spoiler visualizarFabiane 13/05/2015
Rule & Gasparzinho (L)
Ok. Minhas considerações:
Pra começar, sério mesmo que o nome do livro foi de ‘Rule’ para ‘Na sua Pele’? Qual o problema em nomear a versão brasileira seguindo o nome dos meninos, como é na versão original gringa? É pq ele é tatuador? Se for, então os livros do Nash e Rowdy vão ficar ‘Na sua pele 2’ e ‘Na sua pele 3’? Aff, fala sério. Podia ser melhor que isso. Sem contar que esse é o tipo de livro que merece um corpão tatuado na capa!
Ainda sobre a nossa versão Tupiniquim, que po-ha é esse de traduzir 'she' como 'a mina' e 'he' como 'o cara' em vez de simplesmente ‘ele’ e ‘ela’? Pensa num negócio chato. A c-a-d-a linha é a mina, o cara, a mina, o cara... PQP!
A gente sabe que o Rule é tatuador, bad boy, não se enquadra nos parâmetros burguesinhos da sociedade, e que sim, ele fala gírias. Mas a versão original não tinha isso com todo esse excesso, então me foge a capacidade de compreensão. Não sei se é uma opinião geral, mas pra mim, isso foi muitooooo chato.
Quer colocar gíria coloca, mas dá uma maneirada né.
Não sei qual o problema do Rule se referir a Shaw em pensamento como 'ela', ou a Shaw narrar sobre o olhar dele como 'ele me olhou' em vez de 'o cara me olhou'. Pessoas normais falam e pensam 'ele' e 'ela'. Acabou que tirou um pouco do tom em que o livro foi escrito.
Dai no meio da leitura aparece um senhor falando que o filho morreu por causa de uma 'mina', e eu fico com cara de idiota ¬¬.
Tipo, como assim? Tanta mina em cada frase que fiquei cega de compreensão por um minuto, até me ligar que ele se referia ao filho que explodiu na guerra (phoda né!) . Minha conclusão sobre tanta mina? Esse excesso me deixou lenta rsrs.
Mas... como para mim Rule e Gasparzinho são dignos de 5 estrelas e um coração de favorito do lado, eu catei a Oreo guardada para momentos de tensão, soprei a franja da testa, revirei os olhos no melhor estila Anastacia e continuei com a leitura.
Sei que já reclamei bastante, e parece que nem gostei do livro, mas calma. Eu adoro Rule sim (ainda recuso a me referir ao nome da nossa versão).
Como não amar o amor dos dois? Eles são perfeitinhos!
Shaw (acho o nome dela a cara da riqueza!!) é uma menina dedicada, estudiosa, trabalhadora (inclusive, interessante o trabalho dela rsrs) e super doce, que acabou entrando para a família de Rule através de seu irmão gêmeo Remy, de quem se tornou melhor amiga (apesar de todos acharem que eles eram namorados). Com a perda de Remy, Shaw acaba virando a intermediadora, e tenta continuar a função que até então era do Remy – manter a família Archer unida. Uma tarefa difícil, já que ela não tem os melhores exemplos dentro da própria casa. Mas ela ama a família Archer (que praticamente a adotou), e principalmente, sempre amou Rule (desde a primeira vez que o viu) e toma para si a tarefa, independente do quanto isso doa em seu coração, pois essa tarefa traz junto ver em primeira mão o seu amado vivendo a rebeldia em toda a sua glória.
"Porque eu sempre te quis, mesmo quando não queria querer, até quando isso partia meu coração em mil pedaços. Sempre quis você."
De todas as mocinhas que já li dessa autora, nenhuma se compara a Shaw. Ela é madura e inteligentíssima (o que dá pra perceber por suas linhas de pensamentos). Shaw é o amor e carinho em pessoa. Mas a coitada sofre por causa da família, por tentar ser perfeita e agradar a mãe e por amar Rule e não ser correspondida. Parece que tudo dá errado na vida da menina. Mas ela é uma linda, e acho meio difícil o leitor não se encantar por ela. Com certeza, ela é o destaque do livro. E isso é grande coisa, já que o mocinho é badboy, tatuado e tem um apadraya rsrsr.
"Eu estava sofrendo, mas também de saco cheio de meu amor e meus sentimentos não serem suficientes pra ninguém."
Já o lindo do Rule, com todo aquele jeitinho galinha e piranho de ser, nunca reparou que por trás do atrito que sempre houve entre ele e “o tormento loiro”, havia uma menina que brigava por ele, e levava muito a sério lutar as batalhas. E ele também achava que a Shaw era do irmão né... complicado.
"Minha desgraça era o Rule ser tão complicado: prepotente, desbocado, insensível, sem consideração, quase agressivo e, no geral, um pé no saco insuportável. Mas, quando queria, era encantador e divertido, um artista brilhante e, na maioria das vezes, a pessoa mais interessante de qualquer lugar. Era completamente apaixonada por esses dois lados dele desde os catorze anos."
Mas quando ele começa a ver a Shaw de maneira diferente, é lindinho!
Shaw e Rule não tem aquele romance ‘sessão da tarde’, pois existe toda uma história além do casal. Mas mesmo assim, o relacionamento dos dois pode ser super fofo. A narrativa da autora para o dia-a-dia do casal é digna de suspiros. A camaradagem entre os dois, ou até mesmo quando eles tomam o café ou dividem a cerveja, a rotina deles acaba virando um refresco para o coração. Mesmo tão diferentes, os dois são perfeitos um para o outro.
"O jeito de se curvar sobre mim, de dizer meu nome suspirando como se estivesse rezando, o cheiro de luz do sol e doçura e tudo de mais delicioso... Todo o resto perdia a importância, e ela era a única ‘menina’ com quem eu tinha vontade de ficar por mais que um simples momento de prazer. "
Outra coisa que achei legal, foi que a autora não deixou o Rule bundão depois da paixonite. Ele continua sendo muito badass!
Mas em certos momentos da leitura, eu ficava com uma dó imensa dele, pq vamos combinar que aquilo não é mãe né, minha gente? Aquela rebeldia era totalmente justificável. Não é que a mãe dele apenas não dava amor ou atenção, que era relapsa ou algo assim. É só que ela baixava a víbora acusando o coitado de tanta coisa, que eu ficava perplexa. O relacionamento dele com a mãe é impossível.
O meu conselho é, que apesar da mancada que foi a nossa versão enfiar tanta gíria na narrativa, a leitura é muito válida.
Dos badboys literários, Rule é um que não desaponta. É bom do início ao fim. O amadurecimento dele por causa da Shaw é impressionante. Ele passa a ser considerado humano quando se apaixona.
Rule tem uma jornada linda, que vence pais cruéis, medo de relacionamento, medo de amar, ex-namorao lunático, e vai cativando o leitor com o casal e personagens secundários.
E como é uma série, a gente ainda consegue acompanhar ele e a Shaw nos próximos livros (o que pra mim é o que interessa, pois na minha opiniçao a Jay não consegue manter o nível de Rule nos próximos livros).
Bônus: tudo se passa aos redores de Denver, no Colorado. Amo quando isso acontece, mas sei que isso é coisa minha.
E nota 10 para a primeira noite deles. Muito bem escrito! Paixão descrita com toda a elegância.
“Toma meu coração, Shaw. Tá nas suas mãos, e prometo que você vai ser a primeira e a última pessoa a encostar nele. Você precisa cuidar bem dele, porque é muito mais frágil do que eu imaginava e, se tentar devolver, não vou aceitar. Não sei lá grandes coisas sobre o amor pra ter certeza de que é isso que tá rolando entre a gente, mas sei que pra mim só existe você. Só posso prometer ser cuidadoso e não me afastar de novo. Até consigo viver sem você. Mas, se puder escolher, quero você do meu lado, e já vou avisando que não vou sair correndo só porque vai dar um trabalhão. Não tenho mais medo da nossa história, Shaw.”
"- Rule, se isso der errado, vai dar muito, muito errado.
A voz dela era só um sussurro meio rouco no meu peito.
- É verdade. Mas se der certo, vai dar muito, muito Certo."