O Casamento

O Casamento Nelson Rodrigues




Resenhas - O casamento


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Karla.Marisa 01/11/2016

Final muito bom!
Tido como o único romance de Nelson Rodrigues (que eu tenho que dizer que não se distanciou tanto das suas peças pelo estilo usado) achei esse livro no mínimo obsceno!
Eu tinha um professor que costumava dizer que o ser humano é podre e para mim isso foi um pouco do que o Nelson Rodrigues narrou nas personagens de "O casamento".
Achei o começo da história um pouco arrastada, mas o final dos dois dias antes do casamento de Glorinha me surpreendeu!
Sabino é realmente um personagem único.
Além de tudo isso esse livro foi proibido durante a ditadura (quando ler, você entenderá o porque) então pratique a rebeldia de ler esse livro nos dias atuais e veja como as coisas não mudaram tanto, infelizmente Nelson Rodrigues, ao mostrar preconceito, machismo, homofobia, continua atual!
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nathischneider 09/11/2016

O Casamento foi o meu primeiro livro de Nelson Rodrigues, mas já conhecia sua fama. Este que é o único romance escrito pelo autor, que tinha tudo para ser um best seller - muita polêmica -, mas foi censurado pela Ditadura Militar. Nelson acerta incrivelmente na forma, o texto flui incrivelmente entre os diálogos e o emaranhado de pensamentos dos personagens. Entretanto, quanto ao conteúdo, não posso dizer o mesmo. Machismo, adultério, homofobia e incesto são alguns dos temas do livro. A hipocrisia da classe média brasileira é escancarada pelas palavras de Nelson, mas alguns trechos podem soar excessivamente pesado para alguns. Pela forma a leitura flui, mas pelo conteúdo o texto se torna difícil de digerir.
Thiago 08/03/2017minha estante
Que nada, todos os romances dele são assim, mas eu adoro assim mesmo.




Larissa.Azevedo 17/12/2016

O casamento
Caraaaa, não sei como adjetivar esse livro, porém posso dizer que ele realmente foi escrito pro Nelson Rodrigues. A polêmica está inserida na leitura, o absurdo é parte essência da história, o atrevimento do uso de termos não tão comuns para a época tem presença marcada. Realmente é um livro de muitos sentimentos, no começo curiosidade e espanto se aflora, lá pro meio a confusão se instala e o desejo de descobrir e adentrar neste furdunço já é grande, no fim o nojo toma conta do leitor, na incredulidade de acontecer tantas coisas no íntimo e no exterior de cada personagem.
Se quiser se aventurar em uma estória atípica, boa sorte, boa leitura.
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Edison.Eduarddo 30/12/2016

"O casamento é toda uma estrutura, toda uma contrução, toda uma..."
Este título aí, retirado da página 52, é o que melhor explica a minha sensação ao terminar esta obra (prima, diga-se de passagem...)

Não tem como não dar nota 5,0 para esta maravilha, este romance, atualíssimo - ATUALÍSSIMO, ainda hoje - escrito em meados dos anos 60 por um dos maiores escritores, também cronista, jornalista, dramaturgo, comentarista de futebol, pernambucano de alma carioca que o Brasil já teve: o inigualável Nelson Rodrigues (lembro vagamente dele como jurado do Programa de Calouros do SS, estou errado?)

Pesado? Sim. Polêmicas? Sim, sim. Exagerada? Evidente que sim!!! Porém. trata-se de uma história muito bem articulada e com acontecimentos que não tem como o leitor sacar no que aquilo tudo vai dar! Se ele ler, despido dos preconceitos (arrogância, nojinho e julgamentos), como se fosse uma leitura normal de fim da tarde, com certeza a diversão é garantida... Garantidíssima, a diversão... Eu dei várias gargalhadas, várias... Há passagens na história que rio até agora só de lembrar!!!! Rio, sim...

Preciso relatar que, durante a leitura, muitas foram as situações que me vinham como cena ou roteiro de cinema... E é impressionante mesmo como as falas e as posturas dos personagens levam a pensá-los num telão... O livro foi filmado pelo Arnaldo Jabor e lançado em 1974 sob o nome de "O Casamento ou Todos os Pecados do Mundo" (ainda não vi, agora louco para ver estou.) Ainda assim, pra quem gosta, pros roteiristas de plantão como eu, sugiro a escrita do roteiro do livro como se fosse virar um filme para o cinema... #ficaadica

Foi, pra mim, uma leitura altamente inteligente, melíflua, ehehe, e, principalmente, engraçada do início até o fim!!! Mesmo percebendo a não vontade de Nelson em revelar, para seus personagens na história, o inicial problema da trama - que lá pelo meio descobrimos não ser o principal: um beijo NA BOCA, na véspera do casamento, entre o noivo e um assistente de consultório (isso não é spoiler, vem na orelha do livro) - eu torcia para que ele mudasse de ideia e soltasse a bomba (imagina, a peleja que seria em 1966). Daria pano pra manga para mais umas 200 páginas (outro livro, talvez? Quem sabe?)

A única coisa que pegou para mim, mas depois, senti que até fazia sentido: no finalzinho, um personagem assume a culpa de um crime que acontece no meio do livro (não dá pra contar mais). O caso estava resolvido mas, por desencargo de consciência, a pessoa vai e confessa o crime... Quando eu estava lendo, pensei que o Nelson, nessa hora, soltaria a bomba aí de cima...

Enfim, altamente recomendado a qualquer um que goste de uma boa leitura... Interessante que nesta edição, no final, tem um adendo que fala de uma portaria do Ministério da Justiça da época que determinava a apreensão (censurando) dos exemplares ainda existentes, uma vez que o livro chegou a ser lançado. Ainda contém fotos da capa original e do cartaz do filme de 1974. Vale muito a pena ler este livro mesmo não gostando da verve de Nelson Rodrigues...
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Saionara.Zakrzevsk 03/01/2017

Escandaloso não, verdadeiro.
O livro começa sem rodeios, levando logo ao tema principal de sua sinopse, a homossexualidade do genro de Sabino, o noivo que se casará com Glorinha, sua filha.
A história revela muitas características dos personagens, da época em que foi escrito, onde o sexo não é banalizado, ainda é um tabu, e são explorados seus pontos mais sórdidos quando fala-se em virgindade, incesto... Alguns personagens, principalmente as mulheres, são violentadas emocionalmente quando de trata do tema e fica claro o medo e a subordinação diante do sexo masculino, a despeito das traições também cometidas pelas mulheres.
O livro traz termos como "defloramento" e "pederastia", que eu nunca tinha visto. Gosto dessa mudança de termos que os livros escritos noutra época nos apresentam.
Li o livro sem preconceitos. Vejo os temas apresentados não como um atentado à moral e aos bons costumes, e nem como uma exacerbação a nada. O livro mostra a vida como ela é, os escândalos que acontecem aqui e ali, a necessidade de viver de aparências, como muitos indivíduos ainda têm.
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Matheus Penafiel 24/04/2017

Ouro e fezes
Lendo uma lista dos dez clássicos da literatura erótica, no Diário do centro do mundo, uma frase me chamou a atenção: “[Nelson Rodrigues] escreveu folhetins com os companheiros de redação olhando pelas costas onde iam dar as tramas”. Em outras palavras, Paulo Nogueira, quem compila a lista, está sugerindo que, ao escrever suas histórias, o autor sabia tanto quanto seu leitor, também ele curioso sobre qual o desfecho de suas narrativas. Fiquei imaginando que interessante exercício literário poderia ser esse, em que primeiro recebe os elementos necessários que irão compor o conto ou o romance, sejam personagens, ambientes, objetos, e depois deve rearranjá-los em uma trama coerente. Fiquei me perguntando se O casamento, de Nelson Rodrigues, não foi escrito assim, olhando o romance pelas costas.
A crença se justifica pela brevidade dos capítulos, regulando o mesmo tamanho dos contos de A vida como ela é…. A maioria dos elementos que comporão a narrativa são disponibilizados desde os primeiros. O personagem principal Sabino Uchoa Maranhão, ou apenas Sabino, como é tratado na maior parte do romance, irá casar sua filha caçula e predileta, Glorinha, dentro de dois dias. A narrativa muitas vezes é intercalada com o pensamento distante dos personagens, quando, por exemplo, ao se recordar de uma de suas visitas ao prostíbulo, Sabino relembra a morte do pai.

Quando chega ao escritório da imobiliária da qual é presidente, Sabino é informado de que o dr. Camarinha, ginecologista da família e portanto de Glorinha, vai visitá-lo com urgência. Ansioso em seu escritório, Sabino liga para a mulher, Eudóxia, pergunta como estão as coisas em casa, e ela responde que Glorinha vomitou. Essa é a primeira curiosidade que Nelson Rodrigues tenta nos cravar no coração: será que a visita do dr. Camarinha é para dizer que sua filha não é mais virgem e que está grávida? O questionamento é reflexo da época e sociedade abordados no romance, o Brasil e o Rio de Janeiro conservadores de 1966.

Porém, o que tem o doutor a dizer para Sabino é outra coisa: viu seu futuro genro, Teófilo, beijando seu assistente Zé Honório na clínica. Faltando dois dias para o casamento, Sabino, na condição de chefe de família, tem que lidar com a traição de seu genro, questão secundária, aliás, e a possível “pederastia” dele, esse sim, visto pelo personagem como problema. Leva adiante o casamento, para o qual convidou metade do Rio de Janeiro e cujo um dos padrinhos era Ministro, ou dá fim a ele, pondo fora seu investimento? Em agonia, Sabino consegue exclamar: “Sejamos práticos. E o escândalo? O senhor já pensou no escândalo? O que é que eu vou dizer?”.

Isso lembra alguns versos de Gregório de Matos Guerra, de Preceito 5:

Era dourada parece,
Mas não é como eu a pinto,
Porque debaixo deste ouro
Tem as fezes escondido.

Um fato interessante sobre o romance é que ele foi proibido de circular durante a ditadura militar presidida por Castelo Branco, pois atentava contra a instituição da família. A revista literária da TAG, que acompanha o kit do mês de agosto no qual me foi enviado o livro, nos sugere com lucidez clarividente e precisão histórica que, caso queiramos conhecer os tabus de uma sociedade, investiguemos aquilo que ela proíbe. Se reconstruirmos a sociedade carioca da época pelas polêmicas levantadas pelo romance, perceberemos que eram tabus o adultério, o incesto, a homossexualidade, a virgindade e o sexo pré-marital.
Nessa sociedade, contrastando com a figura do padre, pode ser analisada a compreensão da figura do ginecologista. O próprio Sabino diz que deveriam os “ginecologistas usar batina”. A razão, possivelmente, é a de que são eles os guardiões dos piores segredos encarados pela sociedade: os sexuais. Lembro-me do padre Ángel, em O veneno da madrugada, que no romance garantia que aquilo que denunciavam os misteriosos pasquins distribuídos à noite não mereciam importância. E quando questionado por um médico sobre tamanha certeza, respondeu categoricamente:

– Eu o saberia pelo confessionário.

Essa certeza também é posta em dúvida pelo médico. Já no enredo de Nelson Rodrigues, na qual nada seria confessado ao padre e, mais do que isso, a própria virtude do padre é posta em questão, os segredos são guardados pelo ginecologista. Alguns deles são escondidos do leitor pelo dr. Camarinha por muito tempo, o que aprofunda nossa ansiedade de terminar a história.

É interessante de se observar também a relação repressiva encarnada nos pais. Sabino, pai de Glorinha, exigindo de forma velada a virgindade da filha. Dr. Camarinha querendo que seu filho Antonio Carlos tome jeito na vida e não se mantenha como gigolô. O moribundo pai de Zé Honório reprimindo a sexualidade do filho. Nos estaria Nelson Rodrigues apontando as consequências de uma sociedade centrada na figura do patriarca?

É certo que Nelson Rodrigues é um exímio narrador. Se o leitor quiser pôr à prova a constatação sem ler o romance, poderá pelo primeiro conto de A vida como ela é…, O inferno. Será surpreendido ao final do conto, respirará exasperado e tentará reconstruir a narrativa mentalmente, se não voltar a lê-la, para procurar entender. Uma qualidade bastante treinada se de fato o autor tiver escrito o romance olhando pelas costas. Algumas coisas, porém, parecem inverossímeis, como o excesso de violência física ou verbal empregado pelos personagens. Ou seria inverossímil apenas nos dias de hoje, cinquenta anos depois?

Infelizmente, O casamento não me foi um romance surpreendente, talvez pela distância histórica, talvez pelos enredos pouco críveis a mim. Nelson Rodrigues me parece mesmo exagerado no romance: não traça apenas um contraste entre o discurso moralista e os atos dos oradores dos bons costumes, mas o faz de tal modo que não haja personagem sem um grande pecado implicado em seu histórico. Se uma comunidade de santos púdicos nos pareceria absurdo, podemos nos fiar na existência de uma sociedade de grandes pecadores, sem que se salve um? Me parece fantasioso demais, mas talvez seja o imaginário de Nelson Rodrigues manifestando o que ficou imortalizado em uma espécie de aforismo: “Se conhecessem a intimidade sexual uns dos outros, ninguém se cumprimentaria”.

site: www.matheuspenafiel.wordpress.com
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vtsoares 04/07/2017

O único romance de Nelson Rodrigues faz jus ao autor!
É somente a segunda obra que leio de Nelson Rodrigues (a primeira fora "Vestido de noiva"), e entendo o porquê de ele ser considerado um gênio. A palavra que melhor descreve minha sensação ao terminar de ler o livro é: deliciado. Uma narrativa bastante intensa, rápida, instigante, com mudanças bruscas de direção e, principalmente, sempre surpreendente, completamente imprevisível. A história escancara situações esdrúxulas, extremadas e, supostamente, absurdas, mas que provavelmente são mais comuns do que a moral nos leva a crer. Todos temos um pouco da lascividade que tanto inspirou Nelson Rodrigues. A nota triste fica pela tristeza de terminar de ler o único romance escrito por ele.
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Kelly Morali 03/12/2017

Bizarro
Até eu fiquei maluca e desenvolvi umas paranóias dps de ler esse livro, recomendo.
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Denise.Alberto 30/04/2018

Não gostei
É o tipo de livro q eu não gosto, que mais fala de sexo do que da historia em si. No indico para ninguem.
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Brand 11/10/2019

Pesado!
De toda a subversão sexual rodrigueana, creio ser este seu exemplar mais impactante. Interessante para os curiosos, um must para fãs do perturbador.
OBS: evite a adaptação cinematográfica de Arnaldo Jabor, que está repleta de cortes e censuras no pornochanchada da era ditatorial.
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Josiane 18/11/2020

A escrita é bem dinâmica, sendo sua maior parte composta em diálogos. De modo geral gostei da leitura. Considero válida e necessária a exposição de aspectos execráveis da natureza humana na literatura, natureza essa que nem sempre coaduna com o ideal forjado por nossa cultura. Afinal, não basta estar convencido que algo é "errado" ou "ruim", é preciso entender porque o resultado de certas ações e crenças pode trazer prejuízos à sociedade e a nós mesmos. Penso que esse entendimento só é possível quando encaramos a realidade, sem a recusa infantil e quase paternal da censura. O que sempre me incomoda nesse tipo de proposta, e que nesse livro não foi diferente, é a construção de personagens tão caricaturados que não convencem. Os diálogos, principalmente os que envolvem Glorinha, são bem estranhos. A partir de certo ponto da leitura, algumas cenas se tornam um tanto surreais e até cômicas, o que talvez seja a proposta da história. Mas, em minha opinião, o livro seria melhor, no sentido de espelhar a realidade e proporcionar reflexões sobre ela, se houvesse, no lugar de caricaturas humanas, personagens mais complexos.
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VerAnica.Cardoso 06/03/2021

Um romance que te surpreende do início ao fim, revelando escândalos e segredos, numa sociedade repleta de aparência e hipocrisia, mostrando que todos tem algo a esconder.
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