Do amor e outros demônios

Do amor e outros demônios Gabriel García Márquez




Resenhas - Do Amor e Outros Demônios


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Alê | @alexandrejjr 14/07/2020

Os demônios do desconhecido

Olha, que satisfação é ler Gabriel García Márquez. Este "Do amor e outros demônios" é o terceiro livro que termino do Nobel colombiano, o segundo em 2020, e mais uma vez fui surpreendido.

É difícil imaginar um escritor que tenha entendido tão bem como traduzir o espírito latino-americano. Neste livro, Gabo apresenta um sincretismo em vários níveis: cultural, religioso e social. O leitor se depara com uma realidade que, apesar de se passar no período colonial, produz ecos até hoje.

Gabo não deixa nada gratuito no livro, pois sabe que encontraremos em suas personagens exemplos daqueles que construíram a América, principalmente a latina. É também o primeiro livro em que percebo uma prevalência da ironia na narrativa, seja quando trata dos núcleos da Igreja, seja nas relações que perpassam a vida de Sierva María ou ainda nos descasos e peripécias do marquês e de sua esposa. Dentro do livro todos possuem seus próprios demônios e é através deles que Gabo apresenta um pedido ao leitor, com um detalhe que apenas latinos podem entender: lute você também contra os demônios, tanto os do passado quanto os do presente.

É um livro carregado de significados metafóricos, principalmente sobre a ignorância europeia perante o desconhecido de suas colônias. Por essa razão, permito-me acreditar que Sierva María, que acompanhamos da primeira à última página, é uma metáfora da América Latina: ela detém o melhor das culturas e, por não ser entendida, é hostilizada, foi “tomada pelo diabo”. Grande obra e merece nossa atenção.
isamendesrj 18/07/2020minha estante
Uma amiga me emprestou esse para ler depois que li o Cem anos... Bom saber que tb devo gostar.


Alê | @alexandrejjr 18/07/2020minha estante
Isa, é muito bom! O Gabo te coloca dentro da história logo nas primeiras páginas.


Roberta 20/05/2021minha estante
Darei


Alê | @alexandrejjr 20/05/2021minha estante
Espero que goste, Roberta. Gabo é um grande contador de histórias.


Kamyla.Maciel 20/05/2021minha estante
Já adicionei na lista!


Roberta 20/05/2021minha estante
Já li outros dele, como O amor nos tempos do cólera


Jessie Araújo 20/05/2021minha estante
Ansiosa para conhecer este. Amei as 3 obras que li dele até o momento, tem até favorito da vida.


Alê | @alexandrejjr 20/05/2021minha estante
Eu também já li três livros do Gabo, Jessie. Qual é o favorito da vida? Fiquei curioso...


Jessie Araújo 20/05/2021minha estante
Entre os favoritos da vida está o Crônica de uma morte anunciada, primeiro que li dele.


Fernanda Quinderé 20/05/2021minha estante
Parabéns por suas resenhas, são muito boas! Estão aumentando minha lista de desejos ??


Kelly Oliveira Barbosa 20/05/2021minha estante
Nunca li nada dele. Fiquei com vontade.


Alê | @alexandrejjr 20/05/2021minha estante
Eu que agradeço a dedicação de ler o texto até o fim, Fernanda, obrigado. ?

E Kelly, vale a pena. Mas indicaria começar o Gabo pelo livro "Crônica de uma morte anunciada". ?


Carolina.Gomes 21/05/2021minha estante
E tem gente q viu, nesse livro, apenas a romantização da pedofilia. ?


Alê | @alexandrejjr 22/05/2021minha estante
Pois é, Carolina. Eu entendo que muitas mulheres fiquem incomodadas com essa questão, mas é uma realidade atroz latente da América Latina, infelizmente. Gabo não escondia isso e fez desse tema um assunto recorrente na obra dele (o tema pedofilia vai aparecer, por exemplo, direta ou indiretamente, em "Cem anos de solidão" e "Memórias de minhas putas tristes"). Pode ser uma viagem só minha, mas neste livro em especial eu vi muito claramente como uma metáfora da América Latina, assim como Macondo também é.




Renata CCS 05/03/2013

Às vezes atribuímos ao demônio certas coisas que não entendemos, sem cuidar que podem ser coisas que não entendemos de Deus. (página 120)
O AMOR E OUTROS DEMÔNIOS é o primeiro livro de Gabriel García Marques, que surgiu de uma reportagem de outubro de 1949, quando ele é enviado pelo seu jornal ao Convento de Santa Clara, onde antigos túmulos estavam a ser destruídos. De um deles saiu uma cabeleira cor de cobre de vinte e dois metros pertencente a uma jovem. Na lápide constava simplesmente o nome Sierva María de Todos los Àngeles, sem sobrenome nem pista de quem ela seria. O escritor lembrou de uma lenda que a avó lhe contava sobre uma marquesa de doze anos que foi mordida por um cão e que fazia milagres. E é a partir dessa lenda que sai este romance.

A história se passa em uma pequena cidade da América do Sul de colonização espanhola, época em que a Igreja Católica impunha suas crenças e tudo o que não estava de acordo com seus princípios era considerado bruxaria ou adoração ao demônio. É lá que encontramos Sierva María, filha única, resultado de um casamento de interesses, nascida de 7 meses e desenganada pela parteira, a garota que já teve um início de vida complicado foi rejeitada pela mãe, ignorada pelo pai e criada junto aos escravos. Um dia, aos 12 anos de idade, andando pela feira com uma das escravas de sua casa, Sierva María é mordida por um cão raivoso e é então que tem início sua trágica sina. Dias depois Sierva María começa a delirar, apresenta um comportamento estranho e conta mentiras compulsivas, então acredita-se que, por decorrência da mordida, ela tenha adquirido raiva. O médico recomenda que ela seja mandada para algum lugar isolado, já que a doença não tem cura. Desesperado, o pai começa a utilizar todo tipo de benzedura e ungüento para tentar salvar a filha, o que acaba piorando os delírios. Embora estivesse afastado da igreja há anos, ele procura o bispo em busca de ajuda, por não saber mais a quem recorrer. Para a igreja, o caso da menina só poderia ser obra do demônio. O bispo então é claro e irredutível em sua decisão: internar Sierva María no Convento de Santa Clara para iniciar o exorcismo.

O livro descreve muito bem o perfil de um país colonizado, com suas misturas de crenças africanas com o catolicismo. O autor é bastante crítico com a intolerância e preconceito da igreja católica, que condena tudo o que não consegue explicar. Tudo o que acontece de diferente no convento (até mesmo um eclipse) passa a ser culpa de Sierva María e do demônio que a possuiu. O fato da menina ter sido criada junto aos escravos e falar várias línguas africanas somente confirmava o diagnóstico da igreja de que ela estava possuída. Para o padre Cayetano, responsável pelo exorcismo da garota, tudo era questão de dar poder demais ao diabo. E ao duvidar da possessão e ter contato direto com Sierva María, o padre enfrenta algo muito mais difícil de lidar do que demônios: o amor.

O texto é carregado de sentimento e sensibilidade, um romance alucinado, com a mistura inusitada e muito bem balanceada de realismo fantástico, ingredientes ordinários e poesia, características sempre presente nas obras de García Marques. Para mim, ele é belo e triste, e ficou marcado como um livro que fala sobre o amor e a necessidade que todos temos dele. O livro é genial, mais que recomendado!
Regente Deo 11/03/2013minha estante
Poucos são os autores que possuem a capacidade para, através de fábulas como esta, alçar temas ricos para reflexão humana, sem cair no vulgar. A propósito, é uma bela resenha: simples e instigante.


Renata CCS 12/03/2013minha estante
Olá João, obrigada pelo comentário. Realmente GGM é um escritor único, de quem sou grande fã. Um abraço.


Nanci 26/10/2013minha estante
Renata:

Foi García Márquez que transformou minha visão pela literatura; por culpa dele me viciei em livros, na adolescência e não pretendo me curar.

Por outro lado, e em que pese meu enorme apreço por seus contos (os romances são igualmente inesquecíveis), não consegui resenhar seus livros.

Sua resenha é ótima. Parabéns.

Beijo, da Nanci.


Elwing 30/04/2014minha estante
Resenha perfeita, parabéns! =)


Gabriella.Cardoso 26/01/2017minha estante
Foi o primeiro livro do Gabo que caiu na minha mão e eu achei que todo esse intróito da reportagem e da lenda que a avó contou era uma invenção só para fisgar o leitor. E mesmo pensando assim, ele me fisgou direitinho.

Mais tarde também li "Amor nos tempos do cólera" e parece que é recorrente na obra dele essa relação entre amor e doença. Cólera... raiva... Ele era um gênio.


Marlon 18/02/2021minha estante
Acabei esse livro estarrecido. Definitivamente um aula de construção de personagens, simplesmente maravilhoso. Cheguei a me perguntar como o autor não foi tão perseguido quanto o Nabokov com lolita, por tratar de tema igualmente delicado. Acredito que o segredo esteja na prosa envolvente e encantadora do Gabriel que em dado momento nos faz torcer pelo improvável casal, trazendo a tona um debate ético interno e brincando com a questão moral. Um livro inesquecível tanto por seus personagens marcantes quanto pela ambientação e a abordagem a religião e de matriz africana. Super recomendo a leitura.




@literatoando 27/04/2020

Lolita meets O Exorcista - ig: @litera.toando
O livro se passa no século XVIII e vai acompanhar a história dessa família já em decadência, composta pelo marquês Ygnacio, sua esposa Bernarda Cabrera e a filha deles, Sierva María. Embora eles estivessem no período das vacas magras, ainda tinham uma boa quantidade de escravizados e sabemos, desde o início, que é com eles que a menina Sierva Maria fica a maior parte do tempo. O parto dela foi de sete meses, com complicações que quase causaram sua morte e, indesejada desde o princípio pelos pais, sempre viveu aos cuidados dos homens e mulheres escravizados por Ygnacio, dormindo e se alimentando com eles, aprendendo diversas línguas africanas e professando a religião deles também. Até que, em um dos passeios pela cidade, Sierva Maria é mordida por um cachorro e, logo depois, descobre-se o surto de raiva transmitida pelos cães dali, porém a menina passa certo tempo sem nenhum sintoma, dando a entender que ela escapou incólume da doença. No entanto, Sierva, certo dia, passa a sentir febre e dores diversas no corpo. As mulheres escravizadas conseguem tratar e deixar ela bem, mas o pai, num arroubo de juízo resolve que deve cuidar da filha, chamando o médico Abrenuncio para vê-la. Este afirma que ainda não há com o que se preocupar e que o máximo que se podia fazer era dar uma boa qualidade de vida à menina, que ela não tinha nada que se pudesse identificar ainda. Porém, pelo fato de Sierva ter tido convulsões e de se comunicar através das línguas africanas que ela aprendera desde pequena, todos, com exceção do médico, começam a acreditar que ela estivesse sendo vítima de uma possessão e foi essa a história que se espalhou. Logo após o boato correr, o bispo chama o marquês e recomenda que ele interne sua filha no convento Santa Clara porque, pelo que ele ouviu sobre o estado da menina e pela convivência dela com os escravizados da casa grande, ela com certeza está com o demônio no corpo precisando ser exorcizada.

Nesse crossover de Lolita com O Exorcista, o autor vai abordar assuntos como a crença da Igreja Católica de que as religiões de matrizes africanas são diretamente associadas ao demônio, chamando os rituais inclusive de “feitiçarias dos negros”. Inclusive, o padre Cayetano DeLaura, encarregado do exorcismo, mas que é um dos poucos que duvidam da necessidade daquilo no caso da Sierva, tem uma das melhores falas em um diálogo com a abadessa, que toma conta do convento, em que ele diz: “Tome cuidado, às vezes atribuímos ao demônio certas coisas que não entendemos, sem cuidar que podem ser coisas que não entendemos de Deus.” Ou seja, o livro, mesmo que timidamente, tece críticas a respeito da conduta da Igreja Católica. Em outros pontos podemos perceber também como a instituição Católica e participantes eram bem egoístas, capazes de prejudicar vidas para não desmoronar com a aparência de detentora da moral que a Igreja em si ostenta.

A obra tem personagens extremamente racistas, principalmente pelo período colonizatório em que a história se passa, colocando os homens e mulheres escravizados, seus costumes, línguas e rituais como demoníaco, como se fossem animais irracionais, incapazes. Prova disso é a forma como o marquês, quando finalmente entra alguma consciência em seu cérebro, a menina já aos 12 anos de idade, se culpa por ter “abandonado à própria sorte [Sierva] no pátio dos escravos”, como se eles fossem selvagens e desconsiderando que tudo que a menina sabe e até a vida dela ela deve à esses escravos que ele tanto despreza. O padre DeLaura não escapa do olhar racista também, embora eu tenha sentido que de início ele era para ser o personagem que compreendia a situação da menina e era pra ser o olhar “ousado” dentro da Igreja, tem uma parte em que ele afirma que o fato da menina mentir por prazer era porque os negros são mentirosos e esse era um dos costumes que ela aprendeu com eles. Sendo este mesmo padre, o protagonista da naturalização da pedofilia no livro, confundindo essa prática, inclusive, com um dos “amores” do título da obra. O autor, inclusive, associa a cultura africana dos negros escravizados com o amor livre e à iniciação sexual precoce, o que eu acho ser extremamente problemático, vemos isso num trecho em que ele diz “ela [Sierva] convivia com todas as potências do amor livre na senzala dos escravos”, como se a condição dura e difícil que eles tinham nas senzalas fosse um verdadeiro bacanal.

Na minha concepção, esse foi um livro extremamente problemático de ler por todos os motivos supracitados e, principalmente nas cenas relacionadas à pedofilia, onde a menina, Sierva Maria, tem 13/14 anos e o padre com 37 anos. Então já deixo aqui meu alerta de gatilho pros que intentam fazer essa leitura. A impressão que eu tive foi de que só existe um personagem racional nesse livro, que é o médico Abrenuncio que, infelizmente, tem pouquíssima participação, mas que é um dos protagonistas de um diálogo perto do final com o padre DeLaura, onde ele afirma que houveram rumores de que ele abusou da menina, que do ponto de vista cristão os rumores estão corretos e pergunta se o padre não teme se condenar, ao passo que este responde: “Sempre acreditei que ele [Deus] leva em conta mais o amor do que a fé.” Essa fala me matou, porque o que ele chama de amor é o “romance” que ele acredita ter com uma criança, cujo desenrolar da história culmina num acontecimento relacionado à Sierva María em que o amor é a justificativa. Sobre esse livro, só posso dizer que fiquei extremamente chocada e insatisfeita em muitas partes, principalmente por se tratar de um autor que tem um livro que eu gosto muito (Cem Anos de Solidão) e que escreveu coisas absurdas nos níveis que relatei aqui. Me desculpem aos fãs do Gabo, mas esse não foi feito pra mim, 2 estrelas de 5.
Thamara.Cardoso 20/05/2020minha estante
que bom que não fui a única que fiquei chocada com essa hipersexualização de uma criança e dos escravos, não tem nada de amor nisso, o livro é bem sórdido mas as pessoas parecem que só enxergam as criticas à igreja, a pedofilia escancarada nas resenhas que li não passam de manisfestação de amor. tô em choque com os leitores até agora.


Alê | @alexandrejjr 13/07/2020minha estante
Mas tu não achas que é de uma coragem o autor mostrar exatamente sem máscaras como era a sociedade colombiana do século XVIII sendo ele um autor do século XX? Mostrar que todos os problemas que tu apontasse eram comuns e que foram deles que se originou a sociedade colombiana (e em boa parte todas as sociedades latinas)?


@literatoando 13/07/2020minha estante
eu não repudiei todo o livro. ele faz críticas pertinentes e eu pontuei isso. mas eu também posso fazer críticas com relação ao racismo e a romantização da pedofilia que sei, inclusive, ser uma coisa recorrente nos livros do autor. ele foi corajoso por um lado, por falar sobre certos assuntos, mas pecou em outros e acho ainda mais pertinente ressaltar esses pontos, já que são coisas que reverberam atualmente, como é o caso do racismo religioso, por exemplo.


Alê | @alexandrejjr 13/07/2020minha estante
Sim, a crítica é aberta a qualquer ponto do livro. Eu só discordei do que tu apontasse como, digamos, "defeitos" porque o Gabo transpõe nas personagens essas atitudes deploráveis e, na minha opinião, isso engrandece o romance, justamente porque a sociedade agia e pensava daquele jeito a respeito de africanos, de religiões e a respeito das meninas. Eu achei que isso traz uma discussão necessária para tempos posteriores ao tratado. Ali, todas as atitudes detestáveis são das personagens, não do autor que se esforçou para traduzir aquilo em que ele provavelmente não compactuava. Enfim, discordo das "fraquezas" do romance, mas agradeço por ler textos bem escritos por aqui.


@literatoando 13/07/2020minha estante
Acredito que tivemos visões diferentes com relação ao livro, penso que o que os personagens fazem e o rumo de suas histórias é uma decisão do autor, importante destacar isso! Quando temos uma menina que tem um relacionamento super problemático com um homem MUITO mais velho e o autor atribui a morte da personagem - morte essa escolha do autor, já que é ficção - ao amor que ela sente por seu abusador é uma romantização da pedofilia que parte do autor. E, quando as situações racistas da história, são descritas e decorrentes das coisas que o autor coloca na narrativa, é uma problemática dele, do livro em si. Com isso, não quero dizer que não podem ter personagens racistas, o que quero dizer é que a narrativa não deveria reforçar o pensamento desses personagens.

Tem como falar sobre racismo, através de um romance histórico, sobre pedofilia e todas as coisas que são consideradas um tabu, sem ser problemático, desrespeitoso e preconceituoso, como acredito ser o caso dessa obra em específico.

Agradeço bastante pelo elogio à minha escrita! ??




Ayla 18/11/2022

Surpreendente.
Eu terminei esse livro sem saber o que pensar, foi uma leitura desafiadora, linguagem difícil (meu primeiro livro do Gabo), mas a história muito intrigante? a forma como ele descreve tão bem coisas tão trágicas e tão místicas. A história com detalhes ricos da América Latina e da cultura africana, enfim, a escrita dele me deixou impressionada.
amarogusta 18/11/2022minha estante
cultura africana?


Ayla 18/11/2022minha estante
Sim, dos colares, de como acolheram e ensinaram ela as línguas, da danças e muitas coisas. Ela foi praticamente criada pela Domingas.


amarogusta 19/11/2022minha estante
Sempre tive conhecimento da presença de referências da América Latina, portanto, de culturas tradicionais da colombia, majoritariamente. me surpreende essa relação!


Ayla 19/11/2022minha estante
Predominantemente, é a cultura colombiana mesmo. Porém, não deixa de abordar elementos da cultura africana também. Não da mesma forma mas ainda sim muito presente no livro.




Fábio Nogueira 01/06/2021

Gabo dispensa comentários
Mais uma belíssima obra do extraordinário Gabriel Garcia Márquez. Não é o meu preferido dele, mas tá na vice liderança. ;)
Mariana.Renno 02/06/2021minha estante
Qual seria o seu favorito? Ainda não li nenhum dele e uma recomendação é sempre bem vinda.


Fábio Nogueira 02/06/2021minha estante
Meu favorito, que recomendo para todos, é Crônica de uma morte anunciada ?


Nati Sampaio 07/06/2021minha estante
um dos meus preferidos da vida!


Fábio Nogueira 07/06/2021minha estante
Gostei muito também deste... Mas o meu primeiro contato com Gabo é o primeiro da lista.




spoiler visualizar
Aurea25 17/02/2024minha estante
Isso me incomodou também. Mas ainda mais me incomodou que eu vi esse tipo de relacionamento nos 4 livros dele que li


Isabelle Lins 18/02/2024minha estante
Quais foram os outros?


Aurea25 19/02/2024minha estante
Cem anos de solidão, memória de minhas putas tristes e o amor nos tempos do cólera




Adelson 01/07/2012

O mestre da solidão.
Gabriel Garcia Marques é o melhor escritor entre todos os escritores vivos. Para compará-lo com alguém do ramo, precisaríamos escanear a história desde o primeiro indivíduo que rabiscou um monólito de caverna, passando pela primeira digital impressa, até os tempos modernos de farta escrita. Aos que duvidarem, deixamos o desafio de escrever por ofício, visto que esta experiência, em si, levará à compreensão da magia literária de Garcia Marques.

No presente caso, Do Amor e Outros Demônios, temos uma história, em tese, simples e monótona, manuseada por um artista da palavra que a enriquece com uma textualidade ímpar.

Existem escritores e contadores de história. Entre os escritores, por exemplo, estão os poetas e entre os contadores as vovós. O contador é do texto, o escritor da palavra. Gabriel Garcia Marques é dos poucos que estão enquadrados nos dois casos. Sabe narrar e embelezar as suas histórias com construções poéticas e sacadas frasais estupendas, que nos deixam de boca aberta.

Há frases, parágrafos e construções textuais nos livros de Garcia Marques que somente ele, com seu talento, consegue fazer. Este Colombiano possui um dom natural para criar arranjos soberbos, que nós, particularmente, somente vimos, até hoje, em Dom Quixote e em alguns textos de Machado de Assis.

Aos que leem por lazer, o caminho é outro. Do Amor e Outros Demônios é para ser degustado e não apenas lido. Não veio para vitrinas, ampliar acervos ou substanciar a função social da literatura, mas para tatuar a escrita artística.

É um livro que pode ou não agradar, dependo do gosto literário do leitor e da pujança do Gabriel narrador. Para quem escreve é um manual amorfo, um amuleto, fonte de inspiração e humildade. Um objetivo inatingível a quase tudo, até porque, além do escritor, o sonho chega a qualquer nível.
Renata CCS 06/03/2013minha estante
Adoro Gabriel García Marques e seu estilo único. Adorei este livro e gostei muito de sua resenha.


Adelson 06/03/2013minha estante
Obrigado, Renata CCS. Você não é BBB, mas espio, suas resenhas, também. Já lhe disse isso.
Não me via lido por aqui. Vou escrever outras, depois deste tapinha no ego.
Tudo que escrevemos nos apresenta. Vale mais que roupa nova de shops. heheheh




Isadora 30/05/2020

Esse foi meu primeiro livro de Gabriel Garcia Marquez e me encantei com sua escrita. Consegui ler o livro super rápido porque foi uma leitura prazerosa que eu não queria largar, mas passei mais tempo tentando digerir uma coisa que me incomodou muito no livro. Apesar disso indico muito a leitura e estou ansiosa pelos próximos livros que lerei dele.
Alê | @alexandrejjr 13/07/2020minha estante
Isadora, o que te incomodou "muito" no livro? Fiquei curioso (se for spoiler, me avisa e eu te chamo por mensagem).


Isadora 15/07/2020minha estante
Oi Alê,é spoiler sim!




rdrg 25/12/2021

que sabor horroroso.
Olha, nem tenho muito o que dizer, o livro é literalmente uma grande enrolação até chegar na premissa dele. Faz jus ao título.

Muito surto mesmo. Amar é deixar a razão de lado, é maior que a fé, que as "regras sociais" e amar mata.
machadolug 25/12/2021minha estante
Aí? dor


rdrg 25/12/2021minha estante
nossa, esse é




Lizandra.Mirelle 16/01/2023

Esse foi o meu primeiro livro que li de Gabriel Garcia Marques e foi uma leitura totalmente nova e diferente pra mim.
De início achei muito diferente a escolha de vocabulário e muitas vezes tinha que ficar pesquisado, mas depois foi fluindo e consegui terminar o livro sem maiores complicações de linguagem.
A história se passa na Colômbia no século XVIII ainda sendo colônia da Espanha e dominada pela religião católica.
Um livro que mistura religiões e culturas africanas, latinas e indígenas vimos a perseguição que a Igreja Católica tem com tudo que é diferente e seu julgamento de incubir as coisas assim, sendo obras dos "demônios".
Com umas críticas veladas e pitadas de realismo mágico, vemos o desenrolar de uma menina de 12 anos que ao se ver mordida por um cachorro com raiva, tem sua vida virada do avesso pelo fanatismo de um Bispo, ao julga-la detentora de demônios e ser condenada a sofrer exorcismo.
Achei o final surpreende e dotado de umas pitadas de humor, valeu a leitura.
Nathália 16/01/2023minha estante
Amei a resenha! Os livros do Gabriel realmente são complicados de se ler. Mas valem a pena. Eu gostei muito do Memória de minhas putas tristes...


Larissa Verena 16/01/2023minha estante
Quando der leia Cem anos de solidão, foi uma das minhas leituras favoritas do ano passado.




Anderson 06/08/2015

Dizer que as histórias do Gabo são lindas me parece redundante. Mas não há outro adjetivo pra elas: são absolutamente lindas!

Brincando com as crenças africanas e a religiosidade, usando como plano de fundo uma Colômbia ainda colônia, o autor nos conta a história de amor entre uma menina e um clérigo.

O tom de fantasia, aquele realismo mágico, perpassa toda obra com uma delicadeza que poucos escritores conseguem. A leveza com que se conta cada fato, cada história, o tom de conversa que é usado, nos faz sonhar com aqueles personagens e com aquelas passagens.

De proibidos amores e incontáveis demônios Gabo nos brinda com uma bela novela de paixão e entrega.
morganarosana 07/08/2015minha estante




Paula 04/07/2020

Interessante
A partir de um fato histórico real, o autor desenrola toda uma história pregressa acerca de uma moça. Sobre, literalmente, seus demônios e amores
Alê | @alexandrejjr 06/07/2020minha estante
Acho que acabo até domingo. Prevejo uma discussão mui rápida no nosso grupo...




Ana Paula 23/06/2016

Loucura ou sobriedade
Ao terminar esse livro fiquei muito pensativa... Gostei ou não gostei?
Confesso que metade dele me choca e a outra me encanta.
Natalie Lagedo 14/12/2016minha estante
Ana Paula, senti algo semelhante quando li Cem Anos de Solidão. Não sabia se tinha gostado ou não. Mas já me decidi. Não gostei. Ainda assim, pretendo dar nova chance ao autor.




Adda Ravana 31/12/2020

Do amor e outros demônios
Primeira vez que tive contato com a escrita do autor. Um livro super interessante. O livro traz vários temas como, a religião. Ao narrar o ponto principal da história foi que, Sierva Maria, única filha rejeita pela mãe e também pelo pai acabando ser criada junto com os escravo e, com seus 12 anos de idade andando pela praça foi mordida por um cachorro raivoso tendo um fim trágico. Com isso o estado da pequena foi piorando e pai levou-a ao curandeiro, ao bispo e ao candomblé que no fim, sugeriu-se a levá-la ao convento e inferna-lá que acabou praticando o exorcismo.
Eliana158 31/12/2020minha estante
AMO esse livro!




Vicioouss 20/05/2020

Do amor e outros demônios
É um livro razoável, alguns momentos é meio chato, porém trás algumas partes boas
Alê | @alexandrejjr 29/05/2020minha estante
O que tu achou mais chato, Rafaela?




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