Tia Julia e o escrevinhador

Tia Julia e o escrevinhador Mario Vargas Llosa




Resenhas - Tia Júlia e o Escrevinhador


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Mateus 28/06/2010

Não posso dizer outra coisa: peguei este livro em um impulso. Fui à biblioteca pegar um livro para um trabalho, mas quando vi na prateleira o nome de Mario Vargas Llosa estampado com toda pompa e circunstância, o peguei e não soltei mais. Desde que li Travessuras da Menina Má, do mesmo autor, me apaixonei pelo seu modo de escrever. O autor escreve de um jeito que o livro não parece um livro. Parece mais um diário, cheio de detalhes e pensamentos, onde segredos estão escondidos, e nós, leitores, somos seus confidentes.

Varguitas é um jovem de 18 anos que trabalha em uma rádio, fazendo notícias. Sua vida se vê mudada com a chegada de dois personagens: tia Júlia e Pedro Camacho, o escrevinhador. Tia Júlia é sua tia, mas ele logo se vê apaixonado por ela, o que irá gerar grande escândalo na família. Camacho é um grande escritor de novelas radiofônicas, cuja genialidade e coerência encanta a todos.

Foi delicioso acompanhar todas as ações de Varguitas, tudo o que ele pensava, o que fazia. Foi como se eu estivesse lendo o diário de um velho amigo, um amigo a muito esquecido, mas muito querido por mim. Ao mesmo tempo em que Varguitas conta sua história, os capítulos vão se revezando entre sua história e as novelas de Pedro Camacho. Cada história é surpreendente ao seu modo, como o homem que teve a irmã comida por ratos, ou o jovem que tem um caso com a irmã, ou a criança problemática mas com um grande dom musical.

Mario Vargas Llosa inova totalmente em seu jeito de escrever. Em sua história vemos muitos aspectos culturais e econômicos do Peru, mostrando como é a vida das pessoas, os trabalhos que fazem. Ao mesmo tempo que nos deliciamos com a história, nos vemos arrastados por esse turbilhão de informações. Nada melhor do que um livro com uma excelente história e que ao mesmo tempo nos transmite conhecimento. Quem não conhece os livros de Mario Vargas Llosa não sabe o que está perdendo.
Gleici 11/12/2010minha estante
muito boa sua resenha!


Seul ☯ 08/04/2011minha estante
Concordo plenamente!
Hm, eu, tbm, primeiro comprei Travessuras da Menina Má, logo após, comprei Tia Júlia e o Escrevinhador. Adorei ambos.
O próximo q lerei é: Elogio a Madrasta.


manah_almeida 13/05/2011minha estante
Bem legal sua resenha!
"Foi como se eu estivesse lendo o diário de um velho amigo", me senti da mesma forma. E o mais legal, é que é baseado na realidade do autor, ele, de fato, foi casado com "Tia Júlia", não é só ficção.


Manfred 24/07/2012minha estante
Acabei de ler, mais um livro maravilhoso do Vargas Llosa.


Camila Ahava 28/08/2012minha estante
Poxa! Adorei seu comentário sobre o Mario Vargas... Também já li Travessuras da Menina Má e posso te afirmar uma coisa: EU AMEI!!
Não via a hora de pegar o metrô para então começar minha leitura...
Tô querendo ler Tia Júlia e o Escrevinhador. Vc tem?


Mateus 28/08/2012minha estante
Os livros do Mario Vargas Llosa são incríveis mesmo, não tem como não gostar. Tenho apenas o Travessuras da Menina Má, e peguei o Tia Júlia na biblioteca. Em breve pretendo comprar o Elogio a Madrasta também, pois já ouvi críticas muito boas sobre ele.


Lucas 09/07/2013minha estante
O autor realmente e muito bom. Faz jus ao seu Nobel. Recomendo o livro O Sonho do Celta, livro mais recente dele.


Marcela Flores 13/12/2022minha estante
Tem que ler Pantaleão e as Visitadoras




spoiler visualizar
Rodrigo 26/01/2022minha estante
Interessante... eu já tinha lido 2 livros dele na vida, ambos favoritados... até que li o elogio da madrasta, e achei meia boca. Para o seu próximo Llosa, caso ainda não tenha lido, recomendo as Travessuras da Menina Má. Uma obra de arte literária.


Sarah 26/01/2022minha estante
Muito obrigada pela sugestão, Rodrigo! Vai ser o próximo dele que vou ler, já está até aqui em casa! :)


Rodrigo 27/01/2022minha estante
Não esqueça de me avisar sobre as suas impressões




Craotchky 21/07/2020

Um híbrido?
Vencedor do prêmio Nobel de literatura em 2010, o escritor peruano Mario Vargas Llosa conseguiu escrever aqui uma obra bastante diferente. O livro é estruturado de uma forma muito interessante: os capítulos se intercalam de tal maneira que, ora é narrada a história principal e condutora da obra, por assim dizer, ora radionovelas (que para efeitos práticos de leitura podem ser vistos como contos) de um personagem dessa história principal. Esta estrutura torna este livro um híbrido entre duas espécies de livros, pois abriga em suas páginas um romance e diversos contos. Não lembro de já ter lido um livro com essas características. De tal natureza é essa estrutura que não seria inimaginável ler separadamente o romance e os contos sem muitos ônus para o(a) leitor(a).

O "escrevinhador" do título é justamente o autor/produtor de radionovelas Pedro Camacho, com quem o protagonista da história principal, Varguitas/Marito, estabelece algo próximo de uma amizade. Com sua arte, Pedro Camacho alcança grande popularidade nas rádios peruanas, ao mesmo tempo que atinge elevados índices de audiência. Essas radionovelas (que são apresentadas sempre nos capítulos de número par, enquanto os capítulos de número ímpar se encarregam de narrar a história principal) contam sempre com aspectos dramáticos, criativos, por vezes cômicos, e terminam todas muito instigantes, provocando inevitavelmente o desejo de saber o que aconteceria na sequência. Todas também têm em comum tramas com algum(ns) conteúdo(s) mirabolante(s) que, embora de modo algum impossíveis de encontrar correspondência em casos reais, carregam uma latente sugestão de serem inverossímeis por conta dos eventos ligeiramente peculiares que narram. É, portanto, também possível encontrar uma camada metalinguística na obra na medida em que ela traz as radionovelas de um personagem do próprio livro: o excêntrico Pedro Camacho.

A história principal, por sua vez, tem como base a própria vida de Llosa, afinal ele realmente apaixonou-se e se casou com Julia Urquidi - casamento este que durou 9 anos e após o qual Llosa casou com sua prima, Patrícia. O autor, contudo, inseriu elementos ficcionais misturados na trama, embora o roteiro da vida do protagonista, Varguitas/Marito, tenha extrema verossimilhança com a vida pessoal do escritor peruano. Logo, há aqui um livro exemplo do modelo de literatura conhecido como "autoficção". (Prefiro chamar de "autobiografia romanceada", pois, a despeito de o termo ser maior e pouco prático, penso que elucida melhor o conceito que se dispõe a representar.) Além disso tudo, a obra retrata um pouco da cultura e sociedade peruana da década de 50 do século passado, sobretudo, claro, da capital, Lima.

Bem, todas essas características citadas acima atestam a enorme riqueza do livro. A narrativa de Llosa é leve na medida certa. O autor conduz e desenvolve a história de maneira muito fluída e agradável. O livro é gostoso de se ler. Essa foi minha segunda leitura do autor. Gostei bastante do livro, quase atribuí cinco estrelas a ele. De modo geral achei este ligeiramente melhor do que Travessuras da menina má, o outro dele que li. Com certeza procurarei explorar outras obras do escritor no futuro próximo.
Raela 13/04/2021minha estante
Uauuuuu! Quero lerrrr


Craotchky 13/04/2021minha estante
Dentre os que li do autor, foi o que mais gostei!




Helder 10/05/2012

Recomendadissimo!
Que bom que li este livro. É o segundo Llosa que leio e me deu a certeza que ele é mesmo um grande escritor e foi merecedor do Nobel.
O livro é extremamente inteligente. É como se fosse um romance e um livro de contos.
O romance conta a estória de Mario, rapaz de 18 anos que trabalha em uma rádio enquanto estuda direito, mas sonha em ser escritor. Este rapaz se apaixona pela tia Julia, na verdade irmã de sua tia. Tia Julia tem 32 anos e pe divorciada, o que causa um grande rebuliço na familia. O romance dos dois, em sua maior parte é completamente adolescente, mas é uma delicia de ser acompanhado. E quando resolvem se casar fica ainda mais divertido, e nos possibilita conhecer um pouco do povo e costumes peruanos.
Em paralelo a isso, temos os capitulos que parecem contos, mas na verdade são as radionovelas escritas pelo Escrevinhador Pedro Camacho, um genio maluco que escreve estórias completamente doidas, mas que nos pegam e fazem querer comer os capitulos. Impossível não se interessar pelos irmão incestuosos e o fora do Dr Alberto Quinteros, o negro magro como um faquir e cheio de cicatrizes, o Sgt Lituma e seu Tenente Jaime Concha com seus gibis do Pato Donald, a pequena Sarita Huenca e o testemunha de Jeova Gumercindo Tello, ou ainda a louca estória de Federico Tellez e seu objetivo de elimiar todos os ratos do mundo.Haja criatividade. E por mais que nenhuma tenha fim, ficamos sempre curiosos com o seu desenrolar.
Pedro Camacho trabalha na mesma rádio que Mario, e como o fulano é extremamente excentrico, os donos da rádio sempre pedem ajuda de Mario quando algo começa a dar errado.
E é ai que vemos o nivel de inteligencia do autor. Pedro Camacho Llosa começa a misturar todas as suas estórias. No começo estranhamos: Será que foi erro de edição? Nomes repetitivos, mas com profissões diferentes, até que percebemos que a intenção do autor é exatamente esta: Nos fazer sentir como os ouvintes das radionovelas, que vão percebendo que o cultuado Pedro camacho está perdendo a mão.
Deixe-se levar por todas estas estórias e com certeza não se arrependerá. Como alguém já disse em alguma resenha por aqui, Mario Vargas LLosa nao escreveu um livro, mas sim um diário.
Leia este diário e participe de suas estórias.
OBS: Fiquei com curiosidade de saber como essa livro foi recebido na Argentina.
Renata CCS 05/11/2013minha estante
Bela resenha Helder!


@eusara.lees 14/06/2022minha estante
Interessantíssimo




Felipe 30/07/2013

Tia Julia e o escrevinhador
Este livro é poderoso. Tem o poder, raro, de fazer com que um leitor deixe de ser apenas um leitor e passe a ser um apaixonado pela literatura. Caso ele já seja um apaixonado consumado ao iniciar a leitura, tudo bem. "Tia Julia e o escrevinhador" também tem o poder de confirmar a paixão, de causar deleite e fazer os olhos brilharem com tanta beleza literária.
edu basílio 04/08/2013minha estante
... como não sentir uma vontade irrepreensível de lê-lo depois de ler três poderosas linhas como estas que você escreveu ? :-)


Renata CCS 05/11/2013minha estante
Em poucas linhas, vc me convenceu a ler esta obra.




Fátima Lopes 16/12/2018

Releitura
Li o livro há 38 anos e me encantei com a forma como o autor desenvolveu a obra. Ao reler não fiquei decepcionada, mas não achei o enredo tão original e impactante como antes.
Envelheci eu ou envelheceu o livro ? Certamente sou eu a culpada, pois já não sou capaz de me envolver da mesma forma com as aventuras de Varguitas e Pedro Camacho.
Simone de Cássia 16/12/2018minha estante
A idade muda tudo, Cláudia....rsrsrs




Higor 10/09/2018

Sobre uma biografia original e encantadora
A cada nova leitura de um livro de Mario Vargas Llosa (já é o 7º que eu leio), fica difícil pontuar um favorito, ou ao menos com algo de diferente a ser lembrado, pois cada livro tem uma particularidade, com sua originalidade que vai se afixar na mente do leitor: seja a pedofilia de 'Elogio da madrasta' ou os mitos locais de 'Lituma nos Andes', dentre todos os outros.

'Tia Júlia e o escrevinhador', então, nos brinda não apenas com um livro simples sobre um romance proibido entre um menor de idade e uma quarentona; ou ainda sobre a febre que são as radionovelas peruanas. Sim, tais fatos são as colunas que sustentam todo o livro, mas o autor optou por escrever algo além do costumeiro ou da zona de conforto, dando-nos dois livros em um. Sim, exatamente.

É uma delícia acompanhar o pequeno Varguitas querendo provar a cada instante, para Tia Júlia e toda a sua família, que já é homem feito, e não um moleque, mesmo com apenas 18 anos e um trabalho que não dá muito dinheiro. O desejo que vai aflorando entre o casal é narrado de maneira suave, não piegas e nem que enjoe o leitor mais avesso a romances.

Mais incrível que o romance, no entanto, é acompanhar o trabalho de Pedro Camacho, boliviano responsável pelos mais incríveis enredos das radionovelas, que estão elevando de maneira inimaginável os índices de audiência, além de invadir todos os lares com suas histórias bizarras e engraçadas. Acontece que Camacho é excêntrico demais, e não aceita opiniões alheias, principalmente quando não admite que não consegue atender a demanda de escrever várias radionovelas em simultâneo, mesmo trabalhando de domingo a domingo, o que causa, com o tempo, um caos generalizado, já que personagens de uma trama aparecem em novelas diferentes; muitos, inclusive, mortos que do nada ressuscitaram.

É por conta do trabalho de Camacho que temos dois livros em um, o romance e um de contos, pois lemos não só o dia-a-dia de Varguitas, Tia Júlia e a a rotina da rádio, mas lemos, entre cada capítulo, os roteiros de cada uma das novelas peruanas. São personagens dos mais estranhos, como o exterminador de ratos, o religioso pedófilo, e até nosso já conhecido Lituma em mais uma aventura! Contos bem pontuados e que apenas fazem nosso amor por Llosa crescer.

Aliás, talvez 'Tia Julia e o escrevinhador' seja uma ótima porta de entrada para quem nunca se aventurou pela literatura de Llosa, tanto por conta da originalidade, quanto pela leveza e humor com que a história é narrada. E que final engraçado e dilacerante! Impossível não terminar o livro com um sorriso faceiro.

Sem mais o que dizer, diante de tantas outras resenhas magníficas, só resta reiterar o já conhecido: Llosa mostrou há tempos, desde o primeiro livro, que mereceu o Nobel de Literatura. Talvez a Academia demorou um pouco para laureá-lo, mas ao menos não o esqueceu.

Este livro faz parte do projeto 'Lendo Nobel'. Mais em:

site: leiturasedesafios.blogspot.com
Fillipe Gontijo 10/09/2018minha estante
Só dei like, não li.




Higor 21/05/2017

Sobre a originalidade que sempre cativa
A cada nova leitura de um livro do Mario Vargas Llosa (já é o 7º que eu leio), fica difícil pontuar um livro favorito, ou ao menos com algo de diferente a ser lembrado, pois cada livro tem uma particularidade, com sua originalidade que vai se afixar na mente do leitor: seja a pedofilia de ‘Elogio da madrasta’ ou os mitos de ‘Lituma nos Andes’, dentre todos os outros.

‘Tia Júlia e o escrevinhador’, então, nos brinda não apenas com um livro simples sobre um romance proibido entre um menor de idade e uma quarentona; ou ainda sobre as radionovelas peruanas. Sim, tais fatos são as colunas que sustentam todo o livro, mas o autor optou por escrever algo além da zona de conforto, dando-nos dois livros em um.

É uma delícia acompanhar o pequeno Varguitas querendo provar a cada instante, para Tia Júlia, que ele já é homem feito, e não um moleque. O desejo que vai aflorando é narrado de maneira suave, não piegas e nem que enjoe o leitor mais avesso a romances.

Mais incrível ainda é acompanhar o trabalho de Pedro Camacho, boliviano responsável pelos mais incríveis enredos das radionovelas, que estão elevando de maneira inimaginável os índices de audiência, além de invadir todos os lares com suas histórias bizarras e engraçadas. Acontece que Camacho é excêntrico demais, e não aceita opiniões alheias, principalmente quando não admite que não consegue atender a demanda de escrever várias radionovelas em simultâneo, mesmo trabalhando de domingo a domingo, o que causa um caos generalizado, já que personagens aparecem em novelas diferentes, muitos, inclusive, mortos que do nada ressuscitaram.

É por conta do trabalho de Camacho que temos dois livros em um, o romance e um de contos, pois lemos não só o dia-a-dia de Varguitas, Tia Júlia e Camacho, mas lemos, entre cada capítulo, os roteiros de cada uma das novelas. São personagens dos mais estranhos, como o exterminador de ratos, o religioso pedófilo, e até nosso já conhecido Lituma em mais uma aventura! Contos bem pontuados e que apenas fazem nosso amor por Llosa cresça.

Aliás, talvez ‘Tia Julia e o escrevinhador seja uma ótima porta de entrada para quem nunca se aventurou pela literatura dele, tanto por conta da originalidade, quanto pela leveza e humor com que a história é narrada. E que final! Impossível não terminar o livro com um sorriso nos lábios.

Sem mais o que dizer, diante de tantas outras resenhas magníficas, só resta reiterar o já conhecido: Llosa mostrou há tempos, desde o primeiro livro, que mereceu o Nobel de Literatura. Talvez a Academia demorou um pouco para laureá-lo, mas ao menos não o esqueceu.

Este livro faz parte do projeto 'Lendo Nobel'. Mais em:

site: leiturasedesafios.blogspot.com
Adonai 21/05/2017minha estante
Eu amei essa resenha! Fiquei mega curioso pra ler




Giovani L. 22/05/2012

De Varguitas a Mário Vargas.
Não conhecia o autor e simplesmente decidi por puro impulso comprar uma coleção de Literatura Ibero-Americana composta por 25 livros.
As pessoas conhecem tudo da literatura americana e européia, agora da Nossa América somos crivados sempre pelos mesmos autores. Aí estava o motivo para comprar a Coleção, conhecer a minha América Latina.

Este romance autobiográfico escrito em 1977 conta a história da juventude do autor em Lima na altura dos 18 anos e como o menino Varguitas se tornou o homem Mário Vargas a partir de seu envolvimento com dois personagens: Pedro Camacho, o escrevinhador de radionovelas que se torna seu amigo e exemplo de carreira a se seguir e Tia Júlia, que a partir de saidinhas para o cinema, conquista o jovem e iniciam juntos neste romance uma luta contra a conservadora sociedade peruana.
A história se passa nos anos 50 quando a televisão ainda não era popular e os rádios estavam em todas as casas, sintonizados em radionovelas.
O livro se alterna em capítulo autobiográfico e capítulo que narra radionovelas escritas por Pedro Camacho que eu descreveria como de muita imaginação, estupendamente intrigante.
Mário Vargas é bem detalhista, descreve os bairros de Lima, as ruas, os Cafés e restaurantes da época. Há um humor tragicamente sutil, me peguei várias vezes dando risada e extremamente chocado.

Ótima leitura. Próximo livro do autor que lerei será "Travessuras da menina má" que muitos indicaram.
Bruna Sturaro 27/05/2012minha estante
Já li sobre esse "Travessuras de menina má" parece interessante mesmo.




Guilherme Amin 03/09/2023

Para morrer de rir
Neste romance semi-autobiográfico, Mario Vargas Llosa desenvolve o amor secreto entre um jovem jornalista peruano, Varguitas, e sua tia boliviana mais velha, Julia, que escandalizam a Lima dos anos 1950 com seu namoro audacioso.

Os capítulos alternam a história de amor com os folhetins escritos por Pedro Camacho, um excêntrico amigo de Varguitas que redige as radionovelas da emissora em que trabalham.

É notável a habilidade de Vargas Llosa para a montagem paralela da trama e dos folhetins. O namoro dos protagonistas é desenvolvido num clima sereno e previsível, enquanto as novelas têm os enredos mais rocambolescos e absurdos imagináveis. O autor se reveza também na forma, pois emprega no romance sua tradicional escrita elegante e agradável, e escreve os folhetins em linguagem pomposa e melodramática. A alternância de conteúdo e tom dá equilíbrio à obra, que é já por si bastante diferente, por ser um romance intercalado com "contos".

Neste ponto, tenho de mencionar como é divertida a leitura do livro. Quando Pedro Camacho, sobrecarregado de trabalho, começa a confundir seus enredos e personagens, as novelas vão ficando caóticas e cada vez mais engraçadas. Devido a isso, é recomendável não se demorar na leitura de "Tia Julia e o escrevinhador", para que a mistura (intencional) dos muitos personagens e episódios das novelas não acabe por desorientar, sem querer, o próprio leitor.

No mais, sempre que nos leva a visitar lugares, Vargas Llosa oferece descrições apuradas e interessantes, fruto de pesquisa e do seu comedimento, pois sabe conter os excessos e chatices que muitos escritores cometem nas suas descrições.
Gustavo Kamenach 03/09/2023minha estante
Adicionado à lista de "quero ler" com sucesso! Acho que estou precisando de um livro assim que faça rir, obrigado pela resenha e dica, Guilherme!




Tati 09/04/2016

Excelentemente escrito, com uma semelhança a Gabriel Garcia Marquez. A dança de histórias é sensacional.
Sarah 24/04/2016minha estante
Legal! Achei a escrita semelhante a um livro do Calvino. Bastante interessante!
http://relacionandolivros.blogspot.com.br/2016_02_01_archive.html




Letícia 27/06/2010

Escrevinhando....
Sempre ouvia falar de Mario Vargas Llosa mas por causa do livro "Travessuras de menina má" (que eu ainda não li), mas quando vi essa capa exposta na biblioteca onde trabalho, eu acabei me encantando e queria saber que tal escrevinhador era esse.
O romance construído por Llosa mistura ficção com pitadas de realidade, pois o próprio autor fala sobre isso em uma introdução que faz ao livro.
Publicado originalmente em 1977, o livro conta a história de Varguitas, um rapaz de 18 anos que se apaixona por Tia Julia, mulher mais velha, divorciada, em uma Lima dos anos 70, inconcebível. Mas ainda há o escrevinhador, ou o novelista Pedro Camacho, que escreve radionovelas de sucesso, mas que após um certo tempo começa a misturar tudo e todos os personagens e então há um caos na rádio.
O livro se alterna entre contar a história do romance de Varguitas e Tia Julia - e todas as façanhas para que o casal permaneça junto - e as radionovelas de Pedro Camacho.
Para mim aí que mora a grande sacada, você pode ler somente os capítulos alternados sobre o romance do casal e ler também somente as radionovelas. Interessante não?
O final então.....
Vale a pena a leitura, e com certeza lerei outras obras de Llosa.
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Luis 05/07/2011

O Nobel paga tributo à arte do folhetim.
Já não era sem tempo. O Prêmio Nobel com o qual Mario Vargas Llosa foi agraciado em outubro de 2010, coroa uma das obras mais inventivas da ficção dos últimos 50 anos. “Tia Júlia e o escrevinhador” é um dos capítulos mais marcantes dessa trajetória.
Quase autobiográfico, ao relatar o romance do jovem Varguitas com sua tia boliviana de quase o dobro de sua idade, Vargas Llosa usa como pano de fundo a cultura popular latina dos anos 50, repleta dos melodramas que faziam a base dos folhetins radiofônicos de então, espalhados por todo o continente, inclusive no Brasil.
Ao mesmo tempo em que vive seu aventura juvenil, Varguitas tenta dar os primeiros passos no mundo das letras, timidamente, enquanto trabalha como redator da Rádio PanAmericana. Lá, conhece o grande personagem do livro, o novelista boliviano Pedro Camacho, contratado para criar as novelas da Rádio Central, irmã da PanAmericana e dedicada ao entretenimento.
Esse enredo é o pretexto perfeito para o autor criar várias pequenas histórias que se intercalam com a trama principal, o romance entre Varguitas e Tia Júlia, e dão ao livro um ar saboroso de volume de contos elevando-o ao status de obra prima.
O humor, tão presente em por exemplo “ Pantaleão e as Visitadoras”, é um dos pontos fortes de “Tia Júlia”, principalmente quando o leitor percebe que essas histórias intercaladas são na verdade as novelas saídas da mente delirante de Pedro Camacho que, ao longo do romance, começa a embaralhar personagens e situações, transformando todas as tramas em uma única e louca irradiação, numa demonstração clara da maestria narrativa de Vargas Llosa.
Por fim, fica a sensação de que pelas mãos de um autor sublime, a grande literatura não se diferencia dos deliciosos folhetins. Cultura popular e erudita amalgamadas no mesmo cadinho. Arte pura e acessível.



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Lucas.Wijk 22/05/2024

Não funcionou para mim
O livro é bem engraçado. Começa muito bem, mas à medida que as histórias do Pedro Camacho vão se confundindo, eu fui achando cada vez menos engraçado e mais enfadonho.

A história do Marito acabou sendo a melhor parte. E, mesmo assim, não gostei da escrita. Muitos detalhes desnecessários, longos e pouco interessantes.

Achei ideia do livro muito boa, mas não curti a execução. No final, eu só queria que acabasse logo e foi por pouco que não abandonei.
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Roberto Tosta 15/06/2011

Bom como indutor do sono
Incrível como o mesmo escritor de "conversa na catedral" e "a festa do bode" pode ter escrito livro tão insosso, para não dizer chato mesmo. Custei a terminá-lo de tão cansativas as partes em que são contadas as novelas do rádio. Capaz de dar tanto sono como este só mesmo "Pantaleão e as visitadoras". Mas o cara é grande mesmo e merecia o Nobel que recebeu, e eu é que não sei o que digo. Ah, "Lituma nos Andes" e "Quem matou Palomino Molero" também são muito bons.
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