Ninguém escreve ao coronel

Ninguém escreve ao coronel Gabriel García Márquez




Resenhas - Ninguém escreve ao Coronel


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Daisy 20/02/2024

Senhor coronel
Gabriel García Márquez inicia Cem anos de solidão (1967) – o seu mais famoso livro – com o seguinte trecho: “Muitos anos depois, diante do pelotão de fuzilamento, o coronel Aureliano Buendía havia de recordar aquela tarde remota em que seu pai o levou para conhecer o gelo. Macondo era então uma aldeia de vinte casas de barro e taquara...”.
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Anos antes, tanto a personagem (Aureliano Buendía) quanto o cenário (a mágica Macondo) já haviam sido citados em Ninguém escreve ao coronel (1961). Nesse livro, o protagonista – um coronel que não é nomeado – afirma: “Estava a pensar que na reunião de Macondo tivemos razão quando dissemos ao coronel Aureliano Buendía que não se rendesse. Foi isso que deitou o mundo a perder”.
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Como em toda obra de Gabo, a novela (de cento e poucas páginas) tem forte teor político e retrata a situação de miséria de um militar que aguarda há 15 anos o recebimento de uma pensão, teve o filho Agustín fuzilado por fazer propaganda contra o governo ditador e, agora, usa o galo de rinha do filho morto para ganhar algum dinheiro.
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Um dos meus trechos favoritos evidencia o peculiar humor do meu Gabito: “Desde que há censura, os jornais não falam senão da Europa – disse. – O melhor será que os europeus venham para cá e que nós vamos para a Europa. Assim toda a gente ficará a saber o que se passa no seu respectivo país. – Para os europeus, a América do Sul é um homem de bigodes, com uma guitarra e um revólver – disse o médico, a rir por cima do jornal. – Não compreendem o problema”.

site: instagram.com/qualquercoisaprapreencher
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Rafael 19/02/2024

Da carta ao galo
Esse livro é uma completa pedrada, não esperava que essa novela fosse tão densa, apesar de tão curta. É sempre fascinante entrar nesse grande universo do Gabo. De fato, as mãos desse gênio para compor personagens interessantíssimos são mágicas.

Vejo a teimosia do Coronel em não vender o galo como o nosso perseverante sangue latino americano perante a governos cruéis. Usados quando necessário e conveniente e depois logo descartados às traças, teimamos ao resistir. O galo representa esse símbolo de resistência, embora obscuro, é nossa esperança mais insistente.

Esperar pela carta que nunca chega, apesar da esperança do coronel, retrata a realidade tanto do trabalhador em ter seu esforço recompensado depois de longos de anos de labuta para o desenvolvimento do país quanto do povo sul-americano ao mostrar como um processo desumano de colonização lesou todo um continente.
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JULIANA_PFRANCO 03/02/2024

Quem espera o muito, espera o pouco?
O livro me lembrou muito a trajetória, também angustiante, de O velho e o mar. Porém, sem a filosofia deste último. Recomendo inclusive!
A humildade que gera situações absurdas. O conformismo que nos inquieta. O ciclo vicioso do passar dos dias sem que haja a mudança tão desejada e necessária. Uma história sobre apego e sobre perdas.
Uma curiosidade: a última palavra do livro, mesmo eu não sabendo qual era, foi a interjeição que mais usei durante toda a leitura? fez total significado em seu duplo sentido.
Leiam Gabo! ??
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Clio0 14/01/2024

Você tem brio?

Meio sátira dos regimes ditatoriais latinos do século XX, meio retrato das mesmas culturas, García Márquez reconta o estado precário em que guerrilheiros da liberdade - ou ex-apoiadores do regime - se encontravam após a revolução.

Não há nada de pena ou saudosismo na obra, as palavras do autor são uma crítica feroz aos ideais vendidos e aos suportes pecuniários que muitos prometeram àqueles que passaram a vida se dedicando a um ou outro governo.

Quem não se lembra dos ex-guerrilheiros reclamando das pensões ou suas ausências na tv?

Da mesma forma, o Coronel se rende às pequenas corrupções e indignidades do dia-a-dia na tentativa de sobreviver... pelo menos até que lhe ressurge o orgulho.

Mais latino impossível.
mirai0 14/01/2024minha estante
acho seu perfil muito legal porque você resenha tudo, muitos livros, eu adorei




Otávio 05/01/2024

A espera interminável
Um Coronel reformado espera por 56 anos receber uma pensão do governo que nunca chega. Vivendo na miséria com sua esposa e um galo de briga que herdou de seu filho depois que este fora assassinado por um policial. É um livro que apesar de curto tem muito a dizer. Fala de injustiça, da persistência de um homem que se recusa a seguir em frente enquanto não recebe o que lhe é de direito, da relação de um velho casal em meio a dor, a pobreza e o luto. Angustiante mas com o encanto típico do Gabriel García. Recomendo demais.

E ah!, Se você já leu Cem Anos de Solidão vai encontrar alguns detalhes curiosos.
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@limakarla 03/01/2024

Fiz uma resenha ontem e o skoob simplesmente deletou tudo, então só posso dizer que é mais um livro super gostoso de ler do Gabo, o final me fez gargalhar alto porque foi muito inesperado. Incrível como desde os primórdios conseguimos reconhecer o estilo de escrita deste homem maravilhoso.
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Adriana 18/12/2023

Impossível não se encantar com a escrita de Gabo.

Nesta curta narrativa conhecemos uma família que vive na esperança de receber a notícia da liberação de uma pensão do governo enquanto se definha de fome.
É perceptível a grande crítica social que o autor faz ao governo e ao sistema e a gente como leitor só pode aplaudir de pé.
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Luíza 29/11/2023

? Ninguém escreve ao coronel ? Gabriel García Márquez
Que eu amo os livros loucos de Gabo não é novidade! Pretendo ler, uma por uma, todas as obras desse autor INCRÍVEL, que me encantou desde a primeira leitura que fiz ? Cem anos de solidão, livro maravilhoso e que super indico, já tem resenha dele por aqui!

Esse é mais um: em Ninguém escreve ao coronel, Gabriel García se utiliza de sua capacidade de ser suscinto, mas completo. Engraçado como sempre, muito irônico, com toques de profundidade e gatilhos para reflexões sobre a condição do ser humano e sobre a história e a política da Colômbia, tudo isso em meio à contação de uma história recheada de realismo mágico. Enfim, o pacote completo da experiência Gabo, em pouquíssimas páginas

O livro conta a história de um coronel aguardando uma carta sobre o pagamento de sua aposentadoria. É isso. Podem ir ler!
Brincadeiras à parte, o enredo é apenas esse mesmo, bem simples. No entanto, Gabo consegue, com esse fio de história, levar o leitor a pensar sobre a pobreza, a falta de informação, a fome, a velhice, a burocracia, a política, as guerras, a indiferença, as instituições, a família, a depressão, o abandono...

É a tragicomédia do mundo burocrático: uma novela sobre um senhor idoso, coronel reformado, que aguarda todas as sextas-feiras a chegada dos Correios em sua cidade e recebe sempre a mesma resposta ?ninguém escreve ao coronel?. Seria engraçado, se não fosse tão decepcionante. Na verdade, todo o tom da narrativa é assim: uma tragicomédia, que não se deixa nublar completamente, sempre com algo engraçadinho no meio do caminho, mas a tristeza da situação está ali, em redor

Inexplicável como só Gabo consegue ser, só quem leu para entender o que estou tentando expressar aqui! Para quem ainda não conhece o autor, esse livro é uma ótima porta de entrada: em poucas páginas, dá para se familiarizar com o estilo de Gabriel García Márquez e se encantar de vez ? ou não, eu respeito também ?
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maria 05/11/2023

Minha primeira leitura de garcia márquez. uma realidade dura, angustiante. da pra perceber a genialidade de gabo pela sátira produzida de modo tão simples e instigante em 94 págs. fiquei com mais vontade ainda de ler mais obras suas e de entender melhor o momento histórico da Colômbia retratado no livro.
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Isadora1232 26/10/2023

Angustiante desde o título, Ninguém Escreve ao Coronel foi o segundo livro de Gabriel Garcia Marquez. Apesar de não tão forte sua veia fantástica/mágica, já dá para antecipar sua genialidade ao condensar em menos de cem páginas uma bela alegoria sobre a história da América Latina.

Todas as sextas-feiras , no dia reservado para a entrega de correspondências em um pequeno povoado de uma cidade sem nome, um coronel reformado se dirige ao serviço postal na esperança de finamente receber uma carta de aposentadoria pela qual aguarda há mais de 15 anos.

Depois de ter arriscado a vida pelo país, e anos após ter alcançado a alta patente, a espera é basicamente tudo o que lhe restou, ao lado de sua esposa asmática e de um galo de rinha - única herança deixada por seu filho morto pela polícia, acusado de portar papéis subversivos.

Rápido de ler e cortante do início ao fim, a novela é uma excelente escolha pra conhecer a maravilhosa escrita de Gabo, repleta de simbolismo - desde a decadência , o labirinto da burocracia que condena os personagens à miséria, até a insistente esperança de um povo que resiste em ver a beleza da vida.
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Amal0 12/10/2023

Ninguém Escreve ao Coronel.
Uma história sobre luto, escassez, fome.
Achei a história muito boa mas bem triste.

Gabriel Garcia Marquez escreve muito bem.
Reginaldo Pereira 12/10/2023minha estante
Um verdadeiro gênio!!!




Rafael549 01/10/2023

Biblia da rinha de galo
É otimo e curto, acompanhando a ignorancia de um homem velho que não tem tantas ambições e sofre na pobreza. Um dos elementos mais interessantes dessa obra é a ligação direta com 100 anos de solidão, um Gaboverso. Muito bom ?
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Rosangela Max 21/09/2023

Uma triste espera pelo reconhecimento.
?É a mesma história de sempre. Nós entramos com a fome para que os outros comam.?

Gostei muito do casal protagonista. Sofredores, provaram ser verdadeiros companheiros nos momentos de tristeza, amargura e miséria.
É incrível como o autor consegue criar bons personagens e histórias, mesmo elas sendo tão curtas. Adoraria que esta fosse maior, pois achei que o Coronel tinha mais a nos mostrar.
A escrita é poderosa! Simples, mas cheia de significado. Não é a toa que Gabriel Garcia Marquez seja um dos meus autores favoritos.
Recomendo a leitura.
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Diego Rodrigues 13/09/2023

A carta que nunca chegou...
Ele lutou por seu país durante a revolução e desde então espera pela pensão prometida pelo governo. Em uma cidadezinha sob as garras da ditadura, o Coronel e sua esposa enferma vivem em meio a miséria. A única herança deixada pelo filho, morto nas mãos dos militares, é um galo de rinha. Longe de ser uma fonte de onde brota dinheiro, a ave está mais para ruína da família, uma vez que o casal se vê obrigado a escolher entre comprar milho para o bicho ou comida para si. Suas derradeiras esperanças estão depositadas na carta de pensão que nunca chega, afinal, "ninguém escreve ao Coronel".

Mais uma vez, Gabo foi buscar inspiração na vida que o cerca para redigir esta indigesta e comovente novela, publicada originalmente em 1961. O drama tem origem nas agruras da família do próprio escritor, que viu o avô, combatente na Guerra dos Mil Dias, definhar à espera de uma carta que nunca chegou. O relato já é angustiante por si e ganhe ares ainda mais dolorosos quando descobrimos a camada de realismo em suas entranhas.

A obra evidencia toda a burocracia, falácia, corrupção e descaso das autoridades para com aqueles que necessitam de assistência. Logo, é um livro que conversa em especial com os povos latinos, que tanto sofreram nas mãos de ditaduras e que ainda hoje colhem os frutos podres dessa época. 96 pagininhas de pura emoção, sofrimento e indignação. Só mesmo Gabito, com uma voz tão poderosa e universal, para conceber um drama capaz de captar o espírito dos oprimidos de forma tão precisa e sutil.

site: https://discolivro.blogspot.com/
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28/08/2023

Ler Gabriel Garcia Márquez é sempre um prazer. Seu jeito sensível e, ao mesmo tempo, contundente, sempre me encanta.

Mas essa história pede um Clube de Leitura, pois o desejo de conhecer outras impressões é inquietante, e preciso muito saber se uma impressão que tive sobre o Augustin foi só minha!
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