O Casamento

O Casamento Nelson Rodrigues




Resenhas - O casamento


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vicris0 16/07/2023

Retrato fiel do conservadorismo brasileiro
O que salta os olhos ao ler "O casamento" é certamente a representação da hipocrisia da família tradicional brasileira, mesmo sendo um livro dos anos 60. As feridas abertas são expostas cada vez mais intensamente ao decorrer do livro, o que foi uma coisa interessante. A descrição de algumas personagens me incomodou um pouco, provavelmente como reflexo da época no qual foi escrito, mas que não chegou a estragar a experiência da leitura.
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Glauber 04/07/2023

Livro delicioso e polêmico de um dos personagens mais interessantes do Brasil no século XX.

Nessa história sobre a moral e família tradicional brasileira, Nelson Rodrigues conta uma história onde ninguém na história presta.
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Miss Depressed 07/06/2023

Amar nas fezes
Uma vida em que ninguém assume suas chagas, a mentira é tão bem construída e todos estão presos em uma falsa percepção de si próprio. O livro relata crimes e perversidades de uma forma tão corriqueira que me causa espanto e admiração como leitora. Filhas mesquinhas, uma esposa infiel, um genro infiel e um fascínio pela morte e desgraça, um livro que fica, deixando um gosto amargo após a leitura, não é para todos, mas serve seu propósito e joga na cara os desejos e as deturpações morais mais humanas, íntimas e nunca comentadas.
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Livros.Carrancas 02/05/2023

Mermão?
Para acompanhar a resenha completa, como se alguém quisesse saber rs, acessa minha página, vou ficar feliz com sua companhia:

Instagram.com/livrosecarrancas
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Procyon 07/04/2023

O casamento ? comentário
?O 'homem de bem' é um cadáver mal informado. Não sabe que morreu.?
? Nelson Rodrigues

Único romance escrito por Nelson Rodrigues, O Casamento é um livro que condensa, que sintetiza as temáticas ? ou obsessões ? do autor. Com uma narrativa folhetinesca, tendo como pano de fundo o Rio de Janeiro dos anos 60, o livro evoca aquelas tipologias e situações cotidianas do Nelson Rodrigues cronista e do Nelson Rodrigues dramaturgo. Nelson traz, numa economia de meios, uma saraivada de paixões ocultas, com uma crueza na exposição dos acontecimentos explosivos da narrativa.

?Sabino, que era traído por Maria Eudóxia, a traía com Noêmia, que traía Sabino com Xavier, que traía a esposa enferma nas vésperas do aclamado casamento carioca de Glorinha Uchoa, que era traída por Teófilo enquanto o traía com Antônio Carlos, que traía Maria Inês que, até onde sabemos, não traía, conjugalmente falando, ninguém. O que parecia ser um poema de Carlos Drummond de Andrade às avessas se colocou, na verdade, como sendo a espinha dorsal do enredo sórdido e erótico de O casamento? (COSTA, RODRIGUES, 2017, p. 80).

Tendo como mote principal a família tradicional judaico-cristã, o romance entra em conflito com a normatividade paterna autoritária e, com erotismo e sexualidade de personagens em condições primitivas (em contraste com sua estatura social) e de libido desenfreada, expõe os desejos inconscientes de masoquismo, exibicionismo, homoafetividade, adultério, incesto e abuso sexual. O autor evidencia o fracasso da instituição familiar burguesa, em que o conflito surge quando o indivíduo (doutor Sabino) não está de acordo com o comportamento padrão, num eterno embate entre seus valores e seus desejos.

(Inicialmente, o leitor é dado a crer que o problema a ser resolvido na narrativa é a ?pederastia? do noivo, porém, quanto mais o autor nos leva pelos meandros dessa família e de toda a estrutura de sociedade daquela época e daquele lugar, mais percebemos as hipocrisias e os segredos ocultos das personagens.)

Nelson confere uma certa agilidade ao enredo, que contrapõe o lirismo rebuscado da linguagem escrachada. Seus personagens, mergulhados na tensão, trazem um encadeamento de situações que levam a conclusão de que, para a família tradicional, tudo é permitido desde que esteja sob o véu das aparências. Personagens como Glorinha (que personifica a idealização feminina das fantasias de Sabino) e Antônio Carlos (a profanação em carne e osso) entram em choque uns com os outros, ajudando a construir uma atmosfera gradualmente apocalíptica. Constantemente preocupadas com a opinião pública, as personagens recusam a realidade concreta para máscaras normas sociais. Por detrás do cínico mascaramento da realidade, o que vemos como saldo final é um retrato do ?homem de bem?, cristão e patriarca da família tradicional (defensor da moral e dos bons costumes), que, na verdade, demonstra-se um adúltero, incestuoso, maníaco, criminoso e hipócrita, sobretudo.

Em suma, achei-o um livro instigante, de uma leitura ágil, crua, que nos adentra nos devaneios das personagens; que traz as temáticas rodriguianas elevadas a enésima potência; que faz um painel lancinante das diferenças sociais; mas que sobretudo prefigura um país devastado quase 30 anos depois. Essa tragicomédia, além de dialogar com o passado autoritário da ditadura, dialoga também com o nosso contexto presente: o de um país corroído pelos escândalos de corrupção, de impeachments e golpes ?contra a moral e os bons costumes?, de marchas pela família e pela liberdade, pelos ecos autoritários, e que, desde o relançamento deste livro pela Nova Fronteira em 2016, vem se acentuando cada vez mais.

(Aliás, a mim, todos os personagens me pareceram absolutamente odiosos ? talvez com exceção da secretária, que morrera injustamente.)
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Thalita234 12/03/2023

O homem é completamente pirado
Quando você decidir ler alguma coisa do Nelson Rodrigues tem que ser consciente de que vai ser marcante de alguma forma, seja para o bem ou para o mal dificilmemente alguém vai ficar indiferente a ele e isso é talento puro para mim. O casamento foi censurado na Ditadura e não foi atoa, aqui Nelson descasca a hipocrisia das instituições tradicionais como casamento e familía de uma forma vulgar. O noivo de Glorinha (filha de Sabino personagem central do livro) é pego no flagra beijando outro homem por um amigo da família, e a partir desse episódio os personagens entram em uma espiral de lavagem de roupa suja que só a família tradicional brasileira poderia servir. Leitura essencial para quem tem estômago coisa cada vez mais rara hoje em dia.
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Jotapê 01/02/2023

Que livro bom, mano. Eu amei o rumo q a história foi tomando, as reviravoltas, revelações e toda exposição dos podres dos personagens. Me senti lendo um roteiro de novela.
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Giovani 13/01/2023

É a primeira obra de Nelson Rodrigues que leio. A leitura é fluida e rápida, por conta dos diversos diálogos. Além disso, a história é envolvente e gera curiosidade no leitor para saber os próximos acontecimentos. Há diversas surpresas, ficando evidente a intenção de gerar incômodo em relação às visões tradicionalistas da sociedade. Excelente!
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Berna Lara 05/01/2023

Perfeito
Escrita perfeita na descrição dos pensamentos descritos, na descrição das personagens e seus atos. Sentimentos de raiva, preconceitos, mentiras, muito bem descritos.
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Gerson91 04/12/2022

Visceral
Primeiro romance do mestre dos escândalos. Um verdadeiro clássico que expõe as vísceras da alma humana, mas de forma satírica, metódica e crescente nas revelações: tudo pode piorar, das ações ao caráter. Uma verdadeira aula de suspense impalatável. Fico pensando como deve ter sido a recepção da obra no momento que foi lançada, a pré-ditadura militar.
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Ana Bellot 20/10/2022

Nelson freudiano!
Um romance onde a tragédia carioca é colocada cara a cara com o leitor. Um livro de coragem, expo? com muita ironia e acidez as hipocrisias e dramas familiares. Ótimo!
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Luca 08/10/2022

Esse livro me comoveu muito. Principalmente na forma que é escrito. Onde Nelson incomoda e provoca o leitor, além de denunciar as hipocrisias que estão ocultas perante a sociedade brasileira. Nos momentos atuais, acho uma leitura necessária mesmo que, ao meu ver, tenha um certo preconceito ao retratar certas minorias. Algo que me incomodou durante a leitura do livro.
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Mari Briese 09/08/2022

Entre uma hipocrisia e outra são 56 anos
Essa foi para mim a resenha mais complexa de escrever, tantas coisas vêm a mente, que fica difícil saber o que elencar, o que dizer.
Meu primeiro contato com Nelson Rodrigues se deu através dessa obra, afinal, sempre ouvi falar de Nelson Rodrigues.
Não sei ao certo, porque de "O casamento", me lembrar "Ensaio sobre a cegueira" de José Saramago, especialmente quando este último, diz que: " não somos bons e, é preciso coragem para reconhecer isso".
Nessas 300 páginas ( coincidentemente o mesmo número de páginas da obra de Saramago) somos levados a década de 60 , ainda que essa ponte entre dois mundos, talvez nem tão distintos assim, nos faça refletir se estamos ficando loucos ? Afinal, é uma narrativa que parece beirar o absurdo, o surreal. Mas, infelizmente nos damos conta que são pitadas de realidade da nossa sociedade, que de lá pra cá , nem tanta coisa mudou assim.
Uma obra repleta de tabus e preconceitos, que aborda desde incesto, adultério, homossexualidade, recheada com um falso moralismo, pois o "homem de bem" , preza pela família, bons costumes e a moral, sem se esquecer de ir a igreja, mas por trás de tudo isso, escondem muita sujeira embaixo do tapete. Sujeira esta que Nelson Rodrigues escancara sem dó, nem piedade, apontando os segredos e podres do ser humano, como também, seus pensamentos pecaminosos.
Não é à toa que durante a Ditadura, o livro foi censurado , um mês após seu lançamento, com a justificativa de que era uma "afronta à organização familiar". O que não faz com que o que Nelson Rodrigues escreveu seja menos verdade.
Fico pensando, será que por não falar e expor a realidade trazida no livro, tudo isso deixa de existir ? Deixa de acontecer?
Apesar da minha revolta ao ler o livro e ver essa "massa que nós somos feitos, metade de indiferença, metade de ruindade" (SARAMAGO, 2020), acredito que seja um livro que tem o intuito de perturbar, de nos deixar incomodados e reflexivos, e com certeza, merece ser lido .
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Luciano Luíz 10/07/2022

O CASAMENTO de NELSON RODRUGUES é aquele romance que contém absolutamente tudo desse escritor genial. Amor, traição, sexo, incesto, homossexualidade, religião, política, economia, violência em questão de agressão física e claro, morte e toda a rotina de uma família que possuí os mais insanos segredos.
Glorinha tem três irmãs, mas elas não se comparam a sua beleza. Glorinha é a princesa do papai e da mamãe e com 18 anos vai se casar com Teófilo, um rapaz que gosta de rapazes. Glorinha passa por experiências sexuais e psicológicas. Tudo nesse romance se desenvolve da melhor maneira como nos contos e apesar de já conhecermos o autor este sempre surpreende com seus diálogos de efeito e reflexão e cenas corriqueiras que podem acontecer com qualquer pessoa no mundo real.
O Casamento mesmo sendo um romance de 1966 é impressionantemente atual e continua pesado em diversos aspectos. É uma leitura para quem tem a mente livre em todos os sentidos. Vale o investimento para incluir na estante. É mais que recomendado.

L. L. Santos

site: https://www.facebook.com/lucianoluizsantostextos/
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