"Ana Paula" 14/11/2015Como vocês sabem, sou grande fã do autor, tenho todos os seus livros lançados aqui no Brasil e pretendo ler todos um dia! rsrsrsrs
Posso dizer que, antes de ler este livro, eu era somente fã das histórias e da narrativa do autor, hoje, após ler este volume, digo também que sou fã do homem que Nicholas Sparks é.
"Anos mais tarde, entendi que devíamos ter saído por horas - pernas curtas levam certo tempo para atravessar 3 quilômetros - e recordo vagamente quando meu irmão prometeu nos dar um pouco de sorvete. No mesmo instante ouvimos gritos, então olhei por cima do ombro e vi minha mãe correndo freneticamente em nossa direção, colina acima. Ela gritava "PAREM!" enquanto sacudia um mata-moscas sobre a cabeça.
A propósito, era com esse objeto que ela nos punia.
Meu irmão detestava o mata-moscas."
Três Semanas com meu irmão é uma história real - Micah e Nicholas fizeram uma viagem ao redor do mundo juntos. Durante três semanas eles conheceram lugares incríveis, pessoas e culturas diferentes e também conheceram mais de si mesmos.
Além da narrativa sobre a viagem, Nicholas e Micah vão mais fundo e sem medo de se expor, contam como foi sua infância, adolescência e parte da vida adulta.
Quem vê o sucesso que Nicholas Sparks faz com seus romances, não imagina as provações que o mesmo e sua família passaram. Nascido em uma família pobre, os irmãos Sparks (Micah, Nicholas e Dana) nunca puderam ter o que queriam, ficavam feliz com o que tinham. Seus pais foram pessoas de bem, criaram seus filhos com os princípios cristão e alimentaram os sonhos de seus rebentos. Micah, o mais velho, sempre foi o aventureiro; Nicholas seguia o irmão para onde ele fosse e aprontavam muito juntos. Dana, a mais nova e única filha, era doce e cheia de resquícios da mãe. Uma irmã para todas as horas e também a mais mimada.
"Fomos criados à base de uma dieta de leite em pó, batata e aveia. Só quando entrei na escola foi que descobri que o leite vinha em forma líquida. Nunca saímos para comer, visitar museus, ver jogos de futebol nem sequer ir ao cinema."
A viagem em si não me causou muita comoção, ri demais com Micah, que é muito engraçado e sincero. O que mais me tocou foi conhecer essa família profundamente. Conhecer seus valores, seus sonhos, suas perdas e conquistas.
O livro é curto para o tamanho da carga emocional que trás. Nicholas nos conta seus momentos mais alegres e também os mais tristes, nos leva para sua infância, nos faz aventureiros junto com ele e seu irmão. Passamos rapidamente pela adolescência - o momento em que ele saiu de casa para cursar a universidade, as brigas e distanciamentos sofridos ao longo do tempo entre eles. Também conhecemos o Nicholas Sparks atleta, e sofremos junto com o rapaz que não pode seguir seu sonho de ser um corredor, mas acaba descobrindo na escrita, um talento nato.
Senti tantas emoções enquanto lia este livro que me sinto como se conhecesse a família Sparks a vida toda. O autor abre as portas de sua casa para nós, leitores e fãs. Acho que, depois deste livro, consigo entender porque Nicholas sempre me faz chorar com os finais de seus livros. A realidade que ele escreve na ficção de seus romances é chocante e como o autor mesmo diz em muitos dos seus livros, várias histórias são baseadas em sua família.
"Sua opinião sobre força de caráter assustaria a maior parte dos pais de hoje. (...)
Depois que Micah contou a história, ela se levantou da mesa e deixou a sala por alguns minutos. Quando voltou estava carregando uma velha lancheira do ator e cantor norte-americano Roy Rogers, enferrujada e amassada, que pertencera ao seu irmão mais novo, e disse:
- Amanhã vamos colocar seu lanche aqui dentro em vez de usar o saco marrom. Se elas tentarem tirar o seu dinheiro, acerte-as com a lancheira. Assim...
Posicionando o braço como uma domadoras de leões, ela começou a demonstrar o movimento, balançando a lancheira num arco amplo, enquanto Micah, sentado à mesa, observava.
No dia seguinte meu irmão de 6 anos marchou para a escola com a velha lancheira. E. cumprindo a ameaça, as garotas o cercaram quando ele não quis dar o dinheiro. Assim que a primeira avançou para cima dele, Micah fez exatamente o que minha mãe havia ensinado."
Adorei conhecer essa história e claro que indico para todos que gostam e que não gostam dos livros do autor. Creio que seja uma história que encantará qualquer idade. Três semanas com meu irmão é um livro que fala de amor, família, fé, sonhos e crenças. Levará o leitor ao riso e as lágrimas em poucas páginas e encherá o coração daquele que se deixar tocar por essa narrativa.
A capa é linda e condiz perfeitamente com o enredo. A edição do livro está maravilhosa, com fotos da infância dos irmãos, dos pais e algumas fotos da viagem. Encontrei alguns erros de revisão, nada que prejudique a leitura. Os capítulos são maiores, mas possuem espaços que leva de um tempo a outro. Páginas amarelas e letras em tamanho regular, deixam a leitura ágil e gostosa.
A narrativa é em primeira pessoa e ao contrário do que pensei, só Nicholas narra, acho que Micah foi mais um consultor que ficou falando na cabeça do irmão enquanto o mesmo escrevia! (risos).
"Naquele verão eu escrevi Um Amor para recordar, inspirado na minha irmã. Jamie, a personagem principal, incorporava todos os atributos maravilhosos de Dana e todas as preocupações que eu tinha pelo futuro dela. Foi a primeira vez que chorei enquanto escrevia."
Espero que essa resenha tenha passado um pouco do meu contentamento para vocês e que tenha, de alguma forma, mostrado o quanto amei essa leitura. Então, mais uma vez, indico sem pensar duas vezes! Leia!
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http://www.livrosdeelite.blogspot.com.br/2015/11/resenha-tres-semanas-com-meu-irmao-uma.html#.VkcZ3HarTDc