramação da Novo Conceito está impecável e cheia de cuidado. As páginas são amareladas, há desenhos no início de cada capítulo. A capa é linda, com detalhes em alto-relevo, e a orelha do livro é maior e roxa. Se havia erros de revisão ou tradução, realmente não percebi.
A lista é um livro sensível, que consegue emocionar e comover, mesmo quando recheado de cenas cômicas e divertidas. Recomendo muito.
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