Stella F.. 02/12/2021
Mulher forte e decidida
Antígona completa com Édipo Rei e Édipo em Colono a trilogia tebana.
Após a morte de Édipo, e no reinado de Creonte, os irmãos Polinice e Etéocles assumem lados opostos. Um a favor do novo governo e outro contra. Os dois irmãos entram em guerra e morrem. Só que Creonte lança um decreto onde o irmão Etéocles pode ser enterrado com honras e o irmão Polinice não pode ser enterrado, vai ficar ao relento, sendo comido por aves carniceiras.
Antígona entra em cena contra este decreto e desobedecendo as ordens do soberano cobre o corpo do irmão com terra. Por isso é perseguida e presa em uma caverna, vivendo a morte em vida.
“Nada de vergonhoso há em honrar os do mesmo sangue.” (pg. 35)
A irmã, Ismene, se abstém de ajudá-la com medo da fúria que pode surgir por parte da desobediência ao decreto.
O filho de Creonte, Hemon, que era prometido de Antígona, rebela-se contra o pai, e vai ao encontro da amada, e lá morrem juntos, abraçados.
“Maldito leito de minha mãe, unida a seu próprio filho, meu pai, nascido dessa mesma desdita mãe, dos quais eu, infausta sou filha. Vou, desventurada, habitar com eles seu esposo. Que triste enlace, irmão, alcançaste. Com tua morte me matas.” (pg. 63)
Creonte fica desesperado porque perde a coisa mais importante da sua vida, o filho.
Vemos aqui uma mulher determinada, no tempo em que as mulheres não tinham voz e nem vontade. Antígona se propõe a fazer algo, e enfrenta a todos e realiza o que deseja, mesmo que tenha que morrer por isso.
Na apresentação do livro Donaldo Schüler nos diz: “Antígona abala a tirania sozinha.” (pg. 2)
O texto é bastante claro, mas um pouco mais denso quando entram os Corifeus e as Estrofes a cada episódio.
A leitura foi feita em continuação a uma palestra da psicanalista Maria Homem que primeiro tratou do masculino (com Édipo) e depois do feminino (com Antígona) e através dessas palestras concluí a trilogia, porque já fazia um tempo que havia lido Édipo Rei.
Leitura excelente!