A falência

A falência Júlia Lopes de Almeida
Júlia Lopes de Almeida




Resenhas - A falência


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jota 17/12/2021

BOM: tinha certa expectativa que não se verificou; obra é mais sobre a vida antes da falência do que propriamente depois dela
Lido entre 07 e 16/12/2021. Avaliação da leitura: 3,3/5,0

Escrito por Julia Lopes de Almeida (1862-1934) há mais de 120 anos, A Falência (1901) trouxe para a discussão do público leitor da época (mas a história se passa em torno de 1891), bastante conservador, claro, temas como “(...) o adultério feminino e a decadência econômica e moral da burguesia após a abolição da escravatura”, num país há tempos marcado por enormes desigualdades sociais. Mas grande parte da obra é mais ou menos sobre “como era boa a nossa vida”, a deles, os personagens principais, os ricos, antes da tal falência.

Francisco Theodoro, comerciante de café, ama a esposa Camila, de origem modesta, que por sua vez, o trai com o afamado doutor Gervásio, coisa que somente o marido parece ignorar. O médico Gervásio pouco trabalha, porque passa grande parte do tempo na mansão do comerciante, meio que como um Ricardão de nossos tempos, mais discreto porém. Além da dedicação ao amante, Camila também tem quatro filhos para cuidar, rendas e fitas com que se preocupar etc.

A falência, que é o que de fato nos interessaria mais, porque com ela muitas mudanças seriam operadas na vida dos protagonistas, demora um tanto para ocorrer, quer dizer, só vem perto do final. Mesmo assim, isso anima um pouco o leitor porque antes certas passagens do livro são um tanto entediantes, salvo quando está em cena Mário, o filho gastador do casal, também meio devasso em matéria de costumes de então; ele se destaca no meio de tantos personagens desinteressantes, a maioria, de fato.

Tinha bastante expectativas em relação a essa obra, li boas críticas e resenhas sobre ela, mas a leitura não me empolgou, ao contrário do que aconteceria, por exemplo, se estivesse lendo Machado de Assis, contemporâneo da autora, que dois anos antes dela publicara o excelente Dom Casmurro (1899). De todo modo, A Falência é uma importante obra de nossa literatura, escolhida há algum tempo como leitura obrigatória nos vestibulares.
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Isa 19/04/2020

O Brasil esqueceu de Júlia Lopes de Almeida!
Depois da Unicamp começar a pedir a leitura do livro A falência para seu vestibular foi que a Júlia Lopes de Almeida, autora que aparentemente foi esquecida no churrasco, ressurgiu das cinzas como a fênix. A obra fala, obviamente, da falência de uma empresa. Porém essa falência só o corre lá para as últimas 60 páginas do livro. O que nos vemos de inicio é a família do Francisco Teodoro, dono de uma empresa de café ali no Rio de Janeiro de 1891 (três anos após a libertação dos escravos, vale salientar) e seu dia a dia.
A narrativa é cheia de camadas, de vários círculos de personagens, então ele não foca só na Família Francisco Teodoro, mas também na vida de certo funcionários e amigos, e na vida das tias da Camila, esposa de Teodoro.
Eu senti que a falência tava mais próxima da falência de um modelo familiar do que no ramo comercial, pois nós vemos que aquela família está aos poucos ruindo. Camila mantém um amante, o Dr. Gervásio, que é o personagem mais intrometido nos assuntos familiares alheio, dando pitaco em tudo, achando que ninguém sabe de seu caso amoroso. Na verdade, a única pessoa que parece não saber é seu esposo, Francisco. Dr. Gervásio é assunto de briga entre Camila e seu filho mais velho, Mário, que para se "vingar" dessa relação extraconjugal mantida pela mãe, sustenta amantes (com o dinheiro do pai) aos montes.
Francisco veio de Portugal ainda muito jovem com uma mão na frente e outra atrás buscando oportunidades no Novo Mundo e com muito esforço e muita perseverança construiu um império no ramo cafeeiro, mas ao se ver instigado por um de seus colegas sobre a fortuna que um tal de Gama Torres está fazendo apenas especulando, ele toma decisões erradas que o levam à falência.
Achei um livro super delicioso de ler, uma narrativa realmente envolvente porque nos vamos nos apegando aos personagens. Acho que foi a primeira vez que fiquei com pena de um burguês HAHAHAHA, mas realmente dói ver um pai pensando no futuro de seus filhos sem saber o rumo que a vida seria a partir daquele momento fatídico.
Só sei que ainda bem que reviveram a Júlia Lopes de Almeida, pessoa importante que até estava envolvida nos projetos da ABL, mas não foi imortalizada como os outros grandes escritores brasileiros porque era mulher (se me lembro bem, Raquel de Queiroz vai ser a primeira mulher a entrar na ABL, isso muitas décadas depois da criação). A dona Júlia soube manter uma narrativa, embora sentimetalóide em certos pontos, com maestria.
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Marcos 23/07/2020

Valorizem Júlia Lopes de Almeida
Júlia Lopes de Almeida aborta de forma leve e ao mesmo tempo angustiante os acontecimentos na rotina da família Teodoro, mergulhando no contexto da queda da monarquia e o surgimento da República Velha. Sua literatura deveria ser mais incentivada e valorizada.
BetoOliveira_autor 24/07/2020minha estante
Terminei de ler ontem essa obra. Sinceramente, foi uma das mais interessantes leituras que fiz nos últimos tempos. Enredo muito bem elaborado, personagens inesquecíveis, em destaque a adolescente Ruth, o próprio Francisco Teodoro, a Noca, o Dr. Gervásio, e a Camila.
Como você bem disse, é um retrato da sociedade da época, as questões políticas que povoavam as rodas familiares e do trabalho, as demandas feministas, a desigualdade social, e, central, o machismo cruel que perpassa por toda a obra.
Tirando toda essa riqueza contextual, a narrativa é maravilhosa, pois a Júlia Lopes escreve fluentemente, e sabe dosar o como o com o tragico. A cena do desfecho fetal do comerciante, a descrição de como se deu, é de um realismo impecável. Perturbador aqueles momentos que antecedem o ato. Os pensamentos agitados do personagem.
Bora lá, ler Julia Lopes de Almeida. Não deixa nada a desejar para Aluísio Azevedo ou até mesmo o nosso sempiterno Machado de Assis. Eu achei a verve da Julia muito próxima do Lima Barreto, pela crítica social que surge, aqui e acolá, aberta e destemidamente. Achei o Dr. Gervásio um personagem intrigante.




Ruannita 21/11/2021

Narrativa maravilhosa
Esse foi o meu primeiro contato com a obra dessa autora, desde a primeira vez que ouvi falar de "A Falência" no booktube brasileiro fiquei instigada a realizar a leitura. A booktuber do canal "Vá ler um livro" realizou uma leitura coletiva que por motivos de trabalho e faculdade não segui o cronograma de leitura mas as aulas e encontros estão disponíveis no canal (fica a dica).

O livro conta com personagens cativantes, um plano de fundo no Rio de Janeiro no início da República bem explorado, falência (é claro!) e exalta a autonomia da mulher, coisa muito rara na época em que foi escrito. Gostei de como o arco de todos os personagens se encerraram no fim. Todos tiveran um destino e não ficou nenhum fio solto na trama.

Deve ser lido com calma, sem atropelos e só assim desfrutará dessa história que fará você buscar por mais livros da autora, tenho certeza disso!
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mh 17/06/2021

"Onde há uma árvore há sombra onde um homem se deite. Não queiras a riqueza, que ela engana e mente. Mais vale ser pobre toda a vida! Volve; acostuma tua mulher ao trabalho e os teus filhos a rolarem nus pela terra que um dia os há de comer...Se bem os vestires a todos...verás: pesarão ouro e valerão pó..."
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anselmo.pessoal 01/08/2023

Bom enredo com personagens rasos
Me interessei pelo livro porque a sinopse dizia ser um dos primeiros no Brasil a falar da infidelidade da esposa. Na minha cabeça, por minha conta e risco, é claro, logo lembrei de outras obras clássicas que abordam o tema e queria ler a versão tupiniquim.
Infelizmente entretanto, esse tema é tratado absurdamente menos do que superficialmente. Do nada a esposa da um beijo em um visitante e por aí vai. O casamento em si e as razões que levaram a isso simplesmente não são abordados.
Além disso o texto não se aprofunda em nenhum dos personagens. Tudo é factual.
Creio que o motivo da minha decepção não foi o livro propriamente dito e sim minhas expectativas. Por isso, espero que o acima não desestimule ninguém.
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Gu Vaz 03/12/2022

A falência dos homens
Romance que, em suas descrições cotidianas de uma família burguesa do século XIX, relata a hipocrisia masculina e o contraste cínico da burguesia com a periferia em tempos da explosão do café e especulação financeira que tomava conta dos humores dos homens, ensandecidos para abocanhar fatias de um bolo imaginário. Com pinceladas críticas ao conservadorismo da época, que refletem até mesmo hoje, quando pensamos na evolução de mercado e dos acionistas que controlam tudo, Júlia Lopes de Almeida dá vida e novas perspectivas às mulheres e à figura social feminina, permitindo que esta exerça seus desejos fora de uma necessidade em agradar o patriarcado.
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Francisco240 13/03/2023

O livro vai tratar da falência de uma família que vai acontecer no final do enredo mas antes do acontecido relatado no título vamos ter um ótimo panorama da época ao qual o livro foi escrito com a visão e acesso ao psicológico de personagens complexos.
Nicolas388 01/07/2023minha estante
Ah, sempre tive vontade de ler um romance da Júlia Lopes de Almeida! A conheci por uns contos mas depois nunca voltei a lê-la, esse parece muito bom. ^^


Francisco240 03/07/2023minha estante
Eu simplesmente gostei bastante da escrita e de como ela desenvolve a história apesar do final já está carregado na capa do livro. A forma como autor desenvolve todo o enredo é bem interessante.




jufrancisqueti 12/03/2022

livrinho da escola de lei mas muito bom a forma como a julia retrata os personagens !! um livro bem bom mesmo mas a leitura é meio difícil
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Anota 05/07/2021

a Falência... de tudo!
Que leitura apreciosa... até o final, que me fez sentir um misto de pena, um pouco de raiva, mas também muito pesar.

A protagonista, mesmo que não explicitamente, sempre foi Camila, a mãe, esposa e amante, sempre acomodada em sua vida luxuosa da alta sociedade carioca. Francisco Teodoro, seu marido, um bruto português, comerciante as custas do café e muito apegado ao trabalho... e seus filhos, Mário, Ruth e as gêmeas Lia e Rachel.

Se passando no final do século XIX, a história é muito tocante em muitos trechos, mas em minha experiência de leitura, me fez sentir raiva de Camila, por seu ar sempre ignorante, mas também meigo, além de suas atitudes. Mas do que julgar? Uma mulher nesse período não tinha mais tantas ambições e em muitas passagens, a vida e dever da mulher naquela sociedade é cruamente mostrada.

Júlia Lopes de Almeida, que soube retratar tão bem os cenários de sua própria época, apresenta com maestria as angústias de seus personagens e as diferentes visões de mundo que tanto aristocratas quanto moribundos podem ter do mundo e do país que vivem. Representar a falência de casamentos, do próprio dinheiro, da inocência, da esperança, da família...

Umas das melhores leituras de 2021 e essa edição da Penguin Companhia foi boa por conta dos textos introdutórios (que só devem ser lidos depois que a leitura foi finalizada) mas esperava mais notas explicativas.
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spoiler visualizar
Larissa2526 18/08/2023minha estante
Não esquecendo todas as críticas que ela faz durante a história, inclusive a religião.


Marcy 18/08/2023minha estante
que resenha incrível, agora preciso ler esse livro!!!




Daniele522 14/09/2020

Mulheres e sociedade século XIX
Este livro retrata o papel das mulheres nos diferentes ambientes sociais no século XIX. Carolina tem função figurante, preocupada em manter as aparências da sua posição social, totalmente alheia a origem do sustento provido pelo marido. E temos Nina sobrinha de Camila que prefere trabalhar para merecer o que recebe . É possível também perceber no livro algumas críticas socias, como resquícios da escravidão encontradas em diversas
passagens, como a personagem Sancha, menina negra mandada para trabalhar na casa das tias de Camila em troca de comida e moradia, práticas muito comuns na época.
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Kecia.Viana 16/04/2023

A Falência. Livro 23
Eu estou suspresa com essa autora. É um absurdo, mas a professora aqui não a conhecia.

Narrativa muito bem escrita. Personagens criativos e enredo que flui muito bem.

Tudo que o Naturalismo tem de bom! Mulheres independentes e que fazem o que querem... Claro que com algumas limitações do período
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Ale 19/03/2021

Gostei de como a escritora trabalha cada personagem diferentemente, além de ter uma escrita nada complicada para a época. Ela faz reflexões acerca dos papéis feminino e masculino, mostrando ser alguém muito a frente de seu tempo.
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Luiza Carvalho 24/03/2023

Mais um pra conta da UFRGS
foi melhor do q eu esperava, ent foi uma leitura boa até
só acho q eu teria gostado bem mais se a falência tivesse acontecido antes no livro, daí poderíamos ver um pouco mais sobre eles serem ricos e depois pobres
achei um pouco enrolado, mas sei q é normal pra época
pra mim, esse deveria ser uma das leituras obrigatorias dentro das escolas, já q quando vendo realismo/naturalismo sempre é machado, aluisio, enfim, poderiam colocar uma mulher pra essa lista tbm
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