Marlon.Abel 03/11/2021
Roda, define: pela repetição.
O olho do mundo foi uma leitura difícil, mas não por uma complexidade de história, por termos complicados ou uma composição de frases de difícil compreensão. Na verdade é bem pelo contrário. A leitura e a composição da história é feita até de forma um tanto infantil, sempre dando a impressão que as idéias do autor foram aparecendo enquanto escrevia, acontecendo assim, algumas reviravoltas na trajetória de algum personagem sem nenhuma prévia construção. A escrita é simples porém carece de uma certa perícia em várias situações, deixando certas descrições genéricas e assim dificultando a imersão. Vários fatores ambientadores sofrem desse mesmo problema e só torna tudo extremamente repetitivo e supérfluo, e é por esse motivo que para mim, essa leitura foi muito difícil, pois foi por muitas vezes tediosa e arrastada, com detalhes e enxertos desnecessários que ao meu ver cumpriu somente o intuito de engrossar um livro na ânsia da criação de um épico da fantasia medieval.
Estava ansioso por começar essa obra, mas admito que vou parar nesse primeiro livro, pois todo o encanto com o autor se quebrou nos primeiros capítulos, quando é perceptível uma falta de um rebusco que abordar um gênero desses precisa, para a princípio fazer o leitor se deslumbrar com o universo, para depois se afeiçoar a tudo que ele têm a oferecer.
Das coisas que mais me incomodaram, além de uma história desnecessariamente grande e quando se para pra pensar, sem muita coisa, foi a falta de personalidade definida de todos os personagens. A descrita já é indecisa em como abordar a própria história, os personagens todos se repetem em seus diálogos o livro todo, as linhas de pensamento são quase todas dos indivíduos em negação (sério, só não falo que são todos, porquê não releria o livro pra afirmar), e o livro sempre tenta reafirmar a dita personalidade deles da mesma forma (e tenta, hein) que é sempre maçante a ponto de revirar os olhos quando acontece. Todos os personagens periféricos são os mesmos. Falam igual, se parecem e se repetem o bendito do livro todo
A história é expositiva, cheia de conveniências e repetitiva, tendo capítulos onde dados personagens, passam pelas mesmas coisas sem nenhuma consequência diferente. Como se fosse só um "filler" para engordar mais o livro, afinal, não existe épico de 300 páginas, né?!
Me decepcionei com "A roda do tempo", mas sei que ele tem os elementos certos para conquistar (afinal, já o fez) uma legião de fãs. Não é uma leitura complicada de forma alguma, mas é cansativa, mesmo para os amantes da obra. Consigo ver sim a grande inspiração em Lotr, apesar de achar uma heresia absurda a comparação. Para quem procura algo não muito complexo, mas com muita aventura, é um boa pedida. Triste por não ter gostado. Acontece. Quem perde sou eu.